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tende a ser natural com a retomada da economia, como resposta
da sociedade ao “novo normal”. É como pensa Ana Rita Petraroli,
para quem o acúmulo de reservas pessoais é fundo que acaba
sendo utilizado em momentos de dificuldade. “E 2020 foi o ano das
dificuldades, como o fechamento de muitos postos de trabalho e
muitos profissionais sem recebimento dos seus bônus, desemprego
e vocação mais tradicional nas aplicações financeiras. Tudo isso traz
uma queda do movimento poupador, impactando, diretamente, os
fundos de previdência”, aponta Ana Rita.
Sacchetto, da Seguros Unimed, frisa, porém, que não houve
perda de público e sim uma pausa “forçada” desse público por questões
emergenciais que a pandemia trouxe para as famílias: “Quem
era investidor de previdência continuará sendo. Ao contrário, a
pandemia trouxe uma oportunidade para trazermos mais pessoas
para a previdência. A pandemia deixou claro o quanto é importante
contar com uma reserva para a futuro. Muitas pessoas descobriram
de modo muito difícil o que é não ter uma reserva para atravessar
momentos de adversidade.”
Tatiane Porto explica, contudo, que os resgates podem ser
explicados por diversos fatores, começando por pânico dos investidores
devido à queda na rentabilidade dos fundos como até mesmo
perda do emprego e urgências de capital. Há, segundo Tatiane, duas
ferramentas fundamentais para evitar esse movimento de resgates
na previdência: educação financeira e boa assessoria.
“A previdência é um investimento de longo prazo, sendo assim
ela não deve ser utilizada para construir a reserva de emergência.
Além disso, realizar saques em momentos como março e abril
significa que os investidores estão efetivando suas perdas. Particularmente
não tivemos muitos resgates nesse período devido ao
trabalho de assessoria. A entrada de novos clientes e aportes vai se
recuperando na medida em que o momento de maior volatilidade
já passou e a atividade econômica, assim como a capacidade de
poupança dos clientes, vai sendo retomada”, diz a Head de previdência
da Órama Investimentos.
Marchi, da MAG, defende a tese de que as pessoas estão ficando
mais conscientes sobre a importância de se proteger para o
futuro, e isso engloba tanto a demanda por seguro de vida quanto
por previdência. A tendência — reforça ele — é que estes mercados
sigam o crescimento no longo prazo, impulsionados por uma maior
educação financeira da sociedade. “Sobre o aspecto de previdência,
vemos um movimento da indústria em oferecer soluções cada vez
mais competitivas e vantajosas para as pessoas”, completa.
O cenário atual fomenta, assim, questões de diversas frentes
sobre a carteira de produtos, uma delas a de que produtos que
combinam poupança e cobertura de risco poderiam despertar mais
interesse dos investidores. Para Tatiane Porto a resposta é “sim”. Ela,
entretanto, pondera: “Mas, de forma geral, os produtos de risco que
geralmente são vendidos com a previdência, são bem simplificados
e com coberturas de valores reduzidos. Um bom planejamento financeiro
pensa no futuro e um dos pilares do planejamento financeiro
é a busca por proteção para eventualidades e imprevistos que
podem ocorrer durante a nossa vida. Sendo assim, devemos dedicar
atenção para a questão do gerenciamento de risco, buscando com
ALFEO MARCHI,
da MAG Seguros
seus consultores a cobertura ideal para
atender as suas necessidades.”
Diniz, da Icatu Seguros, define a
associação de um plano de previdência
privada com seguro de vida bastante
“poderosa” e funciona como uma “blindagem
patrimonial”. Segundo ele, há uma
tendência mundial e as pessoas têm buscado
mais informações sobre produtos
que associam proteção e construção de
patrimônio, sobretudo porque todos têm
a preocupação com o legado, o que vão
deixar para as gerações futuras, especialmente
quando se trata de familiares muito
próximos: “A Icatu, por exemplo, lançou,
em 2019, dois produtos de Vida inspirados
no Universal Life americano, proteção e
construção de patrimônio, que podem ser
utilizados pelo segurado ainda em vida.”
Marchi também não tem dúvidas.
Para ele, o produto que juntar poupança
com cobertura de risco é a “combinação
ideal” para a sociedade. “É preciso se programar
para o futuro entendendo o conceito
de ser previdente. Ou seja, antever
os riscos aos quais todos estão expostos.
Precisamos nos planejar financeiramente
caso algo aconteça neste período de acumulação.
Por isso, as coberturas de risco
são tão importantes”, conclui o executivo
da MAG. Sacchetto segue a mesma linha:
“É uma tendência. As pessoas começam
a perceber que não é só o futuro que importa.
Temos que pensar em proteger o
presente”, resume o executivo da Seguros
Unimed.
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