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em particular, exigem a qualificação e a requalificação<br />
de uma parte significativa dos profissionais do<br />
pós-venda automóvel. Na verdade, as baixas qualificações,<br />
em particular as baixas competências digitais,<br />
têm um impacto significativo na produtividade<br />
e no potencial de crescimento <strong>das</strong> empresas, que é<br />
preciso ultrapassar. Por isso, contratar as pessoas<br />
certas poderá revelar-se a decisão mais acertada,<br />
mesmo quando a concorrência envereda por uma<br />
onda de despedimentos.<br />
A breve prazo, quando a sociedade voltar ao “novo<br />
normal”, as empresas têm de pensar em ir buscar<br />
novas profissões e novas competências. Mas é preciso<br />
saber em quem investir. Uma <strong>das</strong> apostas passa<br />
por contratar jovens talentos, que possam contribuir<br />
com novas valências ou ideias – especialmente<br />
numa altura em que é necessário procurar novas<br />
oportunidades de negócio e identificar potenciais<br />
fontes de receita ainda por explorar. Apostar em<br />
profissionais mais jovens em tempos de instabilidade<br />
poderá resultar, também, na conquista de colaboradores<br />
leais e esforçados, que se mantenham ao<br />
lado da organização durante muitos anos, otimistas<br />
e confiantes no papel que desempenham. Colaboradores<br />
com autonomia e liberdade para criar e<br />
inovar, com inteligência organizacional, é um dos<br />
fatores da inovação nas organizações.<br />
monstrado que quanto mais elevados forem os níveis<br />
de qualificação <strong>das</strong> pessoas, mais facilmente se<br />
empregam e se adaptam às mudanças, têm maior<br />
apetência para processos de aprendizagem ao longo<br />
da vida e estão menos tempo desemprega<strong>das</strong>. A<br />
questão da qualificação dos recursos humanos está,<br />
hoje, muito presente e é crucial para as empresas,<br />
porque existe um desafio, que é o da tecnologia e da<br />
Indústria 4.0, que determina que as empresas têm<br />
de entender que precisam de novos quadros para<br />
tratar de novos assuntos, de novas questões tecnológicas,<br />
mas, também, que aqueles que têm hoje devem<br />
poder, igualmente, fazer parte da solução. Para<br />
isso, têm de ser requalificados. Hoje, é uma constatação<br />
que mesmo pessoas que saíram dos bancos<br />
<strong>das</strong> universidades ou de escolas tecnológicas precisam<br />
de ser reavalia<strong>das</strong> e reorienta<strong>das</strong> para cursos de<br />
formação que não deitem a perder a sua experiência<br />
e o seu saber, mas que capitalizem isso.<br />
Portanto, hoje, requalificar pessoas, é condição<br />
essencial para as empresas enfrentarem o desafio<br />
da competitividade. Há muitas empresas do setor<br />
onde existe uma manifesta falta de recursos humanos<br />
qualificados. Estas empresas têm de fazer um<br />
esforço acrescido para recrutar pessoal competente<br />
para desempenhar as funções. Para se ter sucesso e<br />
uma vida profissional gratificante, é indispensável<br />
que se dê importância ao capital humano, para que<br />
cada pessoa disponha <strong>das</strong> competências certas através<br />
<strong>das</strong> diversas vias que existem para as adquirir. A<br />
formação profissional é disso exemplo fundamental,<br />
aliando uma sólida aprendizagem em contexto<br />
laboral à teoria necessária.<br />
A formação deve ser dirigida a todos os colaboradores<br />
da empresa, porque é evidente a lacuna em termos<br />
de conhecimento que existe nos responsáveis<br />
<strong>das</strong> organizações. Vamos ter novas profissões no<br />
setor, deriva<strong>das</strong> da Indústria 4.0, novas necessidades<br />
<strong>das</strong> empresas, uma gestão de recursos humanos<br />
que vai ser diferente da que tínhamos há 10 anos.<br />
E tendo como princípio que os recursos humanos<br />
continuam a fazer a diferença, é preciso ter mais<br />
competências e melhores colaboradores, no sentido<br />
de mais qualificados, dentro <strong>das</strong> empresas.<br />
Mercado de trabalho<br />
Esta situação de crise económica e sanitária que vivemos<br />
fez emergir novos problemas e desafios. Neste<br />
momento, o problema principal passou a ser a falta<br />
de qualificações dos profissionais do aftermarket.<br />
Temos falta de recursos humanos em áreas que são<br />
fundamentais e que colocam em risco o desempenho,<br />
a capacidade produtiva e o investimento no tecido<br />
empresarial do setor. Contratar recursos humanos<br />
VIVEMOS NUM CONTEXTO ONDE as NOVAS ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIO<br />
APRESENTAM O CAPITAL HUMANO COMO UMA DAS PRINCIPAIS vantaGENS<br />
DO MUNDO EMPRESARIAL, SEMPRE LIGADO À COMPETITIVIDADE<br />
Importa salientar, antes de mais, que este é um setor<br />
composto por todo o tipo de empresas, desde as<br />
maiores distribuidoras até aos empresários em<br />
nome individual, passando por pequenas, médias e<br />
microempresas. Por outro lado, este tecido empresarial<br />
tem uma cobertura alargada a todo o território<br />
nacional, sendo o maior empregador em muitas regiões<br />
do nosso país. Atualmente, vivemos tempos de<br />
mudança e de imprevisibilidade. A única certeza que<br />
temos é que o mundo não para. Todos fizemos grandes<br />
planos para este ano e todos temos de ajustá-los.<br />
As projeções e estratégias pensa<strong>das</strong> para o futuro<br />
tiveram de ser coloca<strong>das</strong> em standby e repensa<strong>das</strong>.<br />
Mas tal não significa, obrigatoriamente, que as organizações<br />
entrem numa espiral descendente.<br />
Os gestores devem ter em mente que a crise sanitária<br />
não será eterna e que os mercados e as necessidades<br />
de consumo continuarão a existir no pós-<br />
-coronavírus. Será importante, por isso, preparar a<br />
fase ascendente, que vem depois da tempestade, começando<br />
por valorizar o capital humano, mantendo<br />
relações fortes e próximas com todos os colaboradores<br />
para perceber de que forma estão a ser impactados<br />
pessoalmente pelo novo coronavírus. Ninguém<br />
sabe o que se vai passar nos próximos meses, mas é<br />
importante manter um diálogo aberto com toda a<br />
equipa para que possam atuar e fazer frente a esta<br />
crise, contando com a informação mais precisa. É<br />
momento de analisar e refletir sobre o negócio para<br />
perceber o que tem sido feito de bom e de mau, corrigindo<br />
o que falhou. Uma vez superado este impacto,<br />
a economia estará melhor preparada e com mais<br />
energia para retomar a atividade, para que, depois<br />
do tsunami sanitário, social e económico, se possa<br />
arrancar com mais força.<br />
Investir nos colaboradores<br />
Pode parecer difícil investir em tempos como estes,<br />
mas os recursos humanos serão, neste momento, o<br />
ativo mais importante <strong>das</strong> empresas. A valorização<br />
do capital humano, <strong>das</strong> pessoas, no contexto <strong>das</strong><br />
empresas, é a variável potenciadora da sua melhoria<br />
e da sua competitividade, num mercado em transformação<br />
que, cada vez mais, dá voz e reconhecimento<br />
à participação e envolvimento individual. É<br />
preciso não esquecer os importantes desafios que se<br />
colocam às empresas e às pessoas no contexto <strong>das</strong><br />
profun<strong>das</strong> mudanças relaciona<strong>das</strong> com a transformação<br />
digital, concretamente ao nível <strong>das</strong> alterações<br />
<strong>das</strong> competências requeri<strong>das</strong> para trabalhar<br />
num mercado competitivo e para o qual a resposta é<br />
fundamental para a aprendizagem ao longo da vida.<br />
O impacto <strong>das</strong> mudanças tecnológicas e as transformações<br />
no setor automóvel, em geral, e nas oficinas,<br />
Qualificação é fator chave<br />
A qualificação dos recursos humanos é o fator chave<br />
para o bom desempenho da empresa. Está de-<br />
qualificados e mais especializados é, neste momento,<br />
uma dificuldade para as empresas do pós-venda<br />
automóvel e dissuasor para quem quer investir nesta<br />
área. Neste caso, pode afirmar-se que a crise teve impacto,<br />
já que, com o encerramento previsível de muitas<br />
empresas, existe uma elevada disponibilidade de<br />
recursos humanos muito qualificados e abriu-se uma<br />
nova perspetiva de mercado de trabalho.<br />
O capital humano está intrinsecamente ligado à<br />
competitividade. Deste modo, o investimento que<br />
é feito nesta área é da maior importância estratégica<br />
para o desenvolvimento do setor, pois o seu<br />
retorno permite corrigir desequilíbrios estruturais<br />
que ainda persistem ao nível do desenvolvimento<br />
<strong>das</strong> empresas. Vivemos numa era em que o talento<br />
humano é visto, cada vez mais, como o fator determinante<br />
no desenvolvimento de uma organização.<br />
Numa economia fortemente competitiva, os poucos<br />
recursos que não podem ser facilmente imitados são<br />
o talento, a motivação e o know-how <strong>das</strong> pessoas.<br />
A evolução tecnológica coloca as organizações perante<br />
um enorme desafio, exigindo um forte investimento<br />
no capital humano, quer através de formação con-<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Junho I 2020 9