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Revista Apólice #260

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tende a ser natural com a retomada da economia, como resposta

da sociedade ao “novo normal”. É como pensa Ana Rita Petraroli,

para quem o acúmulo de reservas pessoais é fundo que acaba

sendo utilizado em momentos de dificuldade. “E 2020 foi o ano das

dificuldades, como o fechamento de muitos postos de trabalho e

muitos profissionais sem recebimento dos seus bônus, desemprego

e vocação mais tradicional nas aplicações financeiras. Tudo isso traz

uma queda do movimento poupador, impactando, diretamente, os

fundos de previdência”, aponta Ana Rita.

Sacchetto, da Seguros Unimed, frisa, porém, que não houve

perda de público e sim uma pausa “forçada” desse público por questões

emergenciais que a pandemia trouxe para as famílias: “Quem

era investidor de previdência continuará sendo. Ao contrário, a

pandemia trouxe uma oportunidade para trazermos mais pessoas

para a previdência. A pandemia deixou claro o quanto é importante

contar com uma reserva para a futuro. Muitas pessoas descobriram

de modo muito difícil o que é não ter uma reserva para atravessar

momentos de adversidade.”

Tatiane Porto explica, contudo, que os resgates podem ser

explicados por diversos fatores, começando por pânico dos investidores

devido à queda na rentabilidade dos fundos como até mesmo

perda do emprego e urgências de capital. Há, segundo Tatiane, duas

ferramentas fundamentais para evitar esse movimento de resgates

na previdência: educação financeira e boa assessoria.

“A previdência é um investimento de longo prazo, sendo assim

ela não deve ser utilizada para construir a reserva de emergência.

Além disso, realizar saques em momentos como março e abril

significa que os investidores estão efetivando suas perdas. Particularmente

não tivemos muitos resgates nesse período devido ao

trabalho de assessoria. A entrada de novos clientes e aportes vai se

recuperando na medida em que o momento de maior volatilidade

já passou e a atividade econômica, assim como a capacidade de

poupança dos clientes, vai sendo retomada”, diz a Head de previdência

da Órama Investimentos.

Marchi, da MAG, defende a tese de que as pessoas estão ficando

mais conscientes sobre a importância de se proteger para o

futuro, e isso engloba tanto a demanda por seguro de vida quanto

por previdência. A tendência — reforça ele — é que estes mercados

sigam o crescimento no longo prazo, impulsionados por uma maior

educação financeira da sociedade. “Sobre o aspecto de previdência,

vemos um movimento da indústria em oferecer soluções cada vez

mais competitivas e vantajosas para as pessoas”, completa.

O cenário atual fomenta, assim, questões de diversas frentes

sobre a carteira de produtos, uma delas a de que produtos que

combinam poupança e cobertura de risco poderiam despertar mais

interesse dos investidores. Para Tatiane Porto a resposta é “sim”. Ela,

entretanto, pondera: “Mas, de forma geral, os produtos de risco que

geralmente são vendidos com a previdência, são bem simplificados

e com coberturas de valores reduzidos. Um bom planejamento financeiro

pensa no futuro e um dos pilares do planejamento financeiro

é a busca por proteção para eventualidades e imprevistos que

podem ocorrer durante a nossa vida. Sendo assim, devemos dedicar

atenção para a questão do gerenciamento de risco, buscando com

ALFEO MARCHI,

da MAG Seguros

seus consultores a cobertura ideal para

atender as suas necessidades.”

Diniz, da Icatu Seguros, define a

associação de um plano de previdência

privada com seguro de vida bastante

“poderosa” e funciona como uma “blindagem

patrimonial”. Segundo ele, há uma

tendência mundial e as pessoas têm buscado

mais informações sobre produtos

que associam proteção e construção de

patrimônio, sobretudo porque todos têm

a preocupação com o legado, o que vão

deixar para as gerações futuras, especialmente

quando se trata de familiares muito

próximos: “A Icatu, por exemplo, lançou,

em 2019, dois produtos de Vida inspirados

no Universal Life americano, proteção e

construção de patrimônio, que podem ser

utilizados pelo segurado ainda em vida.”

Marchi também não tem dúvidas.

Para ele, o produto que juntar poupança

com cobertura de risco é a “combinação

ideal” para a sociedade. “É preciso se programar

para o futuro entendendo o conceito

de ser previdente. Ou seja, antever

os riscos aos quais todos estão expostos.

Precisamos nos planejar financeiramente

caso algo aconteça neste período de acumulação.

Por isso, as coberturas de risco

são tão importantes”, conclui o executivo

da MAG. Sacchetto segue a mesma linha:

“É uma tendência. As pessoas começam

a perceber que não é só o futuro que importa.

Temos que pensar em proteger o

presente”, resume o executivo da Seguros

Unimed.

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