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Editorial<br />
Ano 28 - <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> - Julho 2021<br />
Prezado leitor,<br />
Apesar da queda considerável nas<br />
estatísticas durante as últimas semanas,<br />
o número de óbitos por dia em nosso país<br />
segue alto e por vezes superando o que é<br />
registrado em continentes inteiros.<br />
Especialistas em saúde pública seguem<br />
defendendo estratégias essenciais para<br />
controlar a pandemia e para que os<br />
números não voltem a subir.<br />
A vacinação de todos os brasileiros,<br />
ao que tudo indica, ajudará a evitar os<br />
casos mais graves e reforçar as medidas<br />
como o distanciamento físico, o uso de<br />
máscaras ao sair de casa, os cuidados<br />
com a circulação de ar pelos ambientes e<br />
a higiene das mãos.<br />
Então vamos manter nossa esperança<br />
seguindo com as medidas de segurança<br />
que nos permitirá não apenas lidar com o<br />
atual cenário da pandemia, mas também<br />
nos deixaria mais preparados para o que<br />
pode vir pela frente, especialmente a partir<br />
da chegada ou da descoberta de novas<br />
variantes.<br />
Nesta edição trazemos uma revisão de<br />
literatura sobre os Principais Marcadores<br />
Tumorais Usados na Clínica Médica e um<br />
artigo sobre A Importância da Aplicação<br />
de Novas Metodologias no Diagnóstico da<br />
Toxoplasmose em Pacientes Imunossupressos.<br />
Além do vasto conteúdo abordado<br />
por nossos colunistas e as novidades<br />
anunciadas por nossos clientes.<br />
No ano passado somamos a marca de<br />
1 milhão de acessos e este ano, somente no<br />
primeiro semestre já estamos perto deste<br />
número, a você querido leitor, nosso muito<br />
obrigada!<br />
Nós da equipe <strong>Newslab</strong> desejamos<br />
vacina para todos e um mundo melhor<br />
quando tudo isso passar.<br />
Tenham uma excelente leitura!<br />
Luciene Almeida<br />
Editora Chefe<br />
*Com informações de BBC News Brasil<br />
Para novidades na área de diagnóstico e pesquisa,<br />
acessem nossas redes sociais:<br />
/revistanewslab<br />
/revistanewslab<br />
Ano 28 - <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> - Julho 2021<br />
<strong>Newslab</strong> Editora Eireli - <strong>Revista</strong> NewsLab<br />
Av. Nove de Julho, 3.229 - Cj. 1110 - 01407-000 - São Paulo - SP<br />
Tel.: (11) 3900-2390 - www.newslab.com.br - revista@newslab.com.br<br />
CNPJ.: 35.678.385/0001-25 - Insc. Est.: 128.209.420.119 - ISSN 0104 - 8384<br />
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@revista_newslab<br />
EXPEDIENTE<br />
Realização: NEWSLAB EDITORA EIRELI<br />
Conselho Editorial: Sylvain Kernbaum | revista@newslab.com.br<br />
Jornalista Responsável: Luciene Almeida | redacao@newslab.com.br<br />
Assinaturas: Daniela Faria (11) 98357-9843 | assinatura@newslab.com.br<br />
Comercial: João Domingues (11) 98357-9852 | comercial@newslab.com.br<br />
Produção de conteúdo: FC Design | contato@fcdesign.com.br<br />
Impressão: Gráfica Hawaii | Periodiciade: Bimestral<br />
0 2<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
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revista<br />
Ano 28 - <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> - Julho 2021<br />
Normas de Publicação<br />
para artigos e informes de mercado<br />
A <strong>Revista</strong> <strong>Newslab</strong>, em busca constante de novidades em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas para<br />
publicação de artigos, aos autores interessados. Caso precise de informações adicionais, entre em contato com a redação.<br />
Informações aos Autores<br />
A <strong>Revista</strong> <strong>Newslab</strong>, em busca constante de novidades<br />
em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas<br />
para publicação de artigos, aos autores interessados. Caso<br />
precise de informações adicionais, entre em contato com<br />
a redação.<br />
Informações aos autores<br />
Bimestralmente, a <strong>Revista</strong> NewsLab publica editoriais,<br />
artigos originais, revisões, casos educacionais, resumos de teses<br />
etc. Os editores levarão em consideração para publicação toda e<br />
qualquer contribuição que possua correlação com as análises<br />
clínicas, a patologia clínica e a hematologia.<br />
Todas as contribuições serão revisadas e analisadas pelos<br />
revisores. Os autores deverão informar todo e qualquer<br />
conflito de interesse existente, em particular aqueles de<br />
natureza financeira relativo a companhias interessadas<br />
ou envolvidas em produtos ou processos que estejam<br />
relacionados com a contribuição e o manuscrito apresentado.<br />
Acompanhando o artigo deve vir o termo de compromisso<br />
assinado por todos os autores, atestando a originalidade do<br />
artigo, bem como a participação de todos os envolvidos.<br />
Os manuscritos deverão ser escritos em português, mas com<br />
Abstract detalhado em inglês. O Resumo e o Abstract deverão<br />
conter as palavras-chave e keywords, respectivamente.<br />
As fotos e ilustrações devem preferencialmente ser<br />
enviadas na forma original, para uma perfeita reprodução.<br />
Se o autor preferir mandá-las por e-mail, pedimos<br />
que a resolução do escaneamento seja de 300 dpi’s, com<br />
extensão em TIF ou JPG.<br />
Os manuscritos deverão estar digitados e enviados<br />
por e-mail, ordenados em título, nome e sobrenomes<br />
completos dos autores e nome da instituição onde o estudo<br />
foi realizado. Além disso, o nome do autor correspondente,<br />
com endereço completo fone/fax e e-mail também<br />
deverão constar. Seguidos por resumo, palavras-chave,<br />
abstract, keywords, texto (Ex: Introdução, Materiais e<br />
Métodos, Parte Experimental, Resultados e Discussão,<br />
Conclusão) agradecimentos, referências bibliográficas,<br />
tabelas e legendas.<br />
As referências deverão constar no texto com o sobrenome<br />
do devido autor, seguido pelo ano da publicação, segundo<br />
norma ABNT 10520.<br />
As identificações completas de cada referência citadas no<br />
texto devem vir listadas no fim, com o sobrenome do autor em<br />
primeiro lugar seguido pela sigla do prenome. Ex.: sobrenome,<br />
siglas dos prenomes. Título: subtítulo do artigo. Título do livro/<br />
periódico, volume, fascículo, página inicial e ano.<br />
Evite utilizar abstracts como referências. Referências<br />
de contribuições ainda não publicadas deverão ser<br />
mencionadas como “no prelo” ou “in press”.<br />
Os trabalhos deverão ser enviados ao endereço:<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab<br />
A/C: Luciene Almeida – redação<br />
Av. Nove de Julho, 3.229 - Cj. 1110<br />
CEP 01407-000 - São Paulo-SP<br />
Pelo e-mail: redacao@newslab.com.br<br />
Ou em http://www.newslab.com.br/publique/<br />
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Contato<br />
A sua opinião é muito importante para nós. Por isso, criamos<br />
vários canais de comunicação para você, nosso leitor.<br />
REDAÇÃO: Av. Nove de Julho, 3.229 - Cj. 1110 - 01407-000 - São Paulo-SP<br />
TELEFONE: (11) 3900-2390<br />
EMAIL: redacao@newslab.com.br.<br />
Acesse nosso site: www.newslab.com.br<br />
Para novidades na área de diagnóstico e pesquisa, acessem nossas redes sociais:<br />
/revistanewslab<br />
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/revistanewslab<br />
@revista_newslab<br />
Esta publicação é dirigida aos laboratórios, hemocentros e universidades de todo o país. Os artigos e informes<br />
assinados são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião da <strong>Newslab</strong> Editora Eireli.<br />
Filiado à:<br />
0 4<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
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A medicina diagnóstica mudou muito<br />
no último ano. Nós também.<br />
Diante da pandemia da COVID-19, quando<br />
os cuidados com a saúde não podiam parar,<br />
reforçamos nosso Apoio para estar ainda<br />
mais junto dos nossos clientes.<br />
Mantivemos abertos todos os nossos<br />
NTOs, garantindo uma estrutura de<br />
análises clínicas funcionando em todo<br />
o país. Também aumentamos nossa<br />
frota para dar conta da nova demanda<br />
e rotina de coletas diárias.<br />
Ampliamos nossos canais de<br />
atendimento e digitalizamos nossos<br />
Simpósios para manter, ainda que à<br />
distância, a troca de conhecimento<br />
com os treinamentos e palestras dos<br />
nossos especialistas.<br />
Oferecemos o Avaro Total, uma<br />
alternativa de terceirização da produção<br />
como forma de transformar custos<br />
fixos em variáveis, colaborando para a<br />
sustentabilidade do laboratório.<br />
Além, claro, dos exames para COVID-19,<br />
que trouxemos com pioneirismo ao<br />
nosso portfólio.<br />
Mas, o mais importante neste processo,<br />
foi estreitar a relação com os nossos<br />
parceiros. Pois é nela que o nosso<br />
negócio ganha seu pleno sentido.<br />
Essas e outras medidas só reforçam<br />
nosso compromisso com os nossos<br />
apoiados e seus pacientes. Porque esse<br />
é o nosso trabalho. Apoiar vidas.<br />
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Juntos por toda vida<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
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recebendo novos pacientes, enfrentando as mesmas angústias.<br />
Estudando e buscando respostas. Acrescentando à rotina do seu<br />
laboratório um cuidado ainda maior de acolhimento.<br />
Nosso agradecimento aos profissionais<br />
dos laboratórios brasileiros.<br />
A quem, diariamente, segue ouvindo, realizando exames<br />
e dando informações essenciais para preservar a saúde de todos.
Índice remissivo de anunciantes<br />
ordem alfabética<br />
revista<br />
Ano 28 - <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> - Julho 2021<br />
ANUNCIANTE PÁG. ANUNCIANTE PÁG.<br />
ALTONA DIAGNOSTICS BRASIL 03<br />
ALVARO APOIO 06-07<br />
AMAMEDICAL 19<br />
BECKMAN COULTER - DIVISÃO LIFE SCIENCE 09<br />
BIOMEDICA 93<br />
BIOTECNO 109<br />
BUNZL SAÚDE 05<br />
CELLAVISION 87<br />
DB DIAGNÓSTICOS<br />
4ª CAPA<br />
DIAGNO 160-161<br />
DIAGNOBEL 27<br />
DIAGNÓSTICA CREMER 95<br />
ELBER MEDICAL 51<br />
EQUIP DIAGNÓSTICA 97 | 113<br />
ERBA 111<br />
EUROIMMUN 141<br />
FIRSTLAB 91<br />
GREINER 137<br />
GRIFOLS 23<br />
GT GROUP - BIOSUL 61<br />
HORIBA 2ª CAPA | 147<br />
J. R. EHLKE&CIA 64-65<br />
JORNADA MULTI RM E TC 163<br />
KOLPLAST 107<br />
LABOR LINE 11<br />
LABORATÓRIO SODRÉ 12-13<br />
LABTEST 115<br />
LUMIRADX 39 | 83<br />
MGI AMERICA 131<br />
MINDRAY 47<br />
MOBIUS 77<br />
MP SYSTEMS 15<br />
NEWPROV 119<br />
NIHON 69<br />
NIHON DISTRIBUIDORES 42-43<br />
PENSABIO 99<br />
PMH PRODUTOS 127<br />
PNCQ 165<br />
PRIME CARGO<br />
3ª CAPA<br />
RENYLAB 123<br />
SARSTEDT 145<br />
SBPC <strong>166</strong>-167<br />
SIEMENS 79<br />
SNIBE 33<br />
TBS - BINDING SITE 103<br />
VEOLIA 153<br />
VIDA BIOTECNOLOGIA 57<br />
VYTRA DIAGNÓSTICOS 72<br />
WAMA 129<br />
Conselho Editorial<br />
Prof. Humberto Façanha da Costa filho - Engenheiro, Mestre em Administração e Especialista em Análise de Sistemas | Dr. Dan Waitzberg - Associado do Departamento de Gastroenterologia da Fmusp. Diretor Ganep Nutrição<br />
humana | Prof. Angela Waitzberg - Professora doutora livre docente do departamento de patologia da UNIFESP | Prof. José de Souza Andrade Filho - Patologista no hospital Felício Rocho BH, membro da academia Mineira<br />
de Medicina e Professor de Patologia da Faculdade de Ciências Médicas do Minas Gerais | Fábia Regina Severiano Bezerra - Biomédica. Especialista em Gestão de Contratos pela Universidade Corporativa da Universidade de São<br />
Paulo. Auditora em Sistemas de Gestão da Qualidade: ISO 9001:15 e NBR ISO 14001:15, Organização Nacional de Acreditação (ONA). Auditora Interna da Divisão de Laboratórios do Hospital das Clínicas da Faculdade Medicina da<br />
Universidade de São Paulo | Luiz Euribel Prestes Carneiro – Farmacêutico-Bioquímico, Depto. de Imunologia e de Pós-Graduação da Universidade do Oeste Paulista, Mestre e Doutor em Imunologia pela USP/SP | Dr. Amadeo<br />
Saéz-Alquézar - Farmacêutico-Bioquímico | Prof. Dr. Antenor Henrique Pedrazzi – Prof. Titular e Vice-Diretor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP | Prof. Dr. José Carlos Barbério – Professor Emérito da<br />
USP | Dr. Silvano Wendel – Banco de Sangue do Hospital Sírio-Libanês | Dr. Paulo C. Cardoso De Almeida – Doutor em Patologia pela Faculdade de Medicina Da USP | Dr. Zan Mustacchi – Prof. Adjunto de Genética da Faculdade<br />
Objetivo/UNIP | Dr. José Pascoal Simonetti – Biomédico, Pesquisador Titular do Depto de Virologia do Instituto Oswaldo Cruz - Fiocruz - RJ | Dr. Sérgio Cimerman – Médico-Assistente do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e<br />
Responsável Técnico pelo Laboratório Cimerman de Análises Clínicas.<br />
Colaboraram nesta <strong>Edição</strong>:<br />
Morgana Holtermann Fritzen, Allyne Cristina Grando, Amanda Sardeli Alqualo Assa, Stela Macedo Munareto, Allyne Cristina Grando, Humberto Façanha, Fábia Bezerra, Gilson Azevedo, Américo<br />
Moraes Neto, Maria Elizabeth Menezes, Gleiciere Maia Silva, Jorge Luiz Silva Araújo-Filho, Luiz Arthur Calheiros Leite, Brunno Câmara, Lisiane Cervieri Mezzomo, José de Souza Andrade-Filho.<br />
0 8<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
Palavra do Leitor<br />
revista<br />
Ano 28 - <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> - Julho 2021<br />
Muitas mensagens de carinho e reconhecimento chegam até nós. Então resolvemos compartilhar<br />
com vocês, através da nossa agora Palavra do Leitor.<br />
Você tem algum elogio, sugestão ou crítica, gostaria de sugerir algum tema ou falar sobre algum artigo?<br />
Envie um e-mail com o título “Palavra do Leitor” para redacao@newslab.com.br<br />
"Parabenizo a editora chefe, Luciene<br />
Almeida, e toda equipe, pela excelente<br />
condução da revista NEWSLAB. Recheada<br />
de novidades, assuntos atuais, reportagens<br />
interessantíssimas a revista traz o que a há<br />
de melhor para o meio laboratorial."<br />
Marbenha Linko<br />
Farmacêutica Bioquímica ; Presidente OFAC Brasil ; Vice Presidente do CRF-MA;<br />
Especialista em Citologia Mestrado em Gestão Pesquisa e Desenvolvimento em<br />
Tecnologia Farmacêutica; Pós Graduanda em MBA Gestão Laboratorial.<br />
"Gosto da revista <strong>Newslab</strong> porque aborda temas muito relevantes para<br />
nossa área. Aprecio também as apresentações<br />
das inovações de mercado e suas opções de<br />
compra. Sigo também a rede social, que<br />
sempre me mantem muito bem informada,<br />
como se fosse um jornal. Enfim, fico muito<br />
satisfeita que tenhamos no Brasil, uma mídia<br />
laboratorial com tanta qualidade!"<br />
Fábia Bezerra, Biomédica<br />
Gerente Nacional da Qualidade da Hapvida Diagnósticos.<br />
"Gostaria de parabenizar o corpo editorial da <strong>Newslab</strong>, que tem<br />
nos brindado com excelentes publicações de<br />
artigos científicos da medicina laboratorial/<br />
diagnóstica, além conteúdos diversificados,<br />
interessantes e atualizados que envolvem a<br />
área médica e a saúde de uma maneira geral,<br />
feitos por diversos médicos colaboradores. A<br />
qualidade excepcional da revista é percebida<br />
tanto em sua forma impressa quanto em suas<br />
versões eletrônicas."<br />
José de Souza Andrade-Filho<br />
Patologista no Hospital Felício Rocho - BH; membro da Academia Mineira de Medicina<br />
e Professor de Patologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.<br />
"O grupo *DIAGNOBEL CTS* está orgulhoso por estar em um dos<br />
maiores meios de informação da área da saúde do Brasil, a revista<br />
Impressa e digital *NEWSLAB*, tendo como parte do sonho<br />
realizado. Fazer parte deste importante canal de informações, nos<br />
deixa também lisonjeados, pois só confirma todo nosso empenho<br />
e dedicação ao longo destes *15 anos* por distribuir produtos de<br />
qualidade, equipamentos que facilite a rotina dos laboratórios de<br />
análises clínicas e por oferecer serviços com seriedade, qualidade,<br />
rapidez e precisão."<br />
Fabricio Franco e Jair Oliveira - Diretores<br />
Grupo Diagnobel Cts – Soluções tecnológicas em saúde<br />
Um abraço! "<br />
Uma revista altamente conceituada,<br />
atual e moderna, que reúne os melhores<br />
profissionais da área e empresas inovadoras<br />
das Análises Clínicas, além de ser acessível<br />
a todos os públicos. A revista <strong>Newslab</strong> é a<br />
melhor opção para quem deseja se manter<br />
bem informado a respeito dos últimos<br />
acontecimentos e atualizações do nicho<br />
laboratorial. A toda equipe, meus parabéns<br />
pelo belíssimo trabalho!<br />
Glazielly Fagundes Sabino, Goiânia, Goiás.<br />
Bacharel em Biomedicina, Faculdade Anhanguera de Anápolis.<br />
Fale conosco!<br />
Será um prazer ter essa interação com você.<br />
Luciene Almeida<br />
Editora Chefe<br />
0 10<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
ACREDITAÇÕES CONQUISTADAS:
ÍNDICE<br />
revista<br />
Ano 28 - <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> - Julho 2021<br />
R$ 25,00<br />
MATÉRIA DE CAPA<br />
VYTTRA DIAGNÓSTICOS<br />
PIONEIRA E DISRUPTIVA: SAIBA O PORQUÊ A<br />
13/07/2021 14:28:19<br />
VYTTRA DIAGNÓSTICOS SE MANTÉM COMPETITIVA<br />
HÁ 30 ANOS E APRESENTA GRANDES NOVIDADES<br />
AO MERCADO BRASILEIRO.<br />
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02<br />
10<br />
76<br />
78<br />
86<br />
94<br />
100<br />
108<br />
116<br />
124<br />
126<br />
128<br />
130<br />
132<br />
133<br />
169<br />
- Editorial<br />
- Palavra do Leitor<br />
72<br />
- Radar Científico - Merck Life Science<br />
- Radar Científico II - Siemens Healthineers<br />
- Radar Científico III - Beckman Coulter Life Sciences<br />
- Minuto Laboratório<br />
- Medicina Genômica<br />
- Virologia<br />
- Lady News<br />
- Biossegurança<br />
- Análises Clínicas<br />
- Hematologia<br />
- Logística Laboratorial<br />
- Citologia<br />
- Informe de Mercado<br />
- Pathocordel<br />
16<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
A IMPORTÂNCIA DA APLICAÇÃO DE<br />
NOVAS METODOLOGIAS NO DIAGNÓSTICO<br />
DA TOXOPLASMOSE EM PACIENTES<br />
IMUNOSSUPRESSOS<br />
30<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
COLONIZAÇÃO RETOVAGINAL POR ESTREPTOCOCO<br />
Β-HEMOLÍTICO DO GRUPO B EM GESTANTES<br />
ATENDIDAS EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA<br />
OBSTÉTRICA NO RIO GRANDE DO SUL.<br />
44<br />
ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
PRINCIPAIS MARCADORES TUMORAIS<br />
USADOS NA CLÍNICA MÉDICA: REVISÃO DA<br />
LITERATURA<br />
56<br />
GESTÃO LABORATORIAL<br />
QUALIMETRIA DA GESTÃO ECONÔMICA EM<br />
LABORATÓRIOS CLÍNICOS NO BRASIL<br />
108<br />
VIROLOGIA<br />
RISCO DO SARS-COV-2 EM ANIMAIS, NOVAS<br />
MUTAÇÕES E INOVAÇÕES TERAPÊUTICAS<br />
Autoras: Stéfani Werlang Sacon,<br />
Allyne Cristina Grando.<br />
Autores: Eduardo Langorte Toledo,<br />
Carolina Mallmann Wallauer de Mattos,<br />
Silvia Bock de Matos.<br />
Autoras: Jéssica Balverdu da Silva,<br />
Allyne Cristina Grando.<br />
Autor: Humberto Façanha da Costa Filho.<br />
Coautor: Paulo Vinicio Estivalett Prestes.<br />
Autora: Dra. Rachel Siqueira de Queiroz Simões.<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
A IMPORTÂNCIA DA APLICAÇÃO<br />
DE NOVAS METODOLOGIAS NO DIAGNÓSTICO DA<br />
TOXOPLASMOSE EM PACIENTES IMUNOSSUPRESSOS<br />
THE IMPORTANCE OF THE APPLICATION OF NEW METHODOLOGIES IN THE DIAGNOSIS OF<br />
TOXOPLASMOSIS IN IMMUNOSSUPRESSED PATIENTS<br />
Autoras:<br />
Stéfani Werlang Sacon 1 , Allyne Cristina Grando 1<br />
1<br />
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA)<br />
Canoas RS Brasil<br />
* Imagem ilustrativa<br />
Resumo<br />
A detecção da toxoplasmose com as técnicas de<br />
imunoensaios padronizadas no mercado nem sempre se<br />
mostra eficaz no diagnóstico dos imunossupressos, das<br />
gestantes e dos neonatos, uma vez que esses pacientes<br />
possuem uma capacidade reduzida de geração de<br />
anticorpos detectáveis nestes métodos. Com a falha no<br />
diagnóstico precoce e preciso da doença diversas sequelas<br />
podem ser registradas nos pacientes afetados, sequelas<br />
que acabam gerando diversos gastos para a saúde pública.<br />
Este artigo de revisão visa mostrar as técnicas promissoras<br />
no diagnóstico destes pacientes, principalmente as<br />
moleculares utilizando a reação em cadeia da polimerase,<br />
bem como apresentar as vantagens e desvantagens da<br />
implementação destas técnicas na rotina clínica.<br />
Palavras-chave: Toxoplasmose, Toxoplasma gondii,<br />
imunossupressos, reação em cadeia da polimerase,<br />
diagnóstico.<br />
Abstract<br />
The detection of toxoplasmosis with the market<br />
standardized techniques do not always prove effectiveness<br />
in the diagnosis of immunosuppressed, pregnant and<br />
neonates, once those patients have a reduced ability<br />
for creation of antibodies that are detectable through<br />
these methods. With failure of early and precise disease<br />
diagnosis, several sequels can be registered in the<br />
affected patients, sequels that end up creating several<br />
expenses for public health. This review article intends<br />
to show the promising techniques for diagnosis of those<br />
patients, mainly the molecular, using the polymerase<br />
chain reaction, as well as showing the advantages and<br />
disadvantages of the implementation of techniques on<br />
clinical routine.<br />
Keywords: Toxoplasmosis, Toxoplasma gondii,<br />
imunossupressed, polymerase chain reaction,<br />
diagnosis.<br />
0 16<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
Introdução<br />
O Toxoplasma gondii é um<br />
protozoário intracelular obrigatório<br />
que infecta mundialmente cerca de<br />
um terço da população humana¹.<br />
Foi descoberto por acidente em<br />
1908 por Nicolle e Manceaux na<br />
Tunísia enquanto os pesquisadores<br />
buscavam estudar casos de<br />
Leishmania sp, neste mesmo ano<br />
o parasita foi encontrado no Brasil<br />
por Splendore². O T. gondii está<br />
diretamente ligado aos felinos,<br />
uma vez que o seu ciclo biológico<br />
se completa no intestino delgado<br />
dos mesmos³, os tornando os<br />
hospedeiros definitivos do parasita.<br />
Um gato que está infectado pode<br />
liberar milhões de oocistos em<br />
suas fezes sem apresentar qualquer<br />
sintoma da doença, estes oocistos<br />
irão sobreviver no meio ambiente<br />
por meses se as condições de<br />
temperatura e umidade forem<br />
favoráveis².<br />
Quando os gatos ingerem animais<br />
contaminados, como por exemplo<br />
os ratos, os bradizoítos serão<br />
liberados no intestino do felino,<br />
irão infectar as células da mucosa<br />
e se diferenciarão em gametócitos<br />
masculinos e femininos; os<br />
gametas vão se fundir e formar os<br />
oocistos que serão excretados nas<br />
fezes dos gatos, contaminando o<br />
solo, a água e os alimentos; animais<br />
e humanos que consumirem estes<br />
alimentos ou esta água poderão<br />
ser infectados, completando<br />
assim, o ciclo do T. gondii4.<br />
A infecção nos humanos começa<br />
quando há o consumo de carne<br />
mal-cozida contaminada com<br />
os cistos ou quando há contato<br />
direto com as fezes dos gatos<br />
contaminados5. No intestino há a<br />
ruptura dos cistos, que invadem<br />
a parede intestinal, são ingeridos<br />
pelos macrófagos para então<br />
se tornar taquizoítos que se<br />
multiplicam rapidamente, estes<br />
matam as células onde estão e<br />
infectam outras. Quando há a<br />
resposta do sistema imunológico,<br />
os parasitas entram nas células<br />
dos tecidos e se diferenciam em<br />
bradizoítos, que é uma forma de<br />
multiplicação lenta4.<br />
O consumo de carne mal-cozida<br />
seria um dos possíveis motivos pelos<br />
quais o Rio Grande do Sul possui uma<br />
prevalência alta de toxoplasmose<br />
ocular, principalmente no<br />
Noroeste do estado. Isso poderia<br />
ser explicado pela colonização<br />
europeia expressiva e junto com<br />
ela alguns hábitos de criar porcos<br />
e consumir sua carne, nem sempre<br />
bem cozida, assim como salames<br />
e outros defumados, por exemplo.<br />
Os descendentes destes imigrantes<br />
que mantiveram estes hábitos<br />
de vida e alimentares estariam,<br />
teoricamente, mais expostos à<br />
doença6. No Brasil a prevalência<br />
do parasita em humanos possui<br />
uma ampla gama que vai de 64,9%<br />
a 91,6% dependendo da região<br />
estudada7.<br />
Em indivíduos imunocompetentes<br />
a toxoplasmose raramente causa<br />
sintomas ou outros problemas<br />
sérios, apenas entre 10 e 20% dos<br />
casos são sintomáticos e relatam<br />
linfadenopatia cervical. Os mais<br />
afetados pelo parasita são as<br />
gestantes, os recém-nascidos<br />
de gestantes contaminadas e<br />
os imunossupressos, uma vez<br />
que seu sistema imunológico<br />
está depreciado¹. Como a<br />
gestação é apontada como uma<br />
forma de imunossupressão8, as<br />
complicações nestas pacientes<br />
também serão abordadas neste<br />
artigo de revisão. Em gestantes,<br />
a infecção com o parasita<br />
pode causar aborto ou trazer<br />
complicações severas ao feto<br />
como, por exemplo, coriorretinite<br />
e retardo no desenvolvimento.<br />
Em imunossupressos pode causar<br />
encefalite e infecções sistêmicas,<br />
levando à morte¹.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
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Autoras: Stéfani Werlang Sacon, Allyne Cristina Grando<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
Gestantes e Recém-Nascidos<br />
As gestantes que já tiveram<br />
contato com o parasita antes<br />
de engravidar e que já tenham<br />
desenvolvido imunidade não irão<br />
transmitir a infecção ao feto, a não<br />
ser que haja uma reativação da<br />
doença durante a gestação, o que<br />
é comum em pacientes com o Vírus<br />
da Imunodeficiência Humana (HIV),<br />
em mulheres que estejam recebendo<br />
corticóides, que possuam alguma<br />
outra doença hematológica maligna<br />
ou estejam recebendo qualquer<br />
outro tipo de imunossupressor. Os<br />
danos causados irão depender da<br />
virulência da cepa do parasita, da<br />
integridade do sistema imune da<br />
gestante e do período gestacional<br />
em que a mulher está9,10. O fato<br />
de que os sintomas na mãe sejam<br />
brandos não significa que isso se<br />
aplica ao feto e, quanto mais cedo na<br />
gestação a mãe se contaminar com o<br />
T. gondii ou reativar a doença, mais<br />
graves serão os danos causados ao<br />
feto 1,10 .<br />
Caso a infecção ocorra no primeiro<br />
trimestre da gestação as chances<br />
de contaminação do feto são baixas<br />
(15%), pois a placenta possui<br />
dimensões pequenas tornando mais<br />
difícil o acesso do T. gondii a esse<br />
tecido, entretanto, caso a infecção<br />
se estabeleça as consequências<br />
podem ser gravíssimas uma vez que<br />
é nesse período gestacional que<br />
ocorre a organogênese, podendo<br />
ocorrer inclusive a morte fetal. No<br />
segundo trimestre com o aumento<br />
da placenta, a chance de infecção<br />
fetal também aumenta (30%), mas<br />
como a organogênese já ocorreu<br />
as consequências serão menos<br />
graves, nesse caso poderá ocorrer a<br />
Tétrade de Sabin (retinocoroidite,<br />
calcificações cerebrais, retardo<br />
mental e hidrocefalia com macro ou<br />
microcefalia). Já no terceiro trimestre<br />
a chance de infecção fetal é de 60%<br />
mas as consequências causadas não<br />
são tão graves, a criança poderá<br />
nascer normal e em alguns dias<br />
ou meses após o parto existe a<br />
possibilidade de que ela desenvolva<br />
febre, manchas pelo corpo e<br />
cegueira 8,10 . O Ministério da Saúde<br />
(MS) preconiza que o tratamento<br />
seja realizado com espiramicina,<br />
alternada ou não com sulfadiazina,<br />
ácido folínico e pirimetamina<br />
dependendo da idade gestacional<br />
e infecção fetal 11 . É importante<br />
salientar que este tratamento,<br />
mesmo com a reposição do ácido<br />
folínico, pode causar teratogênese,<br />
mostrando a importância de iniciar<br />
o tratamento apenas quando se<br />
tem certeza de que há realmente<br />
uma infecção ativa8. Em 2010 foi<br />
aprovada a lei estadual n° 13.592<br />
onde, no Estado do Rio Grande do<br />
Sul, tornou-se obrigatório o exame<br />
de toxoplasmose em gestantes<br />
e recém-nascidos dos hospitais<br />
públicos e privados que dispõem do<br />
Sistema Único de Saúde (SUS) 12 .<br />
Um artigo de Quadros et al. (2015)<br />
mostra que na França, em 8 anos<br />
houve uma redução da prevalência<br />
de toxoplasmose de 10,5% com a<br />
implantação de medidas de higiene<br />
e mudança dos hábitos alimentares<br />
das gestantes 13 , isso mostra que<br />
se o SUS investir em políticas de<br />
prevenção e de conhecimento da<br />
toxoplasmose por parte da população<br />
a prevalência da doença tende a cair<br />
com o passar dos anos. Em Londrina,<br />
no Paraná, foi implantado no ano de<br />
2006 o “Programa de Vigilância da<br />
Toxoplasmose Congênita”, que em 4<br />
anos reduziu em 63% o número de<br />
gestantes infectadas e em 42% o<br />
número de crianças encaminhadas<br />
aos serviços de referência,<br />
aumentando a disponibilidade de<br />
vagas para que pacientes com outras<br />
doenças sejam atendidos 14 .<br />
De acordo com o Manual Técnico de<br />
Gestação de Alto Risco, do Ministério<br />
da Saúde (2012), recomenda-se<br />
a triagem por meio da detecção<br />
de anticorpos da classe IgG e IgM<br />
na primeira consulta de pré-natal,<br />
0 18<br />
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Autoras: Stéfani Werlang Sacon, Allyne Cristina Grando<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
caso a gestante tenha sorologia<br />
negativa para IgM e IgG no primeiro<br />
exame deverá ser realizado um<br />
acompanhamento sorológico a cada<br />
dois ou três meses 15 . Estudos que<br />
apontam que a gestação é uma forma<br />
de imunossupressão não descartam<br />
a reativação de infecção latente<br />
também em gestantes 8 , e ainda<br />
mostram a necessidade da utilização<br />
de outras técnicas no diagnóstico,<br />
pois a detecção de anticorpos tanto<br />
na mãe quanto no feto atingem<br />
um percentual de detecção de<br />
apenas 89,9% devido às mudanças<br />
hormonais na mãe e à imaturidade<br />
do sistema imunológico do recémnascido<br />
16 , nota-se também que a<br />
sensibilidade e especificidade da IgM<br />
não é de 100% como costuma-se<br />
pensar, ela varia de 77,5% a 99,1%<br />
e 93,3% a 100%, respectivamente8.<br />
Outros estudos também mostram que<br />
existem falhas na produção de IgM e<br />
IgG nas primeiras semanas da infecção,<br />
tornando difícil a correta detecção da<br />
parasitemia tanto no feto quanto na<br />
mãe 17 . Além disso, a detecção de IgM<br />
também só se mostra eficaz em 75%<br />
das crianças testadas 18 . A incerteza<br />
no diagnóstico pode condenar o feto<br />
a sequelas gravíssimas, que além de<br />
afetar a família afetariam a sociedade<br />
como um todo, pois os gastos gerados<br />
ao sistema público de saúde são<br />
indiscutivelmente elevados 8 .<br />
Em Bernardino do Campo, no<br />
estado de São Paulo, em um estudo<br />
realizado com amostras de soro<br />
de 308 gestantes, a prevalência de<br />
anticorpos IgM foi de 5,84% e a de<br />
IgG foi de 65,59%, sendo que 28,57%<br />
das gestantes ainda corriam risco<br />
de desenvolver a doença durante<br />
a gestação e prejudicar o feto 19 . No<br />
Paraná a prevalência de IgG positiva<br />
foi de 51,7%. A positividade de IgM<br />
foi detectada em 29 mulheres (1,3%)<br />
sendo que 28 delas possuíam IgG de<br />
alta avidez, indicativo de infecção<br />
anterior à gestação, não oferecendo<br />
riscos ao feto. Uma das gestantes<br />
que possuía IgG de alta avidez teve<br />
os anticorpos detectados apenas<br />
após a 16ª semana de gestação, o<br />
que não exclui a possibilidade de<br />
que ela tenha se contaminado com<br />
o parasita logo no início da gravidez<br />
e que o feto possa vir a desenvolver<br />
problemas 20 . No Noroeste do Rio<br />
Grande do Sul, foram analisadas<br />
amostras de 2.126 gestantes, sendo<br />
que 74,5% apresentaram anticorpos<br />
específicos anti-T. gondii, e 3,6%<br />
foram IgM reagentes. Em 25,1% das<br />
gestantes não foram identificados<br />
anticorpos, o que as torna suscetíveis<br />
à infecção durante a atual gestação<br />
ou em gestações futuras 5 . Estudos<br />
realizados na cidade de Santo Antônio<br />
da Patrulha, também no Rio Grande<br />
do Sul, apontam uma prevalência<br />
de toxoplasmose em gestantes de<br />
53,3% sendo que 46,7% estavam<br />
suscetíveis à infecção, neste estudo<br />
não foram detectados anticorpos<br />
IgM 21 . Em Hong Kong, na Argélia<br />
e na França foram encontradas<br />
prevalências de toxoplasmose em<br />
gestantes de 9,8%, 49% e 83%,<br />
respectivamente 5 .<br />
Transplantados e HIV Positivos<br />
A infecção por T. gondii e suas<br />
complicações em pacientes com<br />
Síndrome da Imunodeficiência<br />
Adquirida (AIDS) é considerada uma<br />
das maiores causas de mortalidade e<br />
complicações sistêmicas 17 . Embora<br />
seja rara em pacientes que recebem<br />
transplantes de órgãos sólidos,<br />
quando se manifesta a toxoplasmose<br />
disseminada é conhecidamente<br />
mortal, quando se manifesta traz<br />
complicações severas que em sua<br />
maioria levam a óbito, principalmente<br />
quando a terapia com cotrimazol é<br />
iniciada mais tarde do que deveria 22 .<br />
Nestes pacientes imunossupressos<br />
a toxoplasmose pode causar graves<br />
problemas, que serão fatais se não<br />
forem reconhecidos e tratados<br />
da forma correta e rapidamente.<br />
Normalmente nestes pacientes a<br />
infecção ocorreu antes de eles se<br />
tornarem imunossupressos, ficando<br />
em estado de latência e se reativando<br />
com o comprometimento do sistema<br />
0 20<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
imunológico, uma vez que são<br />
as imunidades celular e humoral<br />
que irão diminuir a velocidade de<br />
multiplicação do parasita (que<br />
assume forma cística de resistência)<br />
bem como sua ação patogênica nos<br />
tecidos 9 . Com a baixa capacidade<br />
de geração de anticorpos várias<br />
complicações podem surgir 17 , e sem<br />
o combate ao parasita cada vez mais<br />
danos poderão ser causados pela<br />
infecção 16 .<br />
Um relato de caso feito por<br />
Patrat-Delon et al. (2010) mostra<br />
que um paciente que recebeu um<br />
transplante de coração possuía<br />
sorologias indicativas de infecção<br />
passada, bem como o doador do<br />
órgão, ambos possuíam IgG positiva<br />
de alta avidez e IgM negativas. Ao<br />
realizar o transplante foi feita uma<br />
profilaxia padrão, que normalmente<br />
é utilizada contra Pneumocystis<br />
sp, antes do início da terapia de<br />
imunossupressão. Essa terapia<br />
padrão, ao ser interrompida para o<br />
início da imunossupressão, facilitou<br />
que o T. gondii se multiplicasse e<br />
causasse uma infecção disseminada<br />
no paciente. O paciente em questão<br />
seguiu com inúmeras complicações<br />
causadas tanto pelo T. gondii quanto<br />
por outros patógenos e precisou<br />
ficar internado em uma clínica de<br />
reabilitação por mais de um ano 22 .<br />
Normalmente os transplantes<br />
de coração e coração-pulmão<br />
associados estão mais ligados à<br />
transmissão do T. gondii a receptores<br />
de órgãos soronegativos 23,24 , já os<br />
transplantes de medula óssea estão<br />
associados à reativação da doença<br />
passada, sendo estes os que possuem<br />
uma maior taxa de mortalidade 22 .<br />
A reativação da doença também pode<br />
ocorrer em pacientes HIV positivos que<br />
não seguem o tratamento corretamente,<br />
e com pessoas recebendo quaisquer<br />
terapias imunossupressoras. Existem<br />
casos, embora raros, de infecção<br />
primária após o transplante, sendo estes<br />
os pacientes que não apresentavam<br />
nem IgM e nem IgG positivas antes<br />
da imunossupressão. No caso de um<br />
transplante de órgão sólido, o órgão<br />
pode estar contaminado com a forma<br />
latente do parasita em forma cística,<br />
o bradizoíto, que comumente fica em<br />
forma de latência no coração, no cérebro<br />
e no músculo esquelético 16,23 , após o<br />
transplante o protozoário será carreado<br />
pelo órgão até o receptor, que por estar<br />
imunossupresso irá desenvolver sintomas<br />
graves como, por exemplo, encefalite,<br />
miocardite e infecção sistêmica, e em<br />
raros casos pneumonia 25 . Um estudo<br />
feito por Robert-Gangneux et al. (2015)<br />
mostrou que a detecção do T. gondii em<br />
imunossupressos foi muito maior nos<br />
pacientes que não eram portadores do<br />
vírus HIV, sendo estes pacientes os que<br />
receberam algum transplante e estão<br />
em tratamento com imunossupressor 24 .<br />
De acordo com Weiss e Dubey (2009)<br />
a incidência de toxoplasmose devido<br />
a transplantes de órgãos é atualmente<br />
desconhecida, pois não há um registro<br />
definitivo feito destes casos 1,24 , mas<br />
alguns estudos retrospectivos são<br />
mostrados na Tabela 1. O número de<br />
mortes por toxoplasmose vistos neste<br />
estudo não são expressivos, mas como<br />
diversos pacientes foram perdidos<br />
para acompanhamento muitos casos<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 21
Autoras: Stéfani Werlang Sacon, Allyne Cristina Grando<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
podem ter ficado sem o diagnóstico<br />
final da doença e, como observado<br />
anteriormente, não existe um registro<br />
definitivo dos casos, tornando estes<br />
números pouco fidedignos23. Como<br />
o diagnóstico definitivo da encefalite<br />
toxoplásmica nos imunossupressos se<br />
dá através de técnicas histopatológicas<br />
extremamente invasivas, a padronização<br />
de novas técnicas seria de extrema<br />
utilidade26.<br />
De acordo com um estudo realizado<br />
em 1990, o T. gondii causou<br />
pneumonia em 5% dos pacientes<br />
com AIDS em estágio avançado com<br />
uma taxa de mortalidade de 35% 1 .<br />
Em Pelotas, no Rio Grande do Sul,<br />
um estudo com 250 pacientes HIV<br />
positivos detectou uma prevalência<br />
de anticorpos IgG de 80% entre os<br />
mesmos, mas não foi detectada<br />
positividade para IgM. Esta<br />
prevalência foi mais alta do que a<br />
encontrada em gestantes (54,8%)<br />
e doadores de sangue (57,5%)<br />
na cidade. A prevalência entre os<br />
imunossupressos encontrada neste<br />
estudo foi similar à encontrada no<br />
Pará (82,9%) e na Bahia (77,3%) 27 .<br />
Estes pacientes são provavelmente<br />
aqueles que seguem o tratamento<br />
do HIV de forma correta, e mesmo<br />
que possuam a forma latente do<br />
T. gondii, o parasita ainda não<br />
achou o momento propício para<br />
causar a reinfecção. Um problema<br />
que os pacientes que já tiveram<br />
toxoplasmose e foram tratados<br />
enfrentam é que a maioria dos<br />
medicamentos utilizados no<br />
tratamento não são efetivos contra<br />
as formas císticas do parasita, assim<br />
os bradizoítos ficarão nos tecidos<br />
em forma cística aguardando<br />
o momento apropriado para se<br />
multiplicar novamente e reinfectar o<br />
paciente 28 .<br />
Uma rápida detecção da doença faria o<br />
tratamento ser iniciado precocemente,<br />
evitando sequelas e aumentando a<br />
sobrevida destes pacientes em até<br />
60%25, diminuindo também seu<br />
tempo de permanência no hospital e os<br />
gastos desnecessários com internação<br />
e tratamento 28 .<br />
Diagnóstico<br />
O diagnóstico da toxoplasmose é feito<br />
principalmente com testes imunológicos<br />
de pesquisa de anticorpos IgM (fase<br />
aguda) e IgG (fase crônica) no soro<br />
do paciente através das técnicas de<br />
imunoensaio, como ELISA (enzyme<br />
linked immuno assay), ELFA (Enzime<br />
linked fluorescent assay) e as de<br />
quimioluminescência, como CMIA<br />
(chemioluminescent microparticle<br />
immuno assay), menos comumente<br />
também se pode pesquisar IgE e IgA 7 ,<br />
a última costuma ser produzida antes<br />
da IgM e pode durar por vários meses,<br />
embora de maior custo 29 , a detecção<br />
destes anticorpos em neonatos pode<br />
indicar infecção ativa com a produção<br />
de anticorpos próprios, uma vez que as<br />
mesmas não atravessam a placenta 3 .<br />
Quando apenas IgM e IgG são dosadas<br />
é difícil distinguir infecção latente de<br />
infecção recente, então se faz necessário<br />
o uso de um teste de detecção de avidez<br />
de IgG. A presença de IgG de baixa avidez<br />
juntamente com a presença de IgM<br />
sugere infecção primária. A presença de<br />
IgG de alta avidez concomitantemente<br />
com dosagens positivas de IgM sugere<br />
uma reativação da infecção latente<br />
ou da persistência de IgM no soro.<br />
Entretanto avidez baixa não significa<br />
necessariamente uma infecção recente,<br />
pois estes anticorpos de baixa avidez<br />
podem permanecer no soro do paciente<br />
por alguns meses 7 e as IgMs residuais<br />
podem permanecer por períodos de<br />
até 12 meses 17 . Outras técnicas que<br />
não são muito usadas frequentemente,<br />
mas que podem ser utilizadas são as<br />
de hemaglutinação (pode levar a falsopositivos<br />
devido à reação cruzada),<br />
imunofluorescência indireta (permite<br />
a titulação das Ig’s, mas seu resultado<br />
de IgM não é muito sensível devido<br />
à competição com IgG’s, o que pode<br />
causar resultados falso-negativos), e a<br />
técnica de Sabin-Feldman (identifica<br />
o parasita no sangue apenas durante a<br />
fase aguda da doença) 7,19,29 .<br />
0 22<br />
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Autoras: Stéfani Werlang Sacon, Allyne Cristina Grando<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
Além destes métodos, outro que<br />
chama atenção por seus resultados<br />
sensíveis principalmente para<br />
detecção de cistos em tecidos é<br />
o bioensaio 23 , onde a amostra a<br />
ser pesquisada é inoculada em<br />
camundongos knockout que depois<br />
são analisados para a identificação<br />
do parasita em seu líquido<br />
peritoneal ou em seus tecidos<br />
através de técnicas histológicas e<br />
de soroconversão. Entretanto esta<br />
técnica consome muito tempo com<br />
os animas, é consideravelmente<br />
cara e expõe os funcionários ao risco<br />
de contaminação 18 . Ela costumava<br />
ser muito utilizada no início do<br />
desenvolvimento e padronização de<br />
novos métodos, como mostram os<br />
estudos de Joss et al. e de Khalifa et<br />
al., de 1993 e 1994 respectivamente,<br />
para auxiliar na comparação<br />
de resultados e avaliação da<br />
sensibilidade e especificidade das<br />
variações da técnica que estava<br />
sendo testada e possuía resultados<br />
considerados encorajadores 30,31 .<br />
Métodos Moleculares<br />
Inicialmente, por volta da década<br />
de 90, os métodos moleculares<br />
não apresentavam sensibilidade<br />
e especificidade satisfatórias para<br />
a detecção do T. gondii, pois os<br />
laboratórios ainda não possuíam o<br />
conhecimento necessário a respeito<br />
do manejo das amostras e da<br />
técnica específica para detecção do<br />
parasita 32 . Após vários estudos em<br />
diferentes países essas técnicas têm<br />
despontado em vantagens, uma<br />
vez que se baseiam na amplificação<br />
enzimática in vitro de determinado<br />
segmento de DNA do parasita,<br />
possibilitando a execução do método<br />
com quantidades pequenas de<br />
amostras em um curto período de<br />
tempo, sendo assim, hoje em dia,<br />
muito específicas na pesquisa do T.<br />
gondii. Sua elevada sensibilidade<br />
jaz na sequência gênica correta a<br />
ser amplificada, na ausência de<br />
inibidores da enzima, e na amostra<br />
de escolha para análise 29 .<br />
Sabidamente o diagnóstico pelas<br />
formas convencionais estabelecidas<br />
pelo Center of Disease Control (CDC)<br />
se encontra prejudicado nos pacientes<br />
imunossupressos devido à baixa<br />
capacidade para gerar os anticorpos<br />
em títulos elevados o suficiente para<br />
serem detectáveis 17, 28, 33, 34 . Os testes<br />
que estão no mercado usam antígenos<br />
direcionados especificamente aos<br />
taquizoítos, que são menos antigênicos<br />
que determinadas proteínas. Estudos<br />
têm mostrado que algumas das<br />
proteínas expressas pelo parasita<br />
poderão induzir uma resposta imune<br />
detectável também nos pacientes<br />
imunossupressos 28 .<br />
Proteínas recombinantes têm se<br />
mostrado muito promissoras, e<br />
acabam utilizando métodos que<br />
necessitam de biologia molecular e<br />
biotecnologia 29,35 . Um estudo feito<br />
por Arab-Mazar et al. (2016) mostra<br />
que a proteína GRA7 expressa pelo<br />
parasita, possui maior antigenicidade<br />
e expressão do que os antígenos<br />
de superfície dos taquizoítos, pois<br />
foi desenvolvida por métodos de<br />
clonagem gênica, não possuindo<br />
as impurezas que os antígenos de<br />
mercado possuem, dessa forma<br />
interagindo melhor com os anticorpos<br />
anti-GRA7 do soro do hospedeiro<br />
mesmo ele sendo imunossupresso,<br />
pois seriam anticorpos produzidos<br />
em grande quantidade e de longa<br />
duração. Está se tentando padronizar<br />
uma técnica de ELISA baseada na<br />
detecção de anticorpos para esta<br />
proteína purificada e os resultados se<br />
mostram promissores 28 .<br />
Diversos métodos moleculares<br />
vêm sendo testados para chegar a<br />
conclusões definitivas a respeito de<br />
qual seria o mais adequado para a<br />
detecção do T. gondii seja em amostras<br />
de sangue, de lavado broncoalveolar<br />
(LBA), de líquido amniótico (LA)<br />
ou de líquido cefalorraquidiano<br />
(LCR), sendo a reação em cadeia<br />
da polimerase (PCR) convencional<br />
um dos mais utilizados nos fluídos<br />
0 24<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
iológicos citados anteriormente29.<br />
Com a grande variedade de métodos<br />
testados em diversos países, foram<br />
testados no Brasil quatro métodos de<br />
PCR que tiveram suas especificidade<br />
e sensibilidade comparadas, como é<br />
mostrado na Tabela 2.<br />
Observando os resultados obtidos<br />
pôde-se notar que a real-time<br />
PCR se mostrou mais sensível<br />
e específica que as outras três<br />
técnicas testadas, isso pode ser<br />
explicado pela diminuição de<br />
etapas da técnica, evitando maior<br />
tempo de manipulação da amostra<br />
e assim, evitando possíveis erros<br />
relacionados a isso 36 .<br />
Na França foi observado que o T.<br />
gondii é melhor detectado na PCR<br />
quantitativa utilizando o gene REP-<br />
529 ao invés do até então utilizado<br />
gene B137, o primeiro se repete<br />
cerca de 200 vezes no genoma do<br />
parasita enquanto que o segundo<br />
se repete apenas 35 vezes 23 , porém<br />
estudos mostraram que há variações<br />
no número de repetições de ambos<br />
os genes dependendo da cepa do<br />
parasita estudada 38 . Assim, devido<br />
ao seu maior número de repetições,<br />
o REP-529 tornaria possível detectar<br />
precocemente uma baixa carga<br />
parasitária nas amostras do paciente.<br />
Entretanto, na América do Sul os<br />
resultados não foram reprodutíveis,<br />
acredita-se que as cepas de T. gondii<br />
que possuímos aqui sejam diferentes<br />
e mais patogênicas do que as<br />
européias, sendo assim o gene B1<br />
foi mais sensível e específico para<br />
os casos daqui do que o gene REP-<br />
52939, entretanto o gene B1 também<br />
apresenta a desvantagem de<br />
amplificar determinadas regiões dos<br />
cromossomos humanos, tornando<br />
necessária uma avaliação cuidadosa<br />
dos resultados 17 . O gene B1 acabou<br />
gerando duas vezes mais resultados<br />
falso-negativos do que o gene REP-<br />
529 em um estudo realizado por<br />
Hierl et al. na Alemanha em 200434.<br />
A grande diversidade de cepas já<br />
isoladas do parasita (cerca de 1500)<br />
acaba fazendo com que nem todas<br />
as técnicas de PCR padronizadas e<br />
testadas na Europa funcionem aqui e<br />
vice versa, por esse motivo ressaltase<br />
a importância dos trabalhos feitos<br />
no Brasil29, nota-se também que<br />
as altas sensibilidades encontradas<br />
nas técnicas de PCR executadas aqui<br />
no Brasil e em Cuba (de 69 a 83%)<br />
podem estar relacionadas à alta<br />
virulência do parasita 23 .<br />
Devido à alta prevalência de<br />
toxoplasmose na França, acabou<br />
sendo criado um guia de controle de<br />
qualidade para que as diversas técnicas<br />
moleculares utilizadas nos laboratórios<br />
sigam determinadas normas para<br />
evitar resultados falso-positivos e<br />
falso-negativos 40 . A grande dificuldade<br />
de padronização das técnicas está no<br />
fato de que a grande maioria delas é<br />
desenvolvida in house e cada laboratório<br />
adota uma metodologia diferente 41 . Na<br />
Líbia, Gashout et al. (2016) conseguiram<br />
padronizar uma técnica de seminested-PCR<br />
que foi capaz de detectar<br />
concentrações mínimas do T. gondii nos<br />
fluídos corporais analisados, mostrando<br />
especificidade e sensibilidade<br />
elevadíssimas, fazendo com que a<br />
realização de PCR na rotina clínica se<br />
torne algo cada vez mais próximo 42 .<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 25
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
Em um caso de reativação da<br />
toxoplasmose em um paciente<br />
que recebeu transplante de células<br />
tronco, a PCR em tempo real (rt-<br />
PCR) e a PCR associada ao ELISA<br />
mostraram-se eficazes para<br />
detecção precoce da doença e para a<br />
avaliação da eficácia do tratamento,<br />
os sintomas clínicos, neste caso,<br />
apareceram uma semana depois<br />
da positividade da PCR, mostrando<br />
que estas técnicas podem ser<br />
utilizadas no diagnóstico precoce<br />
antes que haja complicações, no<br />
acompanhamento da evolução de<br />
casos de pacientes que estejam<br />
em alto risco de desenvolver<br />
toxoplasmose e na monitorização<br />
terapêutica,<br />
principalmente<br />
quando o paciente precisa ter<br />
um tratamento com baixas doses<br />
dos medicamentos ou precisa<br />
postergar o início das medicações<br />
por complicações sistêmicas 43 . Isso<br />
seria de extrema valia nos pacientes<br />
que recebem transplante de órgãos<br />
sólidos, pois não são todos os<br />
medicamentos contra o T. gondii<br />
que eles podem receber devido<br />
à toxicidade que poderia levar à<br />
rejeição do órgão transplantado,<br />
ou até mesmo a complicações<br />
hepáticas, sendo essa uma situação<br />
extremamente delicada 22 .<br />
Considerações Finais<br />
Por enquanto parece ser<br />
relativamente inviável tornar o<br />
diagnóstico molecular o padrão<br />
ouro para detecção de toxoplasmose<br />
devido ao alto custo inicial para a<br />
implantação na saúde pública, algo<br />
que se sabe não ser possível. Em<br />
2002, Bastien já defendia a ideia<br />
de que o desenvolvimento de novas<br />
técnicas deveria visar a utilização na<br />
rotina hospitalar 44 . Numerosos testes<br />
têm sido desenvolvidos desde então,<br />
e muitos outros já se encontram<br />
disponíveis no mercado, mas<br />
nenhum deles foi validado com uma<br />
quantia considerável de amostras<br />
clínicas45, pois ainda não foi<br />
estabelecido um consenso definitivo<br />
a respeito da melhor técnica 17 .<br />
O interessante é que conforme a<br />
demanda aumente ao longo dos<br />
anos, o custo destes métodos<br />
diminuirá, tornando assim possível<br />
a detecção precoce do T. gondii nos<br />
pacientes imunossupressos e em<br />
pessoas com perfil sorológico de<br />
difícil interpretação, principalmente<br />
nas gestantes que possuem IgM<br />
positiva com IgG de alta avidez, pois<br />
as técnicas permitiriam diferenciar<br />
entre IgMs persistentes e reinfecção<br />
recente 46 . A rt-PCR, embora<br />
permaneça cara, se mostrou útil<br />
para quantificar a carga parasitária 18 ,<br />
mas parece se adequar melhor para<br />
monitorar a eficácia do tratamento 43<br />
e também auxiliar na detecção da<br />
parasitemia nas gestantes, evitando<br />
uma intervenção terapêutica<br />
desnecessária 46 , a PCR quantitativa<br />
também se mostra útil nestes<br />
casos, uma vez que pode detectar<br />
a parasitemia de forma bastante<br />
precoce e ajudar na tomada de<br />
decisões e manejo terapêutico 47 .<br />
É de extrema importância que<br />
cuidados sejam tomados tanto<br />
para a padronização da técnica<br />
quanto na análise das amostras<br />
posteriormente, não podendo existir<br />
inibidores da técnica, pois assim<br />
muitos resultados falso-negativos<br />
seriam encontrados 26 . É importante<br />
lembrar que as amostras de sangue<br />
nem sempre são a melhor escolha<br />
diagnóstica, pois em sua maioria<br />
elas irão detectar apenas se houver<br />
uma passagem do parasita pelo<br />
sangue, não sendo capazes de<br />
detectar, por exemplo, pneumonia<br />
e encefalite causadas pelo T. gondii,<br />
sendo que nestes casos pode-se<br />
utilizar como amostra biológica o<br />
LBA e o LCR, respectivamente 17 . O<br />
diagnóstico de toxoplasmose ocular<br />
também pode ser feito utilizando<br />
amostras de humor aquoso, uma<br />
vez que o sangue total não fornece<br />
a sensibilidade necessária nestes<br />
casos 48 , podendo se observar<br />
0 26<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
que a PCR não tem relação com<br />
a presença de lesões oculares e o<br />
grau de parasitemia, tendo uma<br />
positividade baixa nas crianças com<br />
menos de dois meses de vida 38 .<br />
Ao implementar estas medidas se<br />
evitariam procedimentos invasivos<br />
em pacientes que, na maioria<br />
das vezes, encontram-se em uma<br />
situação de saúde muito delicada,<br />
principalmente os que têm suspeita<br />
de encefalite e de toxoplasmose<br />
disseminada.<br />
Com o surgimento do HIV e o<br />
aumento do número de pacientes<br />
portadores do vírus, bem como o<br />
aumento de pacientes transplantados<br />
e imunossupressos por diversas<br />
outras doenças, ainda existe um<br />
número grande de pessoas em<br />
risco de desenvolver complicações<br />
causadas pela toxoplasmose, e<br />
novas técnicas moleculares se fazem<br />
muito necessárias no diagnóstico<br />
destes pacientes imunossupressos,<br />
neonatos e gestantes, já que<br />
uma detecção precoce e uma<br />
resolução de casos sorológicos<br />
complicados diminuem e muito a<br />
morbimortalidade que o T. gondii<br />
pode causar 17 .<br />
Estudos mostram que a prevalência<br />
de encefalite toxoplásmica pode<br />
chegar a 40% em HIV positivos,<br />
sendo que destes pacientes, entre 10<br />
e 30% morrerão por complicações<br />
da doença que não é diagnosticada<br />
precocemente 28 , mesmo com o<br />
advento da terapia antirretroviral<br />
altamente ativa (HAART) e a<br />
diminuição dos casos de encefalite<br />
toxoplásmica, o número de casos<br />
tem se mantido estável ao longo dos<br />
anos 24 , novos métodos não devem<br />
ser deixados de lado, visto que ainda<br />
assim diversos pacientes optam<br />
por não seguir o tratamento devido<br />
aos efeitos colaterais causados por<br />
ele 33,49 . O mesmo acontece em casos<br />
de gestantes que têm um perfil<br />
sorológico de difícil interpretação ou<br />
que possuem resultados sorológicos<br />
indeterminados ou duvidosos, um<br />
diagnóstico mais fidedigno poderia<br />
vir a reduzir as complicações<br />
causadas ao feto caso sofresse<br />
contaminação vertical.<br />
O uso da PCR concomitantemente<br />
com técnicas radiológicas e o<br />
diagnóstico clínico seria de extrema<br />
importância e utilidade 33 . Os custos<br />
seriam altos, mas seriam facilmente<br />
recuperados ao diminuir o tempo<br />
de hospitalização e os gastos<br />
prolongados com medicamentos.<br />
Nos Estados Unidos, os gastos anuais<br />
com o tratamento e hospitalização<br />
de pacientes com toxoplasmose<br />
chegam a 7,7 bilhões de dólares,<br />
sendo que esta quantia é tão<br />
grande principalmente devido às<br />
complicações causadas ao feto<br />
pela transmissão via placenta 8 .<br />
Embora demorado, com certeza<br />
haveria um retorno financeiro ao<br />
evitar tratamentos e internação<br />
prolongados dos pacientes em maior<br />
risco 26 . Entretanto, para a utilização<br />
faz-se necessário que os métodos<br />
diagnósticos de ponta sejam<br />
aprovados e liberados para o uso<br />
pelo SUS e mão-de-obra qualificada<br />
seja contratada para a realização das<br />
técnicas.<br />
Conflito de Interesses<br />
Os autores declaram que não<br />
existem conflitos de interesses.<br />
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ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 29
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
COLONIZAÇÃO RETOVAGINAL<br />
POR ESTREPTOCOCO β-HEMOLÍTICO DO GRUPO<br />
B EM GESTANTES ATENDIDAS EM UM HOSPITAL DE<br />
REFERÊNCIA OBSTÉTRICA NO RIO GRANDE DO SUL.<br />
Rectovaginal colonization by β-hemolytic Streptococcus of group B in pregnant women attended at an obstetric referral hospital in Rio Grande do Sul.<br />
Autores:<br />
Eduardo Langorte Toledo1,<br />
Carolina Mallmann Wallauer de Mattos2,<br />
Silvia Bock de Matos3.<br />
1 - Biomédico graduado pela Universidade Luterana do Brasil (UL-<br />
BRA), Hospital de Pronto Socorro de Canoas - Canoas-RS, Brasil.<br />
2 - Biomédica, Mestre em Biologia Celular e Molecular, Docente do<br />
Curso de Biomedicina na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA)<br />
- Canoas-RS, Brasil.<br />
3 - Farmacêutica-Bioquímica, Especialista em Microbiologia Clínica,<br />
Hospital Municipal de Canoas - Canoas-RS, Brasil.<br />
Declaramos a não existência de conflitos de interesse e que não<br />
houve financiamento ou benefícios recebidos de fontes comerciais.<br />
Resumo<br />
Introdução: O estreptococo β-hemolítico do grupo B de Lancefield<br />
(EGB) ou Streptococcus agalactiae encontra-se de forma comensal da<br />
microbiota humana, sendo o trato gastrointestinal o reservatório da<br />
bactéria. Sua importância clínica está relacionada com a capacidade<br />
de causar infecções em neonatos, incluindo sepse, pneumonia<br />
e meningite. Objetivo: O objetivo deste estudo foi determinar a<br />
prevalência de gestantes colonizadas pelo Streptococcus agalactiae<br />
em um hospital de referência obstétrica no Rio Grande do Sul.<br />
Método: Foram analisados 695 prontuários de gestantes atendidas<br />
no ambulatório de gestação de alto risco e da internação do referido<br />
hospital, entre julho de 2017 e dezembro de 2018. Resultados: Das<br />
gestantes que receberam atendimento obstétrico com solicitação<br />
de cultura para Streptococcus agalactiae no período proposto, 173<br />
estavam colonizadas pelo microrganismo na região retovaginal,<br />
perfazendo uma prevalência de 24,9%, resultado que corrobora<br />
com dados da literatura. Conclusão: Estudos sobre a prevalência<br />
de gestantes colonizadas pelo estreptococo do grupo B são de<br />
grande relevância para a saúde pública, visto que o microrganismo<br />
pode causar infecções graves em neonatos, destacando-se a real<br />
necessidade do rastreamento durante o pré-natal em conjunto<br />
com os demais exames preconizados pelo Ministério da Saúde,<br />
minimizando os riscos de transmissão e infecção.<br />
Palavras-chave: Streptococcus agalactiae; gestação; recém-nascido.<br />
Abstract<br />
Introduction: Lancefield group B β-hemolytic streptococcus<br />
(EGB) or Streptococcus agalactiae is found in the commensal<br />
form of the human microbiota, the gastrointestinal tract being<br />
the bacterium's reservoir. Its clinical importance is related to<br />
the ability to cause infections in neonates, including sepsis,<br />
pneumonia and meningitis. Objective: The objective of this study<br />
was to determine the prevalence of pregnant women colonized by<br />
Streptococcus agalactiae in an obstetric referral hospital in Rio<br />
Grande do Sul. Method: 695 medical records of pregnant women<br />
attended at the high-risk pregnancy clinic and the hospitalization<br />
of the referred hospital between july 2017 and december 2018<br />
were analyzed. Results: Of the pregnant women who received<br />
obstetric care with a culture request for Streptococcus agalactiae<br />
in the proposed period, 173 were colonized by the microorganism<br />
in the rectovaginal region, with a prevalence of 24.9%, a result<br />
that corroborates with data from the literature. Conclusion:<br />
Studies on the prevalence of pregnant women colonized by group<br />
B streptococcus are of great relevance to public health, since<br />
the microorganism can cause serious infections in neonates,<br />
highlighting the real need for prenatal screening together with the<br />
other tests recommended by the Ministry of Health, minimizing<br />
the risks of transmission and infection.<br />
Keywords: Streptococcus agalactiae; gestation; newborn.<br />
0 30<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
Introdução<br />
O rastreamento de gestantes colonizadas<br />
pelo Streptococcus agalactiae na região<br />
retovaginal baseia-se na capacidade do<br />
microrganismo causar complicações<br />
materno-fetal e neonatal graves, auxiliando<br />
especialistas na tomada de decisões que<br />
visam seu controle, sendo possível atuar<br />
com medidas profiláticas eficazes que<br />
minimizam a transmissão vertical da<br />
bactéria, diminuindo as taxas de infecção,<br />
morbimortalidade e sequelas nos neonatos<br />
sobreviventes (Siqueira, 2017).<br />
Na literatura científica, a prevalência de<br />
gestantes colonizadas pelo Streptococcus<br />
agalactiae variam largamente e<br />
chegam a 40% no Brasil e de 10 a<br />
30% em outros países, alterando de<br />
acordo com fatores sociodemográficos,<br />
localização geográfica, região anatômica<br />
da coleta do material e das técnicas<br />
bacteriológicas de isolamento utilizadas<br />
(Função & Narchi, 2013; Nunes &<br />
Oliveira, 2015). De acordo com a<br />
Organização Mundial da Saúde (OMS), o<br />
estreptococo do grupo B causa 150.000<br />
natimortos e mortes de bebês em todo<br />
o mundo, apesar da eficácia da profilaxia<br />
antibiótica intraparto (WHO, 2017).<br />
O Streptococcus agalactiae é considerado<br />
um agente bacteriano patogênico à<br />
saúde humana desde a década de 1970,<br />
apontado como a principal causa de<br />
infecção em recém-nascidos na época<br />
(Barbosa et al., 2016; Nomura et al.,<br />
2009). Trata-se de um coco gram-positivo<br />
encapsulado, β-hemolítico, pertencente<br />
à microbiota normal humana, sendo o<br />
trato gastrointestinal baixo o reservatório<br />
primário do microrganismo (Capellin<br />
et al., 2018). Em sua parede celular,<br />
apresenta um antígeno específico que<br />
possibilita a denominação da espécie<br />
como estreptococo do grupo B (EGB) do<br />
sistema de classificação de Lancefield<br />
(Capellin et al., 2018).<br />
Durante a gestação, as alterações<br />
hormonais causam um desequilíbrio<br />
na população microbiana vaginal,<br />
favorecendo a colonização de<br />
microrganismos oportunistas que<br />
podem levar a complicações na<br />
evolução gestacional (Melo et al.,<br />
2018). Em virtude da proximidade<br />
anatômica entre o reto e a vagina,<br />
a partir do trato gastrointestinal o<br />
estreptococo do grupo B pode colonizar<br />
de maneira crônica ou intermitente<br />
a região genital de mulheres e, de<br />
forma menos frequente, o trato<br />
urinário (Nunes & Oliveira, 2015). A<br />
colonização materna por Streptococcus<br />
agalactiae na região retovaginal é<br />
considerado o principal fator de risco<br />
para o desfecho da infecção neonatal,<br />
podendo manifestar-se como sepse,<br />
meningite e pneumonia (Barbosa et<br />
al, 2016; Capellin et al., 2018). Nas<br />
gestantes, está associado a infecções<br />
do trato urinário, endometrite,<br />
corioamnionite, ruptura prematura de<br />
membranas e parto prematuro, além<br />
da possível ocorrência de aborto e<br />
morte fetal intra-uterina (Senger et<br />
al., 2016).<br />
Em recém-nascidos, o Streptococcus<br />
agalactiae pode causar quadros clínicos<br />
distintos de acordo com o aparecimento<br />
dos sintomas (Battistin et al., 2018). A<br />
doença estreptocócica de início precoce<br />
geralmente ocorre por transmissão<br />
vertical da bactéria por via ascendente<br />
ou intra-amniótica, através da ruptura<br />
das membranas, aspiração do líquido<br />
amniótico ou em contato com secreções<br />
vaginais durante o parto, com instalação<br />
nas primeiras horas ou até o sétimo dia<br />
de nascimento e corresponde a 85%<br />
das infecções neonatais (Senger et al.,<br />
2016; Battistin et al., 2018; Paiva et<br />
al., 2017). As manifestações clínicas<br />
predominantes são sepse, choque<br />
séptico, desconforto respiratório, apneia,<br />
pneumonia e meningite, podendo<br />
evoluir a óbito até o segundo dia de vida<br />
(Função & Narchi, 2013; Capellin et al.,<br />
2018; Senger et al., 2016; Battistin et al.,<br />
2018). A prematuridade é considerada<br />
um fator de risco para o desenvolvimento<br />
de infecção precoce, onde a imaturidade<br />
do sistema imunológico faz com que<br />
ocorra uma rápida multiplicação do<br />
microrganismo, aumentando de 10 a 15<br />
vezes o risco de sepse (Paiva et al., 2017).<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
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Autores: Eduardo Langorte Toledo1, Silvia Bock de Matos3,<br />
Carolina Mallmann Wallauer de Mattos2.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
A infecção neonatal tardia<br />
desenvolve-se entre o sétimo dia de<br />
nascimento até o terceiro mês, onde<br />
o processo infeccioso pode ocorrer<br />
pela transmissão do microrganismo<br />
no momento do parto, pela aquisição<br />
pós-natal a partir da mãe colonizada<br />
ou através do ambiente hospitalar e<br />
domiciliar. (Função & Narchi, 2013;<br />
Senger et al., 2016; Battistin et al.,<br />
2018). O quadro clínico predominante é<br />
a meningite, que apesar de apresentar<br />
uma menor taxa de mortalidade, mais<br />
de 20% dos sobreviventes de meningite<br />
provocada por Streptococcus agalactiae<br />
têm sequelas neurológicas graves,<br />
incluindo retardo mental e hidrocefalia,<br />
além de infecções cutâneas,<br />
osteoarticulares, surdez, cegueira<br />
e deficiências no desenvolvimento<br />
(Senger et al., 2016).<br />
O método laboratorial para a<br />
identificação do estreptococo do grupo<br />
B na região retovaginal é fundamental<br />
para detectar o maior número possível<br />
de gestantes colonizadas no período<br />
pré-natal. (Siqueira, 2017; Nomura<br />
et al., 2009). Dessa forma, a pesquisa<br />
de colonização por Streptococcus<br />
agalactiae em gestantes possibilita a<br />
realização de medidas preventivas que<br />
minimizam desfechos desfavoráveis,<br />
onde o Centers for Diseases Control<br />
and Prevention (CDC) recomenda<br />
a triagem pré-natal baseada em<br />
cultura e uso de profilaxia antibiótica<br />
intraparto, que resultou em reduções<br />
na doença estreptocócica de início<br />
precoce entre os recém-nascidos.<br />
(Verani et al., 2010).<br />
No Brasil, o rastreamento da<br />
colonização pelo estreptococo do<br />
grupo B não faz parte do protocolo<br />
de assistência pré-natal proposto<br />
pelo Ministério da Saúde e os dados<br />
epidemiológicos no país não são bem<br />
conhecidos (Battistin et al., 2018).<br />
Devido à ausência de um programa de<br />
vigilância e a falta de pesquisa sobre<br />
a colonização materna no período<br />
pré-natal, sua investigação torna-se<br />
um componente importante para<br />
minimizar as infecções causadas pelo<br />
microrganismo (Barbosa et al., 2016;<br />
Battistin et al., 2018). O objetivo deste<br />
trabalho foi determinar a prevalência<br />
de colonização retovaginal por<br />
Streptococcus agalactiae em gestantes<br />
atendidas em um hospital de referência<br />
obstétrica no Rio Grande do Sul.<br />
Métodos<br />
Trata-se de um estudo transversal, de<br />
caráter retrospectivo com abordagem<br />
qualitativa. Foram incluídas no estudo<br />
todas as gestantes submetidas à<br />
pesquisa de estreptococo do grupo<br />
B durante o período proposto. Como<br />
critério de exclusão, não foram<br />
utilizados os prontuários de gestantes<br />
com dados incompletos.<br />
Os dados foram coletados através dos<br />
prontuários de gestantes submetidas<br />
à pesquisa de estreptococo do grupo<br />
B pela Unidade de Ginecologia e<br />
Obstetrícia de um hospital de referência<br />
obstétrica no Rio Grande do Sul, entre<br />
julho de 2017 a dezembro de 2018.<br />
Neste período, o laboratório analisou<br />
717 amostras de 695 gestantes<br />
atendidas pelo Sistema Único de<br />
Saúde, com origem no ambulatório de<br />
gestação de alto risco e internação.<br />
A coleta de dados foi realizada entre<br />
os meses de junho e setembro de 2019<br />
a partir dos registros do Laboratório de<br />
Microbiologia, que permitiu a seleção<br />
das gestantes no período proposto<br />
para a pesquisa. O software de<br />
gerenciamento laboratorial deu acesso<br />
a origem, Código Internacional de<br />
Doenças (CID), idade e resultado para<br />
a pesquisa de estreptococo do grupo B<br />
das gestantes. Os dados coletados foram<br />
arquivados em planilha eletrônica no<br />
software Microsoft Excel®, versão 2016<br />
e posteriormente realizada a análise<br />
estatística dos resultados obtidos.<br />
0 32<br />
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Autores: Eduardo Langorte Toledo1, Silvia Bock de Matos3,<br />
Carolina Mallmann Wallauer de Mattos2.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
A metodologia laboratorial utilizada<br />
no referido hospital para a identificação<br />
de Streptococcus agalactiae se dá<br />
a partir da coleta de swab vaginal,<br />
retal ou retovaginal, corretamente<br />
identificadas, armazenadas em meio<br />
Stuart e encaminhadas para análise.<br />
Esses swabs são semeados em meio<br />
cromogênico seletivo para a detecção<br />
de Streptococcus agalactiae (chromID<br />
Strepto B - bioMérieux) e incubados em<br />
estufa bacteriológica por 18-24 horas a<br />
35±2°C. Em caso de teste negativo,<br />
a placa é reincubada por 24 horas. O<br />
crescimento de colônias com coloração<br />
malva é submetido ao CAMP teste e<br />
bile-esculina. CAMP positivo e bileesculina<br />
negativo indicam resultado<br />
positivo para Streptococcus agalactiae<br />
na amostra analisada.<br />
positivo, 10 (13,9%) continham ruptura<br />
prematura de membranas como Código<br />
Internacional de Doenças (CID), 12<br />
(16,7%) parto precipitado e 50 (70,8%)<br />
apresentavam outros motivos, incluindo<br />
infecção do trato urinário.<br />
Durante os 17 meses propostos para a<br />
pesquisa (Julho de 2017 à dezembro de<br />
2018), o Laboratório de Microbiologia<br />
do referido hospital recebeu amostras<br />
de 695 gestantes, com detecção do<br />
estreptococo do grupo B em 173<br />
mulheres, correspondente a uma taxa<br />
de colonização de 24,9% (Tabela 2). A<br />
frequência mensal de culturas positivas<br />
para Streptococcus agalactiae variou<br />
de 4,2% (Setembro de 2018) à 41,2%<br />
(Setembro de 2017), com média de 9,6<br />
resultados positivos por mês.<br />
O presente projeto foi elaborado de<br />
acordo com as diretrizes e normas<br />
regulamentadoras e aprovado pelo<br />
Comitê de Ética e Pesquisa em Seres<br />
Humanos da Universidade Luterana do<br />
Brasil no dia 29 de abril de 2019, sob o<br />
parecer Nº 3.291.162.<br />
Resultados<br />
Durante o período em estudo,<br />
395 gestantes foram atendidas no<br />
Ambulatório de Gestação de Alto Risco<br />
e 300 encontravam-se internadas no<br />
hospital (Tabela 1), apresentando 25,6%<br />
e 24% de colonização materna pelo<br />
estreptococo do grupo B, respectivamente.<br />
Das gestantes internadas com resultado<br />
0 34<br />
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A idade das gestantes variou de<br />
15 a 48 anos, com uma prevalência<br />
de colonização maior naquelas<br />
com idade entre 30 e 39 anos,<br />
totalizando 27,7% (Tabela 3).<br />
A média de idade das gestantes<br />
colonizadas foi de 29 anos.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
Das 717 amostras analisadas no<br />
Laboratório de Microbiologia, 21<br />
foram swabs distintos das regiões<br />
vaginal e retal, 5 de swab vaginal e<br />
670 swabs combinados da vagina<br />
e reto, ao passo que amostras<br />
isoladas da região retal não foram<br />
solicitadas. Dessas, 175 (24,4%)<br />
apresentaram crescimento positivo<br />
para o estreptococo do grupo B,<br />
onde 3 (11,5%) de swab vaginal, 6<br />
(28,6%) de swab real e <strong>166</strong> (24,8%)<br />
pela coleta concomitante de swab<br />
vaginal e retal (Tabela 4). Das 21<br />
gestantes submetidas ao exame com<br />
swabs coletados separadamente, 4<br />
apresentaram positividade somente<br />
em amostra retal, 1 somente<br />
em amostra vaginal e 2 tiveram<br />
resultado positivo para ambas. Das<br />
5 gestantes que tiveram amostra<br />
somente vaginal, nenhuma estava<br />
colonizada.<br />
Discussão<br />
No Brasil, as taxas de colonização pelo<br />
Streptococcus agalactiae em gestantes<br />
tiveram os primeiros estudos na década<br />
de 1980 na região Sul, com prevalência<br />
de aproximadamente 25% (Paiva et<br />
al., 2017). Neste estudo realizado em<br />
um hospital de referência obstétrica<br />
no Rio Grande do Sul, a prevalência de<br />
gestantes colonizadas foi de 24,9%. Em<br />
comparação a pesquisas similares, os<br />
resultados deste trabalho evidenciaram<br />
uma taxa de colonização semelhante<br />
às encontradas por outros autores.<br />
Das 173 grávidas que apresentaram<br />
positividade para Streptococcus<br />
agalactiae na região retovaginal,<br />
101 (25,6%) manifestavam alguma<br />
condição clínica que as classificavam<br />
como de alto risco e 72 (24,0%)<br />
encontravam-se na internação do<br />
hospital, onde 10 (13,9%) continham<br />
ruptura prematura de membranas e<br />
12 (16,7%) parto precipitado como<br />
Código Internacional de Doenças<br />
(CID). Essas informações levantam a<br />
hipótese de que o agente causador<br />
das intercorrências citadas seja o<br />
estreptococo do grupo B, visto que<br />
são as duas principais complicações<br />
provocadas pelo microrganismo na<br />
gestante.<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
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Autores: Eduardo Langorte Toledo1, Silvia Bock de Matos3,<br />
Carolina Mallmann Wallauer de Mattos2.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
Nomura et al. (2009) realizaram<br />
um estudo em Campinas associando<br />
microrganismo na região retovaginal<br />
em 7 delas (6,1%). Outras infecções<br />
avaliaram a taxa de colonização<br />
pelo estreptococo do grupo B entre<br />
a colonização materna com parto<br />
também foram observadas, como<br />
mulheres grávidas infectadas e<br />
prematuro e/ou ruptura prematura<br />
a toxoplasmose (6,8%), o HIV<br />
não infectadas com HIV, obtendo<br />
de membranas. A prevalência<br />
(4,8%) e a sífilis (3,9%). Mesmo<br />
29,6% e 24,2%, respectivamente.<br />
de gestantes colonizadas por<br />
apresentando uma prevalência de<br />
Linhares et al. (2011) ainda citam a<br />
Streptococcus agalactiae foi de<br />
colonização inferior a outros dados<br />
rubéola como doença detectada com<br />
27,6%, sendo 30% em mulheres com<br />
nacionais, encontrou-se superior<br />
frequência inferior à colonização<br />
ruptura prematura de membranas<br />
ao HIV e a sífilis nessa pesquisa.<br />
materna pelo estreptococo do grupo<br />
e 25% com trabalho de parto<br />
Porém, esses dois exames são<br />
B, além da sífilis.<br />
pré-termo. Dois recém-nascidos<br />
obrigatórios no acompanhamento<br />
colonizados apresentaram sepse<br />
pré-natal, ao contrário da pesquisa<br />
No país, pesquisas sobre<br />
precoce por Streptococcus agalactiae<br />
do Streptococcus agalactiae.<br />
a colonização materna pelo<br />
e um foi a óbito por choque séptico<br />
Streptococcus agalactiae têm<br />
com 48 horas de vida. Sousa et al.<br />
Em 2011, uma pesquisa realizada<br />
apresentado resultados variáveis<br />
(2019) determinaram a prevalência<br />
por João et al. com gestantes<br />
ao longo dos anos (Figura 1). Um<br />
de microrganismos isolados em<br />
soropositivas revelou uma taxa<br />
aspecto importante na avaliação<br />
hemoculturas na unidade neonatal<br />
de 32,2% de colonizadas pelo S.<br />
da prevalência do Streptococcus<br />
de terapia intensiva de um hospital<br />
agalactiae podendo o vírus ou<br />
agalactiae é o habitat do<br />
no Ceará, onde dos 88 achados<br />
alguma condição relacionada à ele<br />
microrganismo, onde a intermitência<br />
bacterianos, 20 (21,5%) eram<br />
ser considerado um fator de risco.<br />
da sua colonização e a ausência de<br />
gram-negativos e 68 (73,1%) gram-<br />
Mitima et al. (2014) relataram a<br />
sintomas são fatores que podem<br />
positivos, estando o Streptococcus<br />
ocorrência de infecção urinária e a<br />
causar alterações no rastreamento<br />
agalactiae em 1,1% das amostras.<br />
presença do vírus HIV como fatores<br />
bacteriano. Por esse motivo, os<br />
significativamente<br />
associados<br />
valores de culturas positivas são<br />
Barros et al. (2015) avaliaram a<br />
à colonização por Streptococcus<br />
mais relevantes quando detectados<br />
colonização pelo estreptococo do<br />
agalactiae, evidenciando a hipótese<br />
no terceiro trimestre de gestação,<br />
grupo B em 114 gestantes de alto<br />
anterior. Na Bélgica, um estudo<br />
pela possibilidade de transmissão<br />
risco no Rio de Janeiro, detectando o<br />
realizado por Dauby et al. (2018)<br />
da bactéria no momento do parto.<br />
0 36<br />
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Como o trato gastrointestinal<br />
é o reservatório primário do<br />
microrganismo e sua principal fonte<br />
da colonização vaginal, hábitos de<br />
higiene e práticas sexuais também<br />
podem aumentar o risco de<br />
colonização vaginal.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
Alguns autores relatam que essas<br />
variações estão relacionadas às<br />
diferenças em suas características como<br />
idade, raça, nível socioeconômico,<br />
localização geográfica, método de<br />
isolamento utilizados, sítio de coleta<br />
e idade gestacional (Função & Narchi,<br />
2013). Barros et al. (2015) levantaram<br />
uma hipótese sobre as diferenças<br />
na frequência de colonização pelo<br />
microrganismo, considerando o fato<br />
de que, em diferentes épocas da<br />
gestação, um elevado número de<br />
gestantes desenvolvem infecções<br />
bacterianas e são tratadas com<br />
antimicrobianos, podendo o<br />
tratamento levá-las à descolonização,<br />
interferindo no rastreamento e,<br />
consequentemente, nos resultados de<br />
prevalência obtidos.<br />
Figura 1 - Prevalência colonização por S. agalactiae em diferentes estados do Brasil<br />
Neste estudo, a média de idade das<br />
grávidas colonizadas foi de 29 anos,<br />
apresentando uma frequência maior<br />
(27,7%) naquelas com idade entre 30<br />
e 39 anos. Krueger (2016) relatou que<br />
56,6% das gestantes em seu estudo<br />
possuíam entre 31 a 40 anos de idade,<br />
28,6% de swab retal e 11,5% de swab<br />
vaginal. Das amostras isoladas, a taxa<br />
de positividade maior no material<br />
coletado do reto é justificada pelo<br />
fato de que o trato gastrointestinal é<br />
o principal reservatório da bactéria,<br />
podendo então, colonizar a região<br />
semelhante aos dados encontrados genital. Porém, esse resultado<br />
neste trabalho, enquanto Battistin<br />
et al. (2018) encontraram 30,8%<br />
de positividade naquelas com idade<br />
inferior a 20 anos.<br />
Na análise microbiológica realizada<br />
neste estudo, 24,8% das amostras<br />
positivas foram de swab retovaginal,<br />
difere do encontrado por Barbosa<br />
et al. (2016), que obteve 52,6% em<br />
amostra vaginal, 10,5% retal e 36,9%<br />
no combinado das duas regiões.<br />
Dados como nível socioeconômico,<br />
idade gestacional e raça não foram<br />
avaliados neste trabalho, visto que<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 37
Autores: Eduardo Langorte Toledo1, Silvia Bock de Matos3,<br />
Carolina Mallmann Wallauer de Mattos2.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
não foi aplicado questionário para as<br />
gestantes. A idade gestacional pode ter<br />
apresentado grandes variações devido<br />
ao fato de muitas delas darem entrada<br />
através da emergência obstétrica, sem<br />
acompanhamento pré-natal prévio,<br />
além daquelas que descobrem a gravidez<br />
somente no momento do parto.<br />
Senger et al. (2016), Dell’Osbel et al.<br />
(2018), Melo et al. (2018) e Barbosa et al.<br />
(2016) realizaram estudos similares sobre<br />
fatores associados à colonização pelo<br />
estreptococo do grupo B, encontrando<br />
maior frequência de culturas positivas<br />
entre a 30ª e 32ª semanas de gestação<br />
(38,89%), ≥ 36 semanas (23%), 36ª<br />
semana gestacional (31,16%) e 40ª<br />
semana (29,2%), respectivamente.<br />
Senger et al. (2016) e Dell’Osbel et<br />
al. (2018) relataram maior frequência<br />
de positividade em mulheres brancas<br />
(22,97% e 20,7%), Melo et al. (2018)<br />
em não-brancas (30,37%) e Barbosa et<br />
al. (2016) em mulheres autodeclaradas<br />
pardas (30,8%). Referente à renda,<br />
relataram positividade em 23,61% nas<br />
gestantes com renda inferior a 3 salários,<br />
27,6% sem renda ou até 1 salário<br />
mínimo, 36,46% acima de 2 salários e<br />
21,3% entre 1 e 2 salários, nessa ordem.<br />
Diferentes estudos internacionais<br />
também indicam uma frequência<br />
de colonização similar à encontrada<br />
neste trabalho, onde Back et al.<br />
(2012) relatam que cerca de 20% das<br />
mulheres grávidas são colonizadas<br />
pelo estreptococo do grupo B nos<br />
Estados Unidos da América (EUA).<br />
Na Austrália Ocidental, Furfaro et<br />
al. (2019) realizaram o primeiro<br />
estudo sobre a colonização prénatal<br />
por Streptococcus agalactiae,<br />
observando uma taxa de colonização<br />
de 24% entre as gestantes. Com<br />
o objetivo de avaliar a taxa de<br />
colonização do estreptococo do<br />
grupo B em mulheres grávidas e<br />
identificar complicações obstétricas<br />
e sepse neonatal precoce induzida<br />
pelo microrganismo na Coréia, Kim<br />
et al. (2018) encontraram 11,6%<br />
de gestantes colonizadas, sem<br />
aumento significativo observado nas<br />
complicações relacionadas à gravidez<br />
entre as gestantes colonizadas e<br />
não colonizadas. Entre os neonatos<br />
nascidos de mães colonizadas,<br />
houve sepse neonatal precoce em<br />
1,5%, porém, a complicação não<br />
foi relacionada com o Streptococcus<br />
agalactiae.<br />
Em 2018, a administração das<br />
recomendações profiláticas para<br />
o estreptococo do grupo B foi<br />
transferida do Centers for Disease<br />
Control and Prevention (CDC) para o<br />
American College of Obstetrics and<br />
Gynecology (ACOG) e para a American<br />
Academy of Pediatrics (AAP). Sendo<br />
assim, em junho de 2019, o ACOG<br />
publicou uma atualização que<br />
substituiu as diretrizes propostas<br />
pelo CDC em 2010 e atualizada<br />
novamente em fevereiro de 2020.<br />
As principais medidas profiláticas da<br />
doença estreptocócica indicado pelo<br />
ACOG continuaram sendo a triagem<br />
pré-natal universal por cultura<br />
retovaginal entre a 36ª e 37ª semanas<br />
de gestação, teste de amplificação<br />
de ácido nucleico (NAAT), realização<br />
apropriada de profilaxia antibiótica<br />
intraparto (a partir de cultura,<br />
bacteriúria, histórico de colonização<br />
e infecção neonatal entre outros<br />
fatores de risco), e alinhamento com<br />
profissionais de saúde (ACOG, 2020).<br />
Em Agosto de 2019, a American<br />
Academy of Pediatrics (AAP) publicou<br />
um novo relatório clínico sobre o<br />
“Manejo de Crianças em Risco de<br />
0 38<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
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ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
Doença Estreptocócica do Grupo<br />
B”, abordando a epidemiologia,<br />
microbiologia, patogênese da doença<br />
e estratégias de manejo para a<br />
infecção neonatal precoce e tardia por<br />
estreptococo do grupo B. O relatório<br />
fornece aos profissionais informações<br />
e recomendações atualizadas para<br />
a avaliação de recém-nascidos em<br />
risco de doença estreptocócica e para<br />
o tratamento daqueles com infecção<br />
confirmada (Karen et al., 2019).<br />
Recentemente, em Março de 2020, a<br />
American Society for Microbiology (ASM)<br />
publicou uma diretriz provisória para a<br />
detecção e identificação do estreptococo<br />
do grupo B, com o objetivo de fornecer<br />
recomendações específicas para a<br />
coleta de material, armazenamento e<br />
transporte ideal de amostras, detecção<br />
e identificação de microrganismos, teste<br />
de susceptibilidade antimicrobiana e<br />
comunicação dos resultados (Laura et<br />
al., 2020). Essas organizações colaboram<br />
juntas na prevenção da doença<br />
estreptocócica neonatal há muitos<br />
anos, onde as últimas atualizações<br />
representam o progresso e a dedicação<br />
contínua entre os grupos de atenção à<br />
saúde.<br />
Conclusão<br />
Estudos sobre a prevalência<br />
de gestantes colonizadas pelo<br />
estreptococo do grupo B são de grande<br />
relevância para a saúde pública,<br />
visto que o microrganismo pode<br />
causar graves infecções em neonatos.<br />
Considerando as elevadas taxas de<br />
colonização materna encontradas na<br />
literatura, destaca-se a real necessidade<br />
de rastreamento do Streptococcus<br />
agalactiae como procedimento de<br />
rotina durante o acompanhamento<br />
pré-natal, em conjunto aos demais<br />
exames de igual importância, já<br />
preconizados pelo Ministério da Saúde.<br />
A triagem baseada em cultura segue<br />
como a metodologia padrão-ouro<br />
para a detecção do estreptococo do<br />
grupo B na região retovaginal de<br />
mulheres grávidas e o uso da profilaxia<br />
antibiótica intraparto têm apresentado<br />
resultados satisfatórios na prevenção<br />
da transmissão vertical da bactéria,<br />
considerada a estratégia mais eficaz<br />
para minimizar o risco da doença<br />
estreptocócica neonatal. No Brasil, o<br />
rastreamento de gestantes colonizadas<br />
pelo Streptococcus agalactiae e a<br />
profilaxia antibiótica intraparto não<br />
são preconizados como rotina no prénatal,<br />
sendo praticado de maneira<br />
não obrigatória em alguns centros de<br />
assistência obstétrica.<br />
As atualizações das diretrizes de<br />
prevenção da doença esteptocócica<br />
propostas recentemente visam otimizar<br />
as práticas atuais recomendadas para<br />
a triagem de gestantes colonizadas<br />
pelo microrganismo, minimizando as<br />
infecções causadas pelo Streptococcus<br />
agalactiae em recém-nascidos,<br />
possibilitando assim, detecção e<br />
medidas profiláticas eficazes para uma<br />
gestação e parto saudáveis, promovendo<br />
a integridade e saúde da mãe e do bebê.<br />
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0 40<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
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ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 41
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ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
PRINCIPAIS MARCADORES<br />
TUMORAIS USADOS NA CLÍNICA MÉDICA:<br />
REVISÃO DA LITERATURA<br />
MAIN TUMOR MARKERS USED IN THE MEDICAL CLINIC: LITERATURE REVIEW<br />
Autoras:<br />
Jéssica Balverdu da Silva 1 , Allyne Cristina Grando 1<br />
1<br />
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). Canoas RS Brasil<br />
Resumo<br />
O câncer é um problema de saúde pública e acomete<br />
o maior número de mortes mundialmente, perdendo<br />
somente para as doenças cardiovasculares. Pesquisas<br />
estão sendo realizadas sobre os marcadores tumorais<br />
(MT), pois estes facilitam a detecção precoce e ajudam<br />
no direcionamento do melhor tratamento. Portanto, a<br />
literatura sobre os MT está em expansão. Por este motivo,<br />
esta revisão bibliográfica teve como objetivo trazer<br />
artigos atuais caracterizando os principais MT sorológicos<br />
utilizados na clínica médica. Atualmente, os principais<br />
MT sorológicos são: AFP (alfa-fetoproteína), CA 15-3<br />
(Antígeno do câncer 15-3), CA 19-9 (Antígeno do câncer<br />
19-9), CA 125 (Antígeno do Câncer 125), Calcitonina, CEA<br />
(Antígeno carcinoembrionário), Cromogranina A (CgA),<br />
hCG (Gonadotrofina coriônica humana), PSA (antígeno<br />
prostático especifico) e Tiroglobulina. A partir desta revisão<br />
de literatura, foi possível verificar a importância dos MT na<br />
clínica médica, mesmo estes sendo usados apenas como<br />
exame complementar devido às suas inconsistências.<br />
Palavras-Chave: Marcadores Tumorais, tumor, neoplasia, diagnóstico.<br />
Abstract<br />
Cancer is a public health problem and affects the<br />
largest number of deaths worldwide, second only to<br />
cardiovascular diseases. Studies are being made on<br />
tumor markers (TM), because they facilitate early<br />
detection and help guide the best treatment. Therefore,<br />
the literature on TM is expanding, for this reason<br />
this literature review aimed to bring current articles<br />
characterizing the main serological TM used in the<br />
medical clinic. Currently the main serological TMs are:<br />
AFP (alpha-fetoprotein), CA 15-3 (Cancer Antigen 15-<br />
3), CA 19-9 (Cancer Antigen 19-9), CA 125 (Cancer<br />
Antigen 125), Calcitonin, Carcinoembryonic Antigen<br />
(CEA), Chromogranin A (CgA), hCG (human chorionic<br />
Gonadotrophin), PSA (prostate specific antigen)<br />
and Thyroglobulin. From this literature review, it<br />
was possible to verify the importance of the TM in<br />
the medical clinic, even these being used only as<br />
complementary examination due to its inconsistencies.<br />
Keywords: Tumor markers, tumor, neoplasm, diagnostic.<br />
0 44<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
Introdução<br />
Diariamente, todas as células que<br />
formam os tecidos do corpo humano<br />
multiplicam-se milhares de vezes, sendo<br />
essa multiplicação um processo natural<br />
do organismo. Alguns tipos de células<br />
não se multiplicam; porém, grande<br />
parte das células do organismo humano<br />
segue o mesmo processo contínuo:<br />
crescer, multiplicar e morrer (1) .<br />
ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
Câncer é o nome dado a um conjunto<br />
de mais de 100 doenças, onde estas<br />
possuem em comum uma divisão celular<br />
desordenada. Estas células dividem-se<br />
de forma veloz e enérgica e essa divisão<br />
invade outros tecidos orgânicos do corpo<br />
humano acarretando em transtornos<br />
funcionais (1) .<br />
O início da proliferação das células<br />
cancerígenas, processo que recebe o<br />
nome de carcinogênese, possui três<br />
etapas. A primeira é a iniciação, onde<br />
uma das células de um tecido que estão<br />
se multiplicando normalmente passa<br />
por uma modificação em algum gene<br />
causada por agentes cancerígenos ou<br />
carcinógenos. A segunda etapa é a<br />
promoção, onde a célula já com o gene<br />
modificado sofre efeitos por contato<br />
contínuo dos oncopromotores, sendo<br />
neste momento que a célula torna-se<br />
maligna. E a terceira e última etapa é a<br />
progressão, onde ocorre a multiplicação<br />
sem controle e sem retorno da célula<br />
com o gene alterado, ou seja, da célula<br />
maligna. É nesta etapa que o câncer<br />
começa a evoluir e as manifestações<br />
clínicas iniciam-se (1,2 ).<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
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Autoras: Jéssica Balverdu da Silva 1 , Allyne Cristina Grando 1 .<br />
ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
O câncer é um problema de saúde<br />
pública e acomete o maior número<br />
de mortes mundialmente, perdendo<br />
somente para as doenças cardiovasculares.<br />
Em 2012, estima-se que surgiram 14,1<br />
milhões de casos novos e 8,2 milhões<br />
de óbitos ao redor do mundo devido ao<br />
câncer. Os tipos de câncer relacionados<br />
com desenvolvimento e urbanização<br />
são os que mais aparecem em países<br />
desenvolvidos. Já em países de baixo<br />
e médio desenvolvimento, os tipos de<br />
câncer que mais aparecem são os de<br />
origem infecciosa (3,4) .<br />
De acordo como Ministério da Saúde<br />
e o Instituto Nacional do Câncer (INCA)<br />
no Brasil, estima-se que surgirão 600 mil<br />
casos novos para os anos de 2018 e 2019.<br />
Há 70% da ocorrência de novos casos<br />
nas regiões Sul e Sudeste, no Rio Grande<br />
do Sul e Porto Alegre. Em homens, a<br />
predominância é a de câncer de próstata,<br />
e em mulheres a predominância é a do<br />
câncer de mama; porém, em ambos os<br />
sexos a predominância é do câncer de<br />
pele não melanoma, conforme tabela 1,<br />
tabela 2 e tabela 3 (3, 4, 5) .<br />
A Organização Mundial da Saúde<br />
(OMS) recomenda focar no diagnóstico<br />
precoce de tumores para lidar com o<br />
aumento da incidência de casos novos<br />
de câncer diagnosticados. Por este<br />
motivo, muitos marcadores tumorais<br />
estão sendo estudados, pois a utilização<br />
destes marcadores na caracterização e<br />
quantificação do câncer tem se mostrado<br />
muito importante para o prognóstico e<br />
evolução do tratamento (3, 4, 5) .<br />
0 46<br />
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Fluxo de<br />
trabalho ideal
Autoras: Jéssica Balverdu da Silva 1 , Allyne Cristina Grando 1 .<br />
ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
Marcadores Tumorais<br />
Os Marcadores Tumorais (MT) ou<br />
marcadores biológicos são macromoléculas<br />
(proteínas, antígenos de superfície celular,<br />
proteínas citoplasmáticas, enzimas e<br />
hormônios) que são produzidas pelo tumor<br />
e estão presentes na corrente sanguínea ou<br />
em outros fluidos biológicos, ou ainda em<br />
tecidos. Estas macromoléculas podem ser<br />
produtos endógenos de células altamente<br />
ativas metabolicamente ou produtos de<br />
genes recém-ativados, que podem ter<br />
permanecido sem serem expressos no início<br />
da vida, ou antígenos recém-adquiridos em<br />
níveis celulares e subcelulares (6,7,8) .<br />
Os MT datam de 1847, onde surgiram<br />
as primeiras descobertas a respeito<br />
dessas macromoléculas. É importante<br />
saber sobre o histórico dos MT (Tabela<br />
4), pois, desta forma, torna-se possível<br />
verificar que, precedentemente à<br />
descoberta sobre os MT, os pesquisadores<br />
já possuíam o entendimento de que<br />
algumas substâncias eram originadas<br />
do tumor (11) .<br />
Como cada MT possui seu intervalo de<br />
referência, quando estes valores estão em<br />
elevação ou elevados, isto deve ser visto<br />
como um sinal alarmante a ser investigado,<br />
pois os marcadores estão ligados<br />
diretamente à resposta de oncogênese<br />
e ao crescimento de células neoplásicas.<br />
Portanto, isto pode ser indicação de que<br />
há uma neoplasia recorrente ou em<br />
progresso; porém, estes marcadores podem<br />
apresentar-se em baixas concentrações em<br />
pessoas que não possuem um processo<br />
neoplásico. Assim, é importante verificar o<br />
histórico do paciente (6, 7, 8, 9) .<br />
Para um MT ser considerado ideal, o<br />
mesmo deve ser produzido por todas as<br />
neoplasias da mesma linhagem e seus<br />
níveis devem ser detectados, mesmo<br />
se estiverem em baixas concentrações.<br />
O valor da concentração do MT no<br />
organismo deverá refletir com precisão<br />
a evolução clínica e a regressão da<br />
neoplasia no organismo do paciente.<br />
Todavia, não há nenhum MT estudado<br />
até o momento que se encaixe em todas<br />
as características citadas que o façam<br />
um MT ideal, pois alguns pecam na<br />
falta de especificidade e outros na falta<br />
de sensibilidade. Há ainda aqueles onde<br />
ambos os parâmetros não se mostram<br />
satisfatórios. Portanto, na maioria das<br />
vezes eles, são utilizados como uma<br />
análise complementar para o diagnóstico<br />
e, quando usados para diagnóstico, seus<br />
valores são analisados considerando<br />
um painel de MT e o histórico de cada<br />
paciente individualmente (7) .<br />
Os MT são importantes na<br />
clínica médica devido ao auxílio<br />
principalmente no diagnóstico e no<br />
controle de neoplasias. Além disso,<br />
eles podem ser úteis na verificação<br />
de como o organismo do paciente<br />
está respondendo ao tratamento e<br />
facilitar a busca da melhor terapia<br />
para combater a neoplasia. Auxiliam<br />
ainda no prognóstico, na localização de<br />
metástase, na detecção de recorrência<br />
e de recidivas (6, 9) .<br />
0 48<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
São utilizadas metodologias de<br />
imuno-histoquímica para detectar estes<br />
marcadores em tecidos, facilitando<br />
a diferenciação das neoplasias no<br />
diagnóstico. Já no sangue, os MT<br />
podem ser dosados através de técnicas<br />
de biologia molecular, como, por<br />
exemplo, o teste da Reação em Cadeia<br />
da Polimerase (PCR), Southern blotting<br />
e Northern blotting e imunoensaios (7,10) .<br />
Devido à importância dos MT, a literatura<br />
sobre eles está em expansão; porém, até<br />
o momento, o último artigo de revisão<br />
bibliográfica compilando e detalhando<br />
os principais MT sorológicos utilizados na<br />
clínica média foi publicado no ano de 2007.<br />
Portanto, esta revisão bibliográfica<br />
abordou artigos, mostrando as<br />
características mais relevantes dos<br />
principais MT sorológicos utilizados na<br />
clínica médica, como eles podem ser<br />
usados e bem como a sua importância.<br />
Metodologia<br />
Para a realização do presente trabalho de<br />
revisão de literatura, foi feita uma pesquisa<br />
de artigos científicos nas plataformas<br />
Scielo e PubMed nos idiomas português<br />
e inglês. Foram utilizados os seguintes<br />
descritores: marcadores biológicos,<br />
marcadores tumorais, tumor, os quais<br />
foram usados em conjunto com o nome<br />
de cada marcador tumoral.<br />
Para que tivéssemos uma revisão<br />
bibliográfica atualizada e completa<br />
referente ao assunto analisado, foram<br />
selecionados materiais no intervalo<br />
de 10 anos; porém, em casos em que<br />
foi necessário, utilizamos materiais<br />
anteriores ao ano de 2008.<br />
Principais Marcadores Tumorais<br />
Utilizados<br />
Na clínica médica, entre os principais<br />
marcadores tumorais sorológicos utilizados<br />
atualmente, são: AFP (alfa-fetoproteína),<br />
CA 15-3 (Antígeno do câncer 15-3), CA<br />
19-9 (Antígeno do câncer 19-9), CA 125<br />
(Antígeno do Câncer 125), Calcitonina,<br />
CEA (Antígeno carcinoembrionário),<br />
Cromogranina A (CgA), hCG (Gonadotrofina<br />
coriônica humana), PSA (antígeno<br />
prostático especifico) e Tiroglobulina,<br />
conforme demonstrado na tabela 5.<br />
Alfa-Fetoproteína<br />
A Alfa-fetoproteína (AFP), que<br />
também pode ser chamada de alfa-<br />
1-fetoproteína ou α-fetoglobulina,<br />
é o único marcador tumoral com<br />
significado clínico fundamentado. É<br />
uma molécula de glicoproteína com<br />
massa molecular de 69 a 70kDa, com<br />
590 aminoácidos e 4% de resíduos de<br />
carboidratos. Ela pode ser detectada<br />
no soro. A AFP é sintetizada no saco<br />
vitelino e, posteriormente, pelo fígado.<br />
Suas propriedades químicas são<br />
parecidas com a albumina. Além de ser<br />
a primeira e dominante alfa-globulina<br />
a aparecer no soro no início da vida<br />
embrionária (7,12, 13, 14) .<br />
Os intervalos de referência da AFP na<br />
população sadia são baixos, entre 5ng/<br />
mL e 15ng/mL. Concentrações acima de<br />
500ng/mL são imensamente indicativas<br />
de processo neoplásico no organismo,<br />
e valores acima de 1000ng/mL são<br />
indicativos de presença de neoplasia (7) .<br />
A AFP é o MT mais usado para<br />
o rastreamento e segmento de<br />
carcinoma hepatocelular em pacientes<br />
com doença hepática crônica. Suas<br />
concentrações estão acima de 20ng/<br />
mL em cerca de 60% a 95% no<br />
carcinoma hepatocelular, mas somente<br />
valores acima de 500ng/mL podem<br />
ser considerados pertencentes de<br />
carcinoma hepatocelular<br />
(13,15,16)<br />
.<br />
Porém, de acordo com o Foodand Drug<br />
Administration (FDA), a AFP é utilizada<br />
também para avaliar a extensão da<br />
disseminação do tumor do câncer<br />
testicular não seminomatoso (17) .<br />
Porém, a concentração da AFP pode<br />
estar alterada não somente quando<br />
há algum processo neoplásico no<br />
organismo. Outros distúrbios podem<br />
alterar sua concentração, como, por<br />
exemplo, cirrose, necrose hepática<br />
maciça, hepatite crônica. A AFP<br />
também é solicitada para gestantes,<br />
pois a AFP detecta igualmente casos<br />
de fetos com síndrome de Down,<br />
além de defeitos do tubo neural fetal,<br />
como anencefalia e espinha bífida, e<br />
sofrimento ou morte fetal (12,13) .<br />
Antígeno do Câncer 15.3<br />
O Antígeno do Câncer 15.3 (CA 15.3)<br />
é uma glicoproteína da superfície<br />
celular, classificado como mucina,<br />
a qual é sintetizada pelas células<br />
epiteliais glandulares. O CA 15.3 possui<br />
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ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
massa molecular em torno de 400kDa,<br />
podendo ser quantificado através<br />
do soro sanguíneo. Seu intervalo de<br />
referência para concentrações normais<br />
é até 25U/mL (7, 17, 18,) .<br />
O CA 15.3 é o marcador tumoral<br />
elementar do câncer de mama devido a ele<br />
possuir alta sensibilidade e especificidade<br />
a esse tipo de tumor. Sua concentração<br />
sérica elevada é variável, pois depende do<br />
estadiamento dos pacientes, sendo de 5%<br />
a 30% no estádio I, 15% a 30% no estádio<br />
II, 60% a 70% no estádio III, e de 65% a<br />
90% no estádio IV. Quando há aumento<br />
da concentração sérica superior a 25%,<br />
é correlacionada à progressão da doença<br />
em 80% a 90% dos casos. E quando há<br />
diminuição de sua concentração sérica, é<br />
associada à regressão em 70% a 80% (7, 19) .<br />
De acordo com European Groupon<br />
Tumor Markers (EGTM) e FDA, o CA<br />
15.3 deve ser usado clinicamente<br />
para o monitoramento de pacientes<br />
com câncer de mama. Porém, a<br />
American Society of Clinical Oncology<br />
(ASCO) afirma a importância de<br />
não usar somente o CA 15.3 para o<br />
monitoramento do câncer de mama,<br />
mas utilizar em conjunto a ele exames<br />
de imagem e o histórico do paciente<br />
em questão (17,20) .<br />
Além do câncer de mama,<br />
concentrações elevadas de CA 15.3<br />
podem ser encontradas na superfície<br />
estrutural de tumores pulmão,<br />
intestino, colo uterino, ovário, fígado e<br />
linfomas. As concentrações de CA 15.3<br />
também podem estar elevadas em<br />
doenças benignas, como em hepatite<br />
crônica, tuberculose, sarcoidose e lúpus<br />
eritematoso sistêmico (7, 19) .<br />
Antígeno do Câncer 19.9<br />
O Antígeno do Câncer 19.9 (CA 19.9)<br />
é um carboidrato de superfície celular,<br />
tem peso molecular de 210Kd. Este<br />
antígeno é sintetizado usualmente pelas<br />
células ductais pancreáticas e biliares,<br />
mas também pode ser sintetizado<br />
pelas células epiteliais do estômago,<br />
cólon, endométrio e glândulas salivares<br />
(7, 21, 22)<br />
. Pode ser quantificado pelo soro<br />
sanguíneo e seu intervalo de referência<br />
para concentrações normais é de até<br />
37U/mL (7,17) .<br />
Concentrações de CA 19.9 aparecem<br />
elevadas na maioria dos pacientes<br />
com câncer de pâncreas, mas seu<br />
desempenho deixa a desejar para a<br />
detecção precoce devido a um número<br />
substancial de leituras de falso-positivo<br />
e falso-negativo (23) .<br />
Portanto, o CA 19.9 elevado é um<br />
indicador para o câncer de pâncreas,<br />
pois este MT apresenta sensibilidade<br />
de 81% e especificidade de 90% para<br />
este tipo de câncer. Por este motivo, o<br />
CA19.9 é o MT aprovado pela FDA para<br />
diagnóstico de câncer de pâncreas.<br />
Porém, suas concentrações podem<br />
estar elevadas em outros tipos de<br />
câncer, como no de biliar, hepatocelular,<br />
colorretal e gástrico. Concentrações<br />
acima de 1,000 U/mL geralmente<br />
indicam câncer digestivo (23, 24) .<br />
O CA 19.9 pode estar elevado em<br />
doenças benignas, não ultrapassando o<br />
valor de 120 U/mL, como cirrose hepática,<br />
pancreatite, doença inflamatória intestinal<br />
e doenças autoimunes (11) .<br />
Antígeno do Câncer 125<br />
O Antígeno do Câncer 125 (CA 125)<br />
é uma glicoproteína de peso molecular<br />
entre 200 a 2000kDa com subunidades<br />
menores. Ele não é produzido somente<br />
pelas células tumorais do câncer de<br />
ovário, mas também pelas células da<br />
pleura, peritônio e epitélio mülleriano<br />
(25, 26)<br />
. Essa glicoproteína pode ser<br />
quantificada através do soro sanguíneo,<br />
e seu intervalo de referência é de 35U/<br />
mL. Porém, quando o objetivo é ter uma<br />
maior especificidade, pode-se considerar<br />
o intervalo de referência 65U/mL (11,17) .<br />
O CA 125 é o MT mais avaliado para<br />
detecção precoce de câncer de ovário,<br />
além de ser usado para monitorar as<br />
recorrências deste câncer. Antes de<br />
qualquer sinal clínico de uma recorrência,<br />
leva em torno de dois a 12 meses para<br />
(11, 25,<br />
os níveis do CA 125 aumentarem<br />
27)<br />
. Porém, atualmente, o CA 125 é mais<br />
usado para possibilitar a continuação da<br />
reposta bioquímica ao tratamento; e, em<br />
casos de câncer epitelial de ovário, prever<br />
a recaída (28) .<br />
Para o diagnóstico de câncer de<br />
ovário, sua sensibilidade é de 80% a<br />
85% no tipo epitelial. Este valor pode<br />
variar, pois depende do estadiamento<br />
do câncer, sendo 50% no estádio I,<br />
90% no estádio II, 92% no estádio<br />
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III e 94% no estádio IV (28) . Há estudo<br />
que demonstra que, se o CA 125 for<br />
combinado com a proteína epidídimal<br />
humana 4 (HE4), o qual também é<br />
um MT, o nível de prognóstico é maior,<br />
mostrando sensibilidade para detectar<br />
doença maligna de 76,4% com<br />
uma especificidade de 95%; e, além<br />
disso, não há aumento em doenças<br />
ginecológicas benignas (29) .<br />
O CA 125 pode estar elevado, porém,<br />
não é comum, em casos de câncer<br />
de mama ou colorretal. Também há<br />
elevação do CA 125 em mulheres<br />
grávidas, em casos de endometriose,<br />
cistos de ovário, ou fibroides. A elevação<br />
também pode ocorrer em pacientes<br />
com cirrose, hepatite ou pancreatite (28) .<br />
Calcitonina<br />
Calcitonina é um hormônio peptídico<br />
com heterogeneidade molecular. Pode<br />
existir em formas bioativas e imaturas no<br />
soro. Este hormônio é sintetizado pelas<br />
células C parafoliculares da glândula da<br />
tireóide e tem como principal função inibir a<br />
reabsorção óssea pela regulação do número<br />
e atividade de osteoblastos. E tem como<br />
função fisiológica antagonizar o hormônio<br />
paratiroidiano. Possui como intervalo de<br />
referência até 19pg/mL para homens e até<br />
14pg/mL para mulheres (11, 30,31) .<br />
Devido à calcitonina ser sintetizada,<br />
sobretudo, nas células C da glândula<br />
da tireóide, seus níveis no sangue<br />
representam a atividade das células<br />
C, e por este motivo ela é usada como<br />
um MT para o carcinoma medular<br />
da tireóide. Os níveis de calcitonina<br />
refletem a extensão do tumor.<br />
Possui sensibilidade de 90% de<br />
detecção para carcinoma medular de<br />
tireóide para pacientes que possuem<br />
histórico na família e/ou também em<br />
pacientes com síndrome de neoplasia<br />
endócrina múltipla tipo II. E ela passa<br />
a ter sensibilidade de 100% para este<br />
tipo de carcinoma quando os níveis<br />
basais são maiores que 100pg/mL<br />
ou quando os níveis estimulados<br />
com pentagastrina aumentam para<br />
maiores que 1000pg/mL (11, 30) .<br />
Os níveis de concentração de<br />
calcitonina no sangue podem estar<br />
normais ou moderados em casos<br />
de metástase, sendo indicado<br />
solicitar a quantificação dos níveis<br />
juntamente com os níveis do Antígeno<br />
Carcinoembrionário (CEA), para que<br />
então seja possível a detecção de uma<br />
metástase ou recorrência da doença<br />
mais precocemente (30).<br />
A Calcitonina pode estar elevada<br />
também em casos de doenças<br />
benignas, como: hiperplasia benigna<br />
de células C, nódulos tireoidianos<br />
benignos, carcinoma diferenciado de<br />
tireóide e tireoidite de Hashimoto (30).<br />
Antígeno Carcinoembrionário<br />
O Antígeno Carcinoembrionário<br />
(CEA) é uma proteína de massa<br />
molecular 200kDa com funções<br />
desconhecidas até o momento, sendo<br />
produzido normalmente durante<br />
o desenvolvimento pré-natal. Este<br />
antígeno é encontrado na superfície<br />
da membrana celular e, também,<br />
normalmente, nos tecidos do aparelho<br />
digestivo e intestinal embrionário (7,32) .<br />
Pode ser quantificado através do soro<br />
sanguíneo, e seu intervalo de referência é<br />
até 3,5ng/mL em pessoas não fumantes<br />
e até 7ng/mL em pessoas fumantes<br />
(7,17)<br />
. Os níveis do CEA são muito baixos e<br />
indetectáveis após o nascimento (32) .<br />
O CEA possui baixa sensibilidade e<br />
especificidade para ser usado com<br />
uma ferramenta de diagnóstico. Por<br />
este motivo, deve-se evitar usar este<br />
antígeno para triagem. Porém, em casos<br />
de pacientes recém-diagnosticados<br />
com câncer colorretal, os níveis do CEA<br />
correlatam-se com a carga da doença;<br />
portanto, neste caso, o CEA tem valor<br />
para ser usado no prognóstico. Após<br />
a cirurgia de remoção do tumor, a<br />
persistência de níveis elevados de<br />
CEA indica que há algo ainda no<br />
organismo do paciente. Portanto, como<br />
ferramenta de vigilância, o CEA tem<br />
uma sensibilidade significativa. Por este<br />
motivo, as diretrizes atuais recomendam<br />
que o CEA seja quantificado no momento<br />
do diagnóstico, antes e após a cirurgia (33) .<br />
Níveis aumentados do CEA podem estar<br />
ligados à presença de neoplasia maligna.<br />
Geralmente, é aumentado em cânceres de<br />
cólon e reto, pois 90% do CEA é produzido<br />
por estes cânceres (7, 34) . Porém, os níveis<br />
de CEA podem estar elevados em outros<br />
tipos de neoplasias, como: pulmão,<br />
pâncreas, trato gastrintestinal, trato biliar,<br />
tireoide, cérvice e mama (7) .<br />
0 52<br />
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Em doenças benignas o nível de CEA<br />
não passa de 10ng/dl. Ele pode estar<br />
presente em doenças como cirrose<br />
alcoólica e doença de Crohn (7, 34) .<br />
Cromogranina A<br />
A Cromogranina A (CgA) é uma<br />
glicoproteína ácida de massa molecular<br />
de 49kd. É produzida principalmente por<br />
células neuroendócrinas. Ela participa de<br />
um dos componentes mais abundantes<br />
dos grânulos de secreção. Quando um<br />
tumor progride em um tecido endócrino,<br />
este tecido torna-se a principal fonte<br />
de CgA circulante. A CgA pode ser<br />
quantificada no soro sanguíneo e é<br />
fisiologicamente excretado por exocitose<br />
(35)<br />
. Tem como intervalo de referência no<br />
soro de 10ng/mL a 50ng/mL (11) .<br />
Os níveis de CgA podem estar<br />
elevados em diferentes tipos de tumores<br />
endócrinos, incluindo tumores carcinóides<br />
do estômago, pulmão, intestino, próstata<br />
e fígado; feocromocitomas (tumor<br />
secretor de hormônio que pode ocorrer<br />
nas glândulas adrenais); carcinomas de<br />
paratireóides; carcinomas medulares da<br />
tireóide; tumores da hipófise anterior;<br />
tumores pancreaticoduodenais; tumores<br />
neurais; e câncer do pulmão de pequenas<br />
células. Porém, os níveis de CgA podem<br />
estar elevados também em tumores não<br />
neuroendócrinos (36) .<br />
A CgA possui sensibilidade em torno<br />
de 60 a 100%; porém, possui como<br />
limitação sua especificidade muito<br />
baixa, que é em torno de 10-35%,<br />
pois, conforme relatado anteriormente,<br />
seus níveis podem estar elevados em<br />
tumores não neuroendócrinos (36) .<br />
Há elevação em doenças benignas,<br />
como em doenças gastrointestinais,<br />
cardiovasculares, renais, doenças<br />
inflamatórias e endócrinas (hipotireoidismo<br />
e hipertireoidismo) (36) .<br />
Gonadotrofina Coriônica Humana<br />
A Gonadotrofina Coriônica Humana é<br />
uma glicoproteína hormonal composta<br />
por duas subunidades, a alfa e beta,<br />
onde a alfa consiste em 92 aminoácidos.<br />
Essa subunidade é dividida entre outros<br />
hormônios hipofisários, como, por<br />
exemplo, o hormônio luteinizante (LH),<br />
hormônio folículo-estimulante (FSH) e<br />
hormônio estimulante da tiroide (TSH).<br />
Já a subunidade beta consiste em 145<br />
aminoácidos e é específica para cada<br />
hormônio em particular. Pode ser<br />
detectada no soro (17,37, 38) .<br />
A fração beta (ßhCG) é empregada<br />
para ser realizada a monitorização<br />
e prognóstico de casos de pacientes<br />
com tumores de células germinativas<br />
(testículo e ovário) (28) . Concentrações<br />
elevadas de ßhCG podem ser um sinal<br />
prévio e alarmante de tumores de<br />
células germinativas seminomatosas<br />
e não seminomatosas recorrentes, até<br />
mesmo em casos de pacientes onde<br />
inicialmente a concentração de ßhCG era<br />
baixa (39) . Além disso, haverá elevação da<br />
concentração do hCG em todos os casos<br />
de pacientes com coriocarcinoma contra<br />
40% a 60% dos casos de pacientes com<br />
carcinoma embrionário (28) .<br />
A ßhCG, além de ser secretada nos<br />
tecidos da placenta, é secretada por<br />
outros tecidos, como os tecidos dos<br />
testículos, cólon, fígado, pulmão e<br />
estômago. Portanto, devido a ela ser<br />
secretada pelos tecidos destes órgãos,<br />
quando há um tumor crescendo no<br />
tecido desses órgãos, ele poderá<br />
secretar ßhCG também (38) .<br />
A ßhCG é usada também para<br />
diagnosticar gravidez, uma vez que há<br />
elevação da sua concentração, sendo<br />
possível então detecta-la após sete dias<br />
da fixação do óvulo (11) .<br />
Antígeno Prostático Específico<br />
O Antígeno Prostático Específico<br />
(PSA), que recebe o nome também<br />
de Proteína Específica para o Tecido<br />
Prostático, é uma protease da família<br />
da calicreína. Possui massa molecular<br />
de 33kDa e é sintetizada pelas células<br />
epiteliais da próstata e secretada<br />
no lúmen dos ductos prostáticos, a<br />
qual possui como função liquefazer o<br />
coágulo seminal (7, 40, 41) .<br />
Pode ser quantificado através do<br />
soro sanguíneo, e uma próstata<br />
saudável libera níveis menores<br />
que 4ng/mL de PSA na circulação;<br />
portanto, este é o intervalo de<br />
referência para o PSA. Porém, como<br />
há mudança no epitélio prostático<br />
com a idade, há um aumento dos<br />
níveis de PSA no sangue. Por este<br />
motivo, o intervalo de referência<br />
muda para até 5ng/mL para homens<br />
acima de 50 anos (11, 40, 41) .<br />
ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 53
Autoras: Jéssica Balverdu da Silva 1 , Allyne Cristina Grando 1 .<br />
ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
Para se determinar o estadiamento<br />
do paciente com câncer de próstata, o<br />
valor das concentrações do PSA é de<br />
extrema importância. Em torno de 80%<br />
de casos com concentrações menores<br />
do que 4ng/mL o tumor estava restrito<br />
à próstata. Na metade dos casos, a<br />
concentração do PSA é maior que<br />
10ng/mL. Já há uma extensão extracapsular<br />
e, na maior parte dos casos<br />
em que o PSA está acima de 50ng/<br />
mL, o paciente possui metástase para<br />
linfonodos pélvicos (40) .<br />
O PSA usado em conjunto com o<br />
exame de toque retal aumenta a<br />
sensibilidade para diagnóstico de<br />
câncer de próstata para 96%. E quando<br />
há concentrações maiores de 10ng/<br />
mL relacionadas aos sinais clínicos, é<br />
recomendada a realização da biópsia.<br />
Com este procedimento é confirmado o<br />
diagnóstico de tumor primário (7) .<br />
As concentrações do PSA podem ser<br />
elevadas também em outros casos,<br />
como: prostatite, hiperplasia prostática<br />
benigna (HPB), manipulação prostática<br />
e atividade sexual (7) .<br />
Homens a partir de 50 anos devem<br />
realizar o exame de PSA anualmente,<br />
pois desta forma há como diagnosticar<br />
precocimente a neoplasia prostática (7) .<br />
PSA Livre<br />
O PSA divide-se em três formas<br />
no plasma humano, sendo elas:<br />
PSA livre, PSA conjugado à a-1-<br />
antiquimotripsina e PSA conjugado<br />
à a-2-macroglobulina, porém uma<br />
porcentagem menor, permanece em<br />
sua forma livre. Quando há o uso<br />
do PSA total junto com o PSA livre,<br />
há aumento da especificidade sem<br />
haver prejuízo da sensibilidade. Isso<br />
faz com que o número de biópsias<br />
desnecessárias, em casos de doenças<br />
benignas, seja diminuído. Portanto,<br />
quando se faz utilização da relação PSA<br />
total com o PSA livre, o diagnóstico é<br />
mais eficaz (42,43) .<br />
Tiroglobulina<br />
A Tiroglobulina (Tg) é uma<br />
glicoproteína homodimérica. Esta<br />
glicoproteína possui peso molecular<br />
de 660kDa sintetizada e liberada<br />
unicamente pelas células foliculares<br />
tiroidianas. A Tg é essencial para o<br />
armazenamento e síntese do hormônio<br />
tiroidiano (7, 31) .<br />
As concentrações de Tg podem estar<br />
elevadas em várias doenças de tiróide,<br />
sendo elas malignas ou benignas.<br />
Todavia, a Tg ainda é usada como uma<br />
ferramenta de diagnóstico, porém,<br />
não específico para o câncer de<br />
tireóide. Geralmente, os níveis séricos<br />
da Tg estão ligados ao tamanho<br />
da massa tecidual tireoidiano. Por<br />
este motivo, as concentrações de Tg<br />
mantêm-se indetectáveis na maioria<br />
de casos de pacientes onde a terapia<br />
escolhida é a ablativa, em comparação<br />
aos pacientes que são tratados de<br />
maneira mais cautelosa (7) .<br />
As concentrações de Tg ficam entre<br />
1 a 5ng/mL em 26% dos pacientes<br />
diagnosticados e valores maiores de 10ng/<br />
mL é associado a metástases distantes (7) .<br />
Considerações Finais<br />
Com esta revisão de literatura<br />
sobre os principais marcadores<br />
tumorais utilizados na clínica médica,<br />
pode-se concluir que, mesmo os<br />
marcadores sendo importantes para<br />
os diagnósticos de cânceres, eles<br />
devem ser utilizados somente como<br />
um exame complementar, sempre em<br />
conjunto a outros exames e sempre<br />
verificando o histórico do paciente.<br />
Este cuidado deve ser tomado, devido<br />
os marcadores tumorais podem não<br />
só aparecerem em altas concentrações<br />
em casos de câncer, mas também em<br />
patologias benignas.<br />
Porém, quando os marcadores<br />
tumorais aparecem em casos de<br />
neoplasias malignas, eles podem ser<br />
úteis em inúmeras formas, como, por<br />
exemplo, no auxílio para encontrar<br />
um melhor tratamento para o câncer<br />
em questão, auxilia a verificar o<br />
estadiamento do câncer, auxilia no<br />
diagnóstico precoce e auxilia ainda<br />
no prognóstico, na localização de<br />
metástase, na detecção de recorrência<br />
e de recidivas. Em um futuro próximo,<br />
com mais pesquisas e com mais<br />
conhecimento sobre os marcadores<br />
tumorais, eles poderão ser ainda<br />
mais importantes no diagnóstico de<br />
neoplasias malignas.<br />
0 54<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
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ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
PRINCIPAIS MARCADORES TUMORAIS USADOS NA CLÍNICA<br />
MÉDICA: REVISÃO DA LITERATURA<br />
MAIN TUMOR MARKERS USED IN THE MEDICAL CLINIC: LITERATURE REVIEW<br />
Autoras:<br />
Jéssica Balverdu da Silva 1 , Allyne Cristina Grando 1<br />
1<br />
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). Canoas RS Brasil<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 55
GESTÃO LABORATORIAL<br />
QUALIMETRIA DA GESTÃO ECONÔMICA<br />
EM LABORATÓRIOS CLÍNICOS NO BRASIL<br />
ARTIGO CIENTÍFICO SOBRE GESTÃO LABORATORIAL NO BRASIL<br />
O autor, agradece a Dra. Marbenha Linko e o Grupo OFAC Brasil pela colaboração na mobilização da<br />
categoria das análises clínicas em responder o questionário padrão sem o qual não haveria a pesquisa.<br />
Trata-se de uma inestimável ajuda à geração de novos conhecimentos para a área no país.<br />
Humberto Façanha da Costa Filho 1 – Autor<br />
Paulo Vinicio Estivalett Prestes 2 – Coautor<br />
Resumo<br />
O objetivo do estudo é medir a qualidade da gestão<br />
econômica (identificação, quantificação, diagnóstico das<br />
deficiências e plano de ações) em laboratórios clínicos no<br />
País. A perda na qualidade da gestão implica na redução<br />
da produtividade, competitividade e aumento no risco<br />
de insolvência. Normalmente os gestores laboratoriais se<br />
envolvem mais com as questões técnicas, em função da<br />
formação acadêmica, contudo, ao se tornarem gestores ou<br />
empresários, surge a necessidade imperiosa de conhecer<br />
os fundamentos da ciência econômica para a tomada de<br />
decisões profissionais com eficiência. O estudo é composto<br />
por vinte e quatro laboratórios localizados em onze Estados<br />
da Federação e quatro regiões. Resultados: a “Qualidade<br />
média da gestão econômica em laboratórios clínicos no<br />
Brasil”, no estudo representada pela letra “Q”, evidenciou<br />
o valor de -36,88%. O melhor resultado obtido foi de<br />
-4,71% (benchmark) e o pior resultado -79,71%. O valor de<br />
-36,88% significam que em média, os gestores laboratoriais<br />
percebem que a qualidade da gestão econômica dos seus<br />
laboratórios está 36,88% aquém do esperado. Portanto,<br />
em síntese, isto mostra uma oportunidade de melhoria<br />
potencial nos resultados operacionais, de mais de um terço<br />
dos seus valores atuais, somente com aporte de gestão<br />
econômica, sem exigência de novos investimentos. O<br />
estudo identificou a existência de problema, materializado<br />
por: carência significativa de gestão econômica profissional<br />
nos laboratórios clínicos.<br />
Palavras-chave: Laboratório. Gestão econômica.<br />
Qualidade. Qualimetria.<br />
Summary<br />
The aim of this study is to measure the quality of economic<br />
management (identification, quantification, diagnosis of<br />
deficiencies and action plan) in clinical laboratories in<br />
the country. The loss in management quality implies a<br />
reduction in productivity, competitiveness and an increase<br />
in the risk of insolvency. Usually laboratory managers<br />
become more involved with technical issues, due to<br />
academic training, however, when becoming managers<br />
or entrepreneurs, the imperative need arises to know the<br />
fundamentals of economic science for making professional<br />
decisions efficiently. The study consists of twenty-four<br />
laboratories located in eleven States of the Federation and<br />
four regions. Results: the "Average quality of economic<br />
management in clinical laboratories in Brazil", in the<br />
study represented by the letter "Q", showed the value<br />
of -36.88%. The best result was – 4.71% (benchmark)<br />
and the worst result – 79.71%. The value of – 36.88%<br />
means that on average, laboratory managers realize<br />
that the quality of the economic management of their<br />
laboratories is 36.88% lower than expected. Therefore,<br />
in summary, this shows an opportunity for potential<br />
improvement in operating results, of more than a third of<br />
its current values, only with the contribution of economic<br />
management, without requiring new investments. The<br />
study identified the existence of a problem, materialized<br />
by: significant lack of professional economic management<br />
in clinical laboratories.<br />
Key words: Laboratory. Economic management. Quality.<br />
Qualimetry.<br />
0 56<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
GESTÃO LABORATORIAL<br />
Introdução<br />
A qualidade em serviços atualmente<br />
é considerada como um dos mais<br />
relevantes diferenciais competitivos<br />
do ambiente de negócios na área das<br />
análises clínicas (FAÇANHA, H.C.F.;<br />
PRESTES, PVE.; FAÇANHA, V.C., 4). A<br />
gestão econômica dos laboratórios é um<br />
serviço prestado internamente para a<br />
organização, pois impacta diretamente<br />
na competitividade e no risco de<br />
insolvência. Então, se serviços com<br />
qualidade são importantes para o cliente<br />
externo, não deixarão de ser para os<br />
clientes internos, neste caso, em última<br />
análise, o próprio laboratório clínico. Seu<br />
método de gestão econômica irá definir<br />
o futuro: perene ou com alto risco de<br />
insolvência. Portanto, faz todo o sentido<br />
um estudo para metrificar a situação da<br />
gestão econômica em laboratórios do<br />
Brasil, com o objetivo de identificar se a<br />
causa fundamental dos elevados riscos de<br />
insolvência já quantificados (FAÇANHA,<br />
H.C.F.; PRESTES, R.M.; PRESTES, PVE.;<br />
FAÇANHA, V.C., 1), não se origina em<br />
deficiências na gestão econômica<br />
dessas empresas. Os laboratórios são<br />
do ponto de vista de seus proprietários,<br />
em essência, uma alternativa de<br />
investimento de risco (SANTOS, 2),<br />
portanto, avaliar o maior risco que é o da<br />
insolvência constitui, no mínimo, uma<br />
atitude preventiva fundamental para<br />
não só preservar o valor investido, como<br />
para buscar o devido retorno esperado<br />
(PIMENTEL, ALEX, 3). A avaliação do<br />
risco faz parte do método de gestão<br />
econômica adotado pelos laboratórios,<br />
donde se conclui que a metrificação<br />
(identificação, quantificação, diagnóstico<br />
das deficiências e plano de ações)<br />
desta é de suma importância para a<br />
estimativa das perspectivas futuras das<br />
organizações. A qualimetria da gestão<br />
econômica auxilia os gestores das<br />
organizações a tomarem decisões com<br />
maior nível de informações qualificadas,<br />
aprimorando as vantagens estratégicas<br />
(DAMODARAN, 5). A identificação<br />
das causas raízes que podem levar<br />
a insolvência devem proporcionar<br />
aos executivos os fundamentos para<br />
estabelecer um plano de ações visando<br />
o controle do risco (OLIVEIRA, ERNANI<br />
TADEU, 6). Mas só um plano não resolve,<br />
é necessário implantar e monitorar os<br />
resultados, corrigindo eventuais desvios.<br />
O objetivo final está acima da luta pela<br />
sobrevivência da empresa, a meta é<br />
torná-la mais competitiva, assegurando<br />
lucratividade para os acionistas. A<br />
perda para os laboratórios significa<br />
prejuízo, lucro menor ou redução de<br />
ativos. As variáveis produção/vendas,<br />
receitas e custos são determinantes<br />
para estabelecer o risco de insolvência<br />
(BRUNI, ADRIANO LEAL; FAMÁ, RUBENS,<br />
7), sendo fundamental estarem<br />
presentes na qualimetria da gestão<br />
econômica. Neste estudo, que envolveu<br />
laboratórios de diversas regiões do País,<br />
foi utilizada uma ferramenta basilar para<br />
viabilizar a pesquisa. Esta ferramenta, a<br />
Escala Qualigest, por nós desenvolvida,<br />
correlaciona em uma matriz aquilo que<br />
convencionamos chamar “7 Dimensões<br />
da qualidade” englobando variáveis da<br />
produção/vendas, receitas, custos fixos<br />
e marginais, adequação das instalações<br />
frente à demanda, competitividade<br />
empresarial e risco de insolvência,<br />
com um conjunto de “46 Declarações”.<br />
Estas declarações são em última<br />
análise, asserções integrantes de um<br />
questionário padrão que foi respondido<br />
pelos gestores e proprietários dos<br />
laboratórios integrantes da amostra do<br />
estudo. Isto permite a padronização da<br />
coleta de dados, tornando os resultados<br />
comparáveis entre si. As variáveis<br />
produção/vendas, receitas, custos e<br />
margem operacional são informações<br />
chaves em simulações utilizadas para<br />
examinar os efeitos de riscos contínuos<br />
(DAMODARAN, 5), e foram empregadas<br />
no presente estudo, através dos<br />
conceitos contidos nos indicadores de<br />
desempenho que constituem o critério<br />
para avaliar o risco de insolvência e a<br />
competitividade, fatores fundamentais<br />
em qualquer estudo de qualimetria da<br />
gestão econômica. Os cálculos destes<br />
indicadores levam em conta as seguintes<br />
variáveis: número de exames realizados,<br />
valor/preço dos exames, produção,<br />
receitas à vista e faturada, custos fixos<br />
e variáveis, inadimplência e receita<br />
recebida (DA COSTA FILHO, DA COSTA,<br />
8). Portanto, o critério estabelecido<br />
para avaliar qualidade da gestão<br />
econômica de laboratórios clínicos<br />
através deste conjunto de indicadores,<br />
tem a capacidade de atingir diversas<br />
dimensões do negócio dos laboratórios<br />
clínicos, quais sejam: volume do mercado<br />
(número de exames), qualidade do<br />
mercado (valor/preço dos exames),<br />
ineficiência do parque produtivo<br />
(custo unitário variável – marginal<br />
0 58<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
dos exames), controle dos custos fixos<br />
(produtividade ou ineficiência dos<br />
custos fixos) e relação receita produzida<br />
x receita recebida (inadimplência,<br />
glosas, eficiência do faturamento<br />
e prazo médio) (SCHMIDT, PAULO;<br />
SANTOS, JOSÉ LUIZ DOS; MARTINS,<br />
MARCO ANTONIO, 9). Concluindo,<br />
considerando o conjunto do elenco de<br />
variáveis levadas em conta, bem como<br />
a padronização do método da pesquisa<br />
e o tamanho da amostra, estes fatores<br />
devem assegurar a possível acuracidade<br />
inerente a esse tipo de estudo, contudo,<br />
respeitando as limitações inerentes<br />
ao método. Esta pesquisa pode ser<br />
classificada como não-experimental, expost<br />
facto, KERLINGER (1980: 130) que<br />
cita: “... na qual não é possível manipular<br />
variáveis ou designar sujeitos ou<br />
condições aleatoriamente” (KERLINGER,<br />
FRED NICHOLS, 10). Uma segunda<br />
classificação é de pesquisa quantitativodescritiva,<br />
subtipo estudo de relação<br />
de variáveis, enfoque de TRIPODI et<br />
alii (1981: 38) os quais explicitam:<br />
“Com respeito aos métodos empíricos<br />
empregados, os estudos quantitativodescritivos<br />
diferem dos estudos<br />
experimentais na medida em que não<br />
usam escolha aleatória para designar<br />
sujeitos aos grupos experimental<br />
e de controle. Além disso, eles não<br />
empregam a manipulação experimental<br />
de variáveis independentes.” (1981: 40)<br />
“O investigador colhe sistematicamente<br />
informações sobre uma variedade de<br />
variáveis, as quais são suficientemente<br />
definidas para que possam ser<br />
medidas” (TRIPODI, TONI et alii.,<br />
11). Esta classificação adapta-se ao<br />
presente estudo, na medida em que<br />
serão trabalhados dados existentes, os<br />
quais vinculam-se às variáveis definidas<br />
por indicadores de desempenho<br />
devidamente relacionados a<br />
competitividade e ao risco de insolvência,<br />
tornando válidas as conclusões sobre a<br />
qualimetria da gestão econômica em<br />
laboratórios clínicos no Brasil. Esta é a<br />
essência do propósito deste artigo.<br />
Material e Métodos<br />
As atividades de pesquisa foram<br />
desenvolvidas em laboratórios de<br />
análises clínicas totalizando vinte e<br />
quatro eventos. Estes laboratórios<br />
estão localizados e distribuídos no País<br />
da seguinte forma: Região Sudeste<br />
com 62%; Região Nordeste com 17%;<br />
Região Centro-Oeste com 13% e Região<br />
Sul com 8%. A distribuição por Estado<br />
ocorre desta maneira: Minas Gerais<br />
com 9; São Paulo com 3; Espírito Santo<br />
com 3; Rio Grande do Sul com 2 e Bahia,<br />
Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de<br />
Janeiro, Mato Grosso e Goiás todos com<br />
1. Em cada laboratório foi utilizada uma<br />
ferramenta que permite a padronização<br />
da coleta de dados e a comparação dos<br />
resultados das variáveis integrantes do<br />
estudo, monitoradas por indicadores<br />
de desempenho. As variáveis são<br />
subjacentes às declarações (asserções)<br />
que compõem a ferramenta usada para<br />
coletar os dados. Esta é um questionário<br />
integrado por 46 declarações<br />
distribuídas em 7 dimensões da<br />
qualidade da gestão econômica<br />
em laboratórios clínicos, que são:<br />
1. Qualidade da receita – situação<br />
econômica. 2. Qualidade da<br />
receita – situação financeira. 3.<br />
Adequação do volume da receita.<br />
4. Adequação dos custos fixos. 5.<br />
Adequação dos custos variáveis.<br />
6. Rentabilidade da produção. 7.<br />
Estratégica. Competitividade e<br />
risco de insolvência. A ferramenta<br />
que permite a coleta padronizada dos<br />
dados usa uma escala tipo Linkert<br />
de sete pontos. Desenvolvemos<br />
um método para a metrificação da<br />
qualidade da gestão econômica<br />
em laboratórios clínicos. Criamos a<br />
Escala Qualigest que possibilita<br />
avaliar a discrepância entre os<br />
valores máximos teóricos possíveis<br />
de qualidade da gestão econômica e<br />
os valores percebidos pelos gestores<br />
laboratoriais. Quanto menor for<br />
a discrepância entre esses<br />
valores, maior será a qualidade<br />
percebida da gestão econômica<br />
e maior será a competitividade<br />
dos laboratórios, com menores<br />
riscos de insolvência. A “Percepção”<br />
é o processo em que os gestores<br />
laboratoriais selecionam, organizam<br />
e interpretam as informações para<br />
formar uma imagem (avaliação – nota<br />
– grau) da qualidade dos sistemas<br />
de gestão econômica dos seus<br />
laboratórios. Em síntese, os valores<br />
da qualidade da gestão econômica<br />
são determinados pelas respostas dos<br />
gestores laboratoriais ao longo de uma<br />
escala tipo Linkert de sete pontos, para<br />
as 46 declarações componentes da<br />
Escala Qualigest.
GESTÃO LABORATORIAL<br />
Cálculo da qualidade da gestão<br />
econômica em laboratórios<br />
Algebricamente:<br />
Onde:<br />
• “Qx” representa a qualidade da<br />
gestão econômica percebida pelos<br />
gestores dos “n” laboratórios, calculada<br />
por laboratório da amostra.<br />
• “Pi” representa a percepção dos<br />
gestores laboratoriais em relação ao<br />
item “i” da Escala Qualigest.<br />
• “100%” representa o valor teórico<br />
máximo possível da qualidade<br />
econômica em laboratórios.<br />
Para avaliar o escore geral da<br />
qualidade da gestão econômica em<br />
laboratórios clínicos no Brasil, utilizamos<br />
a média aritmética de todos os “n”<br />
laboratórios participantes da amostra.<br />
Algebricamente:<br />
Onde:<br />
• “Q” representa a “Qualidade média<br />
da gestão econômica em laboratórios<br />
clínicos no Brasil”.<br />
• “Qx” representa a qualidade da<br />
gestão econômica percebida em cada<br />
laboratório participante da amostra.<br />
• “n” representa o número de<br />
laboratórios participantes da amostra.<br />
A existência de resultado negativo<br />
na avaliação da qualidade da gestão<br />
econômica é identificada na Escala<br />
Qualigest em função de que a<br />
percepção dos gestores nem sempre<br />
é 100% daquilo que é desejado, ou<br />
seja, o máximo possível. Isto implica<br />
na mensuração e identificação precisa<br />
de onde ocorre determinada situação<br />
não desejada. A quantificação de<br />
forma abrangente é obtida pelo próprio<br />
instrumento. Um maior aumento<br />
da precisão, seja na quantificação<br />
ou na localização das deficiências,<br />
bem como das ações corretivas e<br />
preventivas, somente é possível<br />
mediante análise mais aprofundada<br />
de cada participante da amostra,<br />
utilizando as devidas ferramentas de<br />
tecnologia da informação, tais como as<br />
encontradas no PROGELAB – Programa<br />
Nacional para Profissionalização da<br />
Gestão Laboratorial (FAÇANHA, H.C.F.;<br />
PRESTES, PVE.; FAÇANHA, V.C., 4).<br />
Independente disto, a Escala Qualigest<br />
viabiliza, segundo a percepção dos<br />
próprios gestores laboratoriais, avaliar o<br />
nível da qualidade da gestão econômica<br />
nos laboratórios, permitindo identificar<br />
deficiências, por definição do próprio<br />
instrumento, onde essas deficiências<br />
são classificadas em função das suas<br />
origens conforme as 7 dimensões da<br />
qualidade. A etapa seguinte, uma vez<br />
identificadas as deficiências na gestão<br />
econômica, é a elaboração do plano de<br />
ações corretivas e preventivas, fechando<br />
o ciclo PDCA de gestão.<br />
A Escala Qualigest<br />
Para atingirmos o propósito do estudo,<br />
desenvolvemos a Escala Qualigest, cuja<br />
base é uma escala tipo Linkert de sete<br />
pontos, com extremos legendados de<br />
“Discordo plenamente” (Posição 1) e<br />
“Concordo plenamente” (Posição 7). As<br />
demais posições intermediárias são:<br />
2. Discordo<br />
3. Discordo parcialmente<br />
4. Nem concordo/Nem discordo<br />
5. Concordo parcialmente<br />
6. Concordo<br />
A essência inovadora da Escala<br />
Qualigest está na matriz que relaciona<br />
“Dimensões x Declarações”. Criamos<br />
“7 Dimensões” e “46 Declarações”<br />
correlacionadas entre si, que<br />
possibilitam a qualimetria (metrificação<br />
da qualidade) da gestão econômica<br />
de laboratórios clínicos, viabilizando<br />
sua identificação, quantificação,<br />
diagnóstico das deficiências e plano<br />
de ações. A matriz “Dimensão x<br />
Declaração” emerge dos conceitos de<br />
qualidade e de gestão econômica. Após<br />
vinte anos trabalhando, observando<br />
e desenvolvendo produtos nesta<br />
0 60<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
GESTÃO LABORATORIAL<br />
área para laboratórios de todas as<br />
regiões do País, podemos perceber<br />
as nuances das relações existentes<br />
entre as diversas variáveis presentes<br />
na gestão econômica dos laboratórios<br />
clínicos. Pesquisamos e desenvolvemos<br />
diversos produtos já testados na prática<br />
(FAÇANHA, H.C.F.; PRESTES, PVE.;<br />
FAÇANHA, V.C., 4) que consolidaram as<br />
premissas apoiadoras das correlações<br />
entre variáveis, fundamento da matriz<br />
“Dimensão x Declaração”.<br />
Relação entre as dimensões (da<br />
qualidade da gestão econômica)<br />
e as declarações<br />
Dimensão 1 Qualidade da<br />
Receita - Situação econômica<br />
Indicador: Valor médio dos exames<br />
(Ticket médio)<br />
Declarações:<br />
1. O laboratório precifica os seus exames<br />
de forma correta sob o ponto de vista<br />
econômico, visando assegurar a devida<br />
rentabilidade sem perda de mercado.<br />
2. O laboratório conhece os valores dos<br />
exames praticados pela concorrência.<br />
3. O laboratório sabe avaliar se os<br />
exames vendidos são competitivos no<br />
seu mercado de atuação.<br />
Dimensão 2 Qualidade da<br />
Receita – Situação financeira<br />
Indicadores: Diferença entre o<br />
produzido e o efetivamente recebido;<br />
Inadimplência; Receita à vista<br />
Declarações:<br />
4. O percentual da receita recebida<br />
à vista pelo laboratório é satisfatório,<br />
comparado com a concorrência.<br />
5. O valor da inadimplência dos convênios<br />
para com o laboratório é aceitável se<br />
comparado com a concorrência.<br />
Dimensão 3 Adequação do<br />
Volume da Receita<br />
Indicadores: GAO – Grau de<br />
alavancagem operacional; Produtividade<br />
dos colaboradores; Produtividade dos<br />
custos fixos; Ponto de equilíbrio; Custo final<br />
total com mão de obra própria; Eficiência<br />
do modo de produzir<br />
Declarações:<br />
6. O laboratório avalia quantitativamente<br />
se a capacidade instalada para recepcionar,<br />
coletar, produzir, entregar e faturar é<br />
adequada a demanda dos exames.<br />
7. Comparado com a concorrência,<br />
o efetivo de recursos humanos é<br />
adequado ao porte do laboratório.<br />
8. O laboratório avalia se a<br />
remuneração da equipe é pertinente a<br />
praticada pela concorrência.<br />
9. O laboratório controla de forma<br />
eficiente os seus custos fixos,<br />
comparando com a concorrência.<br />
10. O laboratório calcula sistematicamente<br />
quantos dias por mês produzem os lucros.<br />
11. O laboratório projeta as margens<br />
de lucro e as rentabilidades para<br />
diversos cenários de vendas.<br />
12. O laboratório calcula sistematicamente<br />
o Ponto de Equilíbrio.<br />
13. O laboratório, em caso de expansão<br />
ou abertura de novos negócios, sabe<br />
como calcular os lucros esperados.<br />
14. O custo específico da mão de obra<br />
própria do laboratório, comparado com<br />
o da concorrência é compatível com os<br />
de mesmo porte.<br />
15. O laboratório calcula o custo de<br />
produção dos exames para assegurar<br />
que sejam compatíveis com o seu porte.<br />
16. O laboratório controla o custo<br />
de produção dos exames para<br />
assegurar que seja menor do que o da<br />
concorrência.<br />
17. O laboratório terceiriza exames<br />
mediante avaliação econômica e<br />
financeira da relação custo x benefício,<br />
quantificando os ganhos.<br />
Dimensão 4 Adequação dos<br />
Custos Fixos<br />
Indicadores: todos os integrantes dos<br />
custos fixos de um laboratório<br />
Declarações:<br />
18. O laboratório, se comparando com<br />
a concorrência, avalia se o que gasta com<br />
aluguel está adequado ao seu porte.<br />
19. O laboratório, se comparando<br />
com a concorrência, avalia se o que<br />
gasta com água, energia elétrica e<br />
comunicações, está adequado ao seu<br />
porte.<br />
20. O laboratório, se comparando com<br />
a concorrência, avalia se o que gasta<br />
com marketing, material de uso comum<br />
e serviços de terceiros, está adequado<br />
ao seu porte.<br />
0 62<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
21. O laboratório, se comparando com<br />
a concorrência, avalia se o que gasta<br />
com investimentos e capital de giro,<br />
está adequado ao seu porte.<br />
Dimensão 5 Adequação dos<br />
Custos Variáveis<br />
Indicadores: todos os integrantes dos<br />
custos variáveis de um laboratório<br />
Declarações:<br />
22. O laboratório, se comparando com<br />
a concorrência, avalia se o que gasta<br />
com reagentes, controles e calibradores,<br />
está adequado ao seu porte.<br />
23. O laboratório, se comparando com<br />
a concorrência, avalia se o que gasta<br />
com descartáveis, manutenção de<br />
equipamentos e material de escritório,<br />
está adequado ao seu porte.<br />
24. O laboratório, se comparando<br />
com a concorrência, avalia se o que<br />
gasta com laboratórios de apoio está<br />
adequado ao seu porte.<br />
25. O laboratório, se comparando com<br />
a concorrência, avalia se o que gasta<br />
com impostos está adequado ao seu<br />
porte.<br />
Dimensão 6 Rentabilidade da<br />
Produção (Parque Produtivo)<br />
Indicadores: os de custos variáveis<br />
associados aos perfis de demanda<br />
dos clientes junto aos equipamentos e<br />
setores (Áreas) de um laboratório<br />
Declarações:<br />
26. O laboratório calcula o custo de<br />
produção dos exames mais vendidos<br />
e avalia sua competitividade se<br />
comparando com a concorrência.<br />
27. O laboratório calcula a<br />
rentabilidade dos exames para os<br />
principais convênios.<br />
28. O laboratório calcula a rentabilidade<br />
dos equipamentos e setores (áreas)<br />
para os principais convênios.<br />
29. O laboratório calcula a viabilidade<br />
dos principais convênios em função das<br />
suas rentabilidades.<br />
30. O laboratório determina limites<br />
mínimos para os valores globais que<br />
podem ser aceitos em negociações,<br />
para não colocar em risco a operação<br />
do negócio.<br />
31. O laboratório identifica quais<br />
exames dos convênios devem ser<br />
negociados.<br />
32. O laboratório identifica os valores<br />
mínimos individuais para os exames,<br />
adequados para cada negociação<br />
específica.<br />
33. O laboratório identifica o nível<br />
máximo de desconto que pode ser<br />
concedido por exame e convênio.<br />
34. O laboratório calcula com base<br />
na ciência econômica, os exames que<br />
devem ser terceirizados para obter a<br />
máxima rentabilidade.<br />
Dimensão 7 Estratégica.<br />
Competitividade e Risco de<br />
Insolvência<br />
Indicadores: Margem de segurança<br />
(%); Margem líquida de lucro em<br />
relação ao produzido (%); Dia do mês<br />
em que atinge o ponto de equilíbrio;<br />
Razão operacional (%)<br />
Declarações:<br />
35. O laboratório avalia sua<br />
lucratividade com base na concorrência.<br />
36. O laboratório avalia sua<br />
competitividade com base na<br />
concorrência.<br />
37. O laboratório avalia seu risco de<br />
insolvência com base na concorrência.<br />
38. O laboratório identifica de forma<br />
sistemática os problemas econômicos e<br />
financeiros, bem como suas causas.<br />
39. O laboratório implementa de<br />
forma sistemática ações corretivas<br />
e preventivas para sanar e prevenir<br />
problemas econômicos e financeiros.<br />
40. O laboratório analisa de forma<br />
sistemática, as repercussões nos lucros<br />
causadas por problemas econômicos e<br />
financeiros.<br />
41. O laboratório avalia a correta<br />
alocação dos recursos físicos,<br />
financeiros e humanos para atingir<br />
metas desejadas.<br />
42. O laboratório estabelece seu<br />
planejamento estratégico com base<br />
nos resultados da concorrência,<br />
assegurando desta forma, que a<br />
organização seja competitiva e com<br />
baixo risco de insolvência.<br />
GESTÃO LABORATORIAL<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
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GESTÃO LABORATORIAL<br />
Tabela 1: Regiões do Brasil integrantes do estudo.<br />
Figura 1: Regiões do Brasil integrantes do estudo.<br />
Figura 6: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica<br />
por Declaração.<br />
Figura 7: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica<br />
por Declaração (Radar).<br />
Figura 12: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica<br />
por Declaração.<br />
Figura 13: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica<br />
por Declaração (Radar).<br />
Tabela 2: Estados do Brasil integrantes do estudo.<br />
Figura 8: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica<br />
por Declaração.<br />
Figura 14: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica<br />
por Declaração.<br />
Figura 2: Estados do Brasil integrantes do estudo.<br />
Figura 9: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica<br />
por Declaração (Radar).<br />
Figura 15: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica<br />
por Declaração (Radar).<br />
Figura 3: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica<br />
Percebida pelos Gestores<br />
Figura 10: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica<br />
por Declaração.<br />
Figura 16: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica<br />
por Declaração<br />
Figura 4: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica<br />
por Dimensão.<br />
Figura 11: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica<br />
por Declaração (Radar).<br />
Figura 17: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica<br />
por Declaração (Radar).<br />
Figura 5: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica<br />
por Dimensão (Radar).<br />
0 66<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
43. O laboratório mensura e compara<br />
com a concorrência seus índices de<br />
eficiência gerencial.<br />
44. O laboratório participa de ranking<br />
de competência gerencial.<br />
45. O laboratório sabe a forma e o<br />
momento de mudar a operação do<br />
negócio.<br />
46. O laboratório avalia periodicamente<br />
qual o seu valor de mercado.<br />
Resultados<br />
Recapitulando: 1) “Qx” representa<br />
a qualidade da gestão econômica<br />
percebida pelos gestores dos “n”<br />
laboratórios, calculada por laboratório<br />
da amostra. 2) “Q” representa a<br />
“Qualidade média da gestão econômica<br />
em laboratórios clínicos no Brasil”<br />
ou “Escore geral da qualidade da<br />
gestão econômica em laboratórios<br />
clínicos no Brasil”. Nesta fase é<br />
realizada a identificação de problemas<br />
(Diagnóstico). 3) A Escala Qualigest<br />
viabiliza, segundo a percepção dos<br />
próprios gestores laboratoriais, além<br />
de avaliar o nível da qualidade da<br />
gestão econômica nos laboratórios,<br />
investigar deficiências (Possíveis causas<br />
dos problemas), por definição do<br />
próprio instrumento. Estas deficiências<br />
são classificadas em função das suas<br />
origens conforme as 7 dimensões da<br />
qualidade. 4) A etapa seguinte, uma<br />
vez investigadas as deficiências na<br />
gestão econômica, é a elaboração das<br />
soluções (Plano de ações corretivas e<br />
preventivas), fechando o ciclo PDCA<br />
de gestão. Uma vez feitas estas<br />
considerações iniciais, apresentamos<br />
a seguir o conjunto dos resultados do<br />
estudo, começando pela estatística<br />
geral seguida pelos resultados<br />
propriamente ditos, conforme figuras e<br />
tabelas devidamente identificadas.<br />
Discussão e Conclusões<br />
A essência deste estudo, em última<br />
análise, busca avaliar o volume das<br />
perdas econômicas/financeiras e sua<br />
repercussão na competitividade e<br />
risco de insolvência dos laboratórios<br />
de análises clínicas. Perdas estas<br />
decorrentes da carência na qualidade da<br />
gestão econômica dessas organizações.<br />
A metrificação da qualidade da gestão<br />
econômica viabiliza, pelo menos, uma<br />
quantificação aproximada das perdas,<br />
pois mensura o gap (DELTA) entre a<br />
qualidade percebida pelos gestores<br />
laboratoriais e o máximo teórico possível<br />
(DELTA = Q = Pi -100%). “Q” representa<br />
a “Qualidade média da gestão econômica<br />
em laboratórios clínicos no Brasil” ou<br />
“Escore geral da qualidade da gestão<br />
econômica em laboratórios clínicos no<br />
Brasil”. Decorre do gráfico na figura 3.<br />
• Diagnóstico (Identificação do problema):<br />
o estudo mostrou Q = -36,88%. O<br />
melhor resultado obtido foi de -4,71%<br />
(benchmark) e o pior resultado -79,71%.<br />
Um valor de Q = -36,88% significam<br />
que em média, os gestores laboratoriais<br />
percebem que a qualidade da gestão<br />
econômica dos seus laboratórios está<br />
36,88% aquém (abaixo; pior) do esperado,<br />
do desejado, do máximo possível. Dito de<br />
outra forma, numa escala de 0 a 100%,<br />
a qualidade da gestão econômica dos<br />
laboratórios, segundo seus gestores,<br />
está, na média em 63,12%. Isto mostra<br />
de forma indubitável a necessidade que<br />
laboratórios brasileiros têm de aprimorar,<br />
de profissionalizar a gestão econômica.<br />
Nesta fase, o estudo identificou a existência<br />
de problema (Diagnóstico), materializado<br />
por: CARÊNCIA SIGNIFICATIVA DE<br />
GESTÃO ECONÔMICA PROFISSIONAL NOS<br />
LABORATÓRIOS CLÍNICOS.<br />
• Investigação das possíveis causas<br />
(Observação e análise): o estudo da<br />
origem das deficiências na gestão<br />
econômica é conduzido nas 7<br />
Dimensões da qualidade, junto às<br />
Declarações (asserções). Utilizando o<br />
método dedutivo vamos analisar quais<br />
Dimensões têm problemas (causas<br />
do problema maior já identificado no<br />
diagnóstico) para somente, então,<br />
investigarmos quais as Declarações<br />
são responsáveis, em última análise.<br />
Ainda, para cada etapa, serão utilizados<br />
dois tipos de gráficos (barras e radar),<br />
pois, são complementares, permitindo<br />
perceber nos resultados, detalhes e<br />
volume em cada processo estudado.<br />
GESTÃO LABORATORIAL<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 67
GESTÃO LABORATORIAL<br />
O critério geral para identificar os<br />
problemas nesta fase (que são<br />
as possíveis causas do problema<br />
maior) é quando qualquer Dimensão<br />
ou Declaração (que representam<br />
indicadores de desempenho dos<br />
diversos processos econômicos e<br />
financeiros dos laboratórios), for pior<br />
que a “Qualidade média da gestão<br />
econômica em laboratórios clínicos no<br />
Brasil” ou “Escore geral da qualidade<br />
da gestão econômica em laboratórios<br />
clínicos no Brasil”, representada por “Q”.<br />
Analisando as figuras 4 e 5, fica evidente<br />
que as Dimensões 2,3 e 7, ou seja: 2 –<br />
QUALIDADE DA RECEITA – Situação<br />
financeira; 3 – ADEQUAÇÃO DO VOLUME<br />
DA RECEITA e 7 – ESTRATÉGICA.<br />
COMPETITIVIDADE E RISCO DE<br />
INSOLVÊNCIA, são as responsáveis<br />
pelos problemas. Aprofundando a<br />
análise, figuras 6 e 7, denota-se que na<br />
Dimensão 2, a Declaração 5 (O valor da<br />
inadimplência dos convênios para com<br />
o laboratório é aceitável se comparado<br />
com a concorrência.) com -41,67%,<br />
fica registrada como a primeira causa<br />
do problema maior anteriormente<br />
identificado. Ou seja, os gestores<br />
laboratoriais reconhecem que a<br />
inadimplência de fontes pagadoras está<br />
prejudicando a qualidade da gestão<br />
econômica dos seus laboratórios.<br />
Continuando o estudo com a Dimensão<br />
3, nas figuras 8 e 9, denota-se as<br />
seguintes Declarações como causas de<br />
problemas: 10. O laboratório calcula<br />
sistematicamente quantos dias por<br />
mês produzem os lucros. (-51,39%);<br />
11. O laboratório projeta as margens de<br />
lucro e as rentabilidades para diversos<br />
cenários de vendas. (-50,69%); 12. O<br />
laboratório calcula sistematicamente<br />
o Ponto de Equilíbrio. (-51,39%); 13. O<br />
laboratório, em caso de expansão ou<br />
abertura de novos negócios, sabe como<br />
calcular os lucros esperados. (-45,14%);<br />
15. O laboratório calcula o custo de<br />
produção dos exames para assegurar<br />
que sejam compatíveis com o seu<br />
porte. (-40,28%). Ou seja, os gestores<br />
laboratoriais percebem deficiências na<br />
qualidade da gestão econômica com<br />
menor ênfase nos custos de produção<br />
dos exames e maiores dificuldades na<br />
área do conhecimento que envolve<br />
o ponto de equilíbrio, margens de<br />
contribuição (fato confirmado na<br />
Dimensão 6 - RENTABILIDADE DA<br />
PRODUÇÃO (PARQUE PRODUTIVO),<br />
produtividade dos colaboradores e<br />
eficiência do modo de produzir, que<br />
envolve o adequado equilíbrio entre<br />
a produção própria e a terceirizada<br />
com laboratórios de apoio. Seguindo<br />
na análise das causas, observando as<br />
figuras 14 e 15 relativas a Dimensão 6,<br />
que está melhor que a média do setor das<br />
análises clínicas, contudo, constatamos<br />
que apresenta duas Declarações piores:<br />
28. O laboratório calcula a rentabilidade<br />
dos equipamentos e setores (áreas) para<br />
os principais convênios. (-46,53%);<br />
29. O laboratório calcula a viabilidade<br />
dos principais convênios em função<br />
das suas rentabilidades. (-39,58%).<br />
Isto pode ser entendido como a<br />
constatação dos gestores laboratoriais<br />
de que existem deficiências na gestão<br />
da qualidade econômica, na medida<br />
em que desconhecem a rentabilidade<br />
dos equipamentos da produção nas<br />
diversas áreas ou setores (hematologia,<br />
bioquímica, microbiologia etc.), bem<br />
como a viabilidade de exames, quando<br />
se associa aos custos de produção,<br />
relativamente conhecidos, os valores<br />
pagos pelos clientes (convênios etc.)<br />
e seus respectivos perfis de demanda.<br />
Finalizando a investigação das causas,<br />
analisamos as figuras 16 e 17, onde<br />
fica evidente causas de problemas<br />
nas seguintes Declarações: 35. O<br />
laboratório avalia sua lucratividade<br />
com base na concorrência. (-56,25%);<br />
37. O laboratório avalia seu risco de<br />
insolvência com base na concorrência.<br />
(-41,67%); 40. O laboratório analisa<br />
de forma sistemática, as repercussões<br />
nos lucros causadas por problemas<br />
econômicos e financeiros. (-44,44%);<br />
41. O laboratório avalia a correta alocação<br />
dos recursos físicos, financeiros e<br />
humanos para atingir metas desejadas.<br />
(-38,19%); 42. O laboratório estabelece<br />
seu planejamento estratégico com<br />
base nos resultados da concorrência,<br />
assegurando desta forma, que a<br />
0 68<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
O Celltac G reporta 33 parâmetros<br />
em 40 segundos usando apenas<br />
40μL de amostra. Conta também<br />
com novos parâmetros que<br />
ajudam a acelerar o diagnóstico<br />
através de resultados precisos.<br />
- Os recém adicionados RDWI e Índice Mentzer adicionam valiosas informações<br />
clínicas para diferenciar os traços de uma possível Beta-talassemia de anemia<br />
ferropriva, nos casos de anemia microcítica.<br />
- Os parâmetros P-LCR e P-LCC reportam plaquetas gigantes, plaquetas<br />
agregadas ou células fragmentadas.<br />
- Faz a separação dos neutrófilos em Segmentados (# %) e Bastonetes (# %);<br />
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GESTÃO LABORATORIAL<br />
organização seja competitiva e com<br />
baixo risco de insolvência. (-39,58); 43.<br />
O laboratório mensura e compara com<br />
a concorrência seus índices de eficiência<br />
gerencial. (-40,28%); 44. O laboratório<br />
participa de ranking de competência<br />
gerencial. (-62,50%); 45. O laboratório<br />
sabe a forma e o momento de mudar a<br />
operação do negócio. (-47,92%); 46. O<br />
laboratório avalia periodicamente qual<br />
o seu valor de mercado. (-52,78%).<br />
Chama a atenção a Declaração 36. O<br />
laboratório avalia sua competitividade<br />
com base na concorrência. (-33,33%),<br />
cujo valor ficou melhor que a média<br />
do setor (-36,88%). O motivo é que<br />
esta asserção colide frontalmente<br />
com praticamente todas as asserções<br />
da Dimensão 7, na medida em que<br />
se ela for verdadeira, as demais são<br />
falsas, na proporção de 9 para 1, o<br />
que é estatisticamente improvável.<br />
Creditamos este viés à possibilidade de<br />
os gestores não terem levado em conta<br />
a própria definição econômica para a<br />
“Competitividade”, que impõe a melhor<br />
relação de saídas x entradas (receitas x<br />
custos), avaliada em processo formal<br />
de benchmarking competitivo, para<br />
validação, do contrário, não existirá<br />
o conceito de “Competição”. Uma<br />
vez feita esta ressalva, o essencial<br />
resumido das causas identificadas pelas<br />
Declarações da Dimensão 7 pode ser<br />
o seguinte: os gestores laboratoriais<br />
reconhecem deficiências na qualidade<br />
da gestão econômica no tocante a falta<br />
da prática de ações na importantíssima<br />
área do planejamento estratégico e<br />
sua efetivação e controle (Ciclo PDCA<br />
de gestão), com base em processos de<br />
benchmarking, onde as ações sejam<br />
identificadas com fundamento nos<br />
resultados da concorrência. Ainda, a<br />
competitividade empresarial e o risco<br />
de insolvência dos laboratórios não são<br />
usualmente calculados e corretamente<br />
avaliados por processos competitivos<br />
de comparação com a concorrência.<br />
Nesta situação, nem sempre lucros altos<br />
significam competência gerencial. Altos<br />
valores do ticket médio podem gerar<br />
lucros fáceis, em mercados isolados e<br />
privilegiados, contudo, nem sempre<br />
esses laboratórios serão competitivos,<br />
pois administrar na abundância de<br />
recursos pode induzir falsa segurança.<br />
Atualmente os laboratórios raramente<br />
operam em ambientes isolados,<br />
portanto, funcionam em mercados cada<br />
vez mais disputados por concorrência<br />
aguerrida, exigindo a prática de<br />
benchmarking. “Não basta medir, é<br />
preciso comparar” (FAÇANHA, H.C.F.;<br />
PRESTES, PVE.; FAÇANHA, V.C., 4).<br />
• Solução (Plano de ação): cada<br />
laboratório apresenta uma realidade<br />
própria, única, que lhe distingue dos<br />
demais. Problemas específicos exigem<br />
soluções específicas. São inúmeras as<br />
variáveis que constituem o universo<br />
da gestão econômica, impossibilitando<br />
individualizar soluções em um estudo<br />
amplo, genérico e abrangente, como<br />
é este o caso. Aqui, a solução possível<br />
é necessariamente “lato sensu”. O<br />
problema que atualmente assola<br />
o mercado das análises clínicas no<br />
Brasil, pode ser sintetizado por:<br />
“Risco crescente de insolvência dos<br />
laboratórios clínicos decorrente da<br />
queda na competitividade” (FAÇANHA,<br />
H.C.F.; PRESTES, PVE.; FAÇANHA, V.C.,<br />
4). Então, qualquer plano de ação para<br />
ser bom, deve ter no seu escopo um<br />
capítulo com ações preventivas para<br />
avaliar e controlar a competitividade e<br />
o risco de insolvência. Isto só é possível<br />
se comparando com a concorrência em<br />
processos de benchmarking, pois não<br />
existe competição sem comparação.<br />
Simples assim. O segundo aspecto de<br />
um bom plano de ação é dotar a gestão<br />
laboratorial de suporte científico às<br />
decisões. A utilização de um Sistema<br />
de Apoio à Decisão (SAD) decorre,<br />
fundamentalmente, da competição<br />
cada vez maior entre as organizações,<br />
bem como da necessidade de obter<br />
de forma rápida, informações cruciais<br />
para a tomada de decisões. Um SAD<br />
é responsável por captar e elaborar<br />
informações contidas em uma base<br />
de dados, transformando-os em<br />
vantagem competitiva, pela tomada<br />
de decisões de forma inteligente. Os<br />
gestores laboratoriais precisam decidir<br />
0 70<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
fundamentados em indicadores que<br />
envolvem pelo menos as variáveis<br />
de receitas, as quais dependem dos<br />
preços de centenas de exames, que<br />
por sua vez são determinados pelo<br />
perfil de demanda, sendo feitos em<br />
diversos equipamentos em múltiplos<br />
setores, que demandam milhares de<br />
componentes de custos com reagentes,<br />
controles, calibradores, descartáveis<br />
etc. Tudo suportado por uma estrutura<br />
de custos fixos formada por centenas de<br />
itens. Enfim, são variáveis vinculadas a<br />
receitas dependentes do volume e perfil<br />
de demanda, a custos variáveis bem<br />
como fixos, gerando a possibilidade de<br />
infinitas combinações. E, os gestores<br />
devem decidir pela combinação<br />
mais otimizada. Atualmente, com a<br />
complexidade que os laboratórios<br />
apresentam, por produzirem de forma<br />
industrial informações e serviços,<br />
exigem competência extraordinária<br />
para enfrentar tal combinação<br />
desafiadora. Sem algoritmos<br />
matemáticos, as chances para decisões<br />
otimizadas reduzem drasticamente.<br />
Finalizando, o plano de ação “lato<br />
sensu”, pelo exposto, deve contemplar<br />
um aspecto de suma importância:<br />
cada vez mais se torna imperiosa a<br />
necessidade de gestão profissional<br />
na área econômica e financeira dos<br />
laboratórios brasileiros. Não existe mais<br />
espaço para a gestão amadora, baseada<br />
somente na intuição. Esta não deve ser<br />
desprezada, entretanto, não pode ser<br />
o leme das decisões nessa importante<br />
área. Existem diversas ferramentas para<br />
auxiliar os gestores laboratoriais. Por<br />
exemplo, os já referidos Sistemas de<br />
Apoio à Decisão (SAD), que hoje são<br />
altamente necessários para o devido<br />
suporte racional, matemático, visando<br />
contribuir na construção de um futuro<br />
perene para os laboratórios clínicos. São<br />
vários sistemas de TI com finalidades<br />
específicas, todavia, o grande desafio<br />
não é decidir por esta ou aquela<br />
ferramenta, é sim, a conscientização<br />
da alta direção da real necessidade<br />
de efetivamente praticar de forma<br />
profissional, a gestão econômica dos<br />
laboratórios clínicos.<br />
REFERÊNCIAS<br />
1. FAÇANHA, H.C.F.; PRESTES, R.M.; PRESTES, PVE.;<br />
FAÇANHA, V.C. Tratado de Gestão Aplicada a Laboratórios<br />
Clínicos. 1. Ed. São Paulo, Editora Eskalab Eireli, 2014, 548p.<br />
2. SANTOS, PAULO SÉRGIO MONTEIRO DOS. Gestão de riscos<br />
empresariais. 1. Ed. São Paulo, Novo Século Editora, 2002, 109 p.<br />
3. PIMENTEL, ALEX. Curso de empreendedorismo. 1. Ed.<br />
São Paulo, Editora Digerati Books, 2008, 128p.<br />
4. FAÇANHA, H.C.F.; PRESTES, PVE.; FAÇANHA, V.C.<br />
PROGELAB – Programa Nacional para Profissionalização<br />
da Gestão Laboratorial. Gestão Econômica Aplicada Para<br />
Laboratórios Clínicos. 1. Ed. Ampliada São Paulo, Editora<br />
DenDabenj Editora News, 2019, 330p.<br />
5. DAMODARAN, ASWATH. – Gestão estratégica do risco:<br />
uma referência para a tomada de riscos empresariais. 1.<br />
Ed. Brasileira. Porto Alegre, Editora Bookman, 2009, 384 p.<br />
6. OLIVEIRA, ERNANI TADEU. Planejamento financeiro para pequenas<br />
empresas. 1. Ed. Porto Alegre, SEBRAE/FAURGS, 1997, 36p.<br />
7. BRUNI, ADRIANO LEAL; FAMÁ, RUBENS. Gestão de custos<br />
e formação de preços: com aplicações na calculadora HP<br />
12 C e Excel. 3. Ed. São Paulo, Editora Atlas, 2004, 551p.<br />
8. DA COSTA FILHO, HUMBERTO FAÇANHA; DA COSTA,<br />
ROSA MAYR PRESTES. Cálculo dos custos e análise da<br />
rentabilidade em laboratórios clínicos – Modelo Custo<br />
Certo. 2. Ed. São Paulo, Editora Eskalab Ltda., 2008, 144p.<br />
9. SCHMIDT, PAULO; SANTOS, JOSÉ LUIZ DOS; MARTINS,<br />
MARCO ANTONIO. Avaliação de empresas: foco na análise<br />
de desempenho para o usuário interno: teoria e prática. 1.<br />
Ed. São Paulo, Editora Atlas, 2006, 169p.<br />
10. KERLINGER, FRED NICHOLS. Metodologia da Pesquisa<br />
em Ciências Sociais. Tradução de Helena Mendes Rotundo.<br />
São Paulo: EDUSP, 1980.<br />
11. TRIPODI, TONI et alii. Análise da pesquisa social. 2a Ed.<br />
São Paulo: Francisco Alves, 1981.<br />
GESTÃO LABORATORIAL<br />
Desafios econômicos durante e pós pandemia?<br />
Humberto Façanha<br />
TEMOS A SOLUÇÃO AO ALCANCE DOS LABORATÓRIOS:<br />
Sistema de gestão profissional para<br />
identificar problemas, causas e soluções<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
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*Humberto Façanha da Costa Filho<br />
Professor e engenheiro, atualmente é articulista e consultor financeiro<br />
da SBAC, professor do Centro de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas<br />
(CEPAC) da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) e professor<br />
do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo (IESA),<br />
curso de Pós-Graduação em Análises Clínicas.<br />
www.unidosconsultoria.com.br<br />
0 71
MATÉRIA DE CAPA<br />
VYTTRA: UMA GIGANTE BRASILEIRA DE<br />
DIAGNÓSTICO MUNDIAL<br />
Reconhecida como uma das principais empresas a fornecer equipamentos e reagentes para<br />
laboratórios, hospitais, bancos de sangue, farmácias e drogarias de todo o País, a companhia<br />
tem como diferenciais a qualidade de seus produtos, o investimento contínuo em inovação e a<br />
proximidade na prestação de serviços.<br />
Orientação ao cliente e implementação de novas<br />
tecnologias são os dois pilares da estratégia<br />
de atuação e crescimento acelerado da Vyttra<br />
Diagnósticos, empresa brasileira especializada<br />
na fabricação e distribuição de equipamentos<br />
e reagentes para os mercados nacional e<br />
internacional de diagnóstico in vitro (IVD). Todos<br />
os seus profissionais assumem este desafio com<br />
paixão pelo que fazem e senso de propósito,<br />
já que visam, acima de tudo, a contribuição<br />
e o impacto social que seus testes e exames<br />
diagnósticos assertivos oferecem a pacientes,<br />
especialistas em saúde e ao público em geral.<br />
A Vyttra, que tem expertise de mais de 30<br />
anos no mercado de diagnósticos, sustenta a<br />
segunda posição nacional em hematologia e<br />
possui participação relevante em bioquímica,<br />
VHS, imunologia, genética, citologia líquida,<br />
biologia molecular e microbiologia. Além disso,<br />
mais recentemente, passou a oferecer também<br />
soluções de Point of CareTesting (POCT), mercado<br />
no qual tem crescido de forma exponencial.<br />
“Disponibilizamos um portfólio completo em<br />
IVD, tanto em automações de grande, médio ou<br />
pequeno porte, quanto em produtos de Point of<br />
Care. Ao todo, são mais de mil itens em termos de<br />
equipamentos, reagentes e consumíveis, os quais<br />
tangibilizam a nossa missão de proporcionar, por<br />
meio de exames e testes diagnósticos, o que<br />
há de mais precioso às pessoas: bem-estar e<br />
qualidade de vida. Aqui tudo o que fazemos –<br />
100% – tem senso de propósito. É por isso que<br />
trabalhamos”, completa Rubens.<br />
Foto: Rubens Freitas, CEO da Vyttra Diagnósticos<br />
Nossa história junto aos laboratórios, hospitais, bancos de sangue<br />
e clínicas é de longa data e nos orgulhamos do destaque que<br />
conquistamos nesse ecossistema. Mas, estamos em busca de muito<br />
mais ao evoluir em qualidade de atendimento e proximidade aos<br />
clientes, bem como na capacidade de antecipar suas necessidades,<br />
trazendo as melhores soluções e tecnologias disponíveis no mundo.<br />
É por esta razão que, logo após a minha chegada à companhia, em<br />
abril deste ano, a reorganizamos para que a jornadado cliente estivesse<br />
sempre no centro de todas as decisões. Como parte desse momento,<br />
criamos uma diretoria de Customer Experience (CX), a qual inclui não<br />
apenas as áreas de Assistência Técnica e Assessoria Científica, mas<br />
também todo o Supply Chain da empresa. É uma visão de atendimento<br />
total ao cliente, de ponta a ponta, potencializada, também, pela<br />
chegada de novos executivos nas áreas Comercial e de Marketing e<br />
pelo investimento intenso em inovação, seja via o desenvolvimento<br />
e fabricação próprios na nossa planta em Bragança Paulista, seja via<br />
parcerias com grandes players globais de IVD,<br />
enfatiza Rubens Freitas, CEO da Vyttra Diagnósticos, que conta com uma<br />
experiência de mais de 20 anos em aquisições de empresas e condução de<br />
projetos transformacionais em organizações dos mais diversos setores.<br />
0 72<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
MUITO MAIS QUE UMA FÁBRICA, UM HUB DE<br />
TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE<br />
MATÉRIA DE CAPA<br />
Foto: Eduardo Castro, diretor de Marketing e Inovação da<br />
Vyttra Diagnósticos<br />
Para atingir seu compromisso com agilidade<br />
e excelência, a Vyttra Diagnósticos dispõe de<br />
instalações modernas e seguras em sua fábrica<br />
localizada em Bragança Paulista (SP). Com mais<br />
de 8mil m², a estrutura é composta por células<br />
de Pesquisa e Desenvolvimento de novos<br />
produtos, fabricação própria de equipamentos e<br />
linhas produtivas de hematologia, bioquímica,<br />
microbiologia, testes rápidos, entre outras.<br />
Esta versatilidade fabril propicia uma produção<br />
simultânea robusta e suficiente para atender à<br />
demanda por milhões de testes a cada mês.<br />
Nosso olhar para a operação vai além da questão produtiva. Estamos sempre voltados a pensar na<br />
inovação, tecnologia e sustentabilidade do processo. O trabalho em melhoria contínua é realizado de<br />
maneira ampla. Tanto que há tempos contamos com o tratamento de efluentes, reuso de água e escolha<br />
de insumos alinhados com o alto padrão de qualidade requerido pelo mercado<br />
Explica Eduardo Castro, Diretor de Marketing e Inovação da Vyttra Diagnósticos.<br />
Legenda: Fábrica da Vyttra Diagnósticos em Bragança Paulista (SP).<br />
Legenda: Área de estoque de produto acabado opera<br />
com tecnologia e organização.<br />
Legenda: Atenção aos mínimos detalhes em todas as áreas,<br />
principalmente naquela dedicada ao envase de reagentes.<br />
Legenda: Produtos final reflete todo o cuidado da<br />
equipe na montagem de kits.<br />
Legenda: Área branca ampla e alinhada com as normas<br />
de segurança para a manipulação de grandes envases.<br />
* Fotos: Disponibilizadas pela Vyttra Diagnósticos.<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021 0 73
MATÉRIA DE CAPA<br />
CLIENTE SEMPRE EM<br />
PRIMEIRO LUGAR<br />
Não apenas de ambiente fabril e tecnologia<br />
de ponta a Vyttra Diagnósticos é feita. Um<br />
dos principais ativos da empresa é a equipe<br />
formada por mais de 250 colaboradores, que<br />
buscam a excelência diariamente.<br />
“Rumo à tendência de se mover rapidamente<br />
em prol das necessidades do mercado,<br />
oferecemos um suporte multicanal,<br />
chamado Vyttra Digital Care. Nossos clientes<br />
podem nos acionar por telefone, e-mail<br />
e via WhatsApp Business. Contamos com<br />
especialistas treinados, com um sistema<br />
preventivo e preditivo de acompanhamento<br />
de base instalada de equipamentos e, em<br />
breve, lançaremos uma plataforma de<br />
treinamentos com vídeos para autosserviço<br />
ou acompanhamento da equipe de<br />
atendimento técnico. Estamos prontos para<br />
qualquer tipo de interação e ficamos felizes<br />
em solucionar dúvidas em prol da melhor<br />
performance”, afirma Eduardo.<br />
Toda essa dedicação na prestação de<br />
serviços é aferida na prática, principalmente<br />
por clientes como o Tecnolab, o mais<br />
completo centro de diagnóstico da<br />
região do ABCD, Mauá e Ribeirão Pires.<br />
“Ao longo da parceria de mais de duas<br />
décadas com a Vyttra, construímos uma<br />
relação equilibrada, de confiança e de<br />
compartilhamento de uma visão justa<br />
para ambos. Afinal, temos a cultura de<br />
nos preocuparmos em oferecer o melhor<br />
aos nossos clientes, sendo a qualidade em<br />
produtos um atributo inquestionável e que<br />
não abrimos mão. Nosso objetivo é estarmos<br />
próximos daqueles que necessitam de<br />
um diagnóstico preciso e acreditamos<br />
que a detecção precoce de quaisquer<br />
enfermidades seja a chave para o sucesso<br />
de tratamentos. Por isso, a nossa motivação<br />
é contar com parceiros que tenham o<br />
mesmo compromisso e nos suportem no<br />
fornecimento de informações capazes<br />
de impulsionar a promoção da saúde e o<br />
melhor direcionamento da conduta médica<br />
junto aos pacientes”, destaca, Dr. Cristiano<br />
Perini, supervisor técnico do Tecnolab.<br />
PIONEIRISMO EM MEIO<br />
À URGÊNCIA<br />
Atenta ao cenário nacional e às questões de<br />
saúde pública, a Vyttra, desde 2020, passou<br />
a atuar também na linha de frente no<br />
combate à pandemia do novo coronavírus<br />
no Brasil, como a primeira empresa a<br />
disponibilizar testes imunológicos de<br />
Covid-19 para laboratórios.<br />
COVID-19: ATÉ O MOMENTO MAIS DE 6 MILHÕES DE TESTES REALIZADOS<br />
“Dado o nosso relacionamento com marcas de qualidade, inicialmente, priorizamos a importação de testes rápidos, que pudessem<br />
respaldar a população ávida por identificar a doença e adotar os protocolos indicados, como uma forma de ação coletiva e que pudesse<br />
salvar o maior número de vidas. Entretanto, dado o know-how em diagnósticos, em 2021, investimos na autonomia brasileira para<br />
a produção interna de testes rápidos, os disponibilizando às principais redes e reiterando o nosso compromisso com o País e com<br />
aqueles que buscavam essa solução”, conta Daniel Rocha, diretor de Point of Care da Vyttra Diagnósticos.<br />
Atualmente, a empresa tem uma capacidade de produção de 800 mil testes<br />
rápidos por mês e a previsão é dobrar esse número em um curto prazo.<br />
Esse movimento responde à demanda de testagem contínua e, também, à<br />
retomada econômica, provendo empregos e desenvolvimento local.<br />
Novos produtos da divisão de Point of Care devem ser lançados nos<br />
próximos meses e a companhia se mostra confiante em seu potencial,<br />
uma vez que vem conquistando cada vez mais novos clientes e Market<br />
Share na categoria.<br />
0 74<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
UM NEGÓCIO QUE SE RENOVA EM RITMO ACELERADO<br />
Compreender a jornada do cliente em<br />
profundidade diz muito sobre a cultura<br />
da Vyttra Diagnósticos. Tanto que, em um<br />
movimento de renovação direcionado ao<br />
cuidado integral dos processos e seus impactos<br />
– do Planejamento de Demanda ao Pós-<br />
Vendas -, a Diretoria de Customer Experience<br />
(CX) acaba de ser criada. O executivo escolhido<br />
para liderar esta missão é o Fábio Marins, que<br />
há cinco anos ocupa a posição de diretor de<br />
Operações da companhia. Com domínio<br />
sobre a cadeia de suprimentos do negócio e<br />
conhecimento profundo dos equipamentos e<br />
soluções ofertadas, o profissional agregará às<br />
suas responsabilidades as áreas de Assistência<br />
Técnica e Assessoria Científica, garantindo<br />
que a espinha dorsal da organização esteja<br />
totalmente orientada ao cliente. O executivo<br />
é engenheiro de produção elétrica pela<br />
Universidade Federal de Santa Catarina<br />
(UFSC) com MBA Executivo pelo Inspere<br />
especialização em Supply Chain pelo<br />
Massachusetts Institute of Technology (MIT).<br />
Ele atuará alinhado com a área Comercial<br />
para promover o diálogo, o fluxo constante<br />
de informações, um contato ainda mais<br />
próximo com os clientes e o sincronismo entre<br />
vendas e atendimento. “Ao longo de minha<br />
trajetória profissional tive o privilégio de<br />
desenvolver competências voltadas à visão<br />
sistêmica do negócio, senso de urgência,<br />
capacidade de diálogo, estruturação de<br />
times, processos e sistemas. Acredito que<br />
esses sejam atributos essenciais para a<br />
construção e sucesso da nossa estrutura<br />
de Customer Experience. Em conjunto com<br />
uma equipe talentosa chegaremos ao nosso<br />
objetivo de garantir um alto nível de serviço<br />
e atendimento”, destaca Fábio.<br />
Foto: Fábio Marins, diretor de Customer Experience<br />
da Vyttra Diagnósticos<br />
MATÉRIA DE CAPA<br />
FORTALECIMENTO DAS ÁREAS COMERCIAL E MARKETING<br />
Com a meta de estabelecer um trabalho<br />
contíguo com esta nova área, Lucas Veloso<br />
chega à empresa para comandar a Diretoria<br />
Comercial. Formado em Administração de<br />
Foto: Lucas Veloso, diretor Comercial da Vyttra Diagnósticos<br />
Empresas pela Universidade Federal de Minas<br />
Gerais (UFMG) e em Marketing pela Pontifícia<br />
Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-<br />
MG), com MBA pela Fundação Vanzolini e<br />
especializações em Modelagem Financeira<br />
e de Negócios pela faculdade de Wharton e<br />
em Processos de Vendas pela Kellogg School<br />
of Management, ele dará continuidade ao<br />
crescimento da Vyttra de forma sustentável<br />
em clientes de todos os portes e com as mais<br />
variadas necessidades.<br />
“A Vyttra está em um momento único. Temos<br />
um portfólio de soluções de excelência<br />
e padrões reconhecidos globalmente.<br />
Adicional a isso, uma gestão de alto nível<br />
está sendo aportada na companhia e os<br />
clientes podem esperar muita proximidade,<br />
relações comerciais transparentes e a melhor<br />
experiência, com rastreabilidade de suas<br />
demandas”, afirma Lucas, que já esteve à<br />
frente das áreas Comercial e de Marketing de<br />
diversas empresas investidas por fundos de<br />
Private Equitye Venture Capital.<br />
Mirella Amorim também se une à companhia<br />
para dar ainda mais propulsão e visibilidade<br />
ao portfólio da empresa. Bióloga graduada<br />
pela Pontifícia Universidade Católica de<br />
Campinas (PUC-Campinas) e com MBA em<br />
Marketing e Planejamento Estratégico pelo<br />
Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais<br />
(IBMEC), será responsável pela gerência<br />
executiva de Marketing da Vyttra.<br />
“Atuo no mercado de IVD há 22 anos. Entre<br />
rotinas laboratoriais e multinacionais, tive<br />
a oportunidade de desenvolver projetos e<br />
trabalhar em áreas de grande relevância,<br />
como na gestão de Key-Accounts, canal<br />
de distribuição e implementação de<br />
novas linhas. Nesta nova etapa de minha<br />
carreira, assumo a responsabilidade de<br />
realizar uma movimentação ambiciosa de<br />
redirecionamento da posição da empresa<br />
no mercado. Os clientes podem esperar<br />
muito empenho e um time unido para dar<br />
o seu melhor!”, complementa Mirella, que<br />
reúne experiências prévias nas empresas<br />
Eurolmmun, Werfen, Beckman Coulter, além<br />
de consultorias a multinacionais do segmento<br />
de saúde.<br />
Foto: Mirella Amorim, gerente executiva da<br />
Vyttra Diagnósticos.<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021 0 75
RADAR CIENTÍFICO<br />
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A pandemia da COVID-19 deixou em exposição<br />
a alta dependência de insumos críticos externos<br />
para a saúde da população, e o processo de<br />
desindustrialização acelerada do Brasil não<br />
poupou as empresas pertencentes ao Complexo<br />
Industrial da Saúde.<br />
Particularmente, os testes rápidos para COVID-19<br />
– os primeiros a terem o registro aprovado<br />
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária<br />
(Anvisa) – eram em sua maioria importados, o<br />
que dificultou a implementação de estratégias<br />
de testagem em massa por diferentes razões: a<br />
limitação do acesso a esses insumos, o aumento<br />
exponencial do custo de aquisição, e ainda, as<br />
dificuldades logísticas e regulatórias.<br />
Em vista disso, como é possível recuperar<br />
o potencial de manufatura de dispositivos<br />
diagnósticos de testes rápidos no Brasil? A<br />
realidade atual torna evidente a urgência de<br />
uma estratégia que conduza à trajetória de<br />
desenvolvimento econômico e social, e garanta<br />
soberania ao país em uma área tão relevante,<br />
como a dos cuidados com saúde – com o risco de<br />
afetar a competitividade de setores econômicos<br />
díspares, ceifando seu potencial de crescimento.<br />
Diante desse cenário, a Merck Life Science, como<br />
líder mundial no fornecimento de matériasprimas<br />
para produção e desenvolvimento de<br />
testes rápidos, uniu-se aos melhores profissionais<br />
da área acadêmica e industrial para criar um<br />
Centro de Inovação que permita que as empresas<br />
possam rapidamente expandir seu portfólio de<br />
testes rápidos e usufruir da demanda comercial<br />
dessa tecnologia em nosso país.<br />
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Merck possui: validação de prova de conceitos,<br />
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registro sanitário e à transferência de tecnologia,<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
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RADAR CIENTÍFICO II<br />
ESTERASE LEUCOCITÁRIA URINÁRIA COMO<br />
UM INDICADOR DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO - AVALIAÇÃO<br />
COMPARATIVA DA SENSIBILIDADE ANALÍTICA EM TIRAS REAGENTES<br />
Rheinheimer G1, Boone J1, Fox J1, Stradinger J1, Clarke K2, Bethoney C2. Siemens Healthcare Diagnostics Inc., Elkhart, IN, U.S.1 and Norwood, MA, U.S.<br />
Resumo<br />
Os avanços na tecnologia levaram ao desenvolvimento de soluções analíticas e<br />
de gerenciamento de dados que automatizam o processamento e os resultados<br />
do exame de urina. Esses sistemas padronizam o processo, eliminando<br />
variabilidade do operador e possível risco de erros de transcrição.<br />
O estudo relatado neste artigo fez uma comparação das tiras reagentes de<br />
urinálise de quatro fabricantes e seus dispositivos e, quando disponíveis, a<br />
determinação de Esterase Leucocitária (EL) em grupo controle de indivíduos<br />
aparentemente saudáveis e em amostras clínicas de urina de pacientes que<br />
atenderam aos critérios de caso suspeito de Infecção do Trato Urinário (ITU).<br />
Os resultados com as tiras de reagentes Multistix 10 SG demonstraram mais<br />
sensibilidade analítica para EL com amostras de indivíduos do grupo controle<br />
do que as outras tiras testadas neste estudo quando usadas em um ambiente<br />
laboratorial. Testes com amostras de urina de pacientes que abrangeram<br />
um intervalo comum de EL confirmam mais sensibilidade analítica em<br />
comparação com as outras tiras quando as amostras clínicas foram testadas.<br />
Estes achados têm implicações no ambiente de point-of-care (POC), onde<br />
decisões de tratamento e resultados clínicos são altamente dependentes da<br />
precisão da triagem diagnóstica inicial.<br />
Palavras-chave: urinálise, point-of-care, tiras reagentes e esterase leucocitária.<br />
Abstract<br />
Advances in technology have led to the development of instrumentation<br />
and data-management solutions that automate the testing and reporting<br />
of results in urinalysis. These systems standardize the process by eliminating<br />
operator variability and possible risk of transcription errors.<br />
The study reported in this white paper made a comparison of four manufacturers’<br />
urine reagent strips and their reading devices, if available, targeting LE<br />
determination on both nonclinical controls and clinical urine specimens.<br />
Results demonstrated that Multistix 10 SG Reagent Strips exhibit<br />
greater analytical sensitivity for LE with nonclinical control samples<br />
than the other strips tested in this study when used in a laboratory<br />
environment. Testing with patient urine specimens encompassing a<br />
common LE reporting range confirmed this greater analytical sensitivity<br />
compared to the other strips when clinical samples are tested. These<br />
findings have implications in the point-of-care (POC) setting, where<br />
treatment decisions and clinical outcomes are highly dependent on the<br />
accuracy of initial diagnostic screening.<br />
Key words: urinalysis, point-of-care, reagent strip and leukocyte esterase.<br />
Introdução<br />
As Infecções do Trato Urinário (ITUs) são definidas<br />
pela presença de microrganismos patogênicos nas<br />
estruturas inferiores ou superiores do aparelho<br />
urinário. As ITUs são mais prevalentes em três<br />
faixas etárias: crianças com até 6 anos de idade,<br />
principalmente recém-nascidas do sexo masculino,<br />
mulheres jovens com vida sexual ativa e idosos com<br />
mais de 60 anos de idade. 1<br />
A piúria, presença de leucócitos na urina em<br />
número significante, é um indicativo frequente<br />
de ITU 2 . Neutrófilos presentes na urina podem ser<br />
resultado de EL, gerada por uma ITU que pode ser<br />
facilmente diagnosticada em pacientes utilizando<br />
tiras reagentes.<br />
Uma tira reagente de urina para o teste de EL<br />
relata semi quantitativamente uma quantidade da<br />
enzima na urina proporcional a concentração de<br />
leucócitos, representada pela intensidade da cor no<br />
teste. Os resultados para o teste de EL na tira reagente<br />
geralmente variam de negativo para diferentes<br />
níveis de positivo, incluindo 1+, 2+ e 3+; o último<br />
corresponde a aproximadamente 500 células/μL.<br />
Amostras de urina normais geralmente geram um<br />
resultado negativo com um valor de EL inferior a<br />
10 células/μL. 3 Outros fabricantes podem utilizar<br />
diferentes indicadores de resultados.<br />
A triagem para uma ITU com uma tira do teste<br />
é considerada como o recurso inicial do médico<br />
para a avaliação do paciente. A tira para urinálise<br />
fornece um resultado imediato, preciso e confiável,<br />
permitindo acelerar o caminho para o diagnóstico e<br />
tratamento adequados. 4 Para a triagem, é necessária<br />
uma tira de urinálise confiável de EL, comumente<br />
em paralelo com nitrito, na primeira avaliação do<br />
paciente quando há suspeita de ITU.<br />
0 78<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
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01 · © Siemens Healthcare Diagnostics Inc., 2021
RADAR CIENTÍFICO II<br />
Alguns relatos sugerem que nem toda tira de<br />
urinálise de EL comercialmente disponível pode<br />
ser um preditor robusto e sensível de ITU, com<br />
resultados subestimados e até falso-negativos<br />
sendo encontrados. Tais resultados podem levar<br />
a diagnósticos incorretos e à falta de tratamento<br />
imediato, resultando em posterior piora da<br />
condição do paciente. Além de afetar a qualidade do<br />
atendimento e bem-estar do paciente, resultados<br />
imprecisos da tira de urinálise podem contribuir para<br />
um custo para a organização se a hospitalização for<br />
subsequentemente necessária para uma condição<br />
mais avançada do paciente, como, por exemplo, a<br />
pielonefrite aguda (PNA).<br />
Para permitir a comparação dos resultados do teste de EL lidos por analisadores, as informações<br />
dos resultados derivadas de impressões do analisador foram relacionadas em uma escala de 0-4.<br />
Comparando os resultados visuais do teste<br />
de EL de diferentes fabricantes<br />
Existem desafios ao correlacionar os resultados<br />
de leitura visual entre diferentes tiras reagentes<br />
de testes de EL de diferentes fabricantes, como os<br />
diferentes sistemas analíticos utilizados. Para leituras<br />
visuais, nem todos os frascos de tiras dos fabricantes<br />
fornecem as mesmas informações. A Tabela 1<br />
padroniza os níveis de resultados de leitura visual<br />
em uma escala comum de 0 a 4 para informações<br />
retiradas de frascos de tiras de teste da Siemens<br />
Healthineers, do fornecedor A, do fornecedor B e<br />
do fornecedor C. Isso inclui indicadores de escala, o<br />
sistema Plus e em células/μL.<br />
As tiras reagentes da Siemens Healthineers utilizam<br />
indicadores de escala, o sistema Plus e em células/<br />
μL, dependendo dos requisitos do país, para reportar<br />
seus resultados. O fornecedor A utiliza células/μL e o<br />
sistema Plus. O fornecedor B fornece os resultados<br />
utilizando as três medidas. O fornecedor C utiliza<br />
apenas células/μL e não oferece um equivalente ao<br />
nível de cor 2+ (moderado) no frasco.<br />
O analisador CLINITEK Status+ pode ser<br />
configurado para relatar a escala do indicador de<br />
escala, células μL ou o sistema Plus, dependendo<br />
dos requisitos do país. O analisador B utiliza células/<br />
μL e o sistema Plus. O analisador C utiliza células/<br />
μL e o sistema Plus, entretanto, o analisador C não<br />
oferece um nível equivalente a 2+. Dois níveis do<br />
analisador C (10 e 25 células/μL) estão na faixa de<br />
rastreamento dos outros tipos de tiras reagentes<br />
(Tabela 2).<br />
Deve-se notar que os resultados da tira reagente<br />
exibindo variância de um nível ou equivalente, seja<br />
lida visualmente ou pelo analisador, são considerados<br />
indicadores equivalentes da quantidade real de EL<br />
em um controle ou amostra clínica. 3<br />
Um block shift de mais de um nível é destacado<br />
nas tabelas a seguir.<br />
*Block shift é um termo utilizado quando a<br />
intensidade da cor observada no teste é menor ou<br />
maior do que o esperado, correspondendo a resultado<br />
de nível menor ou superior na escala de resultados.<br />
Métodos<br />
Grupo controle de indivíduos aparentemente<br />
saudáveis<br />
Tiras reagentes Multistix 10 SG Siemens<br />
Healthineers e de outros três fabricantes foram<br />
avaliadas tanto visualmente, quanto em seus<br />
respectivos analisadores, quando disponíveis, para<br />
determinação semiquantitativa para EL usando<br />
controles contendo quantidades conhecidas<br />
de esterase leucocitária. Soluções controle de<br />
concentrações conhecidas de EL foram preparadas<br />
de acordo com os procedimentos internos usados<br />
para a liberação do produto do analisador CLINITEK<br />
Status+. Cada tipo de tira foi testado em duplicata<br />
com controle negativo e com controle positivo,<br />
contendo EL correspondente a um resultado positivo<br />
2+ de acordo com as instruções dos fabricantes.<br />
Amostras Clínicas<br />
62 amostras clínicas de urina inalteradas<br />
foram testadas. Amostras obtidas na Clínica<br />
Elkhart (Elkhart, Indiana) 10 foram verificadas<br />
como contendo EL em intervalos comuns por<br />
meio de relatórios de ensaio de tiras reagentes.<br />
As amostras negativas foram obtidas de um<br />
pool de doadores locais. Todos os quatro<br />
tipos de tiras reagentes foram testados em<br />
uma única replicata. O teste foi realizado<br />
visualmente, comparando intensidade de cor<br />
das almofadas dos testes de EL após mergulhálas<br />
no diagrama de cores das garrafas dos<br />
respectivos fabricantes. Os resultados das<br />
tiras reagentes também foram lidos pelos<br />
analisadores† dos respectivos fabricantes. As<br />
tabelas de concordância foram montadas a<br />
partir de resultados interpretados como níveis<br />
0 80<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
de 0–4. Os resultados não foram comparados<br />
com o método relatado usado na Clínica Elkhart<br />
devido a potencial instabilidade da amostra no<br />
momento em que foram utilizadas no estudo.<br />
Além disso, cinco amostras clínicas de urina<br />
positivas para EL foram sujeitas a titulação por<br />
diluição com amostras de urina EL-negativa<br />
para avaliar ainda mais a capacidade analítica<br />
de cada tira reagente, tanto visualmente<br />
quanto em seus respectivos analisadores.<br />
Cada tipo de tira foi testado em duplicata para<br />
todas as diluições, com exceção da amostra<br />
EL-negativa, na qual apenas uma replicata<br />
foi realizada. Curvas de características de<br />
operação do receptor (ROC) foram geradas<br />
para cada fabricante para resultados visuais<br />
e automatizados, bem como curvas ROC<br />
comparativas.<br />
RADAR CIENTÍFICO II<br />
†O analisador do fabricante B não foi<br />
disponibilizado para esse estudo.<br />
Resultados 5<br />
Grupo controle de indivíduos aparentemente<br />
saudáveis<br />
Quando lidas visualmente, todas as tiras reagentes dos<br />
quatro fabricantes relataram a solução controle negativa<br />
de forma aceitável. Similarmente, todos os tipos de tiras<br />
reagentes relataram uma variação de controle positivo<br />
2+ dentro do aceitável de um nível, com as tiras<br />
reagentes Multistix 10 SG relatando um 2+ e todas as<br />
outras tiras relatando um nível abaixo (Tabela 3).<br />
Quando lidas nos analisadores, todas as tiras de<br />
reagentes testadas relataram o controle negativo<br />
com precisão. As tiras reagentes Multistix 10 SG<br />
e do fabricante A relataram a solução de controle<br />
2+ dentro dos limites aceitáveis. As tiras reagentes<br />
do fabricante C lidas no seu respectivo analisador<br />
subestimou o controle positivo 2+ por dois níveis,<br />
relatando como ±, equivalente ao nível 1, ao invés<br />
vez da meta 3 da escala padronizada (Tabela 4).<br />
Resultados das amostras clínicas lidas<br />
visualmente<br />
As amostras clínicas, quando lidas visualmente, os<br />
resultados das tiras reagentes dos fabricantes A, B e<br />
C mostraram concordâncias gerais exatas de 85,4%,<br />
24,1% e 48,3%, respectivamente, com os resultados<br />
da tira reagente Multistix 10 SG (Tabelas 5–7).<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 81
RADAR CIENTÍFICO II<br />
A concordância do resultado da leitura visual<br />
da amostra clínica no teste do fornecedor A com<br />
os resultados da tira reagente Multistix 10 SG foi<br />
relativamente boa, demonstrando conformidade com<br />
os resultados evidenciados com as soluções controle.<br />
Os resultados das leituras visuais das tiras<br />
reagentes do fornecedor B sugeriram mudança do<br />
nível negativo, indicativo de EL subestimada nos<br />
níveis 1 a 4 nos relatórios de escala padronizada.<br />
No nível 2 da escala padronizada (equivalente a 1/<br />
pequena quantidade), três amostras de urina de<br />
paciente foram reportadas como negativas pelas<br />
tiras reagentes do fabricante B. Quatro amostras<br />
de pacientes foram subestimadas pela fita reagente<br />
do fabricante B em nível padronizado 3/moderada<br />
quantidade, relatando como 1/traço (ver tabela 4).<br />
Da mesma forma, os resultados da leitura visual<br />
da tira reagente do fabricante C foram sugestivos<br />
de mudança do nível negativo para os níveis<br />
padronizados 1 e 2.<br />
Resultados de amostras clínicas lidas por<br />
analisadores<br />
Resultados das leituras feitas em analisadores<br />
utilizando tiras reagentes do fornecedor A no<br />
analisador A e da tira reagente C no analisador C<br />
para as amostras clínicas, mostraram concordâncias<br />
exatas de 58,0% e 12,9% respectivamente com os<br />
resultados da tira de reagente Multistix 10 SG lidos<br />
no analisador CLINITEK Status + (Tabelas 8 e 9).<br />
Em contraste com os resultados da leitura visual,<br />
os resultados da leitura no analisador A exibiu uma<br />
mudança do nível negativo para níveis 1/traço e<br />
2/pequena quantidade em comparação com o<br />
analisador CLINITEK Status +, resultando em 0% de<br />
concordância no nível 1 com todas as 10 amostras<br />
relatadas como negativo e duas amostras de<br />
paciente com leitura de 0/negativo em 2/ pequena<br />
quantidade. Além disso, uma mudança de nível<br />
positivo 2/ pequena quantidade de duas outras<br />
amostras de pacientes indica baixa consistência<br />
nesse nível.<br />
Resultados de leitura no analisador C indicou<br />
baixa concordância com os resultados no analisador<br />
CLINITEK Status +, mostrando níveis substanciais<br />
e consistentes de mudança de nível negativo em<br />
1/traço (concordância de 10,0%), 2/pequena<br />
quantidade (0,0% de concordância) e 4/grande<br />
quantidade (7,6% de concordância). Doze amostras<br />
foram consideradas negativas no nível 2/pequena<br />
quantidade e uma amostra foi considerada negativa<br />
no nível 3/moderada quantidade quando testadas<br />
usando tiras reagentes do fornecedor C lidas no<br />
analisador C.<br />
Resultados da titulação das amostras clínicas<br />
Cinco amostras clínicas adicionais positivas<br />
para EL foram obtidas e cada uma foi diluída<br />
com amostras de urina EL-negativas para<br />
atingir um painel de concentrações variando<br />
de 0%, 12,5%, 25%, 37,5%, 50%, 62,5%,<br />
75%, 87,5% e 100%. As diluições foram<br />
analisadas visualmente nas tiras reagentes de<br />
cada fabricante e também em seu analisador<br />
correspondente.<br />
O desempenho diagnóstico foi avaliado<br />
através das características do receptor de<br />
operação (ROC). Medidas comparativas de<br />
desempenho para resultados visuais versus<br />
leitura de resultados nos analisadores de<br />
cada fabricantes são fornecidas na Tabela 10,<br />
especificamente as áreas sob curva (AUC),<br />
juntamente com suas diferenças e valores de<br />
p associados a um teste de significância. Uma<br />
AUC de 1 indica que o teste pode diferenciar<br />
com precisão as amostras positivas e<br />
negativas, enquanto um valor de p > 0,05<br />
indica que não há diferença estatística entre<br />
os valores de AUC das condições que estão<br />
sendo comparadas. Todos os valores de p<br />
para comparações entre as determinações<br />
visuais utilizando as tiras reagentes Multistix<br />
10 SG, do fornecedor A e do fornecedor C<br />
versus os analisadores CLINITEK Status +,<br />
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assintomáticas e de baixa prevalência<br />
• Desempenho com referência em RT-PCR<br />
• Limite de detecção – 32 TCID50/mL<br />
• Tempo até o resultado: 13 minutos<br />
• Armazenamento em temperatura ambiente<br />
O LumiraDx SARS-CoV-2 Ag Test é um ensaio microfl uídico<br />
de imunofl uorescência para a detecção de antígeno da<br />
proteína do nucleocapsídeo em espécimes coletadas por<br />
swab nasal e nasofaríngeo de indivíduos com suspeita de<br />
COVID-19 ou indivíduos assintomáticos.<br />
* Swabs nasais. Referência em cobas® SARS-CoV-2<br />
Teste no Sistema cobas® 6800.<br />
Produto em fase de registro na ANVISA.<br />
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LumiraDx<br />
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RADAR CIENTÍFICO II<br />
Discussão e Conclusões<br />
Os resultados das tiras reagente para urinálise<br />
para EL servem como orientação para tratamento<br />
e/ou como testes adicionais em casos de<br />
suspeita de infecção do trato urinário. Dada a<br />
importância da triagem feita com tira reagente<br />
na primeira avaliação do paciente, o teste de<br />
tira EL empregado por profissionais de saúde<br />
deve demonstrar boa exatidão e precisão para<br />
apoiar uma tomada de decisão confiante e eficaz.<br />
Resultados imprecisos podem afetar a qualidade<br />
do atendimento ao paciente e o bem-estar.<br />
Os resultados observados neste estudo<br />
confirmam relatos sugerindo que nem<br />
todas as tiras reagentes para urinálise para<br />
EL disponíveis comercialmente oferecem a<br />
mesma sensibilidade analítica, o que gera<br />
um impacto negativo na tomada de decisão<br />
clínica eficaz quando há suspeita de ITU.<br />
Resultados de tiras reagentes que exibem<br />
um nível ou variância equivalente, sejam<br />
lidos visualmente ou por analisadores, são<br />
considerados indicadores equivalentes de<br />
verdadeira EL em amostras controles ou<br />
clínicas.3 No entanto, os resultados dos<br />
controles lidos visualmente na Tabela 1<br />
parecem sugerir que as tiras dos outros<br />
fornecedores reportam num intervalo inferior<br />
ao aceitável – uma mudança de nível inferior<br />
quando comparadas com as tiras reagentes<br />
Multistix 10 SG e o alvo 2+/controle moderado.<br />
As amostras clínicas de urina são, por<br />
natureza, mais complexas do que os controles<br />
padronizados, que são cuidadosamente<br />
fabricados. Isso pode explicar por que as<br />
amostras clínicas apresentam mais variações<br />
dnos resultados da tira reagente Multistix 10<br />
SG para EL em todas as plataformas testadas<br />
em comparação com a solução controle.<br />
Enquanto a concordância entre os<br />
resultados de leituras visuais das amostras<br />
clínicas na tira reagente do fornecedor A e<br />
os resultados da tira reagente Multistix 10<br />
0 84<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
SG foram relativamente bons, há uma maior<br />
ou menor subestimação observada com<br />
as tiras reagentes dos fornecedores B e C.<br />
Uma preocupação foram as três amostras<br />
clínicas relatadas como negativas por tiras<br />
do fornecedor B lidas visualmente, mas<br />
que eram um nível 2 na escala padronizada<br />
quando testados usando a tira reagente<br />
Multistix 10 SG, mais sensível.<br />
O uso de dispositivos analisadores<br />
automatizados na urinálise é uma tendência<br />
crescente, pois tem muitas vantagens,<br />
incluindo padronizar o processo eliminando<br />
a variabilidade do operador.<br />
Resultados da leitura do analisador do<br />
fornecedor A exibiu uma mudança de nível<br />
negativo para níveis 1 e 2 em comparação<br />
com o analisador CLINITEK Status +,<br />
resultando em duas leituras de amostras<br />
de pacientes como 0/negativa no nível 2/<br />
pequena. Além disso, uma mudança no nível<br />
positivo 2/pequena de duas outras amostras<br />
de pacientes indica baixa consistência e<br />
diminuição da confiança de resultados no<br />
nível 2/pequena.<br />
Os resultados da tira reagente do fornecedor<br />
C lidos por analisador mostraram mudança<br />
significativa e consistente do nível negativo em<br />
comparação com o analisador CLINITEK Status<br />
+, com 12 amostras consideradas negativas no<br />
nível 2/pequena e uma amostra considerada<br />
negativa no nível 3/moderada.<br />
Das 62 amostras clínicas testadas, havia<br />
um total de 18 resultados reportados como<br />
negativos para a presença de EL quando eles<br />
deveriam ter sido relatados em um padrão 2<br />
ou acima em comparação com os resultados<br />
da tira reagente Multistix 10 SG lidas<br />
visualmente ou com o analisador CLINITEK<br />
Status +. Isso indica que as tiras reagentes<br />
Multistix 10 SG têm melhor sensibilidade<br />
analítica na detecção de EL em menores<br />
concentrações do que as outras tiras<br />
reagentes usadas neste estudo, conforme<br />
confirmado pelo desempenho da titulação<br />
e, portanto, oferecem o potencial para um<br />
diagnóstico e tratamento mais rápido da ITU.<br />
O desempenho diagnóstico foi avaliado<br />
a partir da titulação de cinco amostras<br />
clínicas. Os resultados das curvas ROC<br />
visuais demonstraram bom desempenho de<br />
todos os fabricantes, com AUC ≥0,931. Ao<br />
comparar as curvas ROC de cada analisador,<br />
o CLINITEK Status + teve a AUC mais alta,<br />
indicando maior sensibilidade analítica do<br />
que os analisadores dos outros fabricantes<br />
disponíveis. A AUC para amostras lidas pelo<br />
analisador em comparação com o visual<br />
diminuiu em todos os casos, com a menor<br />
diferença observada para as tiras reagentes<br />
Multistix 10 SG da Siemens Healthineers,<br />
demonstrando o melhor desempenho para<br />
alcançar o mesmo resultado quando lido<br />
visualmente ou pelo analisador CLINITEK<br />
Status +. A AUC do analisador CLINITEK<br />
Status + é maior do que o do analisador do<br />
fabricante A, indicando menos instâncias<br />
de amostras perdidas e diagnóstico mais<br />
rápido de pacientes com EL de baixo nível<br />
pelo analisador CLINITEK Status + em<br />
comparação com o analisador do fabricante<br />
A. As tiras reagentes do fabricante C<br />
mostraram baixo desempenho ao usar o<br />
analisador C, indicando o potencial de perda<br />
de detecção de EL em pacientes com ITU. O<br />
desempenho dos analisadores para detecção<br />
de EL deve ser preciso, para o paciente<br />
obter tratamento correto, e confiável para<br />
automatizar o processo para o operador.<br />
Quaisquer resultados falso-negativos<br />
podem resultar em um paciente que não<br />
recebe os tratamentos necessários e assim<br />
colocá-los em risco de desenvolver novas<br />
infecções mais graves, como PNA. Bem como<br />
o impacto no paciente, a carga de custo de<br />
PNA não é insignificante: cerca de US$2,14<br />
bilhões a cada ano.6 Qualquer oportunidade<br />
de reduzir resultados falso-negativos deve<br />
ser seriamente considerada.<br />
O exame de urina fornece uma grande<br />
variedade de informações clínicas<br />
indispensáveis na área da saúde moderna.<br />
A Siemens Healthineers continua a inovar<br />
soluções de testes de urinálise de POC<br />
confiáveis que podem ampliar a visão<br />
clínica da saúde do paciente. O portfólio<br />
de produtos de análise de urina POC da<br />
Siemens Healthineers oferece suporte<br />
à detecção precoce, monitoramento e<br />
gerenciamento de vários estados de doença<br />
com a mais ampla gama de soluções de<br />
urinálise confiáveis do mercado.<br />
Referências Bibliográficas<br />
1. Masson, L.C., Martins, L.V., Gomes, C., & Cardoso, A.<br />
Diagnóstico laboratorial das infecções urinárias: relação<br />
entre a urocultura e o EAS (2020).<br />
2.www.healthline.com/health/pyuria#cause (accessed<br />
March 9, 2018).<br />
3. Multistix 10 SG Reagent Strip package insert,<br />
Siemens Healthcare Diagnostics Inc.<br />
4.www.gpnotebook.co.uk/simplepage.<br />
cfm?ID=x20090216205332749131 (accessed March 15, 2018)<br />
5. Internal Study Report: DX013715 Leukocyte, Esterase<br />
Reagent Pad Comparison Report, Revision 01.<br />
6. Brown, et al. Acute pyelonephritis among adults.<br />
Pharmacoeconomics. 2005;23(11):1123-42.<br />
Siemens Healthineers Diagnósticos LTDA<br />
Av. Mutinga, 3800 4º e 5º andar – Pirituba 05110-902 – São Paulo – SP<br />
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Tradução da versõa publicada por Siemens Healthcare Diagnostics Inc. · Order No. 30-21-DX-528-76 · 01-<br />
2021 · © Siemens Healthcare Di-agnostics Inc., 2021<br />
RADAR CIENTÍFICO II<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 85
RADAR CIENTÍFICO III<br />
MINIATURIZAÇÃO EFICAZ DE PREPARO<br />
DE BIBLIOTECAS ILLUMINA NEXTERA XT PARA APLICAÇÕES<br />
DE SEQUENCIAMENTO MULTIPLEXADO DE GENOMA<br />
COMPLETO E DE MICROBIOMA DISCOVERY IN MOTION<br />
Entenda como o equipamento Echo 525 pode proporcionar a redução de custos para o pesquisador e maior rendimento possível com a<br />
mesma quantidade de reagentes fornecidos.<br />
Por Jefferson Lai, John Lesnick, Noël Ruppert<br />
Resumo<br />
O custo do sequenciamento por nucleotídeo vem<br />
diminuído por ordens de magnitude durante<br />
os últimos 10 anos; no entanto, o preparo de<br />
amostras para o sequenciamento da próxima<br />
geração permanece um componente caro do<br />
processo. Na biologia sintética, o sequenciamento<br />
de genomas microbianos completos está se<br />
tornando um processo rotineiro para validar a<br />
edição de genomas, deconvoluir campanhas<br />
de mutagênese, confirmar construção de DNA<br />
de alto rendimento, e pesquisar amostras de<br />
microbiomas. Aqui detalhamos um método<br />
para miniaturizar volumes de reação utilizados<br />
no kit de bibliotecas de DNA Illumina Nextera<br />
XT, reduzindo assim o custo global por<br />
reação e mantendo dados equivalentes ao<br />
protocolo padrão. Testamos então este método<br />
miniaturizado em uma variedade diversificada<br />
de micróbios para mostrar que o método é<br />
eficaz entre as amostras. Finalmente, aplicamos<br />
este método a um estudo de microbioma e<br />
descobrimos que ele mantém a diversidade, as<br />
proporções e identificação da amostra.<br />
Introdução<br />
O custo do sequenciamento por nucleotídeo vem<br />
diminuído por ordens de magnitude ao longo dos<br />
últimos 10 anos devido à melhoria contínua nas<br />
tecnologias de sequenciamento de próxima geração.<br />
No entanto, o preparo da bibliotecas permanece um<br />
gargalo para reduzir os custos de sequenciamento.<br />
Na biologia sintética, o sequenciamento de<br />
genoma completo está se tornando um processo<br />
rotineiro para validar a edição de genomas,<br />
deconvoluir campanhas de mutagênese,<br />
confirmar a construção de DNA de alto rendimento<br />
e pesquisar amostras de microbiomas.<br />
Os esforços atuais para sequenciar genomas<br />
pequenos (bacterianos, fúngicos) usando um<br />
fluxo de trabalho baseado no Illumina Nextera XT<br />
são restritos pelos volumes mínimos de trabalho<br />
necessários para o processamento manual e, uma<br />
vez processados, somente uma pequena fração<br />
da biblioteca gerada é usada para a rodada de<br />
sequenciamento.<br />
Utilizando o Manipulador de Líquidos Echo 525<br />
com o kit Nextera XT, realizamos as reações em<br />
escala miniaturizada que reduz o excesso de<br />
geração de bibliotecas, assim economizando custos<br />
com reagentes caros. Além disso, rodar reações<br />
de tagmentação de menor volume também<br />
reduz a quantia de amostra de gDNA necessária.<br />
Demonstramos que as reações de tagmentação e<br />
amplificação podem ser reduzidas até 20 vezes.<br />
Essas bibliotecas foram multiplexadas em uma<br />
rodada de sequenciamento de extremidade<br />
pareada de Illumina MiSeq e ficou demonstrado<br />
que produzem métricas equivalentes. A precisão de<br />
nanolitro e a velocidade do Manipulador de Líquidos<br />
Echo 525 permite miniaturização exata do preparo<br />
da biblioteca de Nextera XT e medidas de QC tais<br />
como o ensaio de quantificação Quant-iT Picogreen<br />
e a análise de fragmentos Agilent TapeStation<br />
2200, reduzindo assim o custo e aumentando o<br />
rendimento e, ao mesmo tempo, oferecendo dados<br />
de sequenciamento de alta qualidade. Além disso,<br />
o Manipulador de Líquidos Echo 525 nos permitiu<br />
normalizar e centralizar nossas bibliotecas para<br />
sequenciamento a uma velocidade sem precedentes<br />
em comparação com qualquer outro manipulador<br />
de líquidos baseado em ponteira.<br />
Métodos e Discussões<br />
Miniaturização de Reações de Tagmentação<br />
e Amplificação Em um esforço para lidar com<br />
limitações volumétricas com fluxos de trabalho<br />
manuais, realizamos um experimento com o<br />
Manipulador de Líquidos Echo 525 para testar<br />
um painel de volumes de reação com o objetivo<br />
de reduzir o custo por amostra, mantendo a<br />
qualidade do sequenciamento. O genoma E. coli<br />
K-12 foi selecionado para este estudo, devido ao<br />
seu uso generalizado em ambientes acadêmicos e<br />
industriais. Além disso, seu tamanho representativo<br />
de “genoma pequeno” permite um alto grau<br />
de multiplexação das condições de preparo da<br />
biblioteca em uma rodada de MiSeq. Todas as<br />
amostras foram rodadas em três réplicas técnicas.<br />
Utilizou-se o Manipulador de Líquidos Echo 525<br />
para transferir diferentes quantias da mesma<br />
amostra de gDNA em uma variedade de volumes de<br />
reação de tagmentação; depois também foi usado<br />
0 86<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
Este é o próximo<br />
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MM-128-08 2019-03-18
RADAR CIENTÍFICO III<br />
para dispensar os volumes adequados de tampão<br />
TD + ATM, exceto para o controle manual de 25<br />
µL. Realizou-se incubação de tagmentação a 55°C<br />
no termociclador ProFlex da ThermoFisher. Usou-se<br />
uma placa de PCR diferente para cada tamanho<br />
de volume de reação para explicar as diferenças<br />
no aquecimento. Para neutralizar a tagmentação,<br />
dispensou-se tampão de NT usando o Manipulador<br />
de Líquidos Echo 525. Realizou-se amplificação<br />
PCR de bibliotecas tagmentadas a vários volumes.<br />
Primers de Indexação e Nextera PCR Mix (NPM)<br />
foram dispensados em volumes variados pelo<br />
Manipulador de Líquidos Echo 525. Rodouse<br />
amplificação em base de volume de reação<br />
seguindo as condições de PCD do Nextera XT. Em<br />
seguida as bibliotecas foram limpas manualmente<br />
usando limpeza de bead de SPRI a uma proporção<br />
de 0.6x. Cada biblioteca foi então quantificada<br />
por meio de ensaio Picogreen. O Manipulador de<br />
Líquidos Echo 525 foi usado neste ensaio para<br />
dispensar as amostras, bem como os reagentes<br />
Picogreen para uma reação miniaturizada de 20 µL<br />
em placa Greiner de 384 poços e os resultados foram<br />
lidos no BMG PHERAstar. Cada biblioteca também<br />
sofreu análise de tamanho de fragmentos por<br />
TapeStation 2200. O Manipulador de Líquidos Echo<br />
525 foi usado para dispensar amostra e reagente<br />
na placa de ensaio. Usando uma combinação de<br />
dados de quantificação e dados de tamanho médio<br />
de fragmentos, geramos uma lista de trabalho de<br />
normalização. O Manipulador de Líquidos Echo<br />
525 conseguiu então normalizar simultaneamente<br />
e centralizar as bibliotecas transferindo quantias<br />
pequenas e exatas de bibliotecas em um poço.<br />
Essa biblioteca centralizada foi então quantificada<br />
por Qubit, normalizada para 4 nM, desnaturada<br />
por hidróxido de sódio, e depois carregada em<br />
um instrumento Illumina MiSeq para leituras de<br />
300bp de extremidade pareada. Os dados foram<br />
então analisados no software Biomatters Geneious,<br />
em alinhamento com o genoma de referência do<br />
E. coli K-12 MG1655 do NCBI usando o alinhador<br />
Geneious. A tabela abaixo apresenta um resumo<br />
dos resultados.<br />
0 88<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
Durante o experimento, descobrimos que a<br />
fragmentação contínua é eficaz em volumes<br />
de reação miniaturizados. Embora certamente<br />
menos biblioteca seja gerada em uma reação<br />
de amplificação de volume menor e limpeza<br />
subsequente do PCR, isso pode ser mitigado<br />
utilizando a capacidade do Manipulador de<br />
Líquidos Echo 525 de normalizar rapidamente<br />
as concentrações com base nos dados de<br />
quantificação Picogreen. Durante o QC da<br />
biblioteca, verificamos que todos os volumes de<br />
tagmentação produziram distribuições médias<br />
semelhantes de comprimento e tamanho<br />
de fragmentos. Depois do sequenciamento,<br />
observamos que não há efeito significativo na<br />
cobertura, desvio padrão e Q-Score quando se<br />
compara o fluxo de trabalho manual com os<br />
fluxos de trabalho miniaturizados melhorados<br />
pelo Manipulador de Líquidos Echo. Isso<br />
possibilita redução nos volumes de reação<br />
sem comprometer os dados, resultando em<br />
economia de custos com reagentes e DNA de<br />
input. Este experimento nos deu confiança para<br />
utilizar volumes de reação de tagmentação/PCR<br />
de 2.5 µL/5 µL para o experimento de produção<br />
seguinte. Esses volumes foram selecionados<br />
por sua facilidade de compatibilidade com os<br />
nossos equipamentos de laboratório.<br />
RADAR CIENTÍFICO III<br />
Preparo de Biblioteca de Alto Rendimento<br />
e Multiplexação de Sequenciamento de<br />
Genoma Completo<br />
Para representar uma situação de produção<br />
acadêmica/industrial, escolhemos nove<br />
organismos diversos e comumente estudados e<br />
uma amostra de microbioma para rodar juntos em<br />
um MiSeq. Com base nos tamanhos de genoma<br />
e no output disponível de um Kit de Reagente<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 89
RADAR CIENTÍFICO III<br />
MiSeq v3, estávamos confortáveis multiplexando<br />
essas amostras e produzindo cobertura com forte<br />
confiança estatística. Queríamos testar a robustez<br />
do fluxo de trabalho miniaturizado com uma<br />
variedade de tamanhos de genoma, conteúdo<br />
GC e organizações de genomas. Além disso, a<br />
amostra de microbioma continha 10 organismos<br />
comumente testados nessa aplicação.<br />
Procuramos determinar se a identificação do<br />
organismo e da cepa era possível nessa escala, e<br />
se as frequências do organismo eram preservadas<br />
durante todo o processo. A amostra de gDNA para<br />
cada organismo foi primeiramente normalizada<br />
manualmente a uma concentração de 5 ng/<br />
μL. Em seguida, o procedimento de preparo<br />
da biblioteca foi realizado como descrito no<br />
experimento acima, agora utilizando volumes<br />
de reação tagmentação /PCR de 2.5 μL/5 μL. As<br />
bibliotecas foram então limpas manualmente<br />
utilizando a limpeza de beads SPRI em uma<br />
proporção de 0,6x, quantificadas por ensaio<br />
Picogreen, e analisadas por TapeStation<br />
2200. Usando uma combinação de dados de<br />
quantificação e dados de tamanho médio de<br />
fragmentos, geramos uma lista de trabalho de<br />
normalização. O Manipulador de Líquidos Echo<br />
525 foi então capaz de normalizar e centralizar<br />
simultaneamente as bibliotecas, transferindo<br />
quantias pequenas e precisas de bibliotecas em<br />
um poço. Essa biblioteca centralizada foi então<br />
quantificada com Qubit, normalizada até 4 nM,<br />
desnaturada por hidróxido de sódio, depois<br />
carregada em instrumento Illumina MiSeq para<br />
leituras de 300pb de extremidade pareada. Cada<br />
amostra foi alinhada com seu respectivo genoma<br />
de referência ou parente próximo de NCBI, e os<br />
dados de sequenciamento foram calculados<br />
usando-se o software da Biomatters Geneious e<br />
o alinhador Geneious.<br />
Para três das amostras, as cepas /serovar específicos<br />
sequenciados não tinham sequência de referência<br />
NCBI disponível; nesses casos, utilizou-se uma<br />
cepa próxima relativa, o que explica os valores<br />
mais baixos no mapeamento de leituras pela<br />
referência (Alinhamento a RefSeq). Essas amostras<br />
são Salmonella enterica, Pseudomonas aeruginosa<br />
e Listeria monocytogenes. Caso contrário, quase<br />
todas as leituras estão mapeando conforme sua<br />
respectiva referência, o genoma está bem coberto<br />
e as notas de confiança são altas. Isso é verdade<br />
em vários tamanhos de genoma, conteúdo<br />
de GC e organização de genomas. É esperada<br />
uma flutuação em cobertura entre amostras.<br />
A cobertura é uma função tanto do número de<br />
leituras alocadas à amostra (Representação de<br />
Índice de MiSeq) como do número de pares de<br />
base que precisam ser cobertos<br />
0 90<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
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RADAR CIENTÍFICO III<br />
(tamanho de genoma). Pode-se fazer mais<br />
otimização e normalização para unificar<br />
ainda mais a cobertura entre as amostras. Em<br />
resumo, demonstramos que o fluxo de trabalho<br />
miniaturizado aperfeiçoado pelo Manipulador de<br />
Líquidos Echo pode produzir sequenciamento de<br />
genoma completo de alta qualidade em vários<br />
micróbios, reduzindo input e custos com reagentes.<br />
Microbioma<br />
O objetivo da amostra de microbioma no experimento<br />
anterior era determinar se um fluxo de trabalho de<br />
preparo de bibliotecas aperfeiçoado pelo Manipulador<br />
de Líquidos Echo 525 preservaria a capacidade de<br />
identificar organismos e se preservaria a proporção<br />
em que eles são inicialmente fornecidos. Para testar<br />
isso, obtivemos um padrão de DNA de comunidade<br />
microbiana da Zymo Research e o processamos<br />
em conjunto com as outras amostras durante o<br />
experimento anterior. A amostra de microbioma<br />
recebeu código de barras usando-se um par de<br />
índices. Depois de desmultiplexação, obteve-se a<br />
contagem total de leituras dessa amostra e as leituras<br />
foram alinhadas com cada um dos organismos<br />
que supostamente foram incluídos no microbioma<br />
usando-se o alinhador Geneious no software Geneious<br />
da Biomatters. Os alinhamentos bem sucedidos foram<br />
calculados como uma proporção do todo, e depois<br />
comparados com as abundâncias de gDNA dadas.<br />
Concluímos que, após preparo de biblioteca<br />
miniaturizada e sequenciamento da amostra de<br />
microbioma, as leituras são mapeadas até seus<br />
respectivos organismos, em proporções que refletem<br />
sua abundância inicial. Para fins de identificação<br />
de microbioma e levantamento de população, o<br />
preparo da biblioteca miniaturizada não introduz<br />
viés significativo apesar das reações enzimáticas<br />
tipicamente influenciadas por GC. Esse método<br />
pode ser usado para estudos com microbioma e<br />
mapeamento metagenômico para diversidade e<br />
população de organismos e genes de interesse.<br />
Conclusão<br />
Detalhamos aqui um método para miniaturizar<br />
volumes de reação utilizados no protocolo para o<br />
preparo de bibliotecas de DNA do Illumina Nextera<br />
XT e o aplicamos em uma variedade de pequenas<br />
amostras de genomas bem como uma amostra de<br />
microbioma. Também descrevemos protocolos para<br />
medidas de QC associadas tais como o ensaio Quant-iT<br />
Picogreen e a análise de fragmentos Agilent TapeStation<br />
2200. Finalmente, destacamos o impacto de utilizar o<br />
Manipulador de Líquidos Echo 525 na normalização e<br />
centralização de bibliotecas. A capacidade de entregar<br />
volumes baixos de até 25 nL proporciona uma redução<br />
óbvia nos volumes de reagentes, levando a redução<br />
de custos para o pesquisador e maior rendimento<br />
possível com a mesma quantidade de reagentes<br />
fornecidos. Neste caso, vimos uma redução de 20<br />
vezes nos volumes para tagmentação e reações PCR<br />
sem impacto significativo na cobertura, em desvios<br />
padrão ou nas notas de confiança quando comparados<br />
aos volumes de reação do protocolo manual. Além da<br />
redução de custos, a flexibilidade e capacidades de<br />
passagem de qualquer poço para qualquer poço da<br />
série Echo dos manipuladores de líquidos também<br />
possibilita fácil otimização de ensaios, permitindo que<br />
o pesquisador teste uma ampla variedade de condições<br />
com frequência de uma única placa de origem. Com<br />
a miniaturização dos protocolos de amplificação e<br />
tagmentação, conseguimos executar com facilidade<br />
uma série de experimentos com uma faixa definida de<br />
volumes que levaram à determinação de um volume<br />
de reação de tagmentação/PCR otimizado de 2.5 µL/5<br />
µL. A transferência altamente precisa de incrementos<br />
de 25 nL permitiu normalizar e centralizar amostras em<br />
uma única etapa, proporcionando economia de tempo<br />
impossível de alcançar com a manipulação padrão de<br />
líquidos baseada em ponteiras.<br />
O Manipulador de Líquidos Echo 525 melhora a<br />
miniaturização do preparo de bibliotecas em uma ampla<br />
variedade de organismos, proporcionando resultados<br />
consistentes e de alta qualidade para sequenciamento<br />
completo de genomas apesar de diferentes filos,<br />
conteúdo de GC, tamanho do genoma e organização<br />
dos genomas. Este método também pode ser aplicado<br />
a aplicações metagenômicas e microbiomas, já que<br />
o processo miniaturizado preserva a diversidade,<br />
proporções e identificação de amostras.<br />
Beckman Coulter Life Sciences<br />
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0 92<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
MINUTO LABORATÓRIO<br />
O PAPEL DA ESTATÍSTICA<br />
NO CENÁRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS<br />
Por Jesiel Assis.<br />
Até precisarem desta ferramenta,<br />
acredito que muitos colegas nunca<br />
mensuraram sua importância. Hoje, é<br />
impossível imaginar um processo de<br />
validação sem Estatística da Qualidade.<br />
Convidei um Consultor em Estatística,<br />
o Biomédico Jesiel Assis - que é uma<br />
das minhas referências se tratando do<br />
assunto - para falar um pouco deste<br />
universo – ainda não muito explorado<br />
por todos da área, porém, os grandes<br />
laboratórios já estão investindo alto e<br />
esta tendência, veio para ficar.<br />
“A Estatística é uma ciência que faz<br />
inferência sobre um conjunto de dados,<br />
sejam eles quantitativos ou qualitativos.<br />
Com o advento do Big Data, a estatística<br />
vem ganhando corpo por representar a<br />
ciência dos dados, pois além de estruturálos<br />
ela também analisa e faz inferência<br />
sobre eles. Acredita-se que os dados serão<br />
o novo petróleo e vendo isso com uma<br />
tendência, as empresas que se capacitarem<br />
na arte de minerar, estruturar e analisar<br />
esses dados, conseguirá migrar em direção<br />
a novas perspectivas de ganhos em seus<br />
negócios.<br />
O Laboratório Clínico é uma<br />
verdadeira fábrica de dados.<br />
Conseguir enxergar o potencial<br />
desses elementos possibilitará<br />
novas pontes de relações,<br />
além de colaborar com a saúde<br />
coletiva de sua comunidade. Nós,<br />
quanto profissionais atuantes em<br />
laboratório, tratamos diariamente<br />
com muitas informações, e dentro<br />
de uma pequena parte geramos<br />
indicadores que ajudará a gerenciar<br />
os processos, entretanto, nem<br />
sempre estamos preparados<br />
para operar grandes volumes de<br />
materiais que são produzidos<br />
constantemente, e esta será uma<br />
habilidade necessária que este<br />
segmento de negócio terá que lidar.<br />
As metodologias estatísticas sempre<br />
foram nossas aliadas nas validações<br />
técnicas, nas análises de tendências e<br />
nas pesquisas diversas que realizamos<br />
no laboratório. Somos capacitados<br />
em várias ferramentas de análises de<br />
controle de qualidade utilizando a<br />
estatística descritiva, embora possamos<br />
usufruir destes aparatos, saber<br />
interpretar e inferir baseado no output<br />
não é uma tarefa simples. Muitos<br />
softwares de fácil uso estão disponíveis<br />
para facilitar a nossa caminhada,<br />
compreender o seu funcionamento<br />
e os algoritmos utilizados não é o<br />
nosso foco, já que para nós o mais<br />
0 94<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
MINUTO LABORATÓRIO<br />
importante são as saídas que ele nos<br />
dar de acordo com nossas necessidades<br />
momentâneas. Várias empresas<br />
coletiva. Neste sentido, muitas empresas<br />
dedicadas ao diagnóstico laboratorial se<br />
movimentaram na busca dos melhores<br />
Em um estímulo prático, muitos<br />
trabalhos de consultores e de profissionais<br />
envolvidos na tomada de decisão são<br />
investem robustamente em softwares<br />
ensaios para promover um diagnóstico<br />
provocados nesta condução, e saber<br />
sofisticados que atendem e muitas<br />
seguro com melhores probabilidades de<br />
usar as ferramentas certas para sermos<br />
vezes superam as necessidades,<br />
acertos, entretanto, algumas variáveis e<br />
objetivos e não perdermos tempo é<br />
entretanto nem sempre há profissionais<br />
a própria constituição biotecnológica<br />
crucial. O R Studio é uma linguagem<br />
qualificados no mercado para o<br />
de cada kit agem de forma particular e<br />
de programação muito utilizada por<br />
trabalho da engenharia de mineração e<br />
dependendo do estágio viral poderemos<br />
estatísticos, o interessante aqui é que<br />
da ciência dos dados.<br />
ter sensibilidades diferentes na captura<br />
podemos ter acesso a diversos códigos<br />
viral e também no processo sorológico<br />
abertos, onde o programador conseguirá<br />
Os avanços nas áreas tecnológicas,<br />
em especial a soro conversão. Nas<br />
permear por muitos algoritmos que<br />
na utilização da inteligência artificial<br />
incertezas que nos assolam a estabelecer<br />
o ajudará a melhorar seus processos<br />
que tem como subproduto, por<br />
critérios, por exemplo na imunologia,<br />
e implantar melhorias no mesmo.<br />
exemplo, o machine learning, vem<br />
inúmeras plataformas surgiram com<br />
As bibliotecas “rpart” e o “rpart.plot”<br />
trazendo ganhos substanciais ao<br />
excelentes capacidades de detecção<br />
que são códigos de programação que<br />
cotidiano de muitas empresas. Muitas<br />
do IgG, entretanto muitas delas não<br />
poderemos criar árvores de decisão<br />
bibliotecas com algoritmos poderosos<br />
possuem uma resposta pareada no<br />
baseado em um dataset a ser utilizado<br />
utilizando as linhas de programação<br />
perfil da imunoglobulina, isto porque<br />
para diversos fins, tanto para áreas<br />
do python, linguagem R entre outros,<br />
utilizam regiões de epítopos distintos<br />
administrativas, financeira e de estudos<br />
vem progredindo consideravelmente<br />
ocasionando diferentes sensibilidades<br />
aplicados. Uma árvore de decisão<br />
e com isso facilitando a manipulação,<br />
e especificidades. Uma saída para<br />
seria interessante, por exemplo, no<br />
as análises e a tomada de decisão na<br />
aumentar o poder probabilístico<br />
estudo probabilístico de concordância<br />
volumetria da grande quantidade de<br />
preditivo seria conjugar plataformas,<br />
entre plataformas para detectar IgG<br />
dados que são gerados.<br />
mas esta não é uma tarefa trivial no<br />
em resposta ao SARS-CoV-2. Caso o<br />
olhar do cotidiano, necessitamos de<br />
laboratório tenha algumas plataformas<br />
Toda transição vem sempre<br />
ferramentas que nos ajude estabelecer<br />
implantadas dos fornecedores A, B,<br />
acompanhado de um fenômeno, como<br />
esses critérios probabilísticos para<br />
C, D e E e gostaria de aumentar a sua<br />
na atualidade, o SARS-CoV-2 que vem<br />
tomada de decisão, pois nem sempre<br />
capacidade de detecção, mas não<br />
impulsionando a ciência a se desafiar<br />
teremos recursos disponíveis para uma<br />
saberia como fazer este alinhamento, um<br />
na confecção de soluções prol saúde<br />
implantação maciça de tecnologias.<br />
programador utilizando o “rpart” no R<br />
0 96<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
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Studio conseguirá delinear. A plataforma<br />
do fornecedor A foi escolhida como<br />
referência de dosagem inicial, por ser de<br />
menor custo frente as demais. Fizemos<br />
representa a menor entropia, sendo<br />
assim, todos os resultados obtidos na<br />
plataforma D que são não reagentes se<br />
faz necessário confirmar na plataforma<br />
CoV-2. Este é um modelo de árvore de<br />
classificação e podemos defini-la como<br />
indutiva. Usamos neste laboratório<br />
hipotético uma validação metodológica<br />
uma demonstração simples no R Studio<br />
E, se a plataforma E nos retornar um<br />
de 5 plataformas que temos disponíveis<br />
como segue abaixo:<br />
resultado não reagente poderemos<br />
no setor técnico ou as mesmas estão<br />
dizer com segurança que este resultado<br />
em um processo de validação para<br />
Observe na árvore que o 1º nó foi<br />
é um verdadeiro negativo, por outro<br />
futuras negociações, portanto, este<br />
construído pela plataforma D, isto<br />
lado, se o resultado na plataforma E<br />
algoritmo de aprendizado de máquina<br />
significa que esta plataforma representa<br />
for reagente tendo um não reagente<br />
supervisionado nos ajudou a inferir<br />
a menor entropia nos dados e caso a<br />
na plataforma D, do 1º nó, faz-se<br />
sobre uma problemática simples,<br />
dosagem nesta plataforma seja reagente<br />
necessário uma terceira plataforma,<br />
porém de forma significativa na decisão<br />
poderemos dizer com segurança<br />
outra divisão, que neste caso é a C e se<br />
do direcionamento dos recursos.<br />
que este resultado é um verdadeiro<br />
esta plataforma nesta sequência indicar<br />
positivo. Na divisão da esquerda<br />
um resultado não reagente poderemos<br />
A medicina laboratorial sempre se<br />
obtivemos a 1ª folha que é a plataforma<br />
dizer com segurança que este paciente<br />
associou com os avanços tecnológicos<br />
E, ela conjugada com a plataforma D<br />
é negativo para IgG contra o SARS-<br />
e nós quanto profissionais ativos neste<br />
bloco é indispensável continuarmos com<br />
o ânimo versátil para novos aprendizados<br />
na construção de novas conexões. “<br />
Autor<br />
Jesiel Assis<br />
Graduado em Estatística e Biomedicina.<br />
Consultor da qualidade e Estatística da empresa Data Science Analytics.<br />
jesiel_assis@yahoo.com.br<br />
0 98<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
pensabio oferece Série Educacional de<br />
Tipificação de HLA por NGS<br />
A portaria 684, da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde - Ministério da Saúde,<br />
altera de maneira significativa como os laboratórios farão as tipificações de HLA, a partir<br />
de 05 de julho de 2021.<br />
Os testes em alta resolução, passam a ser exigidos em todos os laboratórios que<br />
realizam a 1ª e 2ª fase para transplante de medula óssea, e também, em tipificações para<br />
transplante de rim, além de continuar sendo exigida a alta resolução para doadores<br />
aparentados e receptores de medula óssea.<br />
Os testes de alta resolução são os mais efetivos no mercado, tanto em custo quanto em<br />
qualidade do dado obtido. Eles utilizam o método de sequenciamento de nova geração,<br />
o famoso NGS.<br />
O método de NGS é relativamente novo no mercado brasileiro, especialmente para aplicação<br />
de tipificação de HLA, e apresenta particularidades que o técnico de laboratório<br />
precisa estar ciente para que a rotina seja fluida e assertiva.<br />
A Pensabio trabalha há sete anos com tipificação de HLA por<br />
NGS, portanto, nossos especialistas são altamente preparados<br />
e qualificados para ajudá-los a enfrentar todos os desafios da<br />
implementação do NGS em seu laboratório.<br />
Desta forma, a Pensabio lançou uma Série Educacional de<br />
Tipificação de HLA por NGS, e é com muita satisfação que<br />
convidamos você para assistir aos webinários da série<br />
acessando nosso site ou as redes sociais da Pensabio.<br />
Sobre a Pensabio<br />
A Pensabio foi criada para atender as mais exigentes<br />
demandas em Life Sciences adentrando também<br />
os mercados diagnóstico e industrial no Brasil<br />
com o compromisso de oferecer soluções<br />
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de alto nível.<br />
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MEDICINA GENÔMICA<br />
SÍNDROME DE DOWN:<br />
O DISTÚRBIO EM CROMOSSOMOS AUTOSSÔMICOS MAIS<br />
COMUM DO MUNDO<br />
Estima-se que, no mundo, 1:1000 nascidos tenha Síndrome de Down, um distúrbio cromossômico que envolve<br />
a presença em dose tripla do cromossomo 21.<br />
Por: Américo Moraes Neto<br />
No Brasil, aproximadamente 13<br />
milhões de pessoas possuem o<br />
diagnóstico de alguma doença<br />
rara. Para efeito de comparação, as<br />
populações do estado do Rio Grande<br />
do Sul e da Bélgica correspondem<br />
a, aproximadamente, 12 milhões<br />
de habitantes. Segundo estimativas<br />
atuais, a maior parte das doenças<br />
raras são de causa genética, cerca<br />
de 80%. Ou seja, em cada 10<br />
diagnósticos de doenças raras<br />
apenas 2 não tem distúrbio genético<br />
envolvido.<br />
Existem milhares de doenças<br />
genéticas descritas atualmente.<br />
O termo doença, nesse contexto,<br />
se refere a uma condição clínica<br />
estabelecida por um erro ou<br />
distúrbio genético, uma mutação.<br />
Mutações regularmente são<br />
encontradas nos seres vivos e têm<br />
sua relevância em variados aspectos<br />
biológicos, incluindo em humanos.<br />
Estas, de forma geral, podem ser<br />
classificadas como de ordem gênica<br />
ou cromossômica.<br />
Uma mutação de ordem gênica<br />
ocorre dentro de um gene e sua<br />
detecção é feita, exclusivamente, por<br />
testes específicos de DNA. A anemia<br />
falciforme e a adrenoleucodistrofia<br />
são exemplos de doenças causadas<br />
por distúrbios gênicos. Uma<br />
mutação de ordem cromossômica,<br />
no entanto, afeta parte ou todo<br />
um cromossomo, logo, envolve<br />
vários genes; sendo seu diagnóstico<br />
confirmado via análise cariotípica<br />
do paciente. Como exemplo, podese<br />
citar as síndromes de Down,<br />
Patau e Edwards.<br />
Distúrbios em cromossomos<br />
O ramo da genética que estuda<br />
os cromossomos e os problemas<br />
0 100<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
inerentes a eles é a citogenética.<br />
Através de técnicas citogenéticas<br />
é montado o cariótipo com<br />
os cromossomos do paciente.<br />
O cariótipo (descrição das<br />
características do conjunto<br />
cromossômico de uma espécie) será<br />
analisado pelo profissional médico<br />
antes de informar o parecer técnico.<br />
Existem dois tipos de mutações<br />
cromossômicas, as que envolvem<br />
alterações no número de cromossomos<br />
– euploidia aberrante e aneuploidias<br />
– e as com alterações na estrutura<br />
cromossômica - basicamente são<br />
deleções, translocações, inversões<br />
e duplicações. Seja envolvendo<br />
cromossomos sexuais ou cromossomos<br />
não-sexuais, chamados autossômicos.<br />
Se tratando de distúrbios envolvendo<br />
cromossomos autossômicos, há<br />
somente três distúrbios cromossômicos<br />
bem-determinados e compatíveis com<br />
a sobrevida pós-natal, nos quais existe<br />
um cromossomo autossômico inteiro<br />
em dose tripla:<br />
Figura 1: Cromossomos metafásicos humanos e seu respectivo cariótipo. Grupo A (1-3): 3 pares cromossômicos grandes, sendo A2<br />
submetacêntrico, A1 e A3 metacêntricos. Grupo B (4-5): 2 pares cromossômicos submetacêntricos grandes. Grupo C (6-12+X): 7 pares<br />
submetacêntricos médios mais o cromossomo “X”. Grupo D (13-15): 3 pares cromossômicos acrocêntricos médios (satélite). Grupo E (16-18):<br />
3 pares cromossômicos pequenos, sendo 16 metacêntrico, 17 e 18 metacêntricos. Grupo F (19-20): 2 pares cromossômicos metacêntricos<br />
pequenos. Grupo G (21-22+X): 2 pares cromossômicos acrocêntricos (satélite) pequenos mais o cromossomo “Y”. Em destaque estão os pares<br />
cromossômicos relacionados as síndromes de Down (em vermelho), Patau (em azul) e Edwards (em amarelo).<br />
MEDICINA GENÔMICA<br />
Síndrome de Down ou trissomia do 21<br />
(47; XX+ 21 ou 47, XY+21)<br />
Síndrome de Patau ou trissomia do 13<br />
(47; XX+ 13 ou 47, XY+13)<br />
Síndrome de Edwards ou trissomia do 18<br />
(47; XX+ 18 ou 47, XY+18)<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 101
MEDICINA GENÔMICA<br />
Tais síndromes envolvem uma trissomia<br />
cromossômica, na maioria dos casos.<br />
Mas uma parcela menor envolve uma<br />
translocação – alteração na estrutura<br />
cromossômica – que reproduz o efeito<br />
de uma trissomia. Em cerca de 1%<br />
dos casos dessas trissomias ocorrem<br />
indivíduos mosaicos, os quais tem<br />
problemas de saúde atenuados.<br />
Em cada uma das síndromes trissômicas<br />
citadas estão envolvidas múltiplas<br />
anomalias congênitas, retardo<br />
mental e de crescimento. De modo<br />
simples, Síndrome é um conjunto de<br />
sinais, ou sintomas médicos os quais<br />
correlacionam-se e podem associarse<br />
a uma enfermidade ou distúrbio<br />
específico.<br />
Síndrome de Down<br />
Entre os distúrbios cromossômicos,<br />
a síndrome de Down é de longe o<br />
mais comum e o mais bem estudado.<br />
Em cerca de 95% dos pacientes, tal<br />
síndrome envolve a presença em dose<br />
tripla do cromossomo 21 (Figura 2).<br />
Resultado da não-disjunção meiótica<br />
do par cromossômico 21 na meiose<br />
1 materna (predominantemente em<br />
90% dos casos) e em 10% dos casos<br />
na meiose paterna (geralmente na<br />
Figura 2: Cariótipo de paciente do sexo masculino portador de trissomia do cromossomo 21.<br />
meiose 2). O risco de ter um filho com a<br />
trissomia do cromossomo 21 aumenta<br />
com a idade materna, especialmente<br />
após os 30 anos.<br />
Cerca de 4% das pessoas com<br />
a síndrome de Down têm 46<br />
cromossomos, entretanto, um deles<br />
é um cromossomo translocado,<br />
portanto são 45 cromossomos<br />
saudáveis. Trata-se de uma translocação<br />
robertsoniana entre o cromossomo<br />
21 e o braço longo de um dos demais<br />
acrocêntricos, cromossomos 14 ou 22,<br />
geralmente (Figura 1). O cariótipo desse<br />
paciente é representado por: 46, XX ou<br />
XY, rob(14;21),+21.<br />
Ao contrário da síndrome de Down<br />
padrão, em que há 3 cromossomos<br />
21, a síndrome por translocação<br />
robertsoniana não tem relação com<br />
a idade materna. Mas há um risco<br />
de recorrência nas famílias quando<br />
um genitor, a mãe, em especial, é<br />
portadora da translocação. Logo, a<br />
cariotipagem dos pais e familiares<br />
próximos é necessária antes que seja<br />
dada uma consulta genética precisa.<br />
0 102<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
MEDICINA GENÔMICA<br />
Optilite ® melhora a eficiência<br />
Fluxo de trabalho<br />
Segurança dos resultados<br />
Menu de testes<br />
Gamopatias Monoclonais<br />
Freelite (cadeias leves livres kappa<br />
e lambda), Hevylite (cadeias<br />
leves+pesadas)<br />
Sistema Imune<br />
IgA, IgM, IgG, IgD e IgE, Suclasses de<br />
IgG e IgA, Sistema Complemento (CH50,<br />
C1 inativador, C1q, C2, C3c e C4)<br />
Sistema nervoso central<br />
Albumina, Freelite Mx, Cistatina e<br />
Imunoglobulinas no líquor.<br />
Nefrologia<br />
Cistatina, Microalbumina<br />
Beta-2-Microglobulina, Transferrina<br />
Proteínas Específicas<br />
PCR, ASO, Fator Reumatóide, Ferritina,<br />
Transferrina, Pré-Albumina, Ceruloplasmina,<br />
Haptoglobina, Alfa-1-Antitripisina,<br />
Alfa-1-Glicoproteína Ácida, Lipoproteína(a),<br />
entre outras.<br />
Freelite ® é marca registrada da empresa The Binding Site Group, Birmingham, Reino Unido<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 103
MEDICINA GENÔMICA<br />
A incidência mundial da síndrome<br />
de Down é estimada em 1:1000<br />
nascidos vivos. Anualmente nascem,<br />
aproximadamente, 3000 a 5000<br />
crianças portadoras da síndrome.<br />
Estima-se que, no Brasil, 1:700 (ou<br />
800) nascidos a tenha. Algo hoje<br />
em torno de 270 mil pessoas (quase<br />
a população da Guiana Francesa).<br />
Duas características notáveis da<br />
sua distribuição são: distribuição<br />
peculiar dentro do histórico familiar<br />
– a concordância em gêmeos<br />
monozigóticos, mas quase total<br />
discordância em gêmeos dizigóticos<br />
e outros membros da família – e<br />
idade avançada da mãe.<br />
Além de ser isolada, a causa genética<br />
mais comum é o retardamento<br />
mental moderado. Muito embora<br />
no início da lactância a criança<br />
possa não aparentar atraso de<br />
desenvolvimento, ao fim do primeiro<br />
ano de vida se torna mais nítido.<br />
No entanto, crianças com síndrome<br />
de Down comumente são alegres,<br />
responsivas e autoconfiantes. Apesar<br />
de uma das características desta<br />
síndrome ser a senilidade prematura,<br />
a expectativa de vida atinge em<br />
média 50 anos.<br />
Figura 3: Comparação entre as pregas palmares das mãos de pessoas normais e das pessoas portadoras de síndrome de Down.<br />
O diagnóstico em caso de síndrome<br />
de Down, geralmente, ocorre ao<br />
nascimento ou logo após, por suas<br />
características dismórficas, que variam<br />
de paciente para paciente. Apesar disso,<br />
expressam um fenótipo típico. Além<br />
das características faciais distintas, a<br />
hipotonia pode ser a primeira anomalia<br />
notada em pacientes neonatos (entre<br />
o 1º e o 28º dia de vida). O pescoço<br />
é curto e grosso em cerca da metade<br />
dos indivíduos, enquanto a pele da<br />
nuca é frouxa. Os membros são, em<br />
geral, curtos e costumam expressar<br />
sinais relacionados à síndrome, sendo<br />
eles mãos encurtadas e largas além<br />
de quinto dedo curvado e muito<br />
pequeno. Na palma das mãos pode-se<br />
encontrar uma prega transversal única<br />
(linha simiesca), uni ou bilateralmente<br />
(Figura 3). Os pés apresentam um<br />
amplo espaçamento entre o primeiro e<br />
segundo dedo, com sulco estendendose<br />
proximamente na face plantar.<br />
A estatura dos pacientes portadores da<br />
síndrome de Down é baixa. A cabeça,<br />
além de apresentar braquicefalia,<br />
apresenta orelhas de implantação<br />
baixa com um aspecto dobrado<br />
0 104<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
distinto. Em cerca de 70% dos casos<br />
o nariz é curto e achatado, a boca é<br />
pequena e geralmente entreaberta,<br />
mostrando uma língua grande e cheia<br />
de sulcos. As pregas epicânticas e as<br />
fendas palpebrais elevadas inspiraram<br />
o termo, inadequado, “mongolismo”<br />
(em referência a aparência dos nativos<br />
da região da Mongólia).<br />
MEDICINA GENÔMICA<br />
No que tange à sobrevida dos<br />
portadores da síndrome de Down,<br />
devemos apontar que cerca de três<br />
quartos dos conceptos perdem-se<br />
por aborto no primeiro trimestre. Os<br />
pacientes com menores chances de<br />
vida são aqueles com cardiopatias,<br />
sendo conveniente checar a ocorrência<br />
destas no exame do precárdio, visto<br />
que mais de 40% dos indivíduos<br />
portadores da síndrome de Down<br />
demonstram defeitos septais.<br />
Figura 4: Artigo publicado na revista científica Archives of Disease in Childhood (ADC), sobre John Langdon Down, médico do Hospital<br />
londrino John Hopkins. Langdon Down foi o primeiro a descrever clinicamente o problema, batizando de “idiotia mongólica”. Por causa da<br />
expressão mongoloide dos pacientes caucasoides a doença se popularizou como mongolismo. Tal designação, entretanto, foi descartada pela<br />
sua carga preconceituosa e pejorativa.<br />
A primeira descrição clínica da<br />
síndrome de Down aconteceu há 155<br />
anos, em 1866, quando o pediatra<br />
Langdon Down (Figura 4) fez menção<br />
a ela como um quadro clínico com<br />
identidade própria. Esse foi o primeiro<br />
estudo sobre a síndrome. O fenótipo<br />
dos pacientes acometidos foi descrito<br />
como: portadores de pálpebra<br />
oblíqua, nariz plano, baixa estatura e<br />
déficit intelectual.<br />
Desde então tem-se avançado em<br />
seu conhecimento, embora exista<br />
muito a se descobrir. Em 1958, 92<br />
anos depois de Langdon Down, o<br />
francês Jérôme Lejeune (Figura 5)<br />
e a inglesa Pat Jacobs descobriram<br />
de maneira independente a origem<br />
cromossômica da síndrome. Foi<br />
quando ela passou a ser considerada<br />
uma síndrome de origem genética.<br />
Criada pela Down Syndrome<br />
International e comemorada desde<br />
2006, a data de 21 de Março<br />
(21/03), representa a singularidade<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 105
MEDICINA GENÔMICA<br />
da triplicação do cromossomo<br />
21 (trissomia) que causa esta<br />
ocorrência genética. A campanha<br />
de 2019 com o tema “não deixe<br />
ninguém para trás”, foi chamada de<br />
“razões para celebrar” e trouxe para<br />
a sociedade a clara mensagem de<br />
que está mais do que na hora de dar<br />
para cada pessoa com Síndrome de<br />
Down a oportunidade de usufruir<br />
dos mesmos direitos de todos os<br />
outros – somente quando isso<br />
acontecer, pessoas com Síndrome<br />
de Down ou outras deficiências,<br />
realmente terão “razões para<br />
celebrar”.<br />
A luta pela inclusão social tem<br />
crescido, e dado cada vez mais voz aos<br />
portadores de distúrbios genéticos.<br />
Em 2019 a seleção brasileira de futsal<br />
Down foi campeã mundial da categoria<br />
e foi destaque em vários programas<br />
esportivos da TV nacional. Em 2013 foi<br />
lançado o longa metragem “Colegas”<br />
que conta a história de três amigos<br />
Figura 5: O médico pediatra Jérôme Lejeune descobriu a existência de um cromossomo 21 a mais depois do exame dos cromossomos de uma<br />
criança portadora de síndrome de Down. Pela primeira vez na história da medicina genética se estabelece um elo entre um índice de capacidade<br />
mental e uma anomalia cromossômica. Lejeune descobre, em seguida, com a ajuda de seus colaboradores, o mecanismo de outras moléstias<br />
cromossômicas, abrindo assim a via para a citogenética e para a genética moderna. Em 1963, Lejeune foi o primeiro a descrever a Síndrome<br />
Cri-du-Chat, conhecida como Síndrome do Miado de Gato, conforme um ponto de vista científico.<br />
com a síndrome de Down que decidem<br />
correr atrás de seus sonhos. Márcio,<br />
um dos personagens principais, é<br />
interpretador por Breno Viola que foi o<br />
1º faixa preta de judô com síndrome de<br />
Down das Américas.<br />
Referências<br />
BROWN, T. A. Genética: um enfoque molecular. 3ª ed. Rio de<br />
Janeiro: Guanabara Koogan, 1999.336p.<br />
NUSSBAUM, R.L.; McINNES, R.R.; WILLARD, H.F. Thompson &<br />
Thompson. Genética Médica. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.<br />
“NÃO DEIXE NINGUÉM PARA TRÁS”: DIA INTERNACIONAL DA<br />
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VIROLOGIA<br />
RISCO DO SARS-COV-2 EM ANIMAIS,<br />
NOVAS MUTAÇÕES E INOVAÇÕES TERAPÊUTICAS<br />
RISK OF SARS-COV-2 IN ANIMALS, NEW MUTATIONS AND THERAPEUTICS INNOVATIONS<br />
Por: Dra. Rachel Siqueira de Queiroz Simões<br />
* Fundação Oswaldo Cruz.<br />
Resumo<br />
Ao longo dos estudos de evolução filogenética e monitoramento<br />
das cepas circulantes do SARS-CoV-2 comprovou-se que o vírus<br />
pode ser classificado como uma antropozoonose ou zoonose<br />
reversa. Em media, 70% das doenças zoonóticas são de origem<br />
infecciosa emergente responsável por fatores determinantes<br />
causando o desequilibrio ambiental frente ao comércio illegal de<br />
práticas ilícitas como a caça aos animais silvestres que ameaça a<br />
integridade do ecossistema. A adaptação do vírus proveniente do<br />
hospedeiro natural para o hospedeiro intermediário alcançando<br />
o homem pode ser explicado pelo fenômeno Spillover. Elevada<br />
taxa de recombinação genômica propiciou altas taxas de<br />
mutações com possíveis alterações, deleções ou substituições<br />
de aminoácidos atingindo diversas espécies animais algumas<br />
mais susceptíveis à infecção viral e outras consideradas menos<br />
susceptíveis pela não detecção do RNA viral em amostras<br />
clínicas. O objetivo do artigo é traçar um paralelo entre os<br />
riscos de infecção do novo coronavírus nas diferentes espécies<br />
de animais domésticos e silvestres, descrever as principais<br />
mutações documentadas por modelagem computacional por<br />
meio dos softwares PyMOL e PDBePISA e nomear os anticorpos<br />
terapêuticos e fármacos antivirais recentemente investigados no<br />
tratamento da COVID-19.<br />
Palavras-Chave: Animais, anticorpos monoclonais,<br />
coronavírus, fármacos antivirais e mutações.<br />
Abstract<br />
Throughout the studies of phylogenetic evolution and<br />
monitoring of circulating strains of SARS-CoV-2, it was proved<br />
that the virus can be classified as anthropozoonosis or reverse<br />
zoonosis. On average, 70% of zoonotic diseases are emerging<br />
infectious origin responsible for determining factors causing<br />
environmental imbalance in the face of illegal trade in illicit<br />
practices such as a hunting wild animals that threatens the<br />
integrity of the ecosystem. The adaptation of the virus from<br />
the natural host to the intermediate host reaching man can<br />
be explained by the phenomenon called Spillover. High rate<br />
of genomic recombination provided high rates of mutations<br />
with possible changes, deletions or substitutions of amino<br />
acids reaching several animal species, some more susceptible<br />
to viral infection and others considered less susceptible due<br />
to the non-detection of viral RNA in clinical samples. The<br />
objective of this paper is to design a parallel between the<br />
risks of infection of the new coronavirus in different species of<br />
domestic and wild animals, to describe the main mutations<br />
documented by computer modeling through PyMOL e<br />
PDBePISA software and to name the therapeutic antibodies<br />
and antiviral drugs recently investigated in the treatment of<br />
COVID-19.<br />
Key Words: Animals, monoclonal antibodies, coronavirus,<br />
antiviral drugs and mutations.<br />
0 108<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
Introdução<br />
Os coronavírus tem sido classificado na<br />
Ordem Nidovirales, família Coronaviridae,<br />
Subfamília Orthocoronavirinae. São<br />
divididos em quatros gêneros alfa (α),<br />
beta (β), gama (γ) e delta (δ-CoV).<br />
Entre os alfacoronavirus (α-CoVs)<br />
encontram-se o vírus da peritonite<br />
infecciosa felina (PIF) e a coronavirose<br />
canina. No gênero betacoronavirus<br />
(β-CoVs) encontram-se o SARS-CoV<br />
(Síndrome Respiratória Aguda Grave,<br />
do inglês Severe Acute Respiratory<br />
Syndrome Coronavirus), MERS-<br />
CoV (Síndrome Respiratória do<br />
Oriente Médio, do inglês Middle East<br />
Respiratory Syndrome Coronavirus), e<br />
SARS-CoV-2, subgênero Sarbecovirus<br />
(Guo et al., 2020, Simões, 2020).<br />
As partículas virais são esféricas e<br />
envelopadas medindo cerca de 100 a<br />
160 nm de diâmetro e o genoma viral é<br />
RNA de fita simples polaridade positiva.<br />
Cerca de 2/3 do RNA viral está presente<br />
a região aberta de leitura ORF1a/b<br />
(open Reading frame) que codifica 16<br />
poliproteínas não estruturais (NSPs) e<br />
1/3 do genoma viral codifica as quatro<br />
proteínas Spike (S), envelope (E),<br />
membrana (M) e nucleocapsídeo (N).<br />
A glicoproteína S liga-se aos receptores<br />
da célula hospedeira denominada<br />
enzima conversora de angiotensina-2,<br />
do inglês angiotensin converting<br />
enzyme 2 (ACE-2) (Coronaviridae study<br />
group of the International Committee<br />
on Taxonomy of Viruses, 2020, Simões<br />
et al., 2020).<br />
O grande potencial de transmissão<br />
entre espécies diferentes e a rápida<br />
adaptação com o salto de uma espécie<br />
para outra foi descrito como fenômeno<br />
Spillover e depende de alguns fatores<br />
como alta taxa de mutação, elevada<br />
taxa de recombinação genômica e o<br />
tamanho do genoma (Nunez et al.,<br />
2020; Rodriguez-Morales et al., 2020).<br />
O alinhamento múltiplo de sequências<br />
de ACE2 de 410 espécies de vertebrados<br />
incluindo mamíferos, aves, peixes, répteis<br />
e anfíbios foi investigado quanto ao<br />
potencial de conservação nessas espécies<br />
por meio da análise de 25 aminoácidos<br />
essenciais na ligação entre o receptor<br />
ACE2 e a glicoproteína Spike do novo<br />
coronavírus (Damas et al., 2020).<br />
VIROLOGIA<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 109
VIROLOGIA<br />
Ensaios experimentais foram<br />
realizados para identificar quais<br />
espécies são mais susceptíveis ou<br />
não à infecção por SARS-CoV-2.<br />
A análise genômica realizada na<br />
Universidade da Califórnia classificou<br />
o risco do SARS-CoV-2 em diferentes<br />
níveis: muito alto, alto, médio, baixo e<br />
muito baixo. Esse estudo sugere que<br />
algumas espécies de primatas nãohumanos<br />
são as mais vulneráveis<br />
apontando que gorila-ocidentaldas-terras-baixas<br />
e o orangotangode-sumatra,<br />
podem ter mais risco de<br />
terem células infectadas pelo SARS-<br />
CoV-2 através da ACE2. O hamsterchinês<br />
e alguns animais marinhos,<br />
como a baleia-cinzenta e o golfinho<br />
do gênero Tursiops podem ter mais<br />
risco de terem uma infecção de SARS-<br />
CoV-2 (Damas et al., 2020).<br />
Na Espanha ocorreu o abate de<br />
quase 100 mil visons em uma<br />
fazenda de criação de mustelídeos<br />
para a produção de casacos de pele.<br />
Os animas foram positivos para<br />
SARS-CoV-2 (87% infectados). Os<br />
visons infectados apresentaram<br />
sinais clínicos respiratórios e<br />
gastrointestinais e infectam outros<br />
mustelídeos por meio do contato<br />
direto ou indireto. A eliminação do<br />
vírus ocorre pela via retal e orofaríngea.<br />
Os animais infectados desenvolvem<br />
anticorpos neutralizantes. Os visons<br />
são mamíferos mustelídeos que se<br />
assemelham às doninhas. E inclusive<br />
na Dinamarca e na Holanda milhões<br />
de visons criados em cativeiros foram<br />
abatidos para evitar a disseminação<br />
do SARS-Cov-2 uma vez que esses<br />
animais carream uma mutação<br />
do vírus que é transmissível ao<br />
ser humano. Após funcionários<br />
agrícolas terem sido infectados pelo<br />
vírus comprovou-se a possibilidade<br />
de antropozoonose reversa.<br />
Experimentalmente, os animais<br />
foram infectados pela via intranasal e<br />
foi comprovado que não desenvolvem<br />
doença pulmonar na reinfecção viral.<br />
A Covid-19 foi detectada em três<br />
dos 11 gatos em uma fazenda de<br />
visons na Holanda levantando um<br />
alerta sobre a transmissibilidade e<br />
possibilidade de reservatório viral<br />
(Boklund, et al., 2021).<br />
Nos caninos foi constatado que são mais<br />
resistentes à infecção do SARS-CoV-2<br />
por apresentarem pouca expressão de<br />
ACE 2 no trato respiratório. Assim, o<br />
estudo apontou que o risco do novo<br />
coronavírus se conectar à ACE2 é baixo<br />
para cachorros. Após detecção do RNA<br />
viral em amostras de swabs retais<br />
de animais infectados naturalmente<br />
comprovou-se a presença de<br />
anticorpos neutralizantes contra o<br />
vírus. O primeiro caso de SARS-Cov-2<br />
em canino foi identificado em um Spitz<br />
Alemão de 17 anos e um segundo caso<br />
ocorreu em um pastor alemão que<br />
testou positivo para o novo coronavírus,<br />
ambos na cidade Hong Kong. Nos EUA,<br />
o primeiro caso ocorreu em um cão da<br />
raça pug, que pertence a uma família<br />
que contraiu a COVID-19 (Damas et<br />
al., 2020). No Brasil, o SARS-CoV-2 foi<br />
confirmado em dois cães de Curitiba,<br />
um da raça buldogue francês e um<br />
sem raça definida. Ambos os tutores<br />
também testaram positivo para a<br />
infecção viral. Os animais apresentaram<br />
secreção nasal e espirros.<br />
Diversos registros foram documentados<br />
nos felinos domésticos em gatos<br />
(Felis catus) e silvestres em tigre<br />
(Panthera tigris) e em leões (Panthera<br />
lion) sinalizando que o risco do<br />
novo coronavírus se conectar à ACE2<br />
é médio para os felinos (Damas et<br />
al., 2020). Os animais apresentaram<br />
clinicamente sinais respiratórios e<br />
gastrointestinais e desenvolveram<br />
anticorpos neutralizantes. O vírus é<br />
eliminado pela via nasofaríngea e retal.<br />
Nos estudos experimentais constatou-se<br />
que são assintomáticos e a reinfecção<br />
ocorre em média 28 dias após a primeira<br />
infecção. No Brasil, o primeiro caso foi<br />
comprovado em outubro de 2020 em<br />
um felino fêmea da cidade de Cuiabá,<br />
Mato Grosso que foi infectada por seus<br />
tutores ao contraíram o vírus em uma<br />
festa de família. Um segundo gato e um<br />
cachorro de pessoas que também foram<br />
à festa também testaram positivo.<br />
Amostras de swab nasal e orofaríngeo<br />
foram coletadas de um tigre siberiano,<br />
fêmea de 4 anos do Zoológico de<br />
0 110<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
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Bronx em Nova York confirmando o<br />
primeiro caso do novo coronavírus<br />
em felinos silvestres. Esse foi um<br />
caso de transmissão zoonótica<br />
reversa (antropozoonose) uma vez<br />
que o tratador estava infectado<br />
assintomaticamente. O SARS-CoV-2<br />
foi detectado por meio ensaios<br />
de biologia molecular RT-PCR<br />
(transcriptase reversa em reação da<br />
cadeia da polimerase em tempo real)<br />
e pelo sequenciamento do genoma<br />
parcial ou completo do vírus pelas<br />
plataformas de sequenciamento<br />
de nova geração (next generation<br />
sequencing - NGS). Com relação<br />
aos animais de produção e grandes<br />
animais, o risco do novo coronavírus<br />
se conectar à ACE2 é médio para<br />
ovinos e bovinos, e é de baixo risco<br />
para suínos e equinos (Damas et al.,<br />
2020).<br />
Novas mutações<br />
Desde o início da pandemia já foram<br />
registradas 4.000 mutações virais,<br />
inclusive mutações de humanos para<br />
animais. Cerca de 80% das mutações<br />
são chamadas de sinônima, ocorre<br />
a troca do último nucleotídeo não<br />
alterando o aminoácido; e mutações<br />
não-sinônima consideradas mutações<br />
perigosas onde ocorre a substituição<br />
ou deleção de aminoácido. A primeira<br />
mutação D614G foi descrita em janeiro<br />
de 2020 na China no aminoácido 614<br />
com a substituição de um aspartato<br />
(D) por uma glicina (G). Em maio de<br />
2020, 20% das sequências analisadas<br />
no Brasil apresentavam essa mutação<br />
D614G. Em outubro de 2020 foi<br />
identificada uma nova variante no<br />
Reino Unido (UK) denominada B.1.1.7<br />
(501Y. V1), na qual o aminoácido<br />
asparagina N foi substituído por uma<br />
tirosina Y na posição 501 da proteína<br />
S. Modelagem computacional pelas<br />
ferramentas de software PyMOL<br />
(https://pymol.org/2/) e PDBePISA<br />
(https://www.ebi.ac.uk/pdbe/pisa/)<br />
comparando interações moleculares<br />
sugere ao menos 17 mutações<br />
identificadas com alterações em 23<br />
nucleotídeos no genoma viral (Santos<br />
& Passos, 2021).<br />
Em dezembro do mesmo ano, surgiu<br />
uma nova variante documentada na<br />
África do Sul (AZ) designada B.1.351<br />
(501Y.V2) que possui tripla mutação no<br />
receptor do domínio ligante (do inglês<br />
receptor-binding domain - RBD). Essa<br />
linhagem B.1.351 foi neutralizada pelo<br />
plasma de indivíduos convalescents e<br />
pelo soro de indivíduos vacinados com<br />
Pfizer-BioNTech BNT162b2. Ambas as<br />
mutações, do Reino Unido e África do<br />
Sul (UK/AZ) (501Y.V2, 501Y, E484K)<br />
apresentaram mutação no aminoácido<br />
484 que mudou de um glutamato E para<br />
uma lisina K. Em dezembro de 2020<br />
surgiu uma nova variante detectada<br />
na cidade de Manaus, Amazonas (BR)<br />
denominada linhagem P1 (B.1.1.28)<br />
com tripla mutação (K417N/E484K/<br />
N501Y) e alta transmissibilidade.<br />
A linhagem P1 (mutação 501Y.V3)<br />
carrega alterações em 17 aminoácidos,<br />
3 deleções, and 4 mutações sinonímias.<br />
Essa nova variante já foi identificada<br />
em diferentes países entre eles Japão,<br />
EUA, França e Itália. A eficácia de<br />
* Imagen ilustrativa<br />
0 112<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
anticorpos terapêuticos Casirivimab<br />
e Bamlanivimab foi reduzida pelas<br />
linhagens B.1.351 e P1 (Hoffmann<br />
et al., 2021). Em janeiro de 2021<br />
ocorreu nova mutação detectada no<br />
Rio de Janeiro chamada P2 (E484K)<br />
e considerada menos agressiva que<br />
a linhagem P1. Em fevereiro de 2021,<br />
100% das sequências brasileiras<br />
possuíam a mutação D614G (Faria<br />
et al., 2020). Recentemente,<br />
nova variante foi identificada no<br />
Japão e denominada EeK possui<br />
mutação E484K, e apresenta forte<br />
resistentência às vacinas disponíveis.<br />
Além da variante indiana B1.617, que<br />
possui 13 mutações em especial uma<br />
dupla mutação na proteína Spike do<br />
(E484Q and L452R) classificada como<br />
“variante de preocupação” (do inglês<br />
"variant of concern" – VOC) por seu<br />
alto índice de transmissibilidade<br />
(Cherian et al., 2021).<br />
Inovações terapêuticas<br />
Soro para o tratamento da<br />
Covid-19 chamado hiperimune<br />
ou gamaglobulina hiperimune foi<br />
desenvolvido por pesquisadores<br />
brasileiros da Universidade Federal do<br />
Rio de Janeiro (UFRJ) que inocularam<br />
experimentalmente a proteína S<br />
recombinante do novo coronavírus.<br />
Após três semanas, foi coletado o<br />
plasma de cinco cavalos do Instituto<br />
Vital Brazil (IVB), Rio de Janeiro. O soro<br />
hiperimune anti-SARS-CoV-2 contendo<br />
os anticorpos produzido a partir do<br />
plasma dos equinos imunizados é<br />
capaz de neutralizar o vírus em até 100<br />
vezes mais (Cunha et al., 2020).<br />
Outra inovação terapêutica é a produção<br />
de nanocorpos (anticorpos de baixo<br />
peso molecular e forte capacidade<br />
de neutralização viral) em tubarões<br />
e camelídeos - camelos, llhamas,<br />
alpacas, vicunhas, dromedários - que<br />
são capazes de neutralizar a proteína<br />
S do vírus. A produção escalonável em<br />
laboratório está sendo desenvolvida<br />
por biofarmacêuticas e instituições<br />
nacionais e internacionais. Antivirais<br />
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tratamento da hepatite C demonstraram<br />
capacidade de inibir a ativação viral do<br />
SARS-CoV-2 (Sacramento et al., 2021).<br />
Testes clínicos em animais<br />
experimentais da vacina Carnivak-CoV<br />
iniciaram em outubro de 2020. Todos<br />
os animais vacinados desenvolveram<br />
anticorpos contra o novo coronavírus<br />
e estima-se que essa resposta<br />
imunológica dure pelo menos cerca<br />
seis meses. A agência reguladora da<br />
Rússia informa que o imunizante é de<br />
vírus inativado e é capaz de impedir<br />
mutações virais. O imunizante foi<br />
testado em cães, gatos, visons e raposas<br />
mas o seu principal alvo são os animais<br />
criados em fazendas para produção de<br />
casacos de pele. Países como Grécia,<br />
Polônia e Áustria já estão interessados<br />
em comprar a vacina Carnivac-Cov.<br />
Considerações Finais<br />
Estudos experimentais em animais<br />
pela via intranasal avaliaram o<br />
desenvolvimento de anticorpos<br />
neutralizantes e uma possível reinfecção.<br />
Tais estudos são capazes de detectar a<br />
pouca expressão da enzima conversora<br />
de angiotensina 2 (ACE2) em diferentes<br />
espécies no trato respiratório mostrando<br />
maior resistência à infecção pelo SARS-<br />
CoV-2. Amostras biológicas têm sido<br />
constantemente analisadas pelos ensaios<br />
moleculares de transcriptase reversa em<br />
reação da cadeia polimerase em tempo<br />
real e pelo sequenciamento do genoma<br />
parcial ou completo do novo coronavírus<br />
pelas plataformas de sequenciamento<br />
de nova geração (next generation<br />
sequencing - NGS). Enquanto novos<br />
testes clínicos são realizados em animais<br />
de laboratório para o desenvolvimento<br />
de novas vacinas utilizando diferentes<br />
plataformas tecnológicas contra o SARS-<br />
CoV-2, é primordial a conscientização<br />
do papel do ser humano por meio da<br />
interface homem-ambiente-animal e<br />
sua intervenção no ecossistema e na<br />
saúde única.<br />
Referências<br />
Boklund,A., Gortazar, C., Pasquali, P. Monitoring of<br />
SARS-CoV-2 infection in mustelids. EFSA Journal<br />
2021;19(3):6459, doi: 10.2903/j.efsa.2021.6459<br />
CORONAVIRIDAE STUDY GROUP OF THE INTERNATIONAL<br />
COMMITTEE ON TAXONOMY OF VIRUSES. The species<br />
severe accurate respiratory syndrome related coronavirus:<br />
classifying 2019n-CoV and naming it SARS-CoV-2.<br />
Nature Microbiology: 5536-544, 2020.<br />
CHERIAN, S., POTDAR, V., JADHAN, S et al. Convergent<br />
evolution of SARS-CoV-2 spike mutations, L452R,<br />
E484Q and P681R, in the second wave of COVID-19 in<br />
Maharashtra, India. bioRxiv preprint doi: https://doi.<br />
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CUNHA, L.E.R., STOLET, A.A., STRAUCH, M.A et al. Equine<br />
hyperimmune globulin raised against the SARS-CoV-2<br />
spike glycoprotein has extremely high neutralizing titers,<br />
doi:https://doi.org/10.1101/2020.08.17.254375, 2020.<br />
DAMAS, J., HUGHESB, G, M., KEOUGH, K.C et al. Broad<br />
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www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.2010146117<br />
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characterisation of an emergent SARS-CoV-2 lineage<br />
in Manaus: preliminary findings. https:// doi.<br />
org/10.1101/2020.12.23.20248598<br />
GUO, Y-R., CAO, Q-D., HONG, Z-S., et al. The origin,<br />
transmission and clinical therapies on coronavirus<br />
disease 2019 (COVID-19) outbreak – an update on the<br />
status. Military Medical Research (2020) 7:11 https://<br />
doi.org/10.1186/s40779-020-00240-0.<br />
HOFFMANN, M., KLEINE-WEBER, H., SCHROEDER, S<br />
et al. SARS-CoV-2 Cell Entry Depends on ACE2 and<br />
TMPRSS2 and Is Blocked by a Clinically Proven Protease<br />
Inhibitor. Cell 181, 271–280,2020 doi.org/10.1016/j.<br />
cell.2020.02.052.<br />
NUNES et al. Invasion Science and the Global Spread of<br />
SARS-CoV-2. Trends in Ecology & Evolution,2020, 35:8<br />
RODRIGUEZ-MORALES et al. History is repeating itself:<br />
Probable zoonotic spillover as the cause of the 2019 novel<br />
Coronavirus Epidemic. Le Infezioni in Medicina, 1:3-5, 2020.<br />
SACRAMENTO, C.Q., FINTELMAN-RODRIGUES, N.,<br />
TEMEROZO, J.R. et al. In vitro antiviral activity of the<br />
anti-HCV drugs daclatasvir and sofosbuvir against SARS-<br />
CoV-2, the aetiological agent of COVID-19. J Antimicrob<br />
Chemother. doi:10.1093/jac/dkab072, 2021.<br />
SANTOS, J.C., PASSOS, G.A. The high infectivity<br />
of SARS-CoV-2 B.1.1.7 is associated with<br />
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caused by the viral N501Y mutation. https://doi.<br />
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SIMÕES, R.S.Q. Coronavírus: SARS-CoV, MERS-CoV e<br />
SARS-CoV-2. In: Saúde do Ensino à pesquisa. Ed. Pasteur<br />
- vol.1, p:191-203, ISBN:978-65-86700-07-7. https://<br />
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SIMÕES, R.S.Q. Animal and Human Coronavirus Disease. COJ<br />
Technical & Scientific Research, 2 (5), COJTS.000547.2020, 2020.<br />
SIMÕES, R.S.Q. et al. Computacional modeling in virus<br />
infections and virtual screening, docking and molecular<br />
dynamics in drug design. Networks in systems biology -<br />
applications for disease modeling, Ed. Springer. https://<br />
doi.org/10.1007/978-3-030-51862-2_12, 2020.<br />
Autora:<br />
Dra. Rachel Siqueira de Queiroz Simões<br />
Fundação Oswaldo Cruz.<br />
Avenida Brasil, 4.365, Manguinhos, Rio de Janeiro, cep: 21040-900.<br />
Email: rachel.queiroz@bio.fiocruz.br<br />
0 114<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
As coisas mudam rapidamente. E é essa inconstância<br />
que sempre moveu a Labtest em direção ao futuro da<br />
medicina diagnóstica, com soluções que valorizam não<br />
só a ciência, mas nosso maior bem: você.<br />
Todo mundo tem um propósito<br />
na vida. O nosso é nunca ficar parado<br />
para sempre beneficiar a sua vida.<br />
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LADY NEWS<br />
INOVAÇÃO NÃO VEM DA TECNOLOGIA,<br />
VEM DAS PESSOAS.<br />
VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA IMPLANTAR A CULTURA<br />
DA INOVAÇÃO NO SEU LABORATÓRIO?<br />
Inovação significa criar algo novo.<br />
A palavra é derivada do termo latino<br />
innovatio, e se refere a uma ideia,<br />
método ou objeto que é criado e<br />
que pouco se parece com padrões já<br />
estabelecidos anteriormente.<br />
Hoje, a palavra "inovação" é mais<br />
usada no contexto de ideias e invenções<br />
assim como a exploração econômica<br />
relacionada, é o novo que chega no<br />
mercado.<br />
Em tempos de pandemia e concorrência<br />
multisetorial a inovação está diretamente<br />
ligada a todo bom profissional e<br />
empreendedor, é necessário se reinventar.<br />
Com o consumidor dos nossos<br />
serviços tendo mais poder para decidir,<br />
isso deixou de ser secundário para se<br />
tonar uma questão de sobrevivência.<br />
Na prática, vemos poucas empresas<br />
inovadoras e essa particularidade se<br />
deve a ideias equivocadas, como a de<br />
que a inovação depende de grandes<br />
investimentos em tecnologia, que é<br />
apenas uma ferramenta de trabalho, cada<br />
vez mais forte e acessível, porém o que faz<br />
a inovação acontecer são as pessoas.<br />
A inovação depende de dois<br />
patamares básicos, a criatividade e a<br />
liberdade.<br />
A primeira das duas é o que transforma<br />
necessidades em idéias, em produtos<br />
ou serviços, foi assim que vimos surgir<br />
a Uber, que veio da dificuldade de se<br />
conseguir um táxi nos grandes centros.<br />
Essa criatividade se tornou uma operação<br />
multimilionária, a partir da necessidade<br />
simples, que todos nós temos, que foi<br />
concebida a partir da liberdade de se<br />
tentar, e vejam aonde chegaram!<br />
Todos nós temos necessidades o<br />
tempo todo, basta entendermos como<br />
nosso negócio pode virar uma solução,<br />
a partir de uma inovação!<br />
Existe uma cultura errada sobre a<br />
nossa zona de conforto, um espaço<br />
em que temos a sensação de que<br />
dominamos todas as variáveis e onde<br />
não podemos ser ameaçados, muito<br />
pelo contrário, a nossa zona de conforto<br />
é uma vulnerabilidade real, pois não<br />
observamos o que está acontecendo<br />
ao nosso lado e perdemos a chance<br />
de identificar novas tendência, novos<br />
concorrentes, novos horizontes.<br />
Quando percebemos, talvez seja tarde<br />
demais, a ponto de comprometer a<br />
nossa sobrevivência no mercado. Isto<br />
é fato, tanto para pessoas ou empresas,<br />
já que a zona de conforto inibe a<br />
capacidade de promover a inovação, ou<br />
seja, em time que está ganhando não<br />
se mexe!<br />
Profissionais e empresas que adotam<br />
esse pensamento estão condenadas<br />
a desaparecer, pois a concorrência<br />
aliada ao capital financeiro, está cada<br />
vez mais se mexendo, e nosso próximo<br />
concorrente, pode estar muito próximo<br />
a nós, sejam colegas ou funcionários<br />
que perceberam nichos de mercado<br />
que desprezamos.<br />
Esse novo concorrente, inovador e<br />
disposto a correr riscos, chegará ao<br />
mercado com potencial de crescimento<br />
e ocupar o lugar de empresas com<br />
negócios consolidados há décadas,<br />
0 116<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
LADY NEWS<br />
pelo uso da tecnologia e modelo de<br />
negócio baseado em criatividade,<br />
conhecimento e liberdade de atuação.<br />
Temos que estar prontos o tempo<br />
todo, pois o mercado já não comporta<br />
quem quer ficar sempre igual, viver de<br />
sobrenome, quantos gestores ainda<br />
insistem em bater nessa tecla?<br />
O nosso instinto de autopreservação<br />
instaura o medo de inovar e correr riscos,<br />
porém o mercado exige que pensemos<br />
coisas novas e olhar diferente para o<br />
que já está consolidado em nossas<br />
empresas, isso se chama liberdade, um<br />
conceito nobre e inovador!<br />
Liberdade é a garantia de poder ser<br />
criativo, sem que possíveis atropelos<br />
no percurso da inovação sejam fatores<br />
de impedimento para alcançar metas e<br />
resultados propostos e/ou atingíveis a<br />
curto e médio prazo.<br />
Muitas empresas ou gestores não<br />
permitem aos funcionários a liberdade<br />
de criar, esse é o jeito de colocar a<br />
inovação dentro de quatro paredes,<br />
bem controlada, que se traduz em um<br />
equívoco que poderá custar a própria<br />
sobrevivência do seu modelo de<br />
negócio, bem como a saúde financeira<br />
e operacional.<br />
A inovação não pode e não deve ser<br />
controlada, não pode ser parametrizada<br />
e nem restrita, todos os nossos<br />
colaboradores devem ser incentivados<br />
a inovar, eles possuem a percepção do<br />
cliente, pois tem a liberdade de utilizar os<br />
serviços na maioria das vezes, do nosso<br />
concorrente, ao contrário de nós gestores<br />
comprometidos com a nossa bolha, que<br />
nos impede de olhar para a frente, pois o<br />
passado de sucesso é um norte a seguir,<br />
mesmo que equivocadamente.<br />
Vivemos hoje em um mundo em que<br />
a tecnologia digital se transformou em<br />
uma ferramenta de trabalho inovadora<br />
e de baixo custo operacional, gestores<br />
que conseguem absorver esse conceito<br />
com criatividade e liberdade, podem<br />
vir a ser o novo e redefinir padrões de<br />
mercado, basta olhar para fora e corrigir<br />
o que precisar ser feito internamente.<br />
Como implementar essa cultura<br />
em nossas empresas?<br />
O conceito de cultura da inovação é algo<br />
muito complexo, pois envolve a aplicação<br />
constante de melhorias em processos,<br />
produtos, serviços e tecnologia.<br />
É um processo gradativo, pois envolve<br />
mudanças em conceitos e forma de<br />
trabalhar e até mesmo no organograma<br />
de uma empresa, incluindo seu principal<br />
aliado, os colaboradores.<br />
Implementar uma cultura de inovação<br />
na gestão de pessoas é fundamental<br />
para o alinhamento das ideias e na<br />
liberdade de ação por cada colaborador<br />
envolvido, dar autonomia significa<br />
garantir a liberdade para exercer a<br />
criatividade sempre observando os<br />
níveis hierárquicos e atribuições.<br />
Treinamentos e capacitações<br />
são a base inicial para promover a<br />
capacidade criativa dos colaboradores<br />
envolvidos, bem como é fundamental<br />
o uso da tecnologia como facilitador<br />
dos processos.<br />
Quando pensamos em inovação,<br />
sentimos a velocidade da mudança externa<br />
que o mercado exige, consumidores cada<br />
vez mais exigentes e formadores de<br />
opinião, nessa etapa o processo produtivo<br />
deve receber atenção redobrada, pois<br />
você terá que promover um diferencial<br />
há mais para que os usuários dos seus<br />
serviços sejam fidelizados e sempre que<br />
necessitarem, você seja a primeira opção<br />
e casualmente a única.<br />
A gestão das empresas requer<br />
constantes tomadas de decisões<br />
que podem ser adequações simples<br />
ou complexas, como a reavaliação<br />
de situações que estejam causando<br />
receitas negativas na empresa.<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 117
LADY NEWS<br />
Reavaliar unidades de coleta que não<br />
tem impacto financeiro e operacional<br />
em um laboratório, é corrigir o rumo do<br />
seu negócio e canalizar esforços para<br />
outras unidades operacionalmente<br />
rentáveis. Antigamente tinha-se a<br />
cultura de que abrir unidades seria um<br />
caminho seguro para o crescimento,<br />
porém existem muitas variáveis que<br />
devem ser analisadas, entender do<br />
seu negócio é que te capacitará para<br />
manter seu crescimento sustentável.<br />
Hoje, empresas mal geridas<br />
operacionalmente tem sua saúde<br />
financeira comprometida e vivem<br />
de aporte de recursos para manter<br />
o negócio. Sem uma mudança de<br />
conceito e comportamento de gestão,<br />
a fórmula padrão não se sustentará<br />
e comprometerá o crescimento e<br />
evolução do seu negócio.<br />
Hoje temos ferramentas de<br />
inteligência (Business intelligence)<br />
que lhe auxiliarão a tomar decisões<br />
acertadas, baseadas em protocolos<br />
operacionais já testados e aprovados<br />
pelo mercado.<br />
O atendimento ao cliente talvez seja<br />
a área que mais demande inovação<br />
em nossas empresas, antes os canais<br />
de comunicação eram mais restritos e<br />
o contato era quase que unidirecional,<br />
ou seja, a empresa falava, porém<br />
não tinha como receber um retorno<br />
por parte da sua maior fonte de<br />
sustentabilidade, que adquire seus<br />
serviços.<br />
Hoje temos uma gama de canais<br />
diferenciados que se tornou um<br />
desafio utilizá-los da melhor forma,<br />
e assim o marketing de conteúdo<br />
vem evoluindo para acompanhar<br />
as mudanças no comportamento<br />
dos nossos clientes, concorrentes e<br />
mercado. Essa ferramenta quando<br />
bem utilizada, focada no seu cliente,<br />
atrai mais consumidores. Marketing<br />
institucional não atrai clientes que<br />
procuram serviço, o que atrai é você<br />
mostrar a ele a solução que ele precisa<br />
e corresponder a todas as expectativas<br />
que estava procurando.<br />
Como iniciar um processo de<br />
Inovação?<br />
Não é fácil para nós gestores e<br />
empreendedores conquistar e fidelizar<br />
clientes, criar uma marca e aliar a ela<br />
uma imagem que transmita inovação,<br />
tecnologia e confiança.<br />
Entre todas as dificuldades<br />
enfrentadas, a principal seja se superar,<br />
reconhecer que o que deu muito certo<br />
em algum momento hoje pode não ter<br />
mais espaço na gestão moderna e de<br />
resultados.<br />
Para fugir dessa estatística,<br />
repense os seguintes conceitos:<br />
- Reconheça as mudanças:<br />
O mercado consumidor está em<br />
constante mudança, por isso cabe a<br />
nós gestores olhar para fora e detectar<br />
as necessidades expressas por nossos<br />
clientes, principalmente os consumidores<br />
de serviços, nosso principal público.<br />
Tenha um diferencial que aponte para<br />
o tripé, conhecimento, inovação e<br />
tecnologia, mostre ao mercado que<br />
você é comprometido e está atento às<br />
mudanças do mundo moderno, que são<br />
cada vez mais rápidas.<br />
- Estude o mercado, a<br />
concorrência e seu público-alvo:<br />
Sempre que você olhar para fora da<br />
sua bolha (zona de conforto), verá<br />
que não está sozinho, há muita gente<br />
pensando em formas de inovar e<br />
compreender o que o mercado procura<br />
e exige de uma empresa.<br />
É preciso conhecer muito bem a<br />
concorrência, explorar os nichos de<br />
mercado que estão descoberto bem<br />
como identificar o que não está dando<br />
certo na concorrência e no seu negócio,<br />
exerça a autocrítica e estabeleça as metas<br />
em busca dos resultados que fará com<br />
que você abandone definitivamente<br />
a zona de conforto. Seja criativo, seja<br />
ousado, arrisque um pouco mais!<br />
0 118<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
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LADY NEWS<br />
Identificar o que o consumidor espera<br />
de nossos serviços é despertar o instinto<br />
de sobrevivência do nosso negócio.<br />
Oferecer uma solução diferenciada para<br />
o problema do seu cliente é mostrar<br />
que você está em constante evolução,<br />
sair do normal é ser diferente!<br />
- Investimento em processos que<br />
produzirão soluções inovadoras:<br />
Saiba identificar quais processos<br />
precisam ser melhorados, atualizados<br />
ou até mesmo extintos, para que você<br />
tenha eficiência, produtividade e saúde<br />
financeira.<br />
É importante e relevante saber quais<br />
são os processos que a concorrência está<br />
utilizando, para identificar o que pode<br />
estar dando certo ou errado, afinal isso<br />
significa economia de tempo e dinheiro.<br />
Aplicar metodologias que se<br />
completam no processo de construção<br />
de um serviço, desde o atendimento,<br />
produção e finalização, geram eficiência<br />
e lucratividade.<br />
Saber funcionar essa engrenagem é a<br />
conquista que todos queremos para nossas<br />
empresas, portanto, o desafio é grande!<br />
- Investimento em atendimento:<br />
Automatização dos processos nas<br />
empresas têm se mostrado como<br />
opção eficiente, diminuindo custos e<br />
tempo de execução dos serviços.<br />
Os gestores devem ter o cuidado<br />
para não cair no erro, ao confundir<br />
automatização com impessoalidade.<br />
Investir em atendimento personalizado,<br />
seja por plataforma digital ou presencial<br />
é fundamental para fidelizar clientes,<br />
fazer o marketing do dia-dia por parte<br />
do cliente funcionar, pois ele utilizou e<br />
aprovou a solução que você apresentou.<br />
Personalizar um atendimento tem<br />
relação com entender o perfil do<br />
cliente, mostre a ele as intenções e<br />
objetivos da empresa.<br />
Um atendimento realizado com<br />
sucesso significa muitos retornos diretos<br />
ou indiretamente, já que nosso formador<br />
de opinião passará por uma experiência<br />
única, utilizará nossos serviços.<br />
- Saiba criar mecanismos e metas<br />
que possibilitem resultados<br />
positivos:<br />
Se temos poucos recursos para investir<br />
em inovação, temos que viabilizar o<br />
primeiro passo a ser dado, analise o que<br />
você tem e o que pode ser feito, depois<br />
é preciso criar metas.<br />
Ser inovador significa correr riscos,<br />
mas também conhecer limites.<br />
Ao criar metas, não envolva o sacrifício<br />
da qualidade, ela é a sustentabilidade<br />
da sua credibilidade e do seu negócio.<br />
A meta atingível estimula os<br />
colaboradores em buscar a próxima<br />
etapa e assim sucessivamente, a<br />
engrenagem da inovação começa<br />
a rodar.<br />
Compreender que a inovação é um<br />
percurso e não um ponto de chegada<br />
é fundamental para atingir o sucesso,<br />
continue nadando, o horizonte é<br />
distante.<br />
- Importância de manter o foco<br />
na inovação:<br />
Inovação é uma particularidade<br />
que deve sempre estar enraizada nos<br />
pilares de sustentação de qualquer<br />
seguimento de mercado. Empresas que<br />
inovam pontualmente, estão sempre<br />
correndo atrás do prejuízo e não são<br />
capazes de se posicionar à frente dos<br />
concorrentes.<br />
Quando a melhoria contínua faz parte<br />
dos valores do negócio, a inovação é<br />
algo natural e, portanto, tem um papel<br />
fundamental no sucesso do negócio.<br />
0 120<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
Se o gestor ou sua empresa não tem<br />
ainda essa preocupação, a hora de<br />
mudar é agora.<br />
Inovação é um processo contínuo que<br />
proporciona benefícios excepcionais e<br />
reconhecimento profissional.<br />
- Crie uma marca pessoal na sua<br />
empresa:<br />
Se você pretende apresentar sua<br />
empresa ao mercado como algo novo<br />
e inovador, é preciso criar uma marca, é<br />
preciso ser reconhecido em um mundo<br />
onde todos querem reconhecimento.<br />
Em um mundo abarrotado de<br />
semelhantes, é preciso se destacar para<br />
sair na frente.<br />
Poucos gestores percebem que isso<br />
não é uma obrigação somente de<br />
grandes marcas, hoje os pequenos e<br />
médios empreendedores precisam<br />
também solidificar a sua marca, é<br />
preciso ter competência para vender<br />
uma imagem, posicionar uma marca.<br />
Hoje em dia, qualidade e habilidade<br />
não são mais suficientes, você lida com<br />
expectativas pois se propõe a entregar<br />
uma demanda que lhe foi confiada.<br />
Como ser o escolhido para executar os<br />
serviços em um universo de semelhantes?<br />
Uma boa gestão de marca não é<br />
simplesmente fazer propaganda, mas<br />
elaborar um planejamento inteiro do<br />
seu marketing pessoal. Não confunda<br />
marketing com branding pessoal.<br />
O termo branding, vem da palavra em<br />
inglês to brand que significa marcar.<br />
Mesmo derivando da prática de<br />
marcar algo de forma permanente, o<br />
sentido atual, processo de estabelecer<br />
um nome e uma reputação para algo é<br />
relativamente novo.<br />
Sendo uma filosofia de gestão, ou<br />
seja, uma maneira de agir e pensar<br />
sobre a marca, o branding coloca a<br />
marca no centro de todas as decisões<br />
da empresa.<br />
Dessa forma, tudo que envolve a<br />
empresa, envolve o processo de branding.<br />
A intenção do branding é administrar<br />
uma dinâmica de relacionamento com<br />
todos os públicos envolvidos, sejam eles<br />
internos ou externos, visando que esse<br />
público consiga entender e decodificar a<br />
mensagem passada pela marca.<br />
Assim, permitindo que a marca<br />
ultrapasse a sua natureza econômica,<br />
e passe a fazer parte de uma cultura<br />
que influencia o comportamento<br />
das pessoas e consequentemente,<br />
fortalecendo um processo de<br />
construção da imagem da marca.<br />
Por ser relativamente novo no mercado,<br />
o branding ainda é confundido com<br />
marketing, identidade visual, publicidade<br />
e até mesmo com comunicação.<br />
Isso ocorre porque ele é considerado<br />
um sistema de ações vindas de várias<br />
áreas de conhecimento, que buscam<br />
uma unidade na manifestação de<br />
identidade da marca.<br />
LADY NEWS<br />
Não existe mais a possibilidade de<br />
ficar esperando pelas oportunidades,<br />
é preciso ir em frente e mostrar ao seu<br />
cliente seus produtos ou serviços.<br />
Assim, estabelece um diferencial no<br />
mercado, por meio de observações<br />
e construções subjetivas que<br />
transformam e solidificam o<br />
relacionamento da marca com o cliente.<br />
É importante que você perceba que<br />
sua marca precisa tanto ser trabalhada,<br />
criada e estabelecida, e quando<br />
divulgada tenha destaque dentro de<br />
um mercado competitivo.<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 121
LADY NEWS<br />
Se você está preocupado em criar<br />
uma identidade própria, cuide da<br />
sua marca e isso significa passar pela<br />
apresentação, primeira impressão,<br />
simpatia e executar um serviço que<br />
seja aquilo que você se comprometeu<br />
com o mercado.<br />
Seja apaixonado por aquilo que você<br />
se propôs a fazer, acredite, quem está<br />
do outro lado percebe isso em você<br />
quando você faz a demonstração do<br />
seu produto ou serviço.<br />
Autoconhecimento é fundamental<br />
para solidificação da sua marca, é o<br />
cartão de visitas da sua empresa, às<br />
vezes você precisa estar do outro lado<br />
do balcão, sentir as necessidades do<br />
seu cliente, apontar as soluções que ele<br />
precisa e atender suas expectativas.<br />
Cada pessoa percebe uma marca de<br />
maneiras distintas. Essas percepções<br />
são baseadas nos contextos sociais,<br />
culturais e econômicos de cada um,<br />
e principalmente, na experiência que<br />
tiveram com o produto e/ou serviço,<br />
à medida que identificam quais<br />
satisfazem suas necessidades e quais<br />
são insuficientes.<br />
Marcas que transmitem confiança,<br />
transparecendo nível de qualidade,<br />
em geral satisfazem consumidores<br />
facilmente, a ponto de optarem<br />
novamente pelo produto e/ou serviço.<br />
Quando a empresa inclui a Inovação<br />
no seu DNA, os processos se tornam<br />
naturais, e você pode criar o novo sem<br />
impactar no que já está funcionando,<br />
mas lembre-se, em time que está<br />
ganhando também se mexe!<br />
O fracasso também faz parte do<br />
processo de inovação, pois ele demonstra<br />
que você procurou o novo, e a única<br />
maneira de não fracassar em algo é não<br />
tentar e continuar na zona de conforto!<br />
Finalizando, alguns conceitos<br />
precisam ser renovados ou<br />
melhor, inovados!<br />
- Não comemore a venda de seu<br />
produto e/ou serviço;<br />
- Não celebre quando o cliente lhe paga;<br />
- Celebre quando ele é transformado<br />
por aquilo que você executou;<br />
- Quando você vende um produto e/ou<br />
serviço para alguém, seu trabalho não<br />
terminou;<br />
- Vai apenas começar o mais<br />
importante, a experiência dele com seu<br />
produto e/ou serviço;<br />
- Um cliente satisfeito é ótimo, mas um<br />
apaixonado é muito melhor;<br />
- Um cliente satisfeito, volta;<br />
- Um apaixonado, volta trazendo mais<br />
clientes para seu negócio;<br />
- Se importe mais com sua empresa!<br />
A questão que fica é, você estará no<br />
grupo INOVADOR?<br />
Luiz Antonio Doles<br />
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• Administrador de Empresas - Universidade Mackenzie (SP)<br />
• Sócio - Laboratório Jarbas Doles, Goiânia - Go<br />
• Consultor Técnico - Laboratório Oswaldo Cruz, Goiânia – Go<br />
• Consultor Técnico - Quality Consultoria Laboratorial, Goiânia - GO<br />
• Membro da comissão de Análises Clínica - CRFGO<br />
• Associado SBAC – Sociedade Brasileira de Análises Clínicas<br />
• Membro do Grupo OFAC Business / OFAC VIP<br />
0 122<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
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0 123
BIOSSEGURANÇA<br />
MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA<br />
NA PREVENÇÃO DA MUCORMICOSE<br />
Por: Gleiciere Maia Silva e Jorge Luiz Silva Araújo-Filho.<br />
Mucormicose trata-se de uma infecção<br />
fúngica invasiva causada por fungos<br />
hialinos de várias espécies da ordem<br />
Mucorales que podem levar o indivíduo<br />
a óbito. A maioria dos casos ocorre por<br />
fungos do gênero Rhizopus spp, Mucor<br />
spp, Lichtheimia spp, Cunninghamella,<br />
dentre outros. Não é uma doença recente,<br />
entretanto ela vem ganhado destaque<br />
mundialmente pelo número de casos em<br />
pacientes que tiveram COVID-19.<br />
Os gêneros dos fungos causadores<br />
da mucormicose são onipresentes,<br />
ou seja, são amplamente distribuídos<br />
na natureza como alimentos em<br />
decomposição (Figura 1), solo, água,<br />
plantas e ambientes.<br />
Os fatores para o desenvolvimento<br />
nessa micose em humanos está mais<br />
relacionada a fatores do hospedeiro<br />
do que do agente fúngico. Os esporos<br />
podem ser adquiridos por via inalatória<br />
e eventualmente colonizar as vias<br />
aéreas. Entretanto, nota-se a predileção<br />
desses fungos pelo sistema vascular,<br />
que podem causar um processo<br />
inflamatório extenso, ocasionado<br />
trombose e necrose tecidual. Por essa<br />
razão ele é erroneamente conhecido<br />
por “fungo negro” em virtude do<br />
aspecto das lesões enegrecidas<br />
decorrente da necrose (Figura 2), no<br />
entanto os fungos desses gêneros são<br />
hialinos.<br />
As manifestações clínicas podem<br />
ser pulmonares, gastrointestinais,<br />
cutâneas ou disseminadas. A forma<br />
mais comum é a forma rinocerebral<br />
que acomete os seios da face e cérebro.<br />
O fungo em geral inicia sua invasão<br />
pela mucosa nasal, com acometimento<br />
dos seios da face, seguido de erosão do<br />
palato duro, órbita e cérebro Trata-se<br />
de uma doença rara, mas que a taxa<br />
de mortalidade geral pode ultrapassar<br />
50% dos pacientes.<br />
Os pacientes mais predispostos a<br />
desenvolver mucormicose são pacientes<br />
com diabetes descompensada que<br />
entram em estado de cetoacidose<br />
ou pessoas em condições de<br />
imunossupressão, principalmente os<br />
neutropenicos seja por uma doença<br />
de base (neoplasias e transplantes) ou<br />
por medicações que reconhecidamente<br />
diminuem a resposta imune, tais como<br />
quimioterapia ou uso prolongado com<br />
doses elevadas de corticosteroides.<br />
Acredita-se que a terapia a base de altas<br />
doses de corticosteroides em pacientes<br />
com COVID-19 para reduzir a inflamação<br />
nos pulmões, associado a diabetes<br />
descompensada desses pacientes<br />
tenham ajudado na disseminação<br />
fúngica causando a doença.<br />
Figura 1 - Imagem macroscópica do Mucor sp, um dos principais<br />
agentes da mucormicose, crescendo em pão envelhecido<br />
Fonte: Pulmonary Mucormicose: risk factord, radiology findings and<br />
patology correlation: Rishi Agrawal , Anjana Yeldandi, Hatice Savas,<br />
Nishant D. Parekh, Pamela J. Lombardi, Eric M. Hart.<br />
0 124<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
BIOSSEGURANÇA<br />
As principais formas de contaminação<br />
por fungos filamentosos são por<br />
contato com os esporos nos ambientes,<br />
portanto umas das principais medidas<br />
de Biossegurança na prevenção desses<br />
fungos no ambiente são:<br />
• Corrigir a umidade do ambiente e<br />
higienizar com frequência componentes<br />
de climatização para eliminar fungos<br />
contaminantes;<br />
• Utilizar filtros G-1 na renovação do ar<br />
externo;<br />
• Limpeza frequente de superfícies para<br />
minimizar a dispersão de poeiras nos<br />
ambientes hospitalares;<br />
Fungos são considerados patógenos<br />
oportunistas, portanto, condições que<br />
favoreça o desenvolvimento desses<br />
patógenos deverão ser observados. As<br />
principais medidas de Biossegurança<br />
na prevenção dessas infecções nos<br />
pacientes vulneráveis são:<br />
• Controlar os níveis de glicemia e<br />
observar os pacientes diabéticos, uma<br />
vez que o excesso de glicose favorece a<br />
proliferação desses patógenos;<br />
• Controlar os fatores indutores de<br />
imunossupressão. Pacientes portadores<br />
de leucemias ou submetidos a<br />
transplantes de células troncos devem<br />
ser alojados em quartos com filtros<br />
HEPA e pressão positiva;<br />
A infecção cutânea quando há um<br />
rompimento da pele ocasionado por<br />
queimaduras ou traumas, também<br />
pode ocorrer. Logo, procedimentos<br />
invasivos contaminados com fungos e<br />
que os pacientes entrem em contato<br />
pode atuar como ferramenta de<br />
disseminação fúngica. Para garantir<br />
a sobrevida dos pacientes com<br />
mucormicose são necessárias ações<br />
combinadas como o controle imediato<br />
da descompensação da doença de base,<br />
desbridamento cirúrgico na tentativa de<br />
eliminar o fungo alojados nos tecidos e<br />
a utilização de antifúngicos tais como<br />
Anfotericina B lipossomal.<br />
Diante do exposto, a mucormicose<br />
deve ser considerada uma doença<br />
grave e potencialmente fatal.<br />
Figura 2 - Área de necrose na face.<br />
Fonte: Mucormicose rinocerebral em alta? O impacto da epidemia<br />
mundial de diabetes. Erick Martínez-Herrera, Angélica Julián-Castrejón,<br />
María Guadalupe Frías-De-León, Gabriela Moreno-Coutiño.<br />
Medidas de Biossegurança na<br />
prevenção dessa micose são<br />
necessárias, sobretudo no contexto<br />
da pandemia. O diagnóstico precoce<br />
quando existe uma suspeita clinica<br />
nos pacientes de riscos bem como<br />
instituição da terapia combinada são<br />
imprescindíveis para o bom desfecho<br />
clínico e sucesso terapêutico.<br />
Gleiciere Maia Silva<br />
(@profa.gleicieremaia)<br />
Biomédica, Especialista em Micologia, Mestre em Biologia<br />
de Fungos e Doutoranda em Medicina Tropical.<br />
Contato: gleicieremaia@gmail.com<br />
Jorge Luiz Silva Araújo-Filho<br />
(@dr.biossegurança)<br />
Biólogo, Mestre em Patologia, Doutor em Biotecnologia;<br />
Palestrante e Consultor em Biossegurança.<br />
Contato: jorgearaujofilho@gmail.com<br />
Tel.: (81) 9.9796-5514<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 125
ANÁLISES CLÍNICAS<br />
COMO DIFERENCIAR<br />
LEUCEMIAS DE LINFOMAS<br />
Por: Brunno Câmara.<br />
A grande diferença entre leucemias e<br />
linfomas é que, geralmente, as leucemias<br />
têm início na medula óssea, enquanto que<br />
os linfomas começam nos linfonodos (e<br />
tecidos linfoides).<br />
A partir daí, cada doença pode se<br />
disseminar para outras partes do corpo.<br />
As leucemias podem eventualmente<br />
envolver os linfonodos, e os linfomas<br />
podem infiltrar-se na medula óssea.<br />
Nesses casos, a distinção entre as doenças<br />
fica mais complexa e desafiadora.<br />
A primeira coisa a fazer é estabelecer onde<br />
as células neoplásicas estão.<br />
Se for no sangue, avalie as células e procure<br />
por blastos. Se a quantidade estiver em<br />
20% ou mais dos leucócitos totais (MO<br />
ou SP), então você provavelmente está<br />
lidando com uma leucemia aguda.<br />
Você pode procurar também nos blastos<br />
por características específicas das linhagens<br />
mieloide ou linfoide, como os bastões de<br />
Auer (blastos seriam mieloides).<br />
Outras abordagens seriam a<br />
imunofenotipagem por citometria de<br />
fluxo, para identificar os marcadores de<br />
superfície das células, e citogenética, para<br />
procurar por rearranjos cromossômicos.<br />
Se as células no sangue periférico estão<br />
mais maduras, então provavelmente<br />
trata-se de uma leucemia crônica, que<br />
também podem ser de origem mieloide<br />
ou linfoide, como a LMC e a LLC.<br />
Atenção! Em alguns tipos de linfomas,<br />
podemos encontrar células circulantes no<br />
sangue como no linfoma folicular, linfoma<br />
de Burkitt, etc.<br />
Se o tumor está localizado em um<br />
linfonodo, então podemos praticamente<br />
excluir um processo mieloide, já que<br />
neoplasias mieloides são raras no<br />
linfonodos.<br />
Então você está lidando com um linfoma<br />
ou uma leucemia de origem linfoide.<br />
A Leucemia Linfocítica Crônica, por<br />
exemplo, é considerada como sendo a<br />
mesma doença que o Linfoma Linfocítico<br />
de células pequenas. O que diferencia é<br />
a localização das células neoplásicas. No<br />
sangue, leucemia; no linfonodo, linfoma.<br />
No caso dos linfomas, para o diagnóstico<br />
é importante analisar sua estrutura e<br />
organização celular por meio da histologia e<br />
imunohistoquímica de linfonodos retirados<br />
por biópsia excisional (retira do linfonodo<br />
inteiro, não somente de um fragmento).<br />
Do mesmo modo, é necessário<br />
fazer exames complementares para<br />
chegar ao diagnóstico final, como<br />
imunofenotipagem, exames de imagem,<br />
citogenética e biologia molecular.<br />
Autor:<br />
Brunno Câmara<br />
Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia<br />
pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (área<br />
de concentração: virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.<br />
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HEMATOLOGIA<br />
COAGULOPATIA NA COVID-19<br />
Por: Dr. Luiz Arthur Calheiros Leite<br />
As anormalidades da coagulação<br />
na COVID-19 ocorrem devido<br />
ao processo inflamatório, e<br />
consequente lesão microvascular<br />
dos vasos sanguíneos, gerando<br />
ativação de monócitos e liberação do<br />
fator tecidual pelo endotélio e pelas<br />
células, ativação dos complexos<br />
tenase e protombinase com geração<br />
de trombina e formação de trombos.<br />
Os pacientes acometidos pela<br />
COVID-19 cursam com tromboses<br />
venosas, artérias e embolia pulmonar,<br />
que podem ocorrer mesmo em<br />
pacientes oligoasssintomáticos ou<br />
nos casos graves. Nestes casos há<br />
uma coagulopatia de consumo com<br />
microangiopatia trombótica e sinais<br />
de fragmentação eritrocitária, tais<br />
como esquizócitos, policromasia ou<br />
esferócitos.<br />
A anormalidades na coagulação<br />
do sangue tem alta associação<br />
com os óbitos em pacientes com<br />
COVID-19. Para tanto, faz-se<br />
necessário determinar de forma<br />
precoce o risco de trombose<br />
e embolia pulmonar. Nestes<br />
pacientes a dosagem dos níveis<br />
de Dímero-D é o melhor teste<br />
para predizer tromboembolias<br />
venosas. Os níveis de Dímero-D<br />
apresentam-se elevados em até<br />
46% em pacientes com COVID-19,<br />
sugerindo que as complicações<br />
tromboembólicas podem ter<br />
relação direta com a rápida<br />
deterioração respiratória.<br />
Valores de Dímero D superiores a 500<br />
mg/dL geram um sinal de alerta, pois<br />
pacientes admitidos com suspeita ou<br />
confirmação de COVID-19 e níveis de<br />
acima do valor de referência devem<br />
ser anticoagulados até a normalização<br />
do teste. Assim, os níveis de dímero D<br />
devem ser determinados do dia 1 ao<br />
dia 14 após a admissão em intervalos<br />
de dois dias.<br />
Referências<br />
Luiz Arthur Calheiros Leite e Maria de Lourdes Lopes<br />
Ferrari Chauffaille. Alterações hematológicas em<br />
processos infecciosos. Fleury Medicina e saúde. 1 º<br />
<strong>Edição</strong>, 2021.<br />
John L Frater, Gina Zini, Giuseppe d’Onofrio and Heesun<br />
J Rogers. COVID-19 and the clinical hematology<br />
laboratory. IJLH, Apr 2020 (pre-pub).<br />
Evangelos Terpos Ioannis Ntanasis-Stathopoulos<br />
Ismail Elalamy et al. Hematological findings and<br />
complications of COVID -19. A J Hematol, Apr2020.<br />
Gina Zini, Silvia Bellesi, Francesco Ramundo and<br />
Giuseppe d’Onofrio. Morphological anomalies of<br />
circulating blood cells in COVID-19. Am J Hematol. 2020.<br />
Giuseppe Lippi and Mario Plebani. Laboratory<br />
abnormalities in patients with COVID-2019 infection.<br />
Clin Chem Lab Med 2020.<br />
Marcel Levi, Jecko Thachil, Toshiaki Iba, Jerrold H Levy.<br />
Coagulation abnormalities and thrombosis in patients<br />
with COVID-19. The Lancet Hematol May, 2020<br />
Ning Tang, Dengju Li, Xiong Wang Sun and Ziyong<br />
Sun. Abnormal coagulation parameters are associated<br />
with poor prognosis in patients with novel coronavirus<br />
pneumonia. J Thromb Haemost. 2020.<br />
Autor<br />
Dr. Luiz Arthur Calheiros Leite<br />
Biomédico, especialista em Hematologia e Hemoterapia, UNIFESP/EPM. Mestrado em Ciências, Hematologia, UNIFESP/<br />
EPM. Doutorado em Bioquímica e Fisiologia, UFPE. Coordenador da Escola Brasileira de Hematologia, LahematoEAD.<br />
Consultor em Hematologia, Horiba Medical Brasil e Nihon-Kohden Brasil.<br />
0 128<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
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pilar o treinamento e capacitação das<br />
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além de auditorias e autoinspeções.<br />
É fundamental cumprir as boas<br />
práticas da ANVISA não somente<br />
por estar cumprindo com a legislação<br />
vigente más também para<br />
garantir a qualidade dos produtos<br />
para consumo.<br />
O grande desafio das Boas Práticas é a<br />
manutenção e controle de seus requisitos<br />
devido aos inúmeros processos<br />
envolvidos no armazenamento ou na<br />
distribuição dos produtos, contando<br />
com diversas variáveis envolvidas nos<br />
procedimentos.<br />
Implementar corretamente as Boas<br />
Práticas de Armazenagem e manter o<br />
nível de qualidade dos serviços é um<br />
desafio diário.<br />
Tâmisa Barbosa de Lima<br />
Farmacêutica/Coordenadora de Qualidade<br />
0 130<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
CITOLOGIA<br />
O MICROBIOMA CERVICOVAGINAL<br />
PODE INFLUENCIAR A PROGRESSÃO DA INFECÇÃO PELO HPV<br />
Já está bem documentado na literatura que<br />
a infecção persistente pelo papilomavírus<br />
humano (HPV) oncogênico é necessária,<br />
mas não suficiente para o desenvolvimento<br />
do câncer cervical. Por outro lado, os fatores<br />
que promovem a persistência viral e que<br />
desencadeiam as vias carcinogênicas, não<br />
estão completamente compreendidos até o<br />
momento.<br />
Dados mais recentes mostram que fatores<br />
da mucosa cervicovaginal como integridade<br />
da superfície epitelial, secreções e regulação<br />
imunológica desempenham um papel na<br />
persistência do HPV e na progressão da<br />
infecção viral para o câncer. Neste contexto,<br />
recentemente o microbioma cervicovaginal<br />
surgiu como uma nova variável, e hipotetizase<br />
que ele pode influenciar tanto a história<br />
natural das infecções por HPV quanto seu<br />
impacto clínico.<br />
Estudos tem demonstrado que o<br />
microbioma cervicovaginal interage<br />
com o microambiente local, mantendo a<br />
homeostase do tecido. Entretanto, a sua<br />
composição pode influenciar a resposta<br />
imune local e desempenhar um papel<br />
funcional tanto protetor quanto prejudicial<br />
na infecção e persistência do HPV e no<br />
desenvolvimento subsequente do câncer:<br />
quando esse equilíbrio é rompido, predispõe<br />
a uma condição conhecida como disbiose,<br />
que pode desencadear diversos processos<br />
patológicos, incluindo a quebra da barreira<br />
epitelial, a proliferação celular anormal, a<br />
instabilidade do genoma, angiogênese,<br />
inflamação crônica e desregulação<br />
metabólica. A hipótese de que a inflamação<br />
crônica pode promover a carcinogênese<br />
é sustentada pelos níveis aumentados de<br />
citocinas inflamatórias encontrados em<br />
pacientes com câncer cervicovaginal ou seus<br />
estágios pré-malignos precursores.<br />
As alterações no microbioma vaginal têm<br />
sido detectadas em mulheres infectadas<br />
pelo HPV, em mulheres com lesões<br />
associadas ao HPV e também nas mulheres<br />
com câncer, embora o seu papel específico<br />
no desenvolvimento, progressão, prevenção<br />
e regressão de patologias associadas ao HPV<br />
não esteja ainda bem compreendido.<br />
Dados tem demonstrado que o predomínio<br />
de certas espécies de lactobacilos pode<br />
ter efeito protetor contra infecções<br />
oportunistas e por isso podem representar<br />
um novo alvo terapêutico. A predominância<br />
de L. crispatus, responsável pela produção<br />
de grandes quantidades de ácido lático<br />
e a secreção de proteínas protetoras no<br />
microambiente da mucosa cervicovaginal,<br />
foi associada a um microbioma saudável.<br />
Ainda, há relatos na literatura sobre a<br />
abundância de L. iners estar associada<br />
à eliminação de infecções por HPV de<br />
alto risco. Em contraste, a presença da<br />
bactéria Gardnerella foi relatada como um<br />
biomarcador dominante para a progressão<br />
do HPV de alto risco em alguns trabalhos.<br />
O efeito de Gardnerella parece ser mediado<br />
pelo aumento da diversidade bacteriana<br />
cervicovaginal que precede diretamente<br />
a progressão de uma infecção persistente<br />
para uma lesão pré-maligna. Os resultados<br />
sugerem que o monitoramento da presença<br />
de Gardnerella e a elevação subsequente da<br />
diversidade microbiana podem ser usados<br />
para identificar mulheres com infecção<br />
persistente por HPV oncogênicos em risco<br />
de progressão para estágios pré-malignos.<br />
Outros estudos recentemente associaram<br />
o papel do microbioma com a história<br />
natural de outras infecções virais em uma<br />
variedade de cânceres, incluindo ainda a sua<br />
influência nas respostas aos tratamentos.<br />
Neste contexto, alguns autores tem sugerido<br />
que intervenções que abordam a modulação<br />
do microbioma vaginal, por meio da<br />
administração de probióticos específicos<br />
ou do uso de antimicrobianos direcionados<br />
(antibióticos, bacteriófagos), poderiam ser<br />
consideradas como ferramentas potenciais<br />
para aumentar a taxa de resultados positivos<br />
após o tratamento cirúrgico de lesões préneoplásicas,<br />
abrindo caminho para possíveis<br />
intervenções terapêuticas futuras.<br />
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testes/hora constantes (mono ou bireagente).<br />
Princípio de Medição:<br />
Fotometria e Turbidimetria.<br />
Tipos de método: ponto final, tempo fixo, cinético<br />
mono/bi reagentes, monocromáticos, bi-cromáticos<br />
Tipos de calibração: multiponto linear e não linear.<br />
Programação: Sistema aberto, com perfis e testes<br />
calculados definidos pelo usuário.<br />
Reagentes e Amostras<br />
Bandeja de Amostra: 40 posições de amostra para<br />
tubo primário (12x75mm e 12x100mm e 13x100) e<br />
cubetas e microcubetas de reação.<br />
Frascos de amostra: cubeta de amostra ou tubo primário.<br />
Bandeja de reagente: 80 posições para sistema aberto<br />
ou 40 posições para sistema dedicado/fechado.<br />
O sistema de refrigeração do equipamento mantém<br />
a temperatura próxima de 8oC por 24 horas<br />
enquanto a temperatura da sala for 25oC.<br />
Volume de amostra: 2-30μL ± 0.1μL.<br />
Volume de R1: 20-300 μL ± 1μL<br />
Volume de R2: 10-150 μL ± 1μL<br />
Sistema de pipetagem com seringa de cerâmica de<br />
alta precisão<br />
Sonda de reagente a amostra com detecção de nível<br />
de líquidos, verificação do inventário e proteção<br />
contra colisão.<br />
Lavagem interna e externa da sonda de aspiração.<br />
Arraste (carry-over) < 0,1%<br />
Diluição automática de amostra: Pré diluição e pós<br />
diluição com razão de até 150<br />
Sistema de Reação:<br />
Rotor de Reação: de círculo único, com um total de<br />
44 cubetas de plástico semi permanentes.<br />
Lavagem de cubetas de reação: automática de 12<br />
passos (3*4).<br />
Volume de reação: 150-350μL.<br />
Caminho ótico de 6mm.<br />
Controle de temperatura: tipo peltier (37oC ± 0.1oC).<br />
Sistema de mixer independente.<br />
Tempo de reação: 10 minutos.<br />
Sistema ótico:<br />
Fonte de luz: Lâmpada de halogênio<br />
Fotômetro: ótica reversa com fibra ótica<br />
Filtros: 340, 405, 450, 505, 546, 578, 630, 700<br />
Intervalo de Absorbância: 0.1 a 4.0 Abs.<br />
Resolução: 0.0001 Abs<br />
Controle e Calibração:<br />
Modos de Calibração: Linear um ponto, dois pontos<br />
e multipontos, Log-Logit 4, Log-Logit 5, Spline,<br />
Exponencial, Polinomial e Parábola.<br />
Controle de Qualidade: Levey-Jennings, X-R, Regras<br />
de Westgard<br />
Unidade de Operação:<br />
Sistema Operacional: Windows 10<br />
Interface: LAN e RS-232<br />
Condições de Funcionamento:<br />
Energia necessária:<br />
AC 220V ± 10%, 50-60 Hz ± 3 1000W<br />
Temperatura de operação: 10-30 C<br />
Umidade: 30-80%<br />
Consumo de Água: 4 L/ H de água deionizada<br />
Dimensões: (comprimento*largura*altura):<br />
745mm*540mm*530mm.<br />
Peso: 65Kg<br />
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Entre em contato com a nossa equipe e tire<br />
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Tel.: (31) 3589-5000<br />
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0 134<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
COMO OS TESTES GENÉTICOS AJUDAM NA<br />
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DO CORONAVÍRUS<br />
DB Molecular apresenta exame que detecta as variantes de preocupação do SARS-CoV-2<br />
INFORME DE MERCADO<br />
Após ter se alastrado pelo mundo e<br />
causado vítimas por todas as partes, o vírus<br />
SARS-CoV-2 sofreu mutações genéticas.<br />
Assim como qualquer outro vírus, essas<br />
alterações são muito comuns e algumas<br />
delas podem gerar uma nova linhagem<br />
do vírus, que passa a circular com novas<br />
particularidades. É comum, também, que<br />
ocorram processos de microevolução e<br />
pressões seletivas sobre os vírus, havendo<br />
assim, mutações adicionais, das quais<br />
nascem as novas linhagens.<br />
O gerente-geral do laboratório DB<br />
Molecular, Dr. Nelson Gaburo, explica<br />
que é a partir desse momento que o<br />
vírus se caracteriza como uma variante.<br />
“Algumas dessas mutações podem ocasionar<br />
alterações clínicas relevantes, como maior<br />
transmissibilidade ou maior gravidade da<br />
doença”, diz. Nesses casos, a variante é<br />
intitulada VOC (Variant of Concern), ou seja,<br />
as famosas variantes de preocupação.<br />
Devido à capacidade de mutação dos<br />
vírus, aqui no Brasil, desde o ano 2000,<br />
o Ministério da Saúde orienta que seja<br />
feito o sequenciamento genético de parte<br />
das amostras coletadas para os exames<br />
dedicados aos vírus respiratórios. “Essa<br />
parcela de amostras que analisamos por<br />
sequenciamento são as que apresentaram<br />
resultado já positivo por RT-PCR e faz<br />
parte da rotina de vigilância. Dessa forma,<br />
conseguimos quantificar e qualificar a<br />
diversidade genética viral circulante do<br />
Brasil. As mutações genéticas encontradas<br />
no SARS-CoV-2 podem trazer informações<br />
importantes sobre o decorrer da pandemia,<br />
já que pode ser indicativo de maior potencial<br />
de infectividade”, complementa o Dr. Nelson.<br />
Os exames de vigilância não são métodos<br />
que podem ser utilizados para o diagnóstico<br />
confirmatório laboratorial, em casos<br />
suspeitos da infecção. Ou seja, para que o<br />
indivíduo possa saber se está ou não com<br />
Covid-19, a melhor recomendação ainda é o<br />
exame molecular, padrão ouro, RT-PCR.<br />
Mais recentemente, com as informações de<br />
possíveis variantes do SARS-CoV-2, o Ministério<br />
da Saúde recomenda que estados e municípios<br />
ampliem o sequenciamento de rotina. “Aqui no<br />
DB Molecular, temos dois principais exames que<br />
colaboram com esse controle junto ao Ministério<br />
da Saúde. O exame de Sequenciamento Genômico<br />
do Vírus SARS-CoV-2 (SGCOV), que avalia se o<br />
vírus tem mutações em seu material genético<br />
que caracterize uma cepa variante. E o teste<br />
de Identificação das Variantes de Preocupação<br />
e da Variante P2 (IVAR), que identifica as<br />
VOCs. Ambos são realizados em amostras com<br />
resultado de RT-PCR positivo”, explica o gerente.<br />
O Dr. Nelson reforça também que os cuidados<br />
tomados como distanciamento social, uso<br />
de máscara e higienização das mãos, devem<br />
continuar. “É fundamental que todos entendam<br />
que o sequenciamento genético não modifica o<br />
diagnóstico. Isto é, o tratamento ou qualquer<br />
medida adotada diante da Covid-19 deve ser<br />
mantida. O sequenciamento do vírus é uma<br />
estratégia utilizada para monitoramento do<br />
genoma de micro-oganismos circulantes e como<br />
estes interagem com o seu hospedeiro”, finaliza.<br />
O DB Molecular é um laboratório especializado<br />
em exames genéticos e molecular. Desde o início<br />
da pandemia, atende à demanda social com<br />
exames de diagnóstico e vigilância, colaborando<br />
para o enfrentamento da pandemia.<br />
DB Molecular<br />
R. Cardoso de Almeida, 1460<br />
Perdizes - São Paulo/SP<br />
www.dbmolecular.com.br<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 135
INFORME DE MERCADO<br />
GREINER BIO-ONE ETRACK: UM APLICATIVO DE<br />
RASTREABILIDADE QUE AGREGA CONFORMIDADE E<br />
CONTROLE AO PRÉ-ANALÍTICO.<br />
GARANTIA DE RASTREABILIDADE PARA ASSEGURAR TOTAL CONTROLE DOS MATERIAIS<br />
Grandes avanços e várias inovações<br />
tecnológicas estão relacionadas com o<br />
nosso dia-a-dia e presentes nas relações<br />
sociais, ambientes de trabalho, lazer e rotina<br />
contemporânea, que na maioria das vezes<br />
nem percebemos. Visando convergir estas<br />
tecnologias para oferecer total assistência à<br />
saúde, a Greiner Bio-One vem desenvolvendo<br />
aplicações e sistemas dedicados a atender<br />
todas as necessidades de nossos parceiros.<br />
A norma ISO 15189, prevê a rastreabilidade<br />
total dos insumos e materiais utilizados nos<br />
processos de exames médicos de pacientes,<br />
estando os procedimentos pré-analíticos de<br />
coleta de amostras biológicas inserido nesta<br />
exigência de rastreabilidade.<br />
Devido à está exigência normativa ao<br />
setor da saúde, foram avaliadas todas as<br />
tecnologias existentes e, como nenhuma<br />
delas apresentava uma solução prática e<br />
eficaz que suprisse tal necessidade dos<br />
nossos parceiros, a Greiner Bio-One, como<br />
parceira e provedora de soluções tecnológicas<br />
integradas, desenvolveu o Greiner Bio-One<br />
eTrack, um aplicativo com conceito simples,<br />
que visa o baixo custo de implementação e<br />
facilidade no uso, em total conformidade e<br />
atendimento a norma.<br />
Disponível para o uso em qualquer dispositivo<br />
móvel, torna sua implementação mais fácil,<br />
uma vez que seu download pode ser efetuado<br />
das lojas virtuais disponíveis nos sistemas<br />
operacionais de qualquer smartphone ou tablet<br />
comercializado no mercado.<br />
Sendo seu desenvolvimento voltado para o<br />
uso na rotina de coleta, o aplicativo Greiner<br />
Bio-One eTrack é autoexplicativo e intuitivo<br />
ao usuário, com uma interface simples<br />
sem gerar grandes impactos na rotina de<br />
coleta, além da redução dos custos por nãoconformidades,<br />
proporcionando total gestão<br />
do processo e uso dos materiais.<br />
Dentre suas funcionalidades estão o<br />
monitoramento do item utilizado, com lote e<br />
validade, não permitindo o uso de materiais<br />
com prazo de validade expirado, pois informa ao<br />
usuário no instante de sua leitura. O aplicativo<br />
também pode gerar automaticamente a<br />
sequência da ordem de coleta, de acordo com<br />
os exames solicitados para o paciente, evitando,<br />
assim, possíveis problemas nos resultados<br />
devido a interferência ou contaminação<br />
cruzada da amostra. O gestor também pode<br />
verificar o quantitativo de materiais utilizados<br />
em cada processo de coleta, controlando assim<br />
sua eficácia.<br />
Com a flexibilidade de várias configurações<br />
de fluxo de trabalho utilizando dispositivos<br />
móveis, o Greiner Bio-One eTrack pode rastrear<br />
até as coletas domiciliares, padronizando todo<br />
o processo, independentemente do local.<br />
O uso do Greiner Bio-One eTrack na<br />
rotina de coleta, resulta na implementação<br />
das melhores práticas e atendimento<br />
normativo, redução significativa dos desvios<br />
de qualidade e possibilidade da gestão<br />
completa de todo o processo.<br />
Leia o QR Code para saber mais sobre o<br />
aplicativo, ou entre em contato pelo e-mail:<br />
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Para mais informações:<br />
Departamento de Marketing<br />
T: +55 19 3468 9600<br />
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0 136<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
INFORME DE MERCADO<br />
PENSABIO E MGI<br />
UMA PARCERIA CRIADA PARA O SUCESSO<br />
A MGI está presente em 50 países e concentra<br />
seus esforços no desenvolvimento de tecnologias<br />
para automação e sequenciamento de DNA e RNA,<br />
atuando em diversas áreas do conhecimento e nos<br />
mais variados mercados, desde pesquisa científica,<br />
agricultura até diagnóstico molecular e medicina<br />
de precisão. Suas plataformas incluem sistemas<br />
robotizados para automação de diversas rotinas de<br />
laboratório, extração e preparo de bibliotecas, além<br />
dos sequenciamento de DNA de nova geração.<br />
A MGI iniciou sua parceria com a Pensabio no<br />
final de 2020 e trouxe para o mercado brasileiro<br />
as novidades tecnológicas da MGI, além de novas<br />
possibilidades de negócios. Desta forma, já contamos<br />
com um significativo parque instalado e 2 equipes de<br />
especialistas e engenheiros no Brasil para atender a<br />
diversificada demanda do mercado brasileiro.<br />
Os sequenciadores G50 e G400 estão rodando<br />
em laboratórios pelo Brasil e têm sido usados como<br />
ferramenta para o diagnóstico e determinação de<br />
novas variantes de SARS-CoV-2. Com soluções<br />
adaptáveis e flexíveis, os equipamentos podem<br />
ser usados para sequenciamento de baixo, médio<br />
e alto volume de amostra, e aplicados para<br />
transcriptoma, exoma, genoma, sequenciamento<br />
de microrganismos, painel germinativo ou somático,<br />
análise de NIPT e de CNV, entre outras.<br />
Entre em contato conosco para conhecer<br />
mais e melhor sobre as soluções da MGI.<br />
Site: www.pensabio.com.br<br />
E-mail: comercial@pensabio.com.br<br />
Telefone: +55 (11) 3868-6500<br />
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produtos para o mercado diagnóstico: Linha<br />
completa para coleta de sangue, coleta e<br />
análise de amostras, curativos e antissepsia,<br />
manipulação de líquidos, descartáveis, testes,<br />
microscopia e equipamentos que atendem a<br />
rigorosos padrões de qualidade.<br />
Com atendimento diferenciado, coloca<br />
à disposição dos clientes uma equipe de<br />
consultores de vendas especializados, que<br />
prezam por um atendimento personalizado<br />
e humano. Além disso, conta com soluções<br />
digitais, permitindo que os compradores<br />
interajam de forma rápida e segura, seja via<br />
WhatsApp ou diretamente pelo Portal de<br />
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0 138<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
MOBIUS LANÇA TESTE MOLECULAR PARA SARAMPO<br />
O sarampo é uma doença viral, infecciosa<br />
aguda, transmissível e extremamente<br />
contagiosa. É uma doença grave principalmente<br />
em crianças menores de cinco anos de idade,<br />
pessoas desnutridas e imunodeprimidas.<br />
Desde 2018 o sarampo voltou a ser motivo de<br />
preocupação no Brasil, quando ocorreram dois<br />
surtos nos estados de Roraima e Amazonas. Em<br />
2020, 21 estados brasileiros tiveram casos de<br />
sarampo. Destes, 17 interromperam a cadeia de<br />
transmissão, mas quatro mantém o surto: Pará,<br />
Rio de Janeiro, São Paulo e Amapá.<br />
A baixa cobertura vacinal é apontada como<br />
principal causa para a doença ter retornado<br />
ao país: a meta de vacinação contra o sarampo<br />
é de 95%, mas em 2017 a cobertura foi de<br />
apenas 84,9% na primeira dose e de 71,5% na<br />
segunda, de acordo com o Ministério da Saúde.<br />
Kit Master XGEN Sarampo<br />
Atenta aos últimos surtos apresentados no<br />
país, a Mobius Life Science está lançando o kit<br />
XGEN Master Sarampo (Anvisa: 82020460001),<br />
teste molecular que realiza a identificação<br />
quantitativa do vírus do sarampo.<br />
Por meio de amostras de soro e urina, é<br />
realizada a detecção do material genético do<br />
vírus do sarampo pela metodologia de PCR em<br />
tempo real. O kit é compatível com automações,<br />
consulte a equipe comercial da Mobius para<br />
mais detalhes.<br />
Contato:<br />
comercial@mobiuslife.com.br<br />
0800 710 1850<br />
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INFORME DE MERCADO<br />
LOGCARE COM MAIS DE 20 ANOS NO MERCADO DE<br />
SISTEMAS DE RASTREIO, ATUA COM EXCELÊNCIA NO<br />
AUXÍLIO DO TRANSPORTE DE MATERIAIS BIOLÓGICOS<br />
Os percursos realizados pelo material biológico<br />
retirado de clínicas e laboratórios são requeridos de<br />
avaliações extremamente restritas, é neste momento<br />
em que as coletas se tornam mais sensíveis pelo<br />
tempo da viagem e até mesmo por meio das<br />
oscilações de temperaturas nos compartimentos<br />
durante todo o transporte entre o ponto de coleta<br />
inicial até o ponto final de análise. O processo de<br />
transporte do material biológico sem a devida<br />
responsabilidade pode gerar diversos erros, entre<br />
eles a falha da análise, interferindo no resultado<br />
apresentado futuramente ao paciente.<br />
Os transportes de amostras de materiais<br />
biológicos fazem parte da fase pré-analítica,<br />
é neste momento em que se inicia a análise<br />
das amostras. O cuidado com a escolha da<br />
embalagem, acondicionamento do material e<br />
cumprimento das cautelas necessárias para o<br />
deslocamento são imprescindíveis para que o<br />
transporte seja concluído com excelência.<br />
É de responsabilidade dos laboratórios garantir<br />
qualidade e segurança nestes processos, para<br />
isso podem contar com a ajuda com serviços<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
auxiliares como o LogCare, disponibilizado<br />
pela MPSystems do Brasil, que oferece uma<br />
plataforma extremamente qualificada, através<br />
desta excelência operacional, é possível realizar<br />
acompanhamento em tempo real de solicitações<br />
de coleta de material biológico, rastreamento do<br />
percurso do consultório ao centro de análises,<br />
obter informações sobre o transporte, além da<br />
redução de custos operacionais.<br />
Estamos disponíveis em nosso site:<br />
www.mpsystems.com.br,<br />
tels.: (11) 2985-7041, (11) 2979-6654, (11) 2973-1970 e<br />
e-mail: suporte@mpsystems.com.br<br />
Não deixe de nos contatar.<br />
0 139
INFORME DE MERCADO<br />
A EFICÁCIA DO ELISPOT NO DIAGNÓSTICO DA<br />
TUBERCULOSE LATENTE<br />
Somente em 2018, 10 milhões de pessoas<br />
desenvolveram a tuberculose (TB) mundialmente,<br />
sendo que aprox. 1,3 milhão de pessoas morrem<br />
anualmente devido a doença. Estima-se que em torno<br />
de um quarto da população mundial está infectada<br />
por Mycobacterium tuberculosis (MTB) – tornando-o<br />
o agente infeccioso número 1 do mundo.<br />
Apesar da dificuldade na detecção, para combater<br />
a TB com eficiência, não é suficiente tratar apenas os<br />
pacientes com a doença ativa, mas é fundamental,<br />
detectar e tratar a TB invisível, a infecção latente por<br />
tuberculose (ILTB).<br />
O sistema imunológico retém o MTB após<br />
a infecção dentro de um granuloma – sendo<br />
praticamente impossível detectá-lo sem o teste<br />
correto. No entanto, é possível produzir uma<br />
resposta imune contra o MTB e assim detectar<br />
quem tem a doença.<br />
Atualmente, há dois tipos de testes de<br />
ILTB que se baseiam na resposta imune para<br />
detectar a presença de MTB: a Prova Cutânea da<br />
Tuberculina (TST; também conhecida por Prova<br />
de Mantoux ou Derivado Proteíco Purificado =<br />
PPD) e o Ensaio de Liberação de Interferongama<br />
(IGRA).<br />
No método de IGRA, o diagnóstico da ILTB é feito<br />
por meio da identificação das células T efetoras<br />
especificas do MTB a partir da amostra de sangue<br />
in vitro. Os testes são feitos no laboratório, o paciente<br />
necessita comparecer apenas uma vez e o resultado<br />
não é afetado pela vacinação BCG.<br />
Para garantir a eficiência na detecção de ILTB,<br />
a EUROIMMUN disponibiliza o novo kit T-SPOT.<br />
TB. É o único IGRA que utiliza um método<br />
simplificado ELISPOT (Ensaio de Imunoadsorção<br />
Ligado a Enzima em Pontos).<br />
Ao contrário dos ELISAs, os resultados do teste de<br />
T-SPOT.TB podem ser visualizados diretamente, sem<br />
ter que recorrer a interpretação de curvas padrão,<br />
garantindo a máxima segurança dos resultados. Um<br />
número pequeno de células, que libera uma grande<br />
quantidade de IFN-gama, não produz um resultado<br />
falso positivo, e mesmo pontos (spots) fracos (p.ex.<br />
em caso de diminuição da função da célula) podem<br />
ser contados. Além disso, o teste apresenta menor<br />
variabilidade, pois a amostra é coletada em um<br />
único tubo padrão.<br />
O teste T-SPOT.T padroniza o número de células<br />
e elimina fatores séricos que podem afetar<br />
negativamente o resultado dos testes, tornando-o,<br />
assim, o mais sensível e o mais específico teste<br />
para detecção da TB.<br />
O teste possibilita um diagnóstico rápido e<br />
confiável e um tratamento precoce da infeção em<br />
qualquer grupo de pacientes, inclusive pacientes<br />
imunossuprimidos.<br />
Por equipe EUROhub,<br />
Hub de geração e disseminação do saber<br />
científico da EUROIMMUN Brasil<br />
0 140<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
INFORME DE MERCADO<br />
DIGITALIZAÇÃO E REVISÃO REMOTA DE ASPIRADOS DE<br />
MEDULA ÓSSEA: CELLAVISION DC-1<br />
O novo analisador da CellaVision DC-1 conta<br />
com todos os recursos dos já consagrados<br />
analisadores digitais CellaVision DM9600 e<br />
DM1200: pré-classificação da série branca e<br />
pré-caracterização dos eritrócitos utilizando<br />
a inteligência artificial no reconhecimento<br />
morfológico destas células.<br />
Uma função ainda pouco explorada destes<br />
analisadores é a função scan, capaz de digitalizar<br />
campos selecionados de uma lâmina para<br />
sua posterior análise. Sua utilidade merece<br />
destaque, sobretudo quando a utilizamos para<br />
a análise remota de preparados de aspirados de<br />
medula óssea, onde uma lâmina é escaneada<br />
em um laboratório, mas sua análise é realizada<br />
remotamente, permitindo a revisão e a colaboração<br />
entre colegas em laboratórios afiliados.<br />
Embora a função scan ainda não realize<br />
a pré-classificação dos tipos celulares<br />
da medula óssea, ela digitaliza os campos de<br />
interesse em altíssima resolução, permitindo<br />
sua análise remota com detalhes incríveis de<br />
morfologia, tais como detalhes de cromatina,<br />
contorno nuclear e de cromasia. Esta função é<br />
particularmente interessante para laboratórios<br />
que possuem diferentes filiais espalhadas pelo<br />
país ou até mesmo aqueles que terceirizam o<br />
serviço para laboratórios parceiros.<br />
Todos os analisadores CellaVision já<br />
possuem a função scan instalada como<br />
padrão, incluída no software de fábrica e é<br />
capaz de digitalizar qualquer tipo de lâmina,<br />
seja ela de sangue periférico, aspirado de<br />
medula, Gram, biópsias ou citologia oncótica<br />
de raspados ou líquidos biológicos.<br />
Para maiores informações acesse:<br />
www.cellavision.com<br />
Contato:wagner.miyaura@cellavision.com<br />
0 142<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
SMART COLORAC MATCH: OTIMIZANDO A<br />
PRODUTIVIDADE DO SEU LABORATÓRIO<br />
INFORME DE MERCADO<br />
O equipamento Celltac G (MEK-9100) da Nihon Kohden conta com o Sistema “Smart ColoRac<br />
Match”, que auxilia na rápida localização de amostras clinicamente alteradas e tubos cujo código de<br />
barras não pôde ser lido, usando a exclusiva codificação através de racks coloridas que são associadas ao<br />
programa gerenciador de dados do Celltac G.<br />
Após finalizar a análise e eliminar a rack através da bandeja de saída, estas são espelhadas no sistema<br />
do equipamento, favorecendo a rápida identificação e localização do tubo, para posterior ação por parte<br />
do usuário (Figura 1):<br />
Este sistema exclusivo “Smart ColoRac Match” orienta o usuário, aumentando a eficiência do<br />
laboratório sem investimento extra, sem aumento de espaço e sem necessidade de treinamento especial<br />
para o operador. O Smart ColoRac Match definitivamente maximiza a produtividade do seu laboratório,<br />
proporcionando resultados mais rápidos e precisos.<br />
Opte pela melhor tecnologia<br />
para o seu laboratório!<br />
Opte por Equipamentos<br />
Hematológicos Celltac<br />
da Nihon Kohden!<br />
NIHON KOHDEN DO BRASIL LTDA<br />
Rua Diadema, 89 1° andar CJ. 11 a 17 - Bairro Mauá<br />
São Caetano do Sul - SP - CEP 09580-670, Brasil<br />
Contato: +55 11 3044-1700 - FAX: + 55 11 3044-0463<br />
E-mail: fabio.jesus@nkbr.com.br<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 143
INFORME DE MERCADO<br />
GASOMETRIA SARSTEDT: CONFIABILIDADE NO APOIO<br />
DO TRATAMENTO CLÍNICO DE COVID-19<br />
Durante a pandemia da COVID-19, o time da<br />
SARSTEDT se viu diante do desafio de intensificar<br />
ainda mais a qualidade de suas logísticas de<br />
produção e venda, no intuito de aproveitar as<br />
O produto Gasometria ganhou força, e ainda<br />
mais espaço, uma vez que é utilizado como apoio<br />
diagnóstico do paciente com COVID-19.<br />
O treinamento de distribuidores e clientes, a<br />
persistência e agilidade no atendimento, assim<br />
como o comprometimento da produção na matriz<br />
alemã, foram alguns dos pontos essenciais para o<br />
oportunidades surgidas diante este momento<br />
desafiador para todo o mundo.<br />
De uma perspectiva positiva, o desenvolvimento<br />
de novos negócios se mostrou frutífero, e um grande<br />
trabalho dedicado, junto aos hospitais e laboratórios<br />
brasileiros, especialmente os que ainda não eram<br />
clientes da empresa no Brasil, foi realizado.<br />
“Desenvolvemos um grande trabalho,<br />
especialmente nas empresas e institutos onde<br />
não tínhamos tanta penetração, e o resultado foi<br />
um sucesso, uma vez que conseguimos suprir as<br />
necessidades emergenciais dos clientes”, conta<br />
a executiva de vendas da SARSTEDT Brasil,<br />
Michele Fachini.<br />
êxito desta missão.<br />
Converse com a gente:<br />
Assessoria Científica<br />
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Assessoria Comercial<br />
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VIDA BIOTECNOLOGIA, SOLUÇÃO EM POINT OF CARE<br />
A qualidade e pioneirismo da Vida Biotecnologia<br />
é constantemente ressaltada pelas<br />
ações que demonstram sua força e seu posicionamento<br />
no mercado.<br />
E mais uma vez a empresa que atua no seguimento<br />
de diagnóstico sai na frente, ampliando<br />
seu portfólio e levando para o mercado<br />
soluções em testes rápidos para auxiliar<br />
o diagnóstico médico.<br />
Esse lançamento se baseia nos produtos conhecidos<br />
como Point Of Care, testes no ponto<br />
de atendimento em um português claro.<br />
A Vida Biotecnologia conta hoje com 16<br />
parâmetros já autorizados pela Anvisa, que<br />
inclui: PCR, Procalcitonina, PSA, Troponina<br />
I, NTproBNP, CKMB, Mioglobina, D-Dímero,<br />
TSH, T4, BHCG, Covid IgG / IgM, Covid Antígeno,<br />
Influenza AB, RSV, HbA1C.<br />
Mas diante do seu compromisso, a empresa tem<br />
a perspectiva de registrar mais 37 parâmetros para<br />
ainda este ano, dentre eles: FOB , Dengue IgG, Dengue<br />
Ns1, Strep, Vitamina D, HIV entre outros.<br />
A empresa reforça a relação com seus clientes e<br />
parceiros pensando sempre a frente, levando soluções<br />
que auxiliam e contribuem para a saúde de todos.<br />
Para mais informações sobre a linha Point of care,<br />
procure os distribuidores autorizados em sua região<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
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de hemostasia.<br />
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Atendem essas expectativas diárias devido aos seus recursos exclusivos:<br />
• Versão de tubo fechado opcional e identificação positiva do tubo durante a<br />
amostragem para um gerenciamento mais seguro do tubo.<br />
• Controle de volume contínuo para gerenciamento de reagente ideal<br />
• Controle dinâmico da curva de medição e alarmes analíticos para resultados<br />
verificados, proporcionando facilidade de operação e atendendo às demandas de<br />
saúde e segurança<br />
Possuem ainda:<br />
• Software em português<br />
• Interface amigável<br />
• Status de exibição em tempo real<br />
• Reagentes pré-calibrados e prontos para uso.<br />
• Oito canais de medição<br />
• Três metodologias de análise iguais aos equipamentos semiautomatizados<br />
• Capacidade de carregamento de 158 amostras<br />
• Velocidade de até 170 TP/hr.<br />
• Manutenção mínima<br />
• Rastreabilidade total de amostras e reagentes<br />
• Cubetas descartáveis de reação única (compatível com toda linha)<br />
• Contempla todo perfil de testes de hemostasia.<br />
• Mesmo reagentes e consumíveis que os equipamentos semi-automatizados.<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
INFORME DE MERCADO<br />
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gerenciamento de dados avançado e<br />
excelente precisão.<br />
O cartucho do biossensor de polímero<br />
substituível do analisador EC 90 possui uma<br />
longa durabilidade que torna este instrumento<br />
o sonho de todos os laboratórios clínicos.<br />
O analisador é de fácil utilização e seu<br />
software integrado ajuda a eliminar qualquer<br />
um dos erros cometidos por analisadores de<br />
eletrólitos tradicionais.<br />
O EC 90 é um analisador compacto que<br />
se adapta a qualquer laboratório clínico e é<br />
capaz de medir íons de sódio (Na +), potássio<br />
(K +), cloreto (Cl-) e cálcio ionizado (iCa2+)<br />
Os cartuchos “all-in-one” atendem a<br />
qualquer tamanho de laboratório, uma vez<br />
que eles incluem os reagentes e o biossensor<br />
e estão disponíveis em três tamanhos de kit<br />
diferentes: pequeno, médio e grande, capazes<br />
de realizar 500, 1.000 e 3.000 medições de<br />
amostra, respectivamente, com uma vida útil<br />
após a sua abertura de três meses.<br />
POR QUE ESCOLHER ERBA MANNHEIM<br />
A linha de Eletrólitos foi projetada para<br />
ser fácil de utilizar, eficiente na operação e<br />
extremamente confiáveis.<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
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É possível trabalhar com hematologia de 3 partes<br />
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INFORME DE MERCADO<br />
O BC-20 da Mindray é compacto, eficiente e com<br />
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remove erros operacionais automaticamente e<br />
executa manutenções com apenas um clique,<br />
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Incrível capacidade de armazenamento de 100.000<br />
dados oferece uma solução sem preocupações para<br />
o gerenciamento de dados dos pacientes.<br />
Especificações técnicas:<br />
• 20 parâmetros + 3 histogramas (WBC, RBC e PLT);<br />
• Volume de amostra: 9µL (sangue total) e 20µL<br />
(pré-diluição) - Ideal para pediatria;<br />
• Apenas 2 reagentes de uso e 1 reagente de manutenção;<br />
• 40 amostras/hora;<br />
• Impressora térmica com diversos formatos de impressão;<br />
• Dimensões: 410 x 300 x 400 (mm);<br />
• Peso: ≤20kg;<br />
• Tela colorida sensível ao toque de 10,4 polegadas;<br />
• 4 portas USB - para impressora externa, atualização de<br />
software, upload de informações de CQ e calibradores,<br />
leitor de código de barras, teclado e mouse;<br />
• Porta LAN suporta protocolo HL7;<br />
• LIS Bi-direcional<br />
Desempenho:<br />
Parâmetro Faixa Linearidade Precisão (CV%) Arraste<br />
WBC (10/L) 0-100 ≤3.5% (4.0-6.9) ≤0.5%<br />
≤2.0% (7.0-15.0)<br />
RBC (10/L) 0-8.00 ≤2.0% (3.5-6.5) ≤0.5%<br />
HGB (g/L) 0-280 ≤1.5% (100-180) ≤0.5%<br />
VCM (fL) ≤1.0% (70.0-110.0) ≤0.5%<br />
PLT (10/L) 0-1000 ≤5.0% (100-500) ≤1.0%<br />
Contato: Roney Caetano<br />
Gerente de Vendas - IVD<br />
E-mail: r.caetano@mindray.com<br />
Mobile/WhatsApp: +55 11 96403 2821<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 149
INFORME DE MERCADO<br />
ESCOLHA A CÂMARA IDEAL PARA O SEU LABORATÓRIO<br />
A escolha da câmara de armazenamento ou<br />
transporte para o seu laboratório é essencial, e o<br />
equipamento correto pode tornar tudo mais fácil, e<br />
até mesmo automatizado.<br />
Além de variações na temperatura, oscilações de<br />
energia, o laboratório também pode sofrer outros Meio Rugai Modificado<br />
contratempos. Por O isso, meio opcionais de identificação específicos com presuntiva de bacilos intestinais gram negativos, atualmente<br />
tecnologia da Elber conhecido Medical foram como criados Rugai, para foi inicialmente proposto por Rugai e Araújo em 1968 com a intenção<br />
atender suas necessidades de eliminar e manter falhas a câmara existentes com nos meios similares até então utilizados. O meio baseava-se nas<br />
temperatura homogênea. reações de produção de Indol, L-triptofano desaminase (LTD), ácido ou ácido e gás de glicose e<br />
sacarose, uréase, produção de H2S e aspecto bacteriano.<br />
- Elber SIS: com Em este 1972, sistema Pessoa você pode e Silva acessar desenvolveram<br />
- Sistema de<br />
um<br />
emergência:<br />
meio que<br />
Bateria<br />
possibilitou<br />
recarregável<br />
a pesquisa<br />
serviço,<br />
da<br />
o equipamento<br />
motilidade<br />
para<br />
e<br />
armazenamento deve<br />
todas as informações da descarboxilação e gráficos emitidos da pela lisina concomitantemente adicionada para permitir autonomia com as total reações da câmara obtidas ser no escolhido meio com clássico muito cuidado.<br />
câmara remotamente Rugai por e smartphones, Araújo. tablets e de 6 a 72 horas, em caso de queda de energia<br />
outros. Permite também suporte técnico remoto convencional.<br />
Conheça um pouco mais sobre a Elber Medical<br />
Assim, em um só tubo, pode-se verificar a produção de Indol, desaminação do L-triptofano,<br />
para ajustes de programação e configuração.<br />
e nossa tecnologia:<br />
fermentação ou não de glicose e sacarose, produção de gás, produção de H2S, hidrólise da<br />
ureia, descarboxilação da lisina<br />
Esses<br />
e motilidade,<br />
e outros serviços<br />
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O meio Rugai<br />
realizar chamadas substitui telefônicas provas sempre de que glicose, a o sacarose, melhor atendimento lisina, motilidade, para o seu indol, cliente. ureia, Até L-triptofano, H2S, gás,<br />
temperatura atingir além níveis de substituir fora do especificado, o meio amplamente porque, o principal utilizado objetivo EPM-MILI. de um laboratório é<br />
ocorrer falta de energia ou a porta da câmara proporcionar um serviço seguro e eficiente para a<br />
A Renylab ao longo de anos de pesquisas e melhorias, desenvolveu o Meio Rugai modificado<br />
ficar aberta. que apresenta maior facilidade<br />
sociedade.<br />
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MEIO RUGAI MODIFICADO<br />
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intestinais gram negativos, atualmente conhecido<br />
como Rugai, foi inicialmente proposto por Rugai e<br />
Araújo em 1968 com a intenção de eliminar falhas<br />
existentes nos meios similares até então utilizados. O<br />
meio baseava-se nas reações de produção de Indol,<br />
L-triptofano desaminase (LTD), ácido ou ácido e gás<br />
de glicose e sacarose, uréase, produção de H2S e<br />
aspecto bacteriano.<br />
A Renylab ao longo de anos de pesquisas e<br />
melhorias, desenvolveu o Meio Rugai modificado<br />
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Em 1972, Pessoa e Silva desenvolveram um meio<br />
que possibilitou a pesquisa da motilidade e da<br />
descarboxilação da lisina concomitantemente com<br />
as reações obtidas no meio clássico Rugai e Araújo.<br />
Assim, em um só tubo, pode-se verificar a<br />
produção de Indol, desaminação do L-triptofano,<br />
fermentação ou não de glicose e sacarose,<br />
produção de gás, produção de H2S, hidrólise da<br />
ureia, descarboxilação da lisina e motilidade,<br />
tornando mais rápida e simples a identificação<br />
das enterobactérias, com consequente economia e<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
EXTRAÇÃO AUTOMATIZADA DE ÁCIDOS NUCLEICOS<br />
A Biomedica, empresa que atua no segmento<br />
médico desde 1996, traz ao Brasil com exclusividade<br />
uma solução inovadora para automatizar processos<br />
de diagnóstico molecular, ampliando seu portfólio de<br />
produtos de extração viral.<br />
A extração automatizada com os equipamentos de<br />
extração, MAELSTROM 4800 e MAELSTROM 9600,<br />
possui tecnologia patenteada de homogeneização<br />
por rotação Maelstrom. Essa técnica conta com um<br />
manuseio revolucionário das beads magnéticas. Os<br />
produtos TANBead Maelstrom 4800 e Maelstrom 9600<br />
incorporam essa nova tecnologia e oferece o melhor<br />
desempenho para aplicação no diagnóstico molecular e<br />
ciências da vida. A série Maelstrom é aprovada pelo FDA<br />
e CE, e suas patentes são concebidas no Canadá, China,<br />
EUA, EU, Coréia, Japão e Taiwan.<br />
Além do equipamento, a Biomedica oferece o kit<br />
de Extração Ácidos Nucleicos, OptiPure Viral DNA/<br />
RNA e outros materiais biológicos direcionado ao<br />
diagnóstico e pesquisa clínica. O produto é destinado<br />
a extração e purificação de DNA/RNA viral a partir de<br />
materiais biológicos, como: SWAB nasofaríngeo, BAL,<br />
aspirado nasofaríngeo, soro, plasma, LCR, urina e outro<br />
direcionado ao diagnóstico e pesquisa clínica. Os ácidos<br />
nucleicos purificados podem ser analisados por PCR em<br />
tempo real e sequenciamento de próxima geração.<br />
O diagnóstico molecular está crescendo cada vez mais e<br />
usam técnicas da biologia molecular para identificar doenças<br />
infecciosas, doenças hereditárias, câncer, entre outros.<br />
Em cooperação com fabricantes internacionais de<br />
produtos e insumos voltados à alta tecnologia e inovação,<br />
a Biomedica oferece também um amplo portfólio de<br />
soluções para a rotina de diagnostico molecular do seu<br />
laboratório, com teste real time RT-PCR, teste rápido<br />
antígeno, extração automatizada, além de swab floculado<br />
e extração manual de DNA/RNA.<br />
Sobre a Biomedica<br />
A Biomedica, uma empresa comprometida com o<br />
segmento da saúde há mais de 23 anos. Atuando no<br />
mercado com equipamentos e suprimentos de alta<br />
tecnologia e inovação que venham proporcionar a<br />
melhoria da qualidade de vida e saúde para as pessoas.<br />
Com isso, sempre atenta a tendências do futuro e trabalha<br />
com diagnóstico molecular e biologia molecular há mais<br />
de 4 anos, trazendo resultados de ponta para a população.<br />
Biomedica Equipamentos e Suprimentos LTDA.<br />
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CEP 71200-030<br />
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Email: contato@biomedica.com.br<br />
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INFORME DE MERCADO<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 151
INFORME DE MERCADO<br />
LC-MS / MS E ÁGUA ULTRAPURA - UMA PARCERIA<br />
ESSENCIAL PARA PESQUISA AMBIENTAL<br />
A grande variedade de aplicações envolvendo<br />
análise por cromatografia líquida -<br />
espectrometria de massa em tandem (LC-MS<br />
/ MS) tem pelo menos uma coisa em comum -<br />
todas usam água ultrapura (UPW).<br />
O LC-MS moderno não seria uma técnica tão<br />
poderosa se a Água UltraPura não fosse usada<br />
para minimizar as impurezas na preparação<br />
de amostras, padrões e brancos e para as fases<br />
móveis. Este conteúdo tem como objetivo<br />
lembrar o leitor da gama desses aplicativos LC-<br />
MS / UPW para estudar as funções e níveis de<br />
contaminantes no ambiente, tomando alguns<br />
exemplos de pesquisa usando água ultrapura dos<br />
modelos PURELAB Chorus 1.<br />
A contaminação das águas subterrâneas é<br />
geralmente considerada como proveniente<br />
da atividade humana, mas há uma série de<br />
toxinas que ocorrem naturalmente que podem<br />
contaminar as águas naturais. Duas dessas<br />
substâncias são o carcinógeno ptaquilosídeo<br />
e seu produto de degradação pterosina B. Em<br />
2016, Clauson-Kaas e sua equipe aumentaram<br />
a velocidade e a confiabilidade de um método<br />
para sua determinação em águas naturais<br />
usando extração em fase sólida e UPLC-MS<br />
/ MS. Loganin foi usado como um padrão<br />
interno e o ciclo total de execução pode ser<br />
reduzido para apenas 5 min. Os limites de<br />
detecção foram 8 e 4 ng / L, respectivamente.<br />
O tamponamento das amostras a pH 5,5<br />
com acetato de amônio antes do transporte<br />
melhorou significativamente as recuperações.<br />
Em um amplo estudo de pesticidas em<br />
fontes de água potável na Holanda, Rosa<br />
Sjerps et al.2 desenvolveu um método LC-<br />
MS / MS para 24 pesticidas recentemente<br />
autorizados, selecionados com base em<br />
sua mobilidade e persistência. 15 desses<br />
pesticidas foram detectados, incluindo sete em<br />
concentrações acima do padrão de qualidade<br />
da água potabilizada pela concessionária. Dois<br />
neonicotinóides foram encontrados nas maiores<br />
concentrações: acetamiprida (1,1 mg / L) e<br />
tiametoxame (0,4 mg / L). No geral, o estudo<br />
mostrou que os pesticidas são uma grande<br />
preocupação nas fontes de água potável na<br />
Holanda. Em um terço das áreas de captação, a<br />
concentração de pesticidas e / ou metabólitos<br />
excedeu os padrões de qualidade da água.<br />
A ocorrência de agrotóxicos recentemente<br />
autorizados em fontes de água potável<br />
demonstrou a importância de manter atualizados<br />
os métodos de monitoramento de rotina.<br />
A benzisotiazolinona é usada em produtos<br />
cosméticos (por exemplo, enxaguante para as<br />
mãos, protetor solar, desodorizadores) como<br />
conservante e em escala industrial como biocida<br />
em edifícios (para matar fungos em telhados<br />
e edifícios), bem como conservante em tintas<br />
e produtos de limpeza . Seu uso generalizado<br />
resulta inevitavelmente em sua presença<br />
no meio ambiente. Vargas3 investigou sua<br />
fotodegradação em água que produziu quatorze<br />
produtos e elucidou suas estruturas usando GC-<br />
MS, FT-ICR-MS e LC-MS / MS. Dados de LD50 de<br />
rato oral foram usados para avaliar a toxicidade.<br />
Os fotoprodutos com grupo fenólico ou sulfino<br />
foram mais tóxicos que a benzisotiazolinona.<br />
Entre em contato conosco para mais informações:<br />
watertech.marcom.latam@veolia.com<br />
Referências:<br />
1. UPLC-MS/MS determination of ptaquiloside and pterosin B in<br />
preserved natural water Frederik Clauson-Kaas, Hans Christian Bruun<br />
Hansen & Bjarne W. Strobel Analytical and Bioanalytical Chemistry<br />
volume 408, pages7981–7990(2016)<br />
2. Occurrence of pesticides in Dutch drinking water sources Rosa<br />
M A Sjerps, Pascal J F Kooij, Arnaut van Loon, Annemarie P Van<br />
Wezel Chemosphere 2019 Nov. 235:510-518. doi: 10.1016/j.<br />
chemosphere.2019.06.207.<br />
3. Photodegradation of benzisothiazolinone: Identification and<br />
biological activity of degradation products Zsuzsanna Varga, Edith<br />
Nicol, Stéphane Bouchonnet Chemosphere Volume 240, February<br />
2020, 124862<br />
Sobre a Veolia<br />
O grupo Veolia é a referência mundial em gestão<br />
otimizada dos recursos. Presente nos cinco<br />
continentes com quase 179000 assalariados, o<br />
Grupo concebe e implementa soluções para a gestão<br />
da água, dos resíduos e da energia, que fomentam<br />
o desenvolvimento sustentável das cidades e das<br />
indústrias. Com suas três atividades complementares,<br />
Veolia contribui ao desenvolvimento do acesso aos<br />
recursos, à preservação e renovação dos recursos<br />
disponíveis.<br />
Em 2019, o grupo Veolia trouxe água potável<br />
para 98 milhões de habitantes e saneamento<br />
para 67 milhões, produziu cerca de 45 milhões de<br />
megawatt/hora e valorizou 50 milhões de toneladas<br />
de resíduos. Veolia Environnement (Paris Euronext :<br />
VIE) realizou em 2019 um faturamento consolidado<br />
de 27,189 bilhões de euros. www.veolia.com<br />
Veolia Water Technologies Brasil - Media Relations<br />
Rafaela Rodrigues<br />
Tel. +55 11 3888-8782<br />
rafaela.rodrigues@veolia.com<br />
0 152<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
INFORME DE MERCADO<br />
LABORATÓRIO SODRÉ FAZ INVESTIMENTO DE 23 MILHÕES<br />
Aumento na demanda do exame toxicológico gera<br />
criação de centenas de novos empregos<br />
Um dos maiores líderes do mercado brasileiro em<br />
exames toxicológicos de larga janela de detecção, o<br />
Laboratório Sodré realizou investimentos da ordem de<br />
23 milhões de reais em equipamentos de última geração,<br />
tecnologia digital e adequação na estrutura física com<br />
foco em aumentar a capacidade de produção frente a<br />
nova demanda do seguimento toxicológico que deverá<br />
ser aproximadamente, 500% maior até o final de 2021.<br />
Foram abertas centenas de novas vagas de emprego<br />
direto e indiretamente no setor de toxicologia.<br />
O Laboratório Sodré é um dos primeiros laboratórios<br />
no segmento toxicológico, cumprindo as exigências do<br />
DENATRAN com escopo certificado pela ISO IEC 17025<br />
Forense e CAP Accreditation. Dispõe de inteligência logística e<br />
operacional de extrema eficiência. Proporciona um diferencial<br />
competitivo de agilidade e confiabilidade aos seus mais de<br />
2.000 Laboratórios credenciados por todo o Brasil.<br />
Presente no mercado há mais 37 anos, o Laboratório Sodré<br />
se destaca por apresentar cada vez mais soluções que facilitam<br />
o dia a dia dos seus pacientes e credenciados. No primeiro<br />
semestre de 2021, o laboratório registrou um crescimento<br />
de 400% em volume de exames de larga janela de detecção<br />
batendo o recorde no número de exames realizados.<br />
NTO<br />
O NTO - Núcleo Tecnológico Operacional do Sodré é um<br />
dos maiores e mais moderno do país, com tecnologia de<br />
ponta composto por mais de 15 equipamentos específicos<br />
para o setor de toxicologia, com sistemas de cromatografia<br />
líquida de alta eficiência (HPLC), cromatografia líquida de<br />
ultra performance e espectrometria de massas do tipo<br />
Tandem quadruplo, além de todo o sistema de automação<br />
no preparo das amostras.<br />
O NTO, conta com uma área de 2.500m², cerca de 25.000², de preservação ambiental.<br />
O Sodré adquiriu no último mês equipamentos<br />
modernos com a capacidade de entregar os resultados<br />
dos exames em questão de segundos, “o nosso NTO,<br />
conta com que há de mais moderno no mercado, a nossa<br />
metodologia é destaque na área laboratorial. Em linha<br />
com as grandes tecnologias, o Laboratório Sodré trabalha<br />
com equipamentos que possuem sistema de ponta,<br />
que oferece confiabilidade nos resultados, agilidade nas<br />
respostas e aumento da produtividade”, explica Angela De<br />
Pietro, diretora Técnica.<br />
Nova Lei<br />
A Lei Federal 14.071/20, que entrou em vigor no dia 12<br />
de abril de 2021, já está regulamentada por meio da nova<br />
Resolução 843/2021 do CONTRAN – Conselho Nacional<br />
de Trânsito e aborda modificações no Código de Trânsito<br />
Brasileiro, dentre elas, a mudança em relação à validade<br />
do exame toxicológico, por meio do toxicológico periódico.<br />
A Lei determina que o exame toxicológico para<br />
motoristas deve ser realizado a cada 2 anos e meio (ou<br />
seja, 30 meses).<br />
A mudança na Lei do exame toxicológico é reflexo<br />
do bom resultado de anos de trabalho constante do<br />
CONTRAN e dos órgãos federais responsáveis em busca do<br />
aumento de segurança nas estradas brasileiras.<br />
A regulamentação do CONTRAN 843/2021, prevê ainda<br />
punição aos motoristas que descumprirem as mudanças<br />
determinadas pela nova Lei do exame toxicológico.<br />
O objetivo do exame toxicológico obrigatório é tornar as<br />
estradas cada vez mais seguras e ainda preservar a saúde<br />
dos motoristas e a vida de quem percorre as rodovias<br />
cotidianamente, por meio da diminuição do uso de<br />
substâncias ilegais associado ao volante.<br />
Investimentos<br />
A Diretoria Executiva do Laboratório Sodré, Dr.<br />
Claudio Sodré e Dra. Lucelaine Sodré não pouparam<br />
esforços e investimentos para que a empresa continue<br />
em franca expansão, “com a aquisição destes novos<br />
equipamentos será possível atender os nossos parceiros<br />
e pacientes de forma mais rápida. Entendemos que este<br />
era o momento de investir ainda mais. Desde 2016,<br />
temos realizado grandes investimentos e expandindo<br />
os nossos negócios, não só no setor toxicológico, mas<br />
também no setor de imunização e novos setores que<br />
estão por serem inaugurados”, comemoram.<br />
NTO - Rua. Xavantes, 106 | Xingú | Lins/SP<br />
Central de Relacionamentos - 0800 777 8547<br />
www.sodretox.com.br<br />
@sodrelaboratorio - Instagram<br />
0 154<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
VOCÊ SABERIA ESCOLHER A CENTRÍFUGA IDEAL PARA O<br />
SEU LABORATÓRIO?<br />
INFORME DE MERCADO<br />
C<br />
M<br />
Y<br />
CM<br />
MY<br />
CY<br />
CMY<br />
K<br />
Na hora de adquirir ou substituir uma<br />
centrífuga, é necessário ficar atento a algumas<br />
especificações. Por isso, selecionamos algumas<br />
dicas importantes para ajudá-lo nesta escolha.<br />
Capacidade: No momento da escolha de<br />
uma nova centrífuga é importante ficar atento<br />
quanto à capacidade do equipamento. Além de<br />
atender as demandas diárias do seu laboratório<br />
não se pode ignorar o desgaste das máquinas.<br />
Se é preciso ligar e desligar as máquinas várias<br />
vezes ao dia para finalizar a sua rotina, talvez<br />
você precise de uma máquina maior, com mais<br />
capacidade de tubos, maior eficiência de tempo e<br />
menos gastos com manutenção.<br />
Versatilidade do Rotor: Centrífugas para análises<br />
clínicas devem possuir rotores horizontais,<br />
ou seja, que centrifugue o tubo deitado. Esse<br />
processo dará uma melhor qualidade ao soro<br />
obtido, permitindo resultados mais precisos. Por<br />
isso, não utilize máquinas com rotores angulares,<br />
uma vez que determinados ângulos podem fazer<br />
com que a agulha do aparelho analítico encoste<br />
no gel e entupa a tubulação, prejudicando não só<br />
os dispositivos, quanto às amostras.<br />
Segurança: Este é o fator mais importante<br />
quando falamos de equipamentos de<br />
análises. Uma centrífuga ideal deve ser<br />
construída em aço, tambor interno de<br />
segurança, travas elétricas, função de parada<br />
por desbalanceamento excessivo, motores<br />
duráveis, micro processadas, amortecedores<br />
de tampa, baixo nível de ruído, além dos<br />
rotores horizontais. Mas não só. Para assegurar<br />
uma boa escolha, é preciso verificar também a<br />
história das marcas disponíveis no mercado.<br />
A marca também deve atender a todas as<br />
especificações os órgãos reguladores, estar de<br />
acordo com as boas práticas e ainda possuir<br />
um atendimento ao cliente prático e eficaz.<br />
Assistência Técnica: Esse é o tópico que pode<br />
causar mais dor de cabeça e preocupações aos<br />
compradores. Já pensou em ficar com a sua rotina<br />
parada por dias aguardando peças para reposição<br />
vindas do exterior? Por isso garantia e produção<br />
no Brasil são determinantes para a tranquilidade<br />
após compra. Sem prazo de importação de<br />
componentes, sem burocracia em outras línguas.<br />
Levando em considerações todos os pontos<br />
que discutimos aqui, a centrífuga ideal para seu<br />
Laboratório só pode ser uma LABORLINE. Possuímos<br />
linha completa para atender sua necessidade.<br />
Conte com a Laborline, centrifugas feitas para<br />
durar, indústria nacional.<br />
Laborline<br />
(11) 3699-0960<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 155
INFORME DE MERCADO<br />
APRESENTANDO A INOVADORA PLATAFORMA POINT OF<br />
CARE LUMIRADX<br />
A plataforma LumiraDx é um sistema Point of Care<br />
(POC) de alta sensibilidade de última geração, que<br />
combina o uso de um instrumento portátil, tiras<br />
de testes com tecnologia microfluídica por captura<br />
magnética, fluxo de trabalho simples e padronizado,<br />
e conectividade segura na nuvem e com os diversos<br />
modelos de LIS (Software de Informação Laboratorial).<br />
Integra várias metodologias e tipos de amostras<br />
em um único instrumento, com critérios<br />
semelhantes aos sistemas de análise de laboratório,<br />
fornecendo resultados precisos em comparação aos<br />
ensaios de referência.<br />
Características diferenciadas da Plataforma LumiraDx:<br />
• Desempenho técnico equivalente aos<br />
equipamentos utilizados em laboratorios centrais<br />
• Diferentes metodologias em uma única plataforma<br />
de testes (fluorescência, ensaios cinéticos,<br />
imunoensaios, eletroquímica, ensaio baseado em<br />
enzimas, eletrólitos, ensaio molecular e outros)<br />
• Instrumento portátil. Com aproximadamente 1kg,<br />
utiliza bateria recarregável ou energia elétrica, sendo<br />
possível atender a qualquer ponto de atendimento<br />
• Manuseio simples e intuitivo, fornecendo na tela do<br />
instrumento o fluxo de trabalho de teste passo a passo<br />
• Tiras de testes com canais microfluídicos permitindo<br />
ensaios otimizados<br />
• Baixo volume de amostra e diversos tipos de<br />
amostras, incluindo swab nasal, sangue capilar e<br />
venoso, plasma e soro.<br />
• Tiras de testes armazenadas em temperatura ambiente<br />
• Determinação do hematócrito integrada nas tiras<br />
de testes para alguns ensaios<br />
• Resultados de diagnóstico em minutos<br />
• Arquivo de calibração de lote por transferência<br />
instantânea para o instrumento através da etiqueta<br />
de identificação por rádio frequência (RFID)<br />
• Conectividade digital segura e contínua<br />
A plataforma LumiraDx é composta por:<br />
• Instrumento LumiraDx<br />
• Tiras de teste LumiraDx (disponíveis separadamente)<br />
• Controles de Qualidade LumiraDx (disponíveis<br />
separadamente)<br />
• Leitor de código de barras (disponíveis separadamente)<br />
As tiras de teste são embaladas individualmente,<br />
contendo todos os reagentes necessários para<br />
a realização do teste. O instrumento processa<br />
automaticamente a tira, incluindo movimento da<br />
amostra, mistura de reagentes, controle térmico<br />
e leitura fluorescente, liberando o resultado em<br />
poucos minutos.<br />
Além de operar no modo Standalone<br />
(individualmente), também oferece soluções de<br />
conectividade, como o Connect Manager LDx,<br />
conexão por aplicativo via internet (iOS e Android),<br />
via Bluetooth através do Connect Hub LDx e conexão<br />
via cabo de rede pelo EHR Connect, através do LIS ou<br />
HIS. (Para maiores informações sobre conectividade,<br />
consulte o link https://www.lumiradx.com/uk-en/<br />
what-we-do/diagnostics/connectivity).<br />
Com um pipeline com mais de 30 ensaios em<br />
desenvolvimento, em diversas áreas como os<br />
distúrbios de coagulação, doenças infecciosas,<br />
doenças cardiovasculares e diabetes.<br />
A fábrica localizada na cidade de Stirling, situada<br />
na Escócia, possui capacidade de produção de 4.000<br />
plataformas e mais de 15 milhões de testes por<br />
mês. Com mais de 1.300 funcionários, a LumiraDx<br />
possui operações de vendas diretas nos EUA, Europa<br />
Ocidental, Colômbia, Brasil, Japão e África.<br />
Atualmente, a LumiraDx disponibiliza em sua<br />
plataforma, os testes LumiraDx INR Test, LumiraDx<br />
SARS-CoV-2 Ab Test, LumiraDx SARS-CoV-2<br />
Ag Test, LumiraDx SARS-CoV-2 Ag Pool Test1<br />
e LumiraDx D-Dimer Test, todos devidamente<br />
registrados na ANVISA.<br />
O teste de anticorpos e antígeno para a detecção<br />
de SARS-CoV-2 de alta sensibilidade está sendo<br />
implantado globalmente em parceria com governos,<br />
sistemas de saúde, redes de varejo e instituições de<br />
saúde, principalmente por apresentar resultados<br />
com excelente correlação com o RT-PCR2 com a<br />
vantagem de ser executada no local em apenas 12<br />
minutos, com laudo impresso e/ou exportado.<br />
Para maiores informações, entre em contato<br />
através do e-mail faleconosco@lumiraDx.com ou<br />
(11) 5185- 8181.<br />
(1) O SARS-CoV-2 Ag Pool Test pesquisa qualitativamente o antígeno da<br />
proteína do nucleocapsídeo em espécimes de esfregaço nasal ou nasofaríngeo<br />
agrupados de até 5 indivíduos assintomáticos ou com suspeita de COVID-19.<br />
Usado com a plataforma LumiraDx, o teste oferece uma solução de triagem<br />
rápida e econômica para indivíduos infectados.<br />
(2) RT-PCR Reverse Transcriptase Polymerase Chain Reaction - “A Rapid,<br />
High-Sensitivity SARS-CoV-2 Nucleocapsid Immunoassay to Aid Diagnosis of<br />
Acute COVID-19 at the Point of Care_ A Clinical Performance Study – PubMed”<br />
(https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33629225/)<br />
0 156<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
VALIDAÇÃO DE AMOSTRAS COLETADAS DE SALIVA NO<br />
SISTEMA DE CITOLOGIA LÍQUIDA CELLPRESERVKOLPLAST®<br />
PARA PESQUISA DE INTOLERÂNCIA À LACTOSE. SIMPLICIDADE,<br />
SEGURANÇA, ADERÊNCIA DO PACIENTE.<br />
INFORME DE MERCADO<br />
A Intolerância à lactose é a incapacidade<br />
de produzir a enzima lactase no organismo.<br />
A hipolactasia é a diminuição ou ausência da<br />
capacidade de produzir a lactase, enzima presente<br />
nas microvilosidades intestinais, responsável<br />
pela dissociação da lactose (galactose β-1,4<br />
glucose) em galactose e glicose.<br />
O IPOG, Instituto de Pesquisa em<br />
Oncologia Ginecológica, uma das mais<br />
respeitadas Instituições de Saúde do Brasil,<br />
localizada em São Paulo e especializada em<br />
diagnósticos laboratoriais, em especial aqueles<br />
que envolvem tecnologia de Biologia Molecular,<br />
avaliou e aprovou o desempenho do exame para<br />
amostras em saliva no Kit CellPreserv-Kolplast®<br />
para o exame de Intolerância à Lactose.<br />
Resultados:<br />
• A validação apresentou 100% de concordância<br />
entre os resultados obtidos de sangue total EDTA e dos<br />
colhidos em saliva no meio CellPreserv-Kolplast®<br />
• O material de coleta saliva em coletor<br />
CellPreserv-Kolplast® demostrou preservar o<br />
material genético para o exame de Intolerância<br />
à Lactose.<br />
Fale com a Central de Relacionamento Grupo<br />
Kolplast através do telefone 11 4961-0900<br />
• O coletor CellPreserv-Kolplast® não demostrou<br />
interferência e inibição na reação por PCR tempo<br />
real, todas as amostras demostraram presença<br />
do DNA genômico nas reações dentro dos valores<br />
esperados do ensaio, demostrando assim que a<br />
reação apresentou performance adequada.<br />
Escaneie o QRcode e tenha acesso<br />
ao protocolo na íntegra.<br />
Fale conosco para mais informações!<br />
Central de Relacionamento Grupo Kolplast<br />
11 4961-0900<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 157
INFORME DE MERCADO<br />
ENSAIOS VACCZYME® DA BINDING SITE<br />
PROPORCIONAM MEDIÇÃO DE RESPOSTA VACINAL<br />
A incapacidade de produzir uma resposta<br />
apropriada específica mediada por<br />
anticorpos ou a produção de anticorpos<br />
funcionalmente inativos, pode resultar no<br />
reaparecimento e/ou persistência da infecção.<br />
O sistema imunológico é capaz de reconhecer<br />
adequadamente os antígenos proteicos<br />
desde o primeiro ano de idade, sendo a base<br />
das políticas de vacinação no mundo todo.<br />
A capacidade de responder aos antígenos<br />
polissacarídicos começa a surgir a partir dos 2<br />
e 3 anos de idade até a idade adulta.<br />
Os ensaios de resposta vacinal da Binding Site<br />
podem ser usados para auxiliar no diagnóstico<br />
de imunodeficiências. Uma amostra de<br />
soro é colhida do paciente logo antes da<br />
vacinação e outra após 3 ou 4 semanas. As<br />
amostras são testadas para medir a resposta<br />
do anticorpo específico à(s) vacina(s)<br />
administradas. Várias respostas podem ser<br />
testadas, sendo importante incluir tanto as<br />
vacinas protéicas (por exemplo, contra tétano<br />
ou difteria) quanto as polissacarídicas puras<br />
(por exemplo, Streptococcus pneumoniae<br />
ou Salmonella typhi Vi). As respostas<br />
dos anticorpos a antígenos naturalmente<br />
encontrados, tais como VZV (vírus Varicella<br />
Zoster) podem também ser úteis na avaliação<br />
da funcionalidade da resposta imune.<br />
Assim, nossa equipe de especialistas desenvolveu<br />
uma linha de imunoensaios enzimáticos (ELISA) que<br />
podem ser utilizados para medir o nível de anticorpos<br />
IgG específicos produzidos em resposta à vacinação.<br />
Já temos disponível o kit Vacczyme<br />
PCP IgG para sorotipos específicos de<br />
pneumococo, que é um dos mais utilizados.<br />
A Binding Site desenvolveu este produto<br />
para medir as respostas de anticorpos às<br />
vacinas pneumocócicas que incluem os 23<br />
polissacarídeos isolados do Streptococcus<br />
pneumoniae.<br />
Esses polissacarídeos representam cerca<br />
de 80% dos comumente encontrados em<br />
sorotipos virulentos. Então, a imunização com<br />
vacinas ´23-valentes´é recomendada para<br />
pacientes idosos para reduzir a mortalidade<br />
devido à pneumonia e para crianças com mais<br />
de 2 anos que correm risco de vida devido à<br />
infecção pneumocócica grave.<br />
O exame será de grande valia para médicos,<br />
como pediatras ou imunologistas, que<br />
lidam com doenças primárias ou com<br />
imunodeficiências secundárias. Isso porque<br />
possibilita uma triagem dos pacientes, de<br />
modo simples, eficaz e com baixo custo.<br />
Para mais informações contate-nos pelo<br />
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0 158<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
MGISTP-3000 – AUTOMATIZAÇÃO PARA TRANSFERÊNCIA<br />
DE AMOSTRAS - DOS TUBOS À PLACA DE 96 EM 40 MINUTOS<br />
Na MGI Tech Co., Ltd (MGI) temos sempre a<br />
INFORME DE MERCADO<br />
melhor solução para o workflow de detecção<br />
do Novo Coronavirus (SARS-CoV-2). Mais<br />
uma vez a MGI inova e traz ao mercado o<br />
MGISTP-3000, nossa mais recente plataforma<br />
automatizada para transferência de amostras.<br />
Ela integra a remoção e recolocação das<br />
tampas em tubos, identificação de barcodes,<br />
transferência de líquidos automatizada e a<br />
proteção por pressão negativa e filtros HEPA.<br />
A plataforma inicia a operação com tubos<br />
de amostras de pacientes com a tampa<br />
fechada. Esses tubos têm a etiqueta de<br />
identificação escaneada para rastreamento<br />
da amostra, e a seguir o robô retira a tampa<br />
do tubo. Uma alíquota da amostra é retirada<br />
e transferida para a posição indicada de uma<br />
placa de PCR. Em 40 minutos após o play é<br />
possível retirar a placa com 96 amostras para<br />
realização da PCR. O equipamento assegura a<br />
rastreabilidade da amostra do começo ao fim<br />
do processo e pode ser conectado ao LIMs.<br />
Nosso MGISTP-3000 suporta até 3 tipos de<br />
tubos na mesma corrida.<br />
A entrada e exaustão de ar são purificadas<br />
com filtro HEPA para prevenir a contaminação<br />
por aerossol, e o sistema conta com 3<br />
lâmpadas UV para sua descontaminação,<br />
assegurando um ambiente seguro para<br />
a transferência do material e para os<br />
operadores. Esta é nossa solução robusta,<br />
segura e ágil para garantir a transferência<br />
controlada de suas amostras em 40 minutos.<br />
Saiba mais:<br />
Fernando Colbari Amaral, PhD<br />
Regional Sales Manager - South Latin America<br />
Email: famaral@mgi-tech.com<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 159
INFORME DE MERCADO<br />
CONTROLE HEMATOLÓGICO: O PRIMEIRO PASSO PARA<br />
UM HEMOGRAMA CONFIÁVEL<br />
Por: Adriana Fontes e Thaís C. Miranda<br />
O setor de hematologia é fundamental<br />
em um laboratório clínico, uma vez que o<br />
hemograma, principal exame da área, permite<br />
a avaliação qualitativa e quantitativa dos<br />
hemocomponentes, considerados essenciais<br />
no diagnóstico e no acompanhamento de<br />
diversas doenças. Tendo em vista a relevância<br />
desse exame na esfera clínica, faz-se necessário<br />
estabelecer um controle de qualidade (CQ) nos<br />
laboratórios.<br />
O sistema de CQ adotado deve minimizar os erros<br />
comuns de uma análise e, consequentemente,<br />
elevar a segurança na emissão do seu resultado.<br />
Para tanto, este sistema é dividido em duas<br />
vertentes: o Controle Externo de Qualidade<br />
(CEQ) e o Controle Interno de Qualidade (CIQ).<br />
O CEQ, ou controle interlaboratorial, visa avaliar<br />
a exatidão dos resultados de exames, por meio<br />
da execução de Ensaios de Proficiência. Já o<br />
CIQ, ou controle intralaboratorial, permite a<br />
identificação de falhas no sistema analítico<br />
e a promoção de medidas corretivas quando<br />
necessário. A RDC 302/2005 da ANVISA, que<br />
dispõe sobre o Regulamento Técnico para<br />
funcionamento de Laboratórios Clínicos,<br />
preconiza que para o CIQ devem ser utilizados<br />
controles hematológicos comerciais, aprovados<br />
pela própria agência sanitária.<br />
Dessa forma, na rotina do laboratório, é<br />
imprescindível o emprego de controles<br />
hematológicos, cujos resultados devem ser<br />
registrados e avaliados de acordo com os limites<br />
previamente estabelecidos. A recomendação<br />
é usar ao menos dois níveis de concentração<br />
das amostras-controle na rotina laboratorial.<br />
No entanto, no setor de hematologia, fazse<br />
necessário a aplicação de maior número<br />
de níveis de controles, a fim de assegurar a<br />
reprodutibilidade dos resultados.<br />
É importante ressaltar que são produtos sensíveis<br />
e perecíveis, sendo assim, a utilização de forma<br />
incorreta pode prejudicar a estabilidade do<br />
produto, interferindo no monitoramento do CIQ e<br />
afetando, consequentemente, a confiabilidade dos<br />
resultados fornecidos pelo Laboratório Clínico.<br />
A adoção do controle interno de qualidade<br />
em conjunto com ensaios de proficiência,<br />
calibradores e análises realizadas por<br />
profissionais qualificados, promove um maior<br />
controle da fase analítica, visto que auxilia na<br />
identificação de erros no processo, facilitando<br />
a adoção de medidas corretivas que irão<br />
assegurar um diagnóstico mais preciso, além de<br />
garantir um melhor atendimento e um retorno<br />
mais eficiente à população.<br />
Referências Bibliográficas:<br />
ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA<br />
SANITÁRIA. Resolução da diretoria colegiada - RDC<br />
Nº 302, de 13 de outubro de 2005.<br />
CHAVES, C. D. Controle de qualidade no laboratório<br />
de análises clínicas. Jornal Brasileiro de Patologia e<br />
Medicina Laboratorial, v. 46, n. 5, p. 352-352, 2010.<br />
DA SILVA, P. H. et al. Hematologia laboratorial: teoria e<br />
procedimentos. Artmed Editora, p. 41-43. 2015.<br />
DE OLIVEIRA,C. A.; MENDES,M. E. Gestão da Fase<br />
Analítica do Laboratório como assegurar a qualidade<br />
na prática. ControlLab. v. 1, p. 95-110. 2010<br />
DE OLIVEIRA,C. A.; MENDES,M. E. Gestão da Fase<br />
Analítica do Laboratório como assegurar a qualidade<br />
na prática. ControlLab. v. 2, p.97-120. 2011<br />
DE OLIVEIRA,C. A.; MENDES,M. E. Gestão da Fase<br />
Analítica do Laboratório como assegurar a qualidade<br />
na prática. ControlLab. v. 3, p.47-60. 2012<br />
DO NASCIMENTO, R. M., et al. A importância do<br />
hemograma no pré-natal para o curso técnico em<br />
análises clínicas. p. 1-388–416, 2021.<br />
MARTELLI, A. Gestão da qualidade em laboratórios<br />
de análises clínicas. Journal of Health Sciences, 2011.<br />
0 160<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
INFORME DE MERCADO<br />
Imagens meramente ilustrativas<br />
ANALISADOR HEMATOLÓGICO DE 5 PARTES CRIA NOVOS<br />
VALORES PARA LABORATÓRIOS DE MÉDIO PORTE<br />
O PE-7100 com diferencial WBC de 5 partes contempla em seu resultado a separação entre os Linfócitos, Monócitos, Neutrófilos,<br />
Eosinófilos e Basófilos em cada amostra.<br />
Após seu grande sucesso com os equipamentos<br />
de Hematologia da marca Prokan, a AmaMedical<br />
lança no mercado o analisador hematológico<br />
de 5 partes mais robusto, avançado, de fácil<br />
utilização, econômico e com resultados eficientes<br />
e confiáveis de sua linha.<br />
Atendendo à demanda crescente por leituras<br />
de alta qualidade e decisões de diagnóstico<br />
precisas, o PE-7100 foi desenvolvido sob medida<br />
para atender aos laboratórios de diagnóstico<br />
que trabalham com resultados de 5 partes +<br />
hemograma completo, com médio volume de<br />
amostra diário, espaço laboratorial limitado e<br />
orçamento reduzido.<br />
Equipamento de fácil operação, com display touchscreen<br />
de 10.4 polegadas, leitor de código de barras<br />
opcional, com performance de 60 amostras/hora,<br />
liberação de hemogramas com 30 parâmetros + 4<br />
diagramas de dispersão e metodologia de Citometria<br />
de fluxo, Impedância elétrica e Colorimetria.<br />
São necessários apenas três reagentes de rotina,<br />
com vida útil de até dois anos e baixo consumo.<br />
"É um equipamento de fácil operação, homologado<br />
em nosso laboratório interno e também de<br />
nossos parceiros, superando as expectativas de<br />
repetibilidade de resultados precisos e confiáveis"<br />
diz Maiene Moreira, Biomédica CRBM-1 nº<br />
45316, responsável AmaMedical.<br />
Tel: +55 11 4384-2494<br />
www.amamedical.com.br<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
0 161
INFORME DE MERCADO<br />
A J.R.EHLKE, EM PARCERIA COM A WERFEN, APOSTA NA<br />
TECNOLOGIA DE PONTA A FAVOR DA CONFIABILIDADE NO<br />
DIAGNÓSTICO EM HEMOSTASIA.<br />
Não é de hoje que os testes laboratoriais<br />
possuem grande relevância no diagnóstico<br />
dos pacientes em diferentes situações clínicas.<br />
Temos infinitas possibilidades no portifólio<br />
laboratorial para atender especialmente cada<br />
caso. Sabemos que, de um tempo para cá, os<br />
testes de hemostasia tornaram-se ponto crucial<br />
no processo, já que os seus números influenciam<br />
diretamente nas decisões clínicas.<br />
É fundamental para um diagnóstico e<br />
acompanhamento eficaz do paciente, que os<br />
diferentes processos da análise disponham<br />
de qualidade. Isso inclui a performance dos<br />
equipamentos laboratoriais e, principalmente,<br />
a qualidade dos reagentes utilizados para a<br />
realização dos exames.<br />
Um exemplo de reagentes mundialmente<br />
reconhecidos por sua credibilidade e confiança<br />
são os da Instrumentation Laboratory,<br />
integrante do grupo Werfen desde 1991.<br />
Focado em inovação e melhorias constantes<br />
para testes de diagnóstico in vitro, o grupo<br />
Werfen desenvolve, fabrica e distribui reagentes<br />
da linha de hemostasia.<br />
Nos principais testes da rotina de<br />
coagulação, podemos elencar os reagentes<br />
de ponta desenvolvidos pelo fabricante.<br />
O Recombiplastin2G utilizado para a<br />
determinação quantitativa de TP – Tempo de<br />
Protrombina - é derivado de fator tecidual<br />
humano através de tecnologia recombinante.<br />
Sua apresentação é liofilizada, de fácil<br />
reconstituição pelo operador e sua estabilidade<br />
após o preparo é excelente. Seu ISI (índice de<br />
padronização internacional) de ≅1,00 é um<br />
dos melhores valores encontrados no mercado.<br />
Para o teste de TTPA - Tempo Parcial de<br />
Tromboplastina Ativada - o reagente mais<br />
moderno e utilizado em grandes centros<br />
laboratoriais é o APTT-SP. Este é derivado<br />
de tecnologia de fosfolipídios sintéticos,<br />
contendo como ativador as partículas de sílica<br />
micronizada. Possui apresentação líquida<br />
e pronta para uso, o que também impacta<br />
positivamente no resultado dos testes.<br />
Na linha analítica do Fibrinogênio, destacase<br />
o avanço do reagente Fib-C para o QFA, que<br />
melhora significativamente a estabilidade (7<br />
dias após reconstituído). Sua matriz é composta<br />
de Trombina purificada de origem bovina e sua<br />
linearidade pode variar entre 35 e 1000mg/dL<br />
nos sistemas automatizados IL.<br />
Atualmente, outro ensaio que tem se<br />
destacado no mercado é o teste de D-dímero<br />
que é utilizado para avaliação de pacientes com<br />
COVID 19. A IL possui diferentes apresentações<br />
deste insumo, para atender a necessidade de<br />
cada laboratório. As duas mais conhecidas e<br />
aplicadas são: D-dimer 500 e D-dimer HS500.<br />
A diferença entre eles é o modo de preparo, já<br />
que um está pronto para uso e o outro necessita<br />
ser reconstituído. Ambos os kits são para a<br />
determinação quantitativa do D-dímero no<br />
plasma humano, com uma ótima linearidade<br />
e sensibilidade, cut-off validado de 500ng/mL<br />
e resultados liberados em menos de 5 minutos<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
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COLETA DE SANGUE NO SISTEMA FECHADO (VÁCUO): QUAIS<br />
MATERIAIS USAR?<br />
A literatura médica cita que resultados de exames<br />
laboratoriais fornecem informações para<br />
aproximadamente 70% das decisões médicas.<br />
Uma simples coleta de sangue pode fornecer<br />
informações utilizadas para fins de diagnóstico<br />
e prognóstico, prevenção e estabelecimento<br />
de riscos para inúmeras doenças e definição de<br />
tratamentos. A coleta de sangue a vácuo, recomendada<br />
pela SBPC-ML, comprovadamente é<br />
mais eficiente (maior qualidade e menor custo)<br />
do que a coleta com seringa, sendo capaz de evitar<br />
diversos erros pré-analíticos, principalmente<br />
a hemólise. No entanto, a utilização de produtos<br />
adequados e de qualidade assim com a capacitação<br />
do profissional de saúde, são de extrema<br />
importância para a precisão do resultado.<br />
A Firstlab conta com uma linha de acessórios para<br />
coleta de sangue a vácuo, com destaque para o escalpe<br />
e agulhas múltiplas com dispositivo de segurança,<br />
atendem às normas da NR32 e proporcionam<br />
segurança aos profissionais da saúde e diminui risco<br />
de acidente perfurocortante em laboratórios.<br />
O escalpe para coleta de sangue a vácuo é utilizado<br />
para coleta múltipla de sangue, em casos de difícil<br />
acesso venoso. Agulha trifacetada, com capa protetora,<br />
disponíveis nos tamanhos 21G, 23G e 25G. A<br />
versão com dispositivo de segurança permite que a<br />
agulha fique protegida de forma rápida e fácil.<br />
As agulhas múltiplas para coleta de sangue a<br />
vácuo são em aço inoxidável, siliconizadas e têm<br />
o bisel trifacetado com corte a laser, para um melhor<br />
deslizamento da agulha na veia. Disponíveis<br />
nos tamanhos 21G e 22G. A versão com dispositivo<br />
de segurança possui um mecanismo prático<br />
em que a agulha fica protegida com apenas um<br />
dedo. Além disso, essa versão conta com câmara<br />
de visualização de fluxo sanguíneo facilitando a<br />
visualização do acesso venoso.<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
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INFORME DE MERCADO<br />
NO ANO DO 70º ANIVERSÁRIO, A NIHON KOHDEN ESTÁ<br />
ENTRANDO EM UMA NOVA ERA.<br />
No ano do 70º aniversário, a Nihon Kohden está<br />
entrando em uma nova era. Estamos avançando<br />
para uma nova etapa de combate a doenças e<br />
melhoria da saúde com tecnologia avançada.<br />
Foram então estabelecidos Objetivos de<br />
Desenvolvimento Sustentável para resolver questões<br />
sociais que vão além das fronteiras nacionais. Na<br />
saúde, estamos enfrentando muitos problemas<br />
como um contingente de pacientes com idades mais<br />
avançadas (pessoas com mais de 65 anos chega a<br />
mais de 35 milhões ou mais de 28% da população) e<br />
custos médicos crescentes em países desenvolvidos,<br />
e atenção primária insuficiente e disparidades na<br />
saúde em países emergentes.<br />
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Create a better future for people and healthcare by solving global medical issues<br />
Acesse o site global da Nihon Kohden Corporation para conhecer nossa visão de longo prazo:<br />
https://www.nihonkohden.com/company/beacon2030.html<br />
Nós da Nihon Kohden dedicaremos nossa força e<br />
foco na tecnologia de interface homem-máquina<br />
e nossa experiência clínica com tecnologia<br />
digital avançada impulsionada por dados, para<br />
criar soluções exclusivas que realizam o ciclo de<br />
tratamento ideal para cada paciente.<br />
Criar um futuro melhor para as pessoas e à saúde,<br />
a partir da solução dos problemas médicos globais.<br />
Em um ambiente médico em constante mudança,<br />
nos esforçaremos para nos tornar o farol que ilumina<br />
o caminho para o futuro das pessoas e da saúde com<br />
a filosofia que aprimoramos desde a nossa fundação.<br />
Com forte paixão em nossos corações, criamos<br />
nossa nova visão de longo prazo, BEACON 2030.<br />
NIHON KOHDEN DO BRASIL LTDA<br />
Rua Diadema, 89 1° andar CJ. 11 a 17 - Bairro Mauá<br />
São Caetano do Sul - SP - CEP 09580-670, Brasil<br />
Contato: +55 11 3044-1700 - FAX: + 55 11 3044-0463<br />
E-mail: fabio.jesus@nkbr.com.br<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021
PATOCORDEL<br />
PATOCORDEL: ERA VERDADE<br />
Ao vê-lo no consultório<br />
O médico já sabia<br />
E logo pegava o papel<br />
Aspirina prescrevia<br />
O doutor disse pra ele<br />
Numa certa ocasião<br />
Você não tem mesmo jeito<br />
Com essa simulação.<br />
“Vá para casa descansar<br />
E não mais me apareça”<br />
Dando-lhe leve tapinha<br />
Bem no topo da cabeça.<br />
E então ouviu um grito<br />
Careta feia de dor<br />
“Esta área dói demais”<br />
Era mesmo um gozador.<br />
Tal estranha reação<br />
Pôs o médico assustado<br />
Foi então examinar<br />
A cabeça do coitado<br />
Pediu logo um raio X<br />
Em Pê-A e lateral<br />
Havia grande cratera<br />
Bem no osso temporal<br />
Tábuas ósseas destruídas<br />
Osteólise total<br />
Granuloma eosinofílico<br />
Diagnóstico final.<br />
Espalhada a notícia<br />
Todos da repartição<br />
Em profunda penitência<br />
Foram pedir-lhe perdão.<br />
José de Souza Andrade-Filho*<br />
* Patologista no Hospital Felício Rocho-BH; membro da<br />
Academia Mineira de Medicina e Professor de Patologia da<br />
Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />
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com o futuro. Tudo isso nos tornou líderes em<br />
apoio laboratorial. Mas nós queremos ir além.<br />
Afinal, para nós, o que interessa não é o passado.<br />
É o futuro. Você vem com a gente?<br />
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