Destaque PME LÍDER E EXCELÊNCIA 2019 CAPITAL HUMANO: O atIVO MAIS IMPORtaNTE O AFTERMARKET PORTUGUÊS, CONSTITUÍDO, NA SUA MAIORIA, POR PME, ESTÁ A PASSAR POR MOMENTOS BASTANTE COMPLICADOS DEVIDO À PANDEMIA DE COVID-19. NESTA EDIÇÃO, DIVULGAMOS AS EMPRESAS QUE FORAM DISTINGUIDAS, EM 2019, COM OS ESTATUTOS DE LÍDER E EXCELÊNCIA PELO IAPMEI por João Vieira 8 Junho I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
em particular, exigem a qualificação e a requalificação de uma parte significativa dos profissionais do pós-venda automóvel. Na verdade, as baixas qualificações, em particular as baixas competências digitais, têm um impacto significativo na produtividade e no potencial de crescimento <strong>das</strong> empresas, que é preciso ultrapassar. Por isso, contratar as pessoas certas poderá revelar-se a decisão mais acertada, mesmo quando a concorrência envereda por uma onda de despedimentos. A breve prazo, quando a sociedade voltar ao “novo normal”, as empresas têm de pensar em ir buscar novas profissões e novas competências. Mas é preciso saber em quem investir. Uma <strong>das</strong> apostas passa por contratar jovens talentos, que possam contribuir com novas valências ou ideias – especialmente numa altura em que é necessário procurar novas oportunidades de negócio e identificar potenciais fontes de receita ainda por explorar. Apostar em profissionais mais jovens em tempos de instabilidade poderá resultar, também, na conquista de colaboradores leais e esforçados, que se mantenham ao lado da organização durante muitos anos, otimistas e confiantes no papel que desempenham. Colaboradores com autonomia e liberdade para criar e inovar, com inteligência organizacional, é um dos fatores da inovação nas organizações. monstrado que quanto mais elevados forem os níveis de qualificação <strong>das</strong> pessoas, mais facilmente se empregam e se adaptam às mudanças, têm maior apetência para processos de aprendizagem ao longo da vida e estão menos tempo desemprega<strong>das</strong>. A questão da qualificação dos recursos humanos está, hoje, muito presente e é crucial para as empresas, porque existe um desafio, que é o da tecnologia e da Indústria 4.0, que determina que as empresas têm de entender que precisam de novos quadros para tratar de novos assuntos, de novas questões tecnológicas, mas, também, que aqueles que têm hoje devem poder, igualmente, fazer parte da solução. Para isso, têm de ser requalificados. Hoje, é uma constatação que mesmo pessoas que saíram dos bancos <strong>das</strong> universidades ou de escolas tecnológicas precisam de ser reavalia<strong>das</strong> e reorienta<strong>das</strong> para cursos de formação que não deitem a perder a sua experiência e o seu saber, mas que capitalizem isso. Portanto, hoje, requalificar pessoas, é condição essencial para as empresas enfrentarem o desafio da competitividade. Há muitas empresas do setor onde existe uma manifesta falta de recursos humanos qualificados. Estas empresas têm de fazer um esforço acrescido para recrutar pessoal competente para desempenhar as funções. Para se ter sucesso e uma vida profissional gratificante, é indispensável que se dê importância ao capital humano, para que cada pessoa disponha <strong>das</strong> competências certas através <strong>das</strong> diversas vias que existem para as adquirir. A formação profissional é disso exemplo fundamental, aliando uma sólida aprendizagem em contexto laboral à teoria necessária. A formação deve ser dirigida a todos os colaboradores da empresa, porque é evidente a lacuna em termos de conhecimento que existe nos responsáveis <strong>das</strong> organizações. Vamos ter novas profissões no setor, deriva<strong>das</strong> da Indústria 4.0, novas necessidades <strong>das</strong> empresas, uma gestão de recursos humanos que vai ser diferente da que tínhamos há 10 anos. E tendo como princípio que os recursos humanos continuam a fazer a diferença, é preciso ter mais competências e melhores colaboradores, no sentido de mais qualificados, dentro <strong>das</strong> empresas. Mercado de trabalho Esta situação de crise económica e sanitária que vivemos fez emergir novos problemas e desafios. Neste momento, o problema principal passou a ser a falta de qualificações dos profissionais do aftermarket. Temos falta de recursos humanos em áreas que são fundamentais e que colocam em risco o desempenho, a capacidade produtiva e o investimento no tecido empresarial do setor. Contratar recursos humanos VIVEMOS NUM CONTEXTO ONDE as NOVAS ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIO APRESENTAM O CAPITAL HUMANO COMO UMA DAS PRINCIPAIS vantaGENS DO MUNDO EMPRESARIAL, SEMPRE LIGADO À COMPETITIVIDADE Importa salientar, antes de mais, que este é um setor composto por todo o tipo de empresas, desde as maiores distribuidoras até aos empresários em nome individual, passando por pequenas, médias e microempresas. Por outro lado, este tecido empresarial tem uma cobertura alargada a todo o território nacional, sendo o maior empregador em muitas regiões do nosso país. Atualmente, vivemos tempos de mudança e de imprevisibilidade. A única certeza que temos é que o mundo não para. Todos fizemos grandes planos para este ano e todos temos de ajustá-los. As projeções e estratégias pensa<strong>das</strong> para o futuro tiveram de ser coloca<strong>das</strong> em standby e repensa<strong>das</strong>. Mas tal não significa, obrigatoriamente, que as organizações entrem numa espiral descendente. Os gestores devem ter em mente que a crise sanitária não será eterna e que os mercados e as necessidades de consumo continuarão a existir no pós- -coronavírus. Será importante, por isso, preparar a fase ascendente, que vem depois da tempestade, começando por valorizar o capital humano, mantendo relações fortes e próximas com todos os colaboradores para perceber de que forma estão a ser impactados pessoalmente pelo novo coronavírus. Ninguém sabe o que se vai passar nos próximos meses, mas é importante manter um diálogo aberto com toda a equipa para que possam atuar e fazer frente a esta crise, contando com a informação mais precisa. É momento de analisar e refletir sobre o negócio para perceber o que tem sido feito de bom e de mau, corrigindo o que falhou. Uma vez superado este impacto, a economia estará melhor preparada e com mais energia para retomar a atividade, para que, depois do tsunami sanitário, social e económico, se possa arrancar com mais força. Investir nos colaboradores Pode parecer difícil investir em tempos como estes, mas os recursos humanos serão, neste momento, o ativo mais importante <strong>das</strong> empresas. A valorização do capital humano, <strong>das</strong> pessoas, no contexto <strong>das</strong> empresas, é a variável potenciadora da sua melhoria e da sua competitividade, num mercado em transformação que, cada vez mais, dá voz e reconhecimento à participação e envolvimento individual. É preciso não esquecer os importantes desafios que se colocam às empresas e às pessoas no contexto <strong>das</strong> profun<strong>das</strong> mudanças relaciona<strong>das</strong> com a transformação digital, concretamente ao nível <strong>das</strong> alterações <strong>das</strong> competências requeri<strong>das</strong> para trabalhar num mercado competitivo e para o qual a resposta é fundamental para a aprendizagem ao longo da vida. O impacto <strong>das</strong> mudanças tecnológicas e as transformações no setor automóvel, em geral, e nas oficinas, Qualificação é fator chave A qualificação dos recursos humanos é o fator chave para o bom desempenho da empresa. Está de- qualificados e mais especializados é, neste momento, uma dificuldade para as empresas do pós-venda automóvel e dissuasor para quem quer investir nesta área. Neste caso, pode afirmar-se que a crise teve impacto, já que, com o encerramento previsível de muitas empresas, existe uma elevada disponibilidade de recursos humanos muito qualificados e abriu-se uma nova perspetiva de mercado de trabalho. O capital humano está intrinsecamente ligado à competitividade. Deste modo, o investimento que é feito nesta área é da maior importância estratégica para o desenvolvimento do setor, pois o seu retorno permite corrigir desequilíbrios estruturais que ainda persistem ao nível do desenvolvimento <strong>das</strong> empresas. Vivemos numa era em que o talento humano é visto, cada vez mais, como o fator determinante no desenvolvimento de uma organização. Numa economia fortemente competitiva, os poucos recursos que não podem ser facilmente imitados são o talento, a motivação e o know-how <strong>das</strong> pessoas. A evolução tecnológica coloca as organizações perante um enorme desafio, exigindo um forte investimento no capital humano, quer através de formação con- www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Junho I 2020 9