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Revista Apólice #260

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de dinheiro no mercado: “As empresas, mesmo antes de serem impactadas

diretamente, seguraram o dinheiro. Os empresários, as

corretoras de seguros seguraram um pouco mais os pagamentos.

A gente teve um aumento expressivo também na inadimplência.”

A retomada da carteira de clientes da Regula foi, enfim, verificada

em junho, segundo Junior, quando o índice de sinistralidade

voltou a crescer, sobretudo por conta do aumento do número de

roubos em sedes de empresas fechadas e de invasões em prédios.

ESTREIA E SUPERAÇÃO

A inesperada e brusca mudança na rotina dos negócios, na

rotina da vida, em si, implodiu planos e fez com que estratégias, então

meticulosamente desenhadas um ano antes, consumido dias,

semanas e até meses, tivessem de ser revistas abruptamente. Se

foi difícil para empresas com alguns ou muitos anos de estrada no

mercado, o que dizer daquelas que iniciavam suas jornadas? Esse

foi o caso da Way Reguladora. Fundada em setembro de 2019 e com

a estrutura física inaugurada exatamente no dia 1 de março deste

ano, duas semanas antes de o país entrar em isolamento social total,

a empresa, com sede em Porto Alegre, viu todo o seu produto principal,

o atendimento a sinistros de veículos de carga, ser impactado.

“Prestamos serviços a seguradoras e seus clientes, desde o

resgate das mercadorias, quando acontece um acidente na estrada,

até a regulação, levantamento dos prejuízos causados e definição

do prejuízo a ser indenizado pelo seguro. A restrição de circulação

impactou diretamente na atividade, tanto no fluxo quanto nas rotinas.

O negócio, em sua essência, é vinculado ao transporte e acompanhando

os números do setor, começamos a ver a queda, o impacto

da pandemia e suas restrições no transporte de carga, números

que foram caindo de forma agressiva, 20, 30 até chegar a quase 50%

de queda no fluxo. Uma crise no transporte estava anunciada e o

impacto em nosso negócio era inevitável. Essa crise sanitária trouxe

mudanças para todas as linhas de negócios existentes e o mercado

securitário também foi muito afetado, pois está ligado diretamente

a produção, movimentação econômica e de pessoas”, acentua a executiva

da Way Cátia Muller.

Houve estagnação, admite Cátia. A Way estava em fase de

alavancagem do negócio no mercado, com várias reuniões marcadas

e boas perspectivas de novos negócios. Clientes também estavam

tentando se organizar em meio a um turbilhão de informações

e recomendações, movimentando toda uma estrutura de pessoas

para o trabalho home office. “Nesse momento, sabíamos que os novos

negócios ficariam em segundo plano e em primeiro a preservação

da vida e o funcionamento do que já estava implantado. Agora,

no segundo semestre, já estamos com uma operação de atendimentos

em curva de crescimento e retomando negociações para

ampliação, percebemos um mercado mais equilibrado, adaptado às

novas necessidades e buscando mudanças, trazendo o aprendizado

das dificuldades que essa pandemia trouxe a todos, as empresas de

um modo geral ampliaram a visão, querem coisas novas, funcionais

e com custo adequado”, completa Cátia.

Antes da pandemia, os segmentos que giram em torno do

mercado de seguros estavam em franco crescimento. O de sinistros

AUGUSTO VICENTE ESTEVES JUNIOR,

da Regula Sinistros

era um deles, e seguia a tendência. Com

a pandemia, começaram a se intensificar

variações nas contratações de apólices.

Seguros de automóveis, por exemplo,

perderam fôlego. Na outra via, atraíram

mais a atenção do consumidor os seguros

de vida e saúde, sobretudo após a

maioria das seguradoras incluírem em

seus contratos a cláusula cobrindo riscos

de pandemia, até então uma espécie de

tabu para muitas empresas. “A partir disso

houve um aumento expressivo na contratação

de seguros de vida e, por consequência,

nos sinistros”, resume Junior, da

Regula.

O executivo reconhece que a empresa

vivenciou momentos difíceis de

março a maio, quando a estagnação no

mercado mostrava-se irreversível para

todos. Nada evoluía. Houve, destacou

ele, dificuldade da Regula para ampliar

o leque de clientes, mas sem necessariamente

um decréscimo porque as corretoras

de seguros não cortaram o investimento

que fazem na terceirização do

processo de sinistro. “Passados os três

meses iniciais da pandemia, a gente teve

um aumento no número de clientes, porque

as corretoras de seguros começaram

a demitir colaboradores para redução de

despesas e viram na Regula uma solução

para essa redução de despesas, dado

que é muito mais barato terceirizar o

departamento de sinistro do que ter um

próprio”, salienta Junior.

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