ENTREVISTA QUAIS FORAM OS PRINCIPAIS IMPACTOS DA PANDEMIA NO SETOR PRODUTIVO EM 2020? Foi um ano atípico para qualquer país e, sem dúvidas, ainda mais desafiador para o Brasil. Aqui, a pandemia ocorreu em um momento ainda de muitas fragilidades. Essa é uma questão importante. O Brasil tinha passado por uma recessão muito dura, que teve início em 2014 e durou até 2016, mas foi uma saída atípica, de baixo crescimento. Algo muito estranho ocorreu na economia brasileira. É natural ter um crescimento rápido ao sair da recessão, mas o que tivemos foram anos de baixo crescimento e produtividade, com o mercado de trabalho ruim e de informalidade, além de desafios fiscais. Então veio a pandemia, que exige muito do setor público. Diferentemente de uma crise financeira, na qual você faz políticas monetárias e consegue se recuperar, é necessária a transferência de renda. Nesse aspecto, o Brasil teve um choque atenuado por investir fortemente em políticas fiscais, similar aos países ricos, tanto que o resultado do PIB no segundo trimestre foi uma queda menor do que a registrada em outras nações. Tivemos uma queda menor por gastar mais. Naturalmente, depois de o Brasil fazer políticas fiscais fortes, veio a recuperação. E NA INDÚSTRIA, DE FORMA GERAL? Com protocolos rígidos, foi possível conviver com a pandemia. A indústria sofreu no início pelo lockdown severo, e as cadeias de produção pararam, mas com a normalização das cadeias, a indústria pode funcionar com a pandemia. É difícil de entender, mas é interessante do ponto de vista da organização produtiva. Outro fato é que as pessoas receberam renda e não puderam consumir serviços, então a poupança aumentou e a renda foi para o consumo de bens. Alguns setores da indústria foram muito favorecidos, como os de bens não duráveis e de bens farmacêuticos, relacionados à saúde. A indústria de bens também demanda um intermediário produzido pela própria indústria, então criou- -se esse ciclo virtuoso. Isso é um padrão dos países e isso é muito bom. Nem todos os setores se beneficiam tão rapidamente. QUAIS SÃO AS PERSPECTIVAS PARA 2021? É um desafio grande. Poderíamos imaginar uma recuperação muito rápida com a vacinação. Muitos países já estão em ritmo rápido de vacinação. Começamos 2021 com uma onda mais forte de novos casos da doença. Caso tivéssemos a vacinação acontecendo muito rápido, poderíamos ter perspectivas melhores. Os EUA (Estados Unidos da América) vão crescer muito esse ano, porque têm espaço para crescer com políticas expansionistas e fiscais. O Brasil não, porque gastamos muito no ano passado e não temos orçamento. WHAT WERE THE SIGNIFICANT IMPACTS OF THE PANDEMIC ON THE PRODUCTIVE SECTOR IN 2020? It was an atypical year for any country and undoubtedly even more challenging for Brazil. Here, the pandemic still occurred at a time of several weak economic activities. That’s an important issue. Brazil had gone through a brutal recession, which began in 2014 and lasted until 2016, but recovery was atypical, with low growth. Something extraordinary had occurred in the Brazilian economy. It is natural to have rapid growth coming out of recession, but we had years of low growth and productivity with a bad labor market, much informality, and fiscal challenges. Then came the pandemic, which required a lot from the Public Sector. Unlike a financial crisis, in which you create monetary policies and recover, income transfer is necessary. In this respect, Brazil had a shock mitigated by investing heavily in fiscal policies, similar to rich countries, so much so that the resulting GDP in the second quarter of 2020 fell less than that recorded in other countries. We had a lower fall due to spending more. Naturally, after Brazil created solid fiscal policies, recovery came. AND IN INDUSTRY IN GENERAL? With strict protocols, it was possible to live with the pandemic. Industry suffered at first from the severe lockdowns, and production chains were broken, but with the normalization of the chains, industry began to work with the pandemic. It’s hard to understand, but it’s interesting from the point of view of the productive organization. Another fact is that people received income but could not consume services, so savings increased while the added income went to the consumption of goods. Some <strong>Industrial</strong> Sectors have been highly favored, such as non-durable goods and health-related pharmaceuticals. The goods industry also demands intermediary inputs produced by industry itself, so this virtuous cycle was created. That’s a country standard, and that’s very good. But not all sectors benefited so quickly. ACHO QUE É POSSÍVEL CRESCER EM TORNO DE 3,5% EM 2021, MAS É UM ANO MUITO DESBALANCEADO: UM PRIMEIRO SEMESTRE MUITO RUIM E O SEGUNDO MUITO BOM 38 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2021
Tecnologia e soluções DE ALTA PERFORMANCE para processos de colagem e acabamento A Mafercon atua no mercado em parceria com duas importantes marcas alemãs do ramo no Brasil, Planatol GmbH e LcM GmbH. Com mais de 20 anos de experiência no mercado madeireiro, moveleiro e indústria gráfica, oferecendo soluções com produtos de alta performance para diferentes processos de colagem e acabamento. Av. Ver. Abrahão João Francisco, 4000 | Itajaí - SC (47) 2125-1026 | (47) 3021-4606 | (47) 3021-7590 contato@mafercon.com.br | mafercon.com.br