Revista SECOVIRIO 119
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ponta1414 / stock.adobe.com<br />
emergencialmente o mesmo problema”, adverte<br />
Fernando Santos.<br />
Segundo o arquiteto, a ação corretiva<br />
tecnicamente adequada representará um<br />
investimento alto e concentrado, que poderia<br />
ter sido diluído por anos de manutenções<br />
menores. “Os problemas mais comuns nos<br />
condomínios residenciais do Rio de Janeiro se<br />
concentram nas áreas de infraestrutura (PC de<br />
luz, PI de gás, garagens, áreas de funcionários<br />
etc.), fachadas e coberturas. Normalmente as<br />
áreas técnicas de infraestrutura recebem<br />
cuidados mínimos e não especializados, que<br />
acabam maquiando problemas mais graves ao<br />
longo dos anos”, exemplifica.<br />
Os síndicos, de modo geral, alegam que não<br />
fazem a manutenção necessária devido à falta<br />
de recursos e fundos para manutenção e<br />
conservação predial. Mas Fernando Santos<br />
orienta que é possível ter uma agenda regular<br />
de cuidados, sem aumentar muito o orçamento<br />
condominial. “A manutenção tem dois aspectos<br />
que precisam caminhar juntos: o financeiro e o<br />
técnico. Um não acontece sem o outro. Então,<br />
a primeira coisa que o síndico precisa é botar as<br />
contas do condomínio em dia e elaborar um<br />
orçamento baseado nas necessidades reais da<br />
edificação, e não numa premissa fictícia de que<br />
nenhum problema vai ocorrer jamais. Prédios<br />
mais antigos demandam mais manutenção e<br />
um orçamento mais forte, seja no fundo de<br />
reserva ou numa cota de obras. Na parte<br />
técnica, os condomínios devem ter, quando<br />
necessário, um arquiteto ou um engenheiro<br />
para assessorá-los a implantar as soluções para<br />
seus problemas”, pondera.<br />
MANUTENÇÃO PREDIAL<br />
Diante das responsabilidades do síndico sobre<br />
o cuidado e a manutenção de edificações do<br />
condomínio, adotar uma postura de<br />
antecipação e realizar a manutenção predial<br />
preventiva são fundamentais para evitar<br />
questionamentos e problemas futuros. Alguns<br />
pontos podem ser verificados cotidianamente<br />
pelo zelador, como caixa-d’água, antena<br />
coletiva, laje, extintores, interfones, fissuras,<br />
trincas etc. Entretanto, há instalações que<br />
somente podem ser analisadas por uma equipe<br />
técnica especializada, como é o caso das<br />
elétricas.<br />
O arquiteto defende que os síndicos precisam<br />
se conscientizar de que não existe material,<br />
técnica construtiva, nova tecnologia que não<br />
tenham demandas de manutenção<br />
periodicamente. “A manutenção precisa ser<br />
feita de acordo com as especificações dos<br />
fabricantes para garantir o desempenho, e é<br />
importante analisar os prós e os contras de<br />
cada situação. Já vi muitos condomínios<br />
fazendo downgrade de tecnologias em função<br />
de um custo fixo de manutenção menor”,<br />
ressalta Fernando Santos.<br />
Existem três tipos de manutenção com que os<br />
síndicos e gestores precisam ter atenção: a<br />
manutenção preditiva, que se baseia em<br />
planejamentos exímios e elaborados, em que a<br />
infraestrutura é substituída em períodos<br />
pré-programados; a manutenção preventiva,<br />
que são as atividades planejadas que prezam a<br />
conservação da construção e suas<br />
características; e a manutenção corretiva, com<br />
um caráter emergencial e sem planejamento.<br />
Esta consiste em substituir tudo que está<br />
desgastado ou com qualidade inferior ao<br />
esperado. Todas essas manutenções são rotinas<br />
na vida de uma edificação que não podem ser<br />
negligenciadas; caso contrário, a construção<br />
pode vir a desabar.<br />
SECOVI RIO / 2020 / nº <strong>119</strong> / 34