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Revista Apólice #260

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sobre a iminência de um determinado fenômeno natural potencialmente

catastrófico, “Também atuamos no plano de contingência e os

ajudamos a se recuperarem mais rapidamente por meio de soluções

de seguro paramétrico. Essas soluções são ferramentas poderosas de

mitigação de riscos. Desde que sejam acionados pela medida direta

do clima ou índice Nat Cat, são extremamente rápidas, transparentes

e totalmente ajustáveis às necessidades do cliente”, afirma Godier.

SEGUROS PARAMÉTRICOS

Com a tecnologia, os seguros paramétricos - cobertura personalizada

que utiliza um parâmetro independente, geralmente um

índice meteorológico, para correlacionar fenômenos ambientais

com o fluxo de receitas ou a estrutura de custos – passaram a ser

uma alternativa interessante para diversas indústrias como a de produção

de energia, o agronegócio, o turismo e da moda, entre outras.

“O produto paramétrico oferecido pela Swiss Re Corporate

Solutions para os segmentos agrícola e de energia tem um conceito

simples”, explica Perondi. “A seguradora, o cliente e o seu corretor

acordam um parâmetro que vai disparar o gatilho de cobertura da

apólice. Esse parâmetro normalmente é ligado a variáveis climáticas,

como por exemplo excesso ou falta de chuva ou vento ou ainda

variações não esperadas em níveis de vazão de rios ou temperatura.

O contrato de seguro define o período em que o parâmetro precisa

ser atingido, a localização de cobertura e a empresa especializada

que determinará um parâmetro externo, o que assegura independência

no critério de apuração. Se, durante o período de vigência da

apólice, o parâmetro for atingido no período e localização contratados,

a indenização é feita conforme o contratado.”

O seguro paramétrico não indeniza a perda pura, mas antecipadamente

concorda em efetuar um pagamento na ocorrência de

um evento desencadeante. O “gatilho” é a expectativa de prejuízo,

e não o dano material direto. “O seguro paramétrico é uma solução

de gestão de risco que pode ser customizada para atender setores

como de energia, seja hidráulica ou eólica, setor agro, ou qualquer

outro setor que possa ser impactado por variações inesperadas”, informa

Eduardo Lucena, CEO da THB Brasil.

A THB Brasil possui um divisão específica para oferecer seguros

em agro e entre as soluções alternativas de transferência de riscos

oferecidas, a empresa inclui o seguro paramétrico. “Atualmente

as taxas praticadas pelo mercado tem sido uma barreira para as vendas”,

explica Lucena.

Perondi, da Swiss Re, lembra que o seguro paramétrico foi

originalmente concebido para o segmento de empresas médias e

grandes que, em geral, tem um nível do conhecimento técnico mais

amplo das soluções de transferência de risco que o segmento de

seguros oferece. “Porém existem esforços concretos para ampliar a

adoção do produto e vale a pena destacar a iniciativa brasileira de

permitir que os recursos do Programa de Subvenção ao Prêmio do

Seguro Rural (PSR) do governo federal sejam destinados também ao

seguro paramétrico”, informa.

Desde setembro, após autorização da Superintendência de

Seguros Privados (Susep), o Comitê Gestor Interministerial do Seguro

Rural aprovou a Resolução nº 79, que estabeleceu o percentual

STÉPHANE GODIER,

da AXA Climate

de subvenção ao prêmio de 20% para o

seguro paramétrico, para qualquer atividade.

“Trata-se de uma decisão inovadora

e muito pertinente e que deve impulsionar

o produto em novos segmentos de

empresas”, comemora.

Com dezenas de programas de

seguros paramétricos no Brasil e na

América Latina, a AON acredita que este

tipo de cobertura é viável para várias

atividades, como Energias Renováveis,

Agricultura, Infraestrutura & Construção,

Turismo e Hotelaria, Transportes, entre

outras. “Tudo que tenha um parâmetro

com histórico confiável, mensurável por

entidades independentes, e que tenha

uma boa correlação entre as perdas ocorridas

no passado com os interesses seguráveis,

é viável para seguro. Exemplos de

parâmetros possíveis e que podem gerar

perdas aos clientes são os extremos de

alta ou baixa temperatura, a falta ou excesso

de chuvas, a velocidade dos ventos

e falta de irradiação solar”, comenta

Lang. “Caso o índice alcance um gatilho

predeterminado, o segurado recebe o

pagamento acordado, de forma rápida e

praticamente automática, uma vez que

os parâmetros envolvem medições objetivas

e independentes, sem necessidade

de vistoria de regulação em campo. Isso

ajuda o segurado a ter um melhor fluxo financeiro,

ajudando-o a restabelecer suas

operações mais rapidamente e evitando

um impacto negativo a seus colaboradores

e à comunidade”.

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