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de dinheiro no mercado: “As empresas, mesmo antes de serem impactadas
diretamente, seguraram o dinheiro. Os empresários, as
corretoras de seguros seguraram um pouco mais os pagamentos.
A gente teve um aumento expressivo também na inadimplência.”
A retomada da carteira de clientes da Regula foi, enfim, verificada
em junho, segundo Junior, quando o índice de sinistralidade
voltou a crescer, sobretudo por conta do aumento do número de
roubos em sedes de empresas fechadas e de invasões em prédios.
ESTREIA E SUPERAÇÃO
A inesperada e brusca mudança na rotina dos negócios, na
rotina da vida, em si, implodiu planos e fez com que estratégias, então
meticulosamente desenhadas um ano antes, consumido dias,
semanas e até meses, tivessem de ser revistas abruptamente. Se
foi difícil para empresas com alguns ou muitos anos de estrada no
mercado, o que dizer daquelas que iniciavam suas jornadas? Esse
foi o caso da Way Reguladora. Fundada em setembro de 2019 e com
a estrutura física inaugurada exatamente no dia 1 de março deste
ano, duas semanas antes de o país entrar em isolamento social total,
a empresa, com sede em Porto Alegre, viu todo o seu produto principal,
o atendimento a sinistros de veículos de carga, ser impactado.
“Prestamos serviços a seguradoras e seus clientes, desde o
resgate das mercadorias, quando acontece um acidente na estrada,
até a regulação, levantamento dos prejuízos causados e definição
do prejuízo a ser indenizado pelo seguro. A restrição de circulação
impactou diretamente na atividade, tanto no fluxo quanto nas rotinas.
O negócio, em sua essência, é vinculado ao transporte e acompanhando
os números do setor, começamos a ver a queda, o impacto
da pandemia e suas restrições no transporte de carga, números
que foram caindo de forma agressiva, 20, 30 até chegar a quase 50%
de queda no fluxo. Uma crise no transporte estava anunciada e o
impacto em nosso negócio era inevitável. Essa crise sanitária trouxe
mudanças para todas as linhas de negócios existentes e o mercado
securitário também foi muito afetado, pois está ligado diretamente
a produção, movimentação econômica e de pessoas”, acentua a executiva
da Way Cátia Muller.
Houve estagnação, admite Cátia. A Way estava em fase de
alavancagem do negócio no mercado, com várias reuniões marcadas
e boas perspectivas de novos negócios. Clientes também estavam
tentando se organizar em meio a um turbilhão de informações
e recomendações, movimentando toda uma estrutura de pessoas
para o trabalho home office. “Nesse momento, sabíamos que os novos
negócios ficariam em segundo plano e em primeiro a preservação
da vida e o funcionamento do que já estava implantado. Agora,
no segundo semestre, já estamos com uma operação de atendimentos
em curva de crescimento e retomando negociações para
ampliação, percebemos um mercado mais equilibrado, adaptado às
novas necessidades e buscando mudanças, trazendo o aprendizado
das dificuldades que essa pandemia trouxe a todos, as empresas de
um modo geral ampliaram a visão, querem coisas novas, funcionais
e com custo adequado”, completa Cátia.
Antes da pandemia, os segmentos que giram em torno do
mercado de seguros estavam em franco crescimento. O de sinistros
AUGUSTO VICENTE ESTEVES JUNIOR,
da Regula Sinistros
era um deles, e seguia a tendência. Com
a pandemia, começaram a se intensificar
variações nas contratações de apólices.
Seguros de automóveis, por exemplo,
perderam fôlego. Na outra via, atraíram
mais a atenção do consumidor os seguros
de vida e saúde, sobretudo após a
maioria das seguradoras incluírem em
seus contratos a cláusula cobrindo riscos
de pandemia, até então uma espécie de
tabu para muitas empresas. “A partir disso
houve um aumento expressivo na contratação
de seguros de vida e, por consequência,
nos sinistros”, resume Junior, da
Regula.
O executivo reconhece que a empresa
vivenciou momentos difíceis de
março a maio, quando a estagnação no
mercado mostrava-se irreversível para
todos. Nada evoluía. Houve, destacou
ele, dificuldade da Regula para ampliar
o leque de clientes, mas sem necessariamente
um decréscimo porque as corretoras
de seguros não cortaram o investimento
que fazem na terceirização do
processo de sinistro. “Passados os três
meses iniciais da pandemia, a gente teve
um aumento no número de clientes, porque
as corretoras de seguros começaram
a demitir colaboradores para redução de
despesas e viram na Regula uma solução
para essa redução de despesas, dado
que é muito mais barato terceirizar o
departamento de sinistro do que ter um
próprio”, salienta Junior.
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