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Jornal das Oficinas 175

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em particular, exigem a qualificação e a requalificação<br />

de uma parte significativa dos profissionais do<br />

pós-venda automóvel. Na verdade, as baixas qualificações,<br />

em particular as baixas competências digitais,<br />

têm um impacto significativo na produtividade<br />

e no potencial de crescimento <strong>das</strong> empresas, que é<br />

preciso ultrapassar. Por isso, contratar as pessoas<br />

certas poderá revelar-se a decisão mais acertada,<br />

mesmo quando a concorrência envereda por uma<br />

onda de despedimentos.<br />

A breve prazo, quando a sociedade voltar ao “novo<br />

normal”, as empresas têm de pensar em ir buscar<br />

novas profissões e novas competências. Mas é preciso<br />

saber em quem investir. Uma <strong>das</strong> apostas passa<br />

por contratar jovens talentos, que possam contribuir<br />

com novas valências ou ideias – especialmente<br />

numa altura em que é necessário procurar novas<br />

oportunidades de negócio e identificar potenciais<br />

fontes de receita ainda por explorar. Apostar em<br />

profissionais mais jovens em tempos de instabilidade<br />

poderá resultar, também, na conquista de colaboradores<br />

leais e esforçados, que se mantenham ao<br />

lado da organização durante muitos anos, otimistas<br />

e confiantes no papel que desempenham. Colaboradores<br />

com autonomia e liberdade para criar e<br />

inovar, com inteligência organizacional, é um dos<br />

fatores da inovação nas organizações.<br />

monstrado que quanto mais elevados forem os níveis<br />

de qualificação <strong>das</strong> pessoas, mais facilmente se<br />

empregam e se adaptam às mudanças, têm maior<br />

apetência para processos de aprendizagem ao longo<br />

da vida e estão menos tempo desemprega<strong>das</strong>. A<br />

questão da qualificação dos recursos humanos está,<br />

hoje, muito presente e é crucial para as empresas,<br />

porque existe um desafio, que é o da tecnologia e da<br />

Indústria 4.0, que determina que as empresas têm<br />

de entender que precisam de novos quadros para<br />

tratar de novos assuntos, de novas questões tecnológicas,<br />

mas, também, que aqueles que têm hoje devem<br />

poder, igualmente, fazer parte da solução. Para<br />

isso, têm de ser requalificados. Hoje, é uma constatação<br />

que mesmo pessoas que saíram dos bancos<br />

<strong>das</strong> universidades ou de escolas tecnológicas precisam<br />

de ser reavalia<strong>das</strong> e reorienta<strong>das</strong> para cursos de<br />

formação que não deitem a perder a sua experiência<br />

e o seu saber, mas que capitalizem isso.<br />

Portanto, hoje, requalificar pessoas, é condição<br />

essencial para as empresas enfrentarem o desafio<br />

da competitividade. Há muitas empresas do setor<br />

onde existe uma manifesta falta de recursos humanos<br />

qualificados. Estas empresas têm de fazer um<br />

esforço acrescido para recrutar pessoal competente<br />

para desempenhar as funções. Para se ter sucesso e<br />

uma vida profissional gratificante, é indispensável<br />

que se dê importância ao capital humano, para que<br />

cada pessoa disponha <strong>das</strong> competências certas através<br />

<strong>das</strong> diversas vias que existem para as adquirir. A<br />

formação profissional é disso exemplo fundamental,<br />

aliando uma sólida aprendizagem em contexto<br />

laboral à teoria necessária.<br />

A formação deve ser dirigida a todos os colaboradores<br />

da empresa, porque é evidente a lacuna em termos<br />

de conhecimento que existe nos responsáveis<br />

<strong>das</strong> organizações. Vamos ter novas profissões no<br />

setor, deriva<strong>das</strong> da Indústria 4.0, novas necessidades<br />

<strong>das</strong> empresas, uma gestão de recursos humanos<br />

que vai ser diferente da que tínhamos há 10 anos.<br />

E tendo como princípio que os recursos humanos<br />

continuam a fazer a diferença, é preciso ter mais<br />

competências e melhores colaboradores, no sentido<br />

de mais qualificados, dentro <strong>das</strong> empresas.<br />

Mercado de trabalho<br />

Esta situação de crise económica e sanitária que vivemos<br />

fez emergir novos problemas e desafios. Neste<br />

momento, o problema principal passou a ser a falta<br />

de qualificações dos profissionais do aftermarket.<br />

Temos falta de recursos humanos em áreas que são<br />

fundamentais e que colocam em risco o desempenho,<br />

a capacidade produtiva e o investimento no tecido<br />

empresarial do setor. Contratar recursos humanos<br />

VIVEMOS NUM CONTEXTO ONDE as NOVAS ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIO<br />

APRESENTAM O CAPITAL HUMANO COMO UMA DAS PRINCIPAIS vantaGENS<br />

DO MUNDO EMPRESARIAL, SEMPRE LIGADO À COMPETITIVIDADE<br />

Importa salientar, antes de mais, que este é um setor<br />

composto por todo o tipo de empresas, desde as<br />

maiores distribuidoras até aos empresários em<br />

nome individual, passando por pequenas, médias e<br />

microempresas. Por outro lado, este tecido empresarial<br />

tem uma cobertura alargada a todo o território<br />

nacional, sendo o maior empregador em muitas regiões<br />

do nosso país. Atualmente, vivemos tempos de<br />

mudança e de imprevisibilidade. A única certeza que<br />

temos é que o mundo não para. Todos fizemos grandes<br />

planos para este ano e todos temos de ajustá-los.<br />

As projeções e estratégias pensa<strong>das</strong> para o futuro<br />

tiveram de ser coloca<strong>das</strong> em standby e repensa<strong>das</strong>.<br />

Mas tal não significa, obrigatoriamente, que as organizações<br />

entrem numa espiral descendente.<br />

Os gestores devem ter em mente que a crise sanitária<br />

não será eterna e que os mercados e as necessidades<br />

de consumo continuarão a existir no pós-<br />

-coronavírus. Será importante, por isso, preparar a<br />

fase ascendente, que vem depois da tempestade, começando<br />

por valorizar o capital humano, mantendo<br />

relações fortes e próximas com todos os colaboradores<br />

para perceber de que forma estão a ser impactados<br />

pessoalmente pelo novo coronavírus. Ninguém<br />

sabe o que se vai passar nos próximos meses, mas é<br />

importante manter um diálogo aberto com toda a<br />

equipa para que possam atuar e fazer frente a esta<br />

crise, contando com a informação mais precisa. É<br />

momento de analisar e refletir sobre o negócio para<br />

perceber o que tem sido feito de bom e de mau, corrigindo<br />

o que falhou. Uma vez superado este impacto,<br />

a economia estará melhor preparada e com mais<br />

energia para retomar a atividade, para que, depois<br />

do tsunami sanitário, social e económico, se possa<br />

arrancar com mais força.<br />

Investir nos colaboradores<br />

Pode parecer difícil investir em tempos como estes,<br />

mas os recursos humanos serão, neste momento, o<br />

ativo mais importante <strong>das</strong> empresas. A valorização<br />

do capital humano, <strong>das</strong> pessoas, no contexto <strong>das</strong><br />

empresas, é a variável potenciadora da sua melhoria<br />

e da sua competitividade, num mercado em transformação<br />

que, cada vez mais, dá voz e reconhecimento<br />

à participação e envolvimento individual. É<br />

preciso não esquecer os importantes desafios que se<br />

colocam às empresas e às pessoas no contexto <strong>das</strong><br />

profun<strong>das</strong> mudanças relaciona<strong>das</strong> com a transformação<br />

digital, concretamente ao nível <strong>das</strong> alterações<br />

<strong>das</strong> competências requeri<strong>das</strong> para trabalhar<br />

num mercado competitivo e para o qual a resposta é<br />

fundamental para a aprendizagem ao longo da vida.<br />

O impacto <strong>das</strong> mudanças tecnológicas e as transformações<br />

no setor automóvel, em geral, e nas oficinas,<br />

Qualificação é fator chave<br />

A qualificação dos recursos humanos é o fator chave<br />

para o bom desempenho da empresa. Está de-<br />

qualificados e mais especializados é, neste momento,<br />

uma dificuldade para as empresas do pós-venda<br />

automóvel e dissuasor para quem quer investir nesta<br />

área. Neste caso, pode afirmar-se que a crise teve impacto,<br />

já que, com o encerramento previsível de muitas<br />

empresas, existe uma elevada disponibilidade de<br />

recursos humanos muito qualificados e abriu-se uma<br />

nova perspetiva de mercado de trabalho.<br />

O capital humano está intrinsecamente ligado à<br />

competitividade. Deste modo, o investimento que<br />

é feito nesta área é da maior importância estratégica<br />

para o desenvolvimento do setor, pois o seu<br />

retorno permite corrigir desequilíbrios estruturais<br />

que ainda persistem ao nível do desenvolvimento<br />

<strong>das</strong> empresas. Vivemos numa era em que o talento<br />

humano é visto, cada vez mais, como o fator determinante<br />

no desenvolvimento de uma organização.<br />

Numa economia fortemente competitiva, os poucos<br />

recursos que não podem ser facilmente imitados são<br />

o talento, a motivação e o know-how <strong>das</strong> pessoas.<br />

A evolução tecnológica coloca as organizações perante<br />

um enorme desafio, exigindo um forte investimento<br />

no capital humano, quer através de formação con-<br />

www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Junho I 2020 9

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