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CONVERSAS COM A SABER

No Rotary Clube do Funchal com sua Excelência o Presidente da República Portuguesa,

Dr. Marcelo Rebelo de Sousa, e o Dr. Edgar de Aguiar, digníssimo membro do Rotary Clube

do Funchal.

Na escadaria principal do principado do Mónaco, na sequência de uma exposição sobre

as campanhas oceanográficas na Madeira do Príncipe Alberto I (avô do actual príncipe

do Mónaco) e em que Maria Favila colaborou activamente, com o Director dos Arquivos

do Palácio Príncipe do Mónaco, Dr. Thomas Fouilleron e o nosso conterrâneo, o biólogo e

ambientalista Dr. Manuel Biscoito.

pes de Salina, na Sicilia, na época das guerras da unificação da Itália e

da ascensão ao trono do rei Vitor Emanuel I. O enredo foi transposto

magnificamente para o cinema por Visconti.

Livros que deram azo a grandes filmes. Qual é o filme das vossas

vidas?

J.P.: Gostaria de destacar um filme de 2004, “A Paixão de Cristo”, de

Mel Gibson, pelo grande rigor histórico que foi preocupação do realizador,

um filme fortíssimo. Merece referência o facto de ser falado em

aramaico, graças ao notável trabalho do padre jesuíta William Fulco,

que traduziu o roteiro em inglês para o aramaico.

M.F.: Ainda não vi mas quero ver o filme “Joker” e o filme “Parasitas”,

que conquistou diversos prémios internacionais.

Como é que ocupam os vossos tempos livres?

J.P.: Gostamos de ver, na televisão, os noticiários, debates sobre temas

da atualidade, os programas sobre freguesias da Madeira e os documentários

“Madeira 600 anos”, o programa “Visita Guiada” de Paula

Moura Pinheiro na RTP2...

M.F.: Amo cuidar do meu jardim!

Qual a viagem que mais vos marcou?

M.F.: Acompanhei o meu marido nas viagens com D. Teodoro de Faria

à Turquia e à Terra Santa e fomos a Roma assistir à cerimónia de canonização

do Imperador Carlos da Austria, cuja dedicação sem reservas

à Paz e ao bem comum dos povos europeus é bem oportuno recordar

nestes tempos conturbados da Europa de hoje.

J.P.: Eu viajei muito, mais antes do nosso casamento. Viajava com um

fundamento cultural, à procura de conhecimento que me enriquecesse

e tivesse ligação à minha atividade profissional. Não me motivava

simplesmente descansar numa praia paradisíaca. Para isso, existem

praias maravilhosas em Portugal, o belo mar do Garajau e do norte da

nossa Ilha, não precisamos de sair da Madeira, sequer. Para um arquiteto,

não há vídeos nem livros que substituam experienciar in loco a

dimensão, a escala, a identidade de uma cidade, a sua arquitetura e a

vivência da sua gente, só estando lá e percorrendo os espaços, para

perceber. Gosto de me deixar perder nas cidades para conhecer a vida

e a sensibilidade de um povo.

Quais são os vossos próximos objetivos ou sonhos?

M.F.: Peço a Deus que as minhas filhas percorram o caminho da sua

realização pessoal e profissional na fidelidade aos valores cristãos, e

que haja sempre harmonia e paz na nossa família.

J.P.: Já realizámos muito, juntos. O nosso objetivo é conseguir levar a

bom termo os projetos que temos em mãos. Partilhamos a vontade

de prosseguir com a convicção e com a força que temos tido até agora.

O que rejeitam no mundo atual e o que gostariam de ver alterado?

J.P.: Sou um otimista por natureza. Acredito que a geração a que pertencem

as nossas filhas é das melhor preparadas de sempre em Portugal.

Temos universidades prestigiadas e pessoas muito qualificadas,

que até estamos a “exportar”, nomeadamente para os outros países

europeus. Quanto à vida social, há alguma tendência para a superficialidade.

As redes sociais têm muita responsabilidade na difusão

de comentários feitos de forma leviana, de opiniões com pouco ou

nenhum fundamento. É importante procurar ser sério e bem informado

na reflexão sobre os problemas. É preocupante sentir que há

em Portugal, país cristão desde a origem, menos respeito pela vida. A

eutanásia, tal como o aborto, deve ser debatida com muita ponderação,

porque a vida humana é um Bem a cuidar e respeitar na sua plenitude,

em todas as suas fases. De resto, não tenho qualquer rejeição

à sociedade contemporânea. Sou uma pessoa completamente aberta

e adaptada ao nosso tempo.

M.F.: Acho inaceitável que no tempo de progresso tecnológico e científico

que é o nosso, tantos milhões de pessoas morram de fome e

sobrevivam despojadas até do direito de viver no seu próprio país! Sei

que o papa Francisco reuniu um grupo de jovens economistas para

reflectir sobre alternativas de desenvolvimento para o nosso mundo.

Aguardo com grande expectativa as conclusões desse trabalho. Espero

muito dos jovens universitários. Que a investigação que aprofundam

sirva para traçar diretivas concretas que tornem o trabalho humano

mais fecundo e mais justo! Respeito as pessoas e instituições que procuram

aliviar o sofrimento alheio ou simplesmente valorizar o Bem,

com simplicidade. Gostei, por exemplo, de ouvir a apresentadora Filomena

Cautela, em entrevista a certo canal televisivo, quando lhe perguntaram

qual a qualidade que mais apreciava numa pessoa, responder:

‘a bondade, a bondade genuína’. s

12 saber ABRIL 2020

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