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Editorial
Ano 28 - Edição 166 - Julho 2021
Prezado leitor,
Apesar da queda considerável nas
estatísticas durante as últimas semanas,
o número de óbitos por dia em nosso país
segue alto e por vezes superando o que é
registrado em continentes inteiros.
Especialistas em saúde pública seguem
defendendo estratégias essenciais para
controlar a pandemia e para que os
números não voltem a subir.
A vacinação de todos os brasileiros,
ao que tudo indica, ajudará a evitar os
casos mais graves e reforçar as medidas
como o distanciamento físico, o uso de
máscaras ao sair de casa, os cuidados
com a circulação de ar pelos ambientes e
a higiene das mãos.
Então vamos manter nossa esperança
seguindo com as medidas de segurança
que nos permitirá não apenas lidar com o
atual cenário da pandemia, mas também
nos deixaria mais preparados para o que
pode vir pela frente, especialmente a partir
da chegada ou da descoberta de novas
variantes.
Nesta edição trazemos uma revisão de
literatura sobre os Principais Marcadores
Tumorais Usados na Clínica Médica e um
artigo sobre A Importância da Aplicação
de Novas Metodologias no Diagnóstico da
Toxoplasmose em Pacientes Imunossupressos.
Além do vasto conteúdo abordado
por nossos colunistas e as novidades
anunciadas por nossos clientes.
No ano passado somamos a marca de
1 milhão de acessos e este ano, somente no
primeiro semestre já estamos perto deste
número, a você querido leitor, nosso muito
obrigada!
Nós da equipe Newslab desejamos
vacina para todos e um mundo melhor
quando tudo isso passar.
Tenham uma excelente leitura!
Luciene Almeida
Editora Chefe
*Com informações de BBC News Brasil
Para novidades na área de diagnóstico e pesquisa,
acessem nossas redes sociais:
/revistanewslab
/revistanewslab
Ano 28 - Edição 166 - Julho 2021
Newslab Editora Eireli - Revista NewsLab
Av. Nove de Julho, 3.229 - Cj. 1110 - 01407-000 - São Paulo - SP
Tel.: (11) 3900-2390 - www.newslab.com.br - revista@newslab.com.br
CNPJ.: 35.678.385/0001-25 - Insc. Est.: 128.209.420.119 - ISSN 0104 - 8384
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@revista_newslab
EXPEDIENTE
Realização: NEWSLAB EDITORA EIRELI
Conselho Editorial: Sylvain Kernbaum | revista@newslab.com.br
Jornalista Responsável: Luciene Almeida | redacao@newslab.com.br
Assinaturas: Daniela Faria (11) 98357-9843 | assinatura@newslab.com.br
Comercial: João Domingues (11) 98357-9852 | comercial@newslab.com.br
Produção de conteúdo: FC Design | contato@fcdesign.com.br
Impressão: Gráfica Hawaii | Periodiciade: Bimestral
0 2
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
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revista
Ano 28 - Edição 166 - Julho 2021
Normas de Publicação
para artigos e informes de mercado
A Revista Newslab, em busca constante de novidades em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas para
publicação de artigos, aos autores interessados. Caso precise de informações adicionais, entre em contato com a redação.
Informações aos Autores
A Revista Newslab, em busca constante de novidades
em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas
para publicação de artigos, aos autores interessados. Caso
precise de informações adicionais, entre em contato com
a redação.
Informações aos autores
Bimestralmente, a Revista NewsLab publica editoriais,
artigos originais, revisões, casos educacionais, resumos de teses
etc. Os editores levarão em consideração para publicação toda e
qualquer contribuição que possua correlação com as análises
clínicas, a patologia clínica e a hematologia.
Todas as contribuições serão revisadas e analisadas pelos
revisores. Os autores deverão informar todo e qualquer
conflito de interesse existente, em particular aqueles de
natureza financeira relativo a companhias interessadas
ou envolvidas em produtos ou processos que estejam
relacionados com a contribuição e o manuscrito apresentado.
Acompanhando o artigo deve vir o termo de compromisso
assinado por todos os autores, atestando a originalidade do
artigo, bem como a participação de todos os envolvidos.
Os manuscritos deverão ser escritos em português, mas com
Abstract detalhado em inglês. O Resumo e o Abstract deverão
conter as palavras-chave e keywords, respectivamente.
As fotos e ilustrações devem preferencialmente ser
enviadas na forma original, para uma perfeita reprodução.
Se o autor preferir mandá-las por e-mail, pedimos
que a resolução do escaneamento seja de 300 dpi’s, com
extensão em TIF ou JPG.
Os manuscritos deverão estar digitados e enviados
por e-mail, ordenados em título, nome e sobrenomes
completos dos autores e nome da instituição onde o estudo
foi realizado. Além disso, o nome do autor correspondente,
com endereço completo fone/fax e e-mail também
deverão constar. Seguidos por resumo, palavras-chave,
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Métodos, Parte Experimental, Resultados e Discussão,
Conclusão) agradecimentos, referências bibliográficas,
tabelas e legendas.
As referências deverão constar no texto com o sobrenome
do devido autor, seguido pelo ano da publicação, segundo
norma ABNT 10520.
As identificações completas de cada referência citadas no
texto devem vir listadas no fim, com o sobrenome do autor em
primeiro lugar seguido pela sigla do prenome. Ex.: sobrenome,
siglas dos prenomes. Título: subtítulo do artigo. Título do livro/
periódico, volume, fascículo, página inicial e ano.
Evite utilizar abstracts como referências. Referências
de contribuições ainda não publicadas deverão ser
mencionadas como “no prelo” ou “in press”.
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Esta publicação é dirigida aos laboratórios, hemocentros e universidades de todo o país. Os artigos e informes
assinados são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião da Newslab Editora Eireli.
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Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
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Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
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Ano 28 - Edição 166 - Julho 2021
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CELLAVISION 87
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DIAGNOBEL 27
DIAGNÓSTICA CREMER 95
ELBER MEDICAL 51
EQUIP DIAGNÓSTICA 97 | 113
ERBA 111
EUROIMMUN 141
FIRSTLAB 91
GREINER 137
GRIFOLS 23
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KOLPLAST 107
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Conselho Editorial
Prof. Humberto Façanha da Costa filho - Engenheiro, Mestre em Administração e Especialista em Análise de Sistemas | Dr. Dan Waitzberg - Associado do Departamento de Gastroenterologia da Fmusp. Diretor Ganep Nutrição
humana | Prof. Angela Waitzberg - Professora doutora livre docente do departamento de patologia da UNIFESP | Prof. José de Souza Andrade Filho - Patologista no hospital Felício Rocho BH, membro da academia Mineira
de Medicina e Professor de Patologia da Faculdade de Ciências Médicas do Minas Gerais | Fábia Regina Severiano Bezerra - Biomédica. Especialista em Gestão de Contratos pela Universidade Corporativa da Universidade de São
Paulo. Auditora em Sistemas de Gestão da Qualidade: ISO 9001:15 e NBR ISO 14001:15, Organização Nacional de Acreditação (ONA). Auditora Interna da Divisão de Laboratórios do Hospital das Clínicas da Faculdade Medicina da
Universidade de São Paulo | Luiz Euribel Prestes Carneiro – Farmacêutico-Bioquímico, Depto. de Imunologia e de Pós-Graduação da Universidade do Oeste Paulista, Mestre e Doutor em Imunologia pela USP/SP | Dr. Amadeo
Saéz-Alquézar - Farmacêutico-Bioquímico | Prof. Dr. Antenor Henrique Pedrazzi – Prof. Titular e Vice-Diretor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP | Prof. Dr. José Carlos Barbério – Professor Emérito da
USP | Dr. Silvano Wendel – Banco de Sangue do Hospital Sírio-Libanês | Dr. Paulo C. Cardoso De Almeida – Doutor em Patologia pela Faculdade de Medicina Da USP | Dr. Zan Mustacchi – Prof. Adjunto de Genética da Faculdade
Objetivo/UNIP | Dr. José Pascoal Simonetti – Biomédico, Pesquisador Titular do Depto de Virologia do Instituto Oswaldo Cruz - Fiocruz - RJ | Dr. Sérgio Cimerman – Médico-Assistente do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e
Responsável Técnico pelo Laboratório Cimerman de Análises Clínicas.
Colaboraram nesta Edição:
Morgana Holtermann Fritzen, Allyne Cristina Grando, Amanda Sardeli Alqualo Assa, Stela Macedo Munareto, Allyne Cristina Grando, Humberto Façanha, Fábia Bezerra, Gilson Azevedo, Américo
Moraes Neto, Maria Elizabeth Menezes, Gleiciere Maia Silva, Jorge Luiz Silva Araújo-Filho, Luiz Arthur Calheiros Leite, Brunno Câmara, Lisiane Cervieri Mezzomo, José de Souza Andrade-Filho.
0 8
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
Palavra do Leitor
revista
Ano 28 - Edição 166 - Julho 2021
Muitas mensagens de carinho e reconhecimento chegam até nós. Então resolvemos compartilhar
com vocês, através da nossa agora Palavra do Leitor.
Você tem algum elogio, sugestão ou crítica, gostaria de sugerir algum tema ou falar sobre algum artigo?
Envie um e-mail com o título “Palavra do Leitor” para redacao@newslab.com.br
"Parabenizo a editora chefe, Luciene
Almeida, e toda equipe, pela excelente
condução da revista NEWSLAB. Recheada
de novidades, assuntos atuais, reportagens
interessantíssimas a revista traz o que a há
de melhor para o meio laboratorial."
Marbenha Linko
Farmacêutica Bioquímica ; Presidente OFAC Brasil ; Vice Presidente do CRF-MA;
Especialista em Citologia Mestrado em Gestão Pesquisa e Desenvolvimento em
Tecnologia Farmacêutica; Pós Graduanda em MBA Gestão Laboratorial.
"Gosto da revista Newslab porque aborda temas muito relevantes para
nossa área. Aprecio também as apresentações
das inovações de mercado e suas opções de
compra. Sigo também a rede social, que
sempre me mantem muito bem informada,
como se fosse um jornal. Enfim, fico muito
satisfeita que tenhamos no Brasil, uma mídia
laboratorial com tanta qualidade!"
Fábia Bezerra, Biomédica
Gerente Nacional da Qualidade da Hapvida Diagnósticos.
"Gostaria de parabenizar o corpo editorial da Newslab, que tem
nos brindado com excelentes publicações de
artigos científicos da medicina laboratorial/
diagnóstica, além conteúdos diversificados,
interessantes e atualizados que envolvem a
área médica e a saúde de uma maneira geral,
feitos por diversos médicos colaboradores. A
qualidade excepcional da revista é percebida
tanto em sua forma impressa quanto em suas
versões eletrônicas."
José de Souza Andrade-Filho
Patologista no Hospital Felício Rocho - BH; membro da Academia Mineira de Medicina
e Professor de Patologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.
"O grupo *DIAGNOBEL CTS* está orgulhoso por estar em um dos
maiores meios de informação da área da saúde do Brasil, a revista
Impressa e digital *NEWSLAB*, tendo como parte do sonho
realizado. Fazer parte deste importante canal de informações, nos
deixa também lisonjeados, pois só confirma todo nosso empenho
e dedicação ao longo destes *15 anos* por distribuir produtos de
qualidade, equipamentos que facilite a rotina dos laboratórios de
análises clínicas e por oferecer serviços com seriedade, qualidade,
rapidez e precisão."
Fabricio Franco e Jair Oliveira - Diretores
Grupo Diagnobel Cts – Soluções tecnológicas em saúde
Um abraço! "
Uma revista altamente conceituada,
atual e moderna, que reúne os melhores
profissionais da área e empresas inovadoras
das Análises Clínicas, além de ser acessível
a todos os públicos. A revista Newslab é a
melhor opção para quem deseja se manter
bem informado a respeito dos últimos
acontecimentos e atualizações do nicho
laboratorial. A toda equipe, meus parabéns
pelo belíssimo trabalho!
Glazielly Fagundes Sabino, Goiânia, Goiás.
Bacharel em Biomedicina, Faculdade Anhanguera de Anápolis.
Fale conosco!
Será um prazer ter essa interação com você.
Luciene Almeida
Editora Chefe
0 10
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
ACREDITAÇÕES CONQUISTADAS:
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02
10
76
78
86
94
100
108
116
124
126
128
130
132
133
169
- Editorial
- Palavra do Leitor
72
- Radar Científico - Merck Life Science
- Radar Científico II - Siemens Healthineers
- Radar Científico III - Beckman Coulter Life Sciences
- Minuto Laboratório
- Medicina Genômica
- Virologia
- Lady News
- Biossegurança
- Análises Clínicas
- Hematologia
- Logística Laboratorial
- Citologia
- Informe de Mercado
- Pathocordel
16
ARTIGO CIENTÍFICO I
A IMPORTÂNCIA DA APLICAÇÃO DE
NOVAS METODOLOGIAS NO DIAGNÓSTICO
DA TOXOPLASMOSE EM PACIENTES
IMUNOSSUPRESSOS
30
ARTIGO CIENTÍFICO II
COLONIZAÇÃO RETOVAGINAL POR ESTREPTOCOCO
Β-HEMOLÍTICO DO GRUPO B EM GESTANTES
ATENDIDAS EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA
OBSTÉTRICA NO RIO GRANDE DO SUL.
44
ARTIGO CIENTÍFICO III
PRINCIPAIS MARCADORES TUMORAIS
USADOS NA CLÍNICA MÉDICA: REVISÃO DA
LITERATURA
56
GESTÃO LABORATORIAL
QUALIMETRIA DA GESTÃO ECONÔMICA EM
LABORATÓRIOS CLÍNICOS NO BRASIL
108
VIROLOGIA
RISCO DO SARS-COV-2 EM ANIMAIS, NOVAS
MUTAÇÕES E INOVAÇÕES TERAPÊUTICAS
Autoras: Stéfani Werlang Sacon,
Allyne Cristina Grando.
Autores: Eduardo Langorte Toledo,
Carolina Mallmann Wallauer de Mattos,
Silvia Bock de Matos.
Autoras: Jéssica Balverdu da Silva,
Allyne Cristina Grando.
Autor: Humberto Façanha da Costa Filho.
Coautor: Paulo Vinicio Estivalett Prestes.
Autora: Dra. Rachel Siqueira de Queiroz Simões.
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
ARTIGO CIENTÍFICO I
A IMPORTÂNCIA DA APLICAÇÃO
DE NOVAS METODOLOGIAS NO DIAGNÓSTICO DA
TOXOPLASMOSE EM PACIENTES IMUNOSSUPRESSOS
THE IMPORTANCE OF THE APPLICATION OF NEW METHODOLOGIES IN THE DIAGNOSIS OF
TOXOPLASMOSIS IN IMMUNOSSUPRESSED PATIENTS
Autoras:
Stéfani Werlang Sacon 1 , Allyne Cristina Grando 1
1
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA)
Canoas RS Brasil
* Imagem ilustrativa
Resumo
A detecção da toxoplasmose com as técnicas de
imunoensaios padronizadas no mercado nem sempre se
mostra eficaz no diagnóstico dos imunossupressos, das
gestantes e dos neonatos, uma vez que esses pacientes
possuem uma capacidade reduzida de geração de
anticorpos detectáveis nestes métodos. Com a falha no
diagnóstico precoce e preciso da doença diversas sequelas
podem ser registradas nos pacientes afetados, sequelas
que acabam gerando diversos gastos para a saúde pública.
Este artigo de revisão visa mostrar as técnicas promissoras
no diagnóstico destes pacientes, principalmente as
moleculares utilizando a reação em cadeia da polimerase,
bem como apresentar as vantagens e desvantagens da
implementação destas técnicas na rotina clínica.
Palavras-chave: Toxoplasmose, Toxoplasma gondii,
imunossupressos, reação em cadeia da polimerase,
diagnóstico.
Abstract
The detection of toxoplasmosis with the market
standardized techniques do not always prove effectiveness
in the diagnosis of immunosuppressed, pregnant and
neonates, once those patients have a reduced ability
for creation of antibodies that are detectable through
these methods. With failure of early and precise disease
diagnosis, several sequels can be registered in the
affected patients, sequels that end up creating several
expenses for public health. This review article intends
to show the promising techniques for diagnosis of those
patients, mainly the molecular, using the polymerase
chain reaction, as well as showing the advantages and
disadvantages of the implementation of techniques on
clinical routine.
Keywords: Toxoplasmosis, Toxoplasma gondii,
imunossupressed, polymerase chain reaction,
diagnosis.
0 16
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
Introdução
O Toxoplasma gondii é um
protozoário intracelular obrigatório
que infecta mundialmente cerca de
um terço da população humana¹.
Foi descoberto por acidente em
1908 por Nicolle e Manceaux na
Tunísia enquanto os pesquisadores
buscavam estudar casos de
Leishmania sp, neste mesmo ano
o parasita foi encontrado no Brasil
por Splendore². O T. gondii está
diretamente ligado aos felinos,
uma vez que o seu ciclo biológico
se completa no intestino delgado
dos mesmos³, os tornando os
hospedeiros definitivos do parasita.
Um gato que está infectado pode
liberar milhões de oocistos em
suas fezes sem apresentar qualquer
sintoma da doença, estes oocistos
irão sobreviver no meio ambiente
por meses se as condições de
temperatura e umidade forem
favoráveis².
Quando os gatos ingerem animais
contaminados, como por exemplo
os ratos, os bradizoítos serão
liberados no intestino do felino,
irão infectar as células da mucosa
e se diferenciarão em gametócitos
masculinos e femininos; os
gametas vão se fundir e formar os
oocistos que serão excretados nas
fezes dos gatos, contaminando o
solo, a água e os alimentos; animais
e humanos que consumirem estes
alimentos ou esta água poderão
ser infectados, completando
assim, o ciclo do T. gondii4.
A infecção nos humanos começa
quando há o consumo de carne
mal-cozida contaminada com
os cistos ou quando há contato
direto com as fezes dos gatos
contaminados5. No intestino há a
ruptura dos cistos, que invadem
a parede intestinal, são ingeridos
pelos macrófagos para então
se tornar taquizoítos que se
multiplicam rapidamente, estes
matam as células onde estão e
infectam outras. Quando há a
resposta do sistema imunológico,
os parasitas entram nas células
dos tecidos e se diferenciam em
bradizoítos, que é uma forma de
multiplicação lenta4.
O consumo de carne mal-cozida
seria um dos possíveis motivos pelos
quais o Rio Grande do Sul possui uma
prevalência alta de toxoplasmose
ocular, principalmente no
Noroeste do estado. Isso poderia
ser explicado pela colonização
europeia expressiva e junto com
ela alguns hábitos de criar porcos
e consumir sua carne, nem sempre
bem cozida, assim como salames
e outros defumados, por exemplo.
Os descendentes destes imigrantes
que mantiveram estes hábitos
de vida e alimentares estariam,
teoricamente, mais expostos à
doença6. No Brasil a prevalência
do parasita em humanos possui
uma ampla gama que vai de 64,9%
a 91,6% dependendo da região
estudada7.
Em indivíduos imunocompetentes
a toxoplasmose raramente causa
sintomas ou outros problemas
sérios, apenas entre 10 e 20% dos
casos são sintomáticos e relatam
linfadenopatia cervical. Os mais
afetados pelo parasita são as
gestantes, os recém-nascidos
de gestantes contaminadas e
os imunossupressos, uma vez
que seu sistema imunológico
está depreciado¹. Como a
gestação é apontada como uma
forma de imunossupressão8, as
complicações nestas pacientes
também serão abordadas neste
artigo de revisão. Em gestantes,
a infecção com o parasita
pode causar aborto ou trazer
complicações severas ao feto
como, por exemplo, coriorretinite
e retardo no desenvolvimento.
Em imunossupressos pode causar
encefalite e infecções sistêmicas,
levando à morte¹.
ARTIGO CIENTÍFICO I
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
0 17
Autoras: Stéfani Werlang Sacon, Allyne Cristina Grando
ARTIGO CIENTÍFICO I
Gestantes e Recém-Nascidos
As gestantes que já tiveram
contato com o parasita antes
de engravidar e que já tenham
desenvolvido imunidade não irão
transmitir a infecção ao feto, a não
ser que haja uma reativação da
doença durante a gestação, o que
é comum em pacientes com o Vírus
da Imunodeficiência Humana (HIV),
em mulheres que estejam recebendo
corticóides, que possuam alguma
outra doença hematológica maligna
ou estejam recebendo qualquer
outro tipo de imunossupressor. Os
danos causados irão depender da
virulência da cepa do parasita, da
integridade do sistema imune da
gestante e do período gestacional
em que a mulher está9,10. O fato
de que os sintomas na mãe sejam
brandos não significa que isso se
aplica ao feto e, quanto mais cedo na
gestação a mãe se contaminar com o
T. gondii ou reativar a doença, mais
graves serão os danos causados ao
feto 1,10 .
Caso a infecção ocorra no primeiro
trimestre da gestação as chances
de contaminação do feto são baixas
(15%), pois a placenta possui
dimensões pequenas tornando mais
difícil o acesso do T. gondii a esse
tecido, entretanto, caso a infecção
se estabeleça as consequências
podem ser gravíssimas uma vez que
é nesse período gestacional que
ocorre a organogênese, podendo
ocorrer inclusive a morte fetal. No
segundo trimestre com o aumento
da placenta, a chance de infecção
fetal também aumenta (30%), mas
como a organogênese já ocorreu
as consequências serão menos
graves, nesse caso poderá ocorrer a
Tétrade de Sabin (retinocoroidite,
calcificações cerebrais, retardo
mental e hidrocefalia com macro ou
microcefalia). Já no terceiro trimestre
a chance de infecção fetal é de 60%
mas as consequências causadas não
são tão graves, a criança poderá
nascer normal e em alguns dias
ou meses após o parto existe a
possibilidade de que ela desenvolva
febre, manchas pelo corpo e
cegueira 8,10 . O Ministério da Saúde
(MS) preconiza que o tratamento
seja realizado com espiramicina,
alternada ou não com sulfadiazina,
ácido folínico e pirimetamina
dependendo da idade gestacional
e infecção fetal 11 . É importante
salientar que este tratamento,
mesmo com a reposição do ácido
folínico, pode causar teratogênese,
mostrando a importância de iniciar
o tratamento apenas quando se
tem certeza de que há realmente
uma infecção ativa8. Em 2010 foi
aprovada a lei estadual n° 13.592
onde, no Estado do Rio Grande do
Sul, tornou-se obrigatório o exame
de toxoplasmose em gestantes
e recém-nascidos dos hospitais
públicos e privados que dispõem do
Sistema Único de Saúde (SUS) 12 .
Um artigo de Quadros et al. (2015)
mostra que na França, em 8 anos
houve uma redução da prevalência
de toxoplasmose de 10,5% com a
implantação de medidas de higiene
e mudança dos hábitos alimentares
das gestantes 13 , isso mostra que
se o SUS investir em políticas de
prevenção e de conhecimento da
toxoplasmose por parte da população
a prevalência da doença tende a cair
com o passar dos anos. Em Londrina,
no Paraná, foi implantado no ano de
2006 o “Programa de Vigilância da
Toxoplasmose Congênita”, que em 4
anos reduziu em 63% o número de
gestantes infectadas e em 42% o
número de crianças encaminhadas
aos serviços de referência,
aumentando a disponibilidade de
vagas para que pacientes com outras
doenças sejam atendidos 14 .
De acordo com o Manual Técnico de
Gestação de Alto Risco, do Ministério
da Saúde (2012), recomenda-se
a triagem por meio da detecção
de anticorpos da classe IgG e IgM
na primeira consulta de pré-natal,
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caso a gestante tenha sorologia
negativa para IgM e IgG no primeiro
exame deverá ser realizado um
acompanhamento sorológico a cada
dois ou três meses 15 . Estudos que
apontam que a gestação é uma forma
de imunossupressão não descartam
a reativação de infecção latente
também em gestantes 8 , e ainda
mostram a necessidade da utilização
de outras técnicas no diagnóstico,
pois a detecção de anticorpos tanto
na mãe quanto no feto atingem
um percentual de detecção de
apenas 89,9% devido às mudanças
hormonais na mãe e à imaturidade
do sistema imunológico do recémnascido
16 , nota-se também que a
sensibilidade e especificidade da IgM
não é de 100% como costuma-se
pensar, ela varia de 77,5% a 99,1%
e 93,3% a 100%, respectivamente8.
Outros estudos também mostram que
existem falhas na produção de IgM e
IgG nas primeiras semanas da infecção,
tornando difícil a correta detecção da
parasitemia tanto no feto quanto na
mãe 17 . Além disso, a detecção de IgM
também só se mostra eficaz em 75%
das crianças testadas 18 . A incerteza
no diagnóstico pode condenar o feto
a sequelas gravíssimas, que além de
afetar a família afetariam a sociedade
como um todo, pois os gastos gerados
ao sistema público de saúde são
indiscutivelmente elevados 8 .
Em Bernardino do Campo, no
estado de São Paulo, em um estudo
realizado com amostras de soro
de 308 gestantes, a prevalência de
anticorpos IgM foi de 5,84% e a de
IgG foi de 65,59%, sendo que 28,57%
das gestantes ainda corriam risco
de desenvolver a doença durante
a gestação e prejudicar o feto 19 . No
Paraná a prevalência de IgG positiva
foi de 51,7%. A positividade de IgM
foi detectada em 29 mulheres (1,3%)
sendo que 28 delas possuíam IgG de
alta avidez, indicativo de infecção
anterior à gestação, não oferecendo
riscos ao feto. Uma das gestantes
que possuía IgG de alta avidez teve
os anticorpos detectados apenas
após a 16ª semana de gestação, o
que não exclui a possibilidade de
que ela tenha se contaminado com
o parasita logo no início da gravidez
e que o feto possa vir a desenvolver
problemas 20 . No Noroeste do Rio
Grande do Sul, foram analisadas
amostras de 2.126 gestantes, sendo
que 74,5% apresentaram anticorpos
específicos anti-T. gondii, e 3,6%
foram IgM reagentes. Em 25,1% das
gestantes não foram identificados
anticorpos, o que as torna suscetíveis
à infecção durante a atual gestação
ou em gestações futuras 5 . Estudos
realizados na cidade de Santo Antônio
da Patrulha, também no Rio Grande
do Sul, apontam uma prevalência
de toxoplasmose em gestantes de
53,3% sendo que 46,7% estavam
suscetíveis à infecção, neste estudo
não foram detectados anticorpos
IgM 21 . Em Hong Kong, na Argélia
e na França foram encontradas
prevalências de toxoplasmose em
gestantes de 9,8%, 49% e 83%,
respectivamente 5 .
Transplantados e HIV Positivos
A infecção por T. gondii e suas
complicações em pacientes com
Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida (AIDS) é considerada uma
das maiores causas de mortalidade e
complicações sistêmicas 17 . Embora
seja rara em pacientes que recebem
transplantes de órgãos sólidos,
quando se manifesta a toxoplasmose
disseminada é conhecidamente
mortal, quando se manifesta traz
complicações severas que em sua
maioria levam a óbito, principalmente
quando a terapia com cotrimazol é
iniciada mais tarde do que deveria 22 .
Nestes pacientes imunossupressos
a toxoplasmose pode causar graves
problemas, que serão fatais se não
forem reconhecidos e tratados
da forma correta e rapidamente.
Normalmente nestes pacientes a
infecção ocorreu antes de eles se
tornarem imunossupressos, ficando
em estado de latência e se reativando
com o comprometimento do sistema
0 20
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
imunológico, uma vez que são
as imunidades celular e humoral
que irão diminuir a velocidade de
multiplicação do parasita (que
assume forma cística de resistência)
bem como sua ação patogênica nos
tecidos 9 . Com a baixa capacidade
de geração de anticorpos várias
complicações podem surgir 17 , e sem
o combate ao parasita cada vez mais
danos poderão ser causados pela
infecção 16 .
Um relato de caso feito por
Patrat-Delon et al. (2010) mostra
que um paciente que recebeu um
transplante de coração possuía
sorologias indicativas de infecção
passada, bem como o doador do
órgão, ambos possuíam IgG positiva
de alta avidez e IgM negativas. Ao
realizar o transplante foi feita uma
profilaxia padrão, que normalmente
é utilizada contra Pneumocystis
sp, antes do início da terapia de
imunossupressão. Essa terapia
padrão, ao ser interrompida para o
início da imunossupressão, facilitou
que o T. gondii se multiplicasse e
causasse uma infecção disseminada
no paciente. O paciente em questão
seguiu com inúmeras complicações
causadas tanto pelo T. gondii quanto
por outros patógenos e precisou
ficar internado em uma clínica de
reabilitação por mais de um ano 22 .
Normalmente os transplantes
de coração e coração-pulmão
associados estão mais ligados à
transmissão do T. gondii a receptores
de órgãos soronegativos 23,24 , já os
transplantes de medula óssea estão
associados à reativação da doença
passada, sendo estes os que possuem
uma maior taxa de mortalidade 22 .
A reativação da doença também pode
ocorrer em pacientes HIV positivos que
não seguem o tratamento corretamente,
e com pessoas recebendo quaisquer
terapias imunossupressoras. Existem
casos, embora raros, de infecção
primária após o transplante, sendo estes
os pacientes que não apresentavam
nem IgM e nem IgG positivas antes
da imunossupressão. No caso de um
transplante de órgão sólido, o órgão
pode estar contaminado com a forma
latente do parasita em forma cística,
o bradizoíto, que comumente fica em
forma de latência no coração, no cérebro
e no músculo esquelético 16,23 , após o
transplante o protozoário será carreado
pelo órgão até o receptor, que por estar
imunossupresso irá desenvolver sintomas
graves como, por exemplo, encefalite,
miocardite e infecção sistêmica, e em
raros casos pneumonia 25 . Um estudo
feito por Robert-Gangneux et al. (2015)
mostrou que a detecção do T. gondii em
imunossupressos foi muito maior nos
pacientes que não eram portadores do
vírus HIV, sendo estes pacientes os que
receberam algum transplante e estão
em tratamento com imunossupressor 24 .
De acordo com Weiss e Dubey (2009)
a incidência de toxoplasmose devido
a transplantes de órgãos é atualmente
desconhecida, pois não há um registro
definitivo feito destes casos 1,24 , mas
alguns estudos retrospectivos são
mostrados na Tabela 1. O número de
mortes por toxoplasmose vistos neste
estudo não são expressivos, mas como
diversos pacientes foram perdidos
para acompanhamento muitos casos
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ARTIGO CIENTÍFICO I
podem ter ficado sem o diagnóstico
final da doença e, como observado
anteriormente, não existe um registro
definitivo dos casos, tornando estes
números pouco fidedignos23. Como
o diagnóstico definitivo da encefalite
toxoplásmica nos imunossupressos se
dá através de técnicas histopatológicas
extremamente invasivas, a padronização
de novas técnicas seria de extrema
utilidade26.
De acordo com um estudo realizado
em 1990, o T. gondii causou
pneumonia em 5% dos pacientes
com AIDS em estágio avançado com
uma taxa de mortalidade de 35% 1 .
Em Pelotas, no Rio Grande do Sul,
um estudo com 250 pacientes HIV
positivos detectou uma prevalência
de anticorpos IgG de 80% entre os
mesmos, mas não foi detectada
positividade para IgM. Esta
prevalência foi mais alta do que a
encontrada em gestantes (54,8%)
e doadores de sangue (57,5%)
na cidade. A prevalência entre os
imunossupressos encontrada neste
estudo foi similar à encontrada no
Pará (82,9%) e na Bahia (77,3%) 27 .
Estes pacientes são provavelmente
aqueles que seguem o tratamento
do HIV de forma correta, e mesmo
que possuam a forma latente do
T. gondii, o parasita ainda não
achou o momento propício para
causar a reinfecção. Um problema
que os pacientes que já tiveram
toxoplasmose e foram tratados
enfrentam é que a maioria dos
medicamentos utilizados no
tratamento não são efetivos contra
as formas císticas do parasita, assim
os bradizoítos ficarão nos tecidos
em forma cística aguardando
o momento apropriado para se
multiplicar novamente e reinfectar o
paciente 28 .
Uma rápida detecção da doença faria o
tratamento ser iniciado precocemente,
evitando sequelas e aumentando a
sobrevida destes pacientes em até
60%25, diminuindo também seu
tempo de permanência no hospital e os
gastos desnecessários com internação
e tratamento 28 .
Diagnóstico
O diagnóstico da toxoplasmose é feito
principalmente com testes imunológicos
de pesquisa de anticorpos IgM (fase
aguda) e IgG (fase crônica) no soro
do paciente através das técnicas de
imunoensaio, como ELISA (enzyme
linked immuno assay), ELFA (Enzime
linked fluorescent assay) e as de
quimioluminescência, como CMIA
(chemioluminescent microparticle
immuno assay), menos comumente
também se pode pesquisar IgE e IgA 7 ,
a última costuma ser produzida antes
da IgM e pode durar por vários meses,
embora de maior custo 29 , a detecção
destes anticorpos em neonatos pode
indicar infecção ativa com a produção
de anticorpos próprios, uma vez que as
mesmas não atravessam a placenta 3 .
Quando apenas IgM e IgG são dosadas
é difícil distinguir infecção latente de
infecção recente, então se faz necessário
o uso de um teste de detecção de avidez
de IgG. A presença de IgG de baixa avidez
juntamente com a presença de IgM
sugere infecção primária. A presença de
IgG de alta avidez concomitantemente
com dosagens positivas de IgM sugere
uma reativação da infecção latente
ou da persistência de IgM no soro.
Entretanto avidez baixa não significa
necessariamente uma infecção recente,
pois estes anticorpos de baixa avidez
podem permanecer no soro do paciente
por alguns meses 7 e as IgMs residuais
podem permanecer por períodos de
até 12 meses 17 . Outras técnicas que
não são muito usadas frequentemente,
mas que podem ser utilizadas são as
de hemaglutinação (pode levar a falsopositivos
devido à reação cruzada),
imunofluorescência indireta (permite
a titulação das Ig’s, mas seu resultado
de IgM não é muito sensível devido
à competição com IgG’s, o que pode
causar resultados falso-negativos), e a
técnica de Sabin-Feldman (identifica
o parasita no sangue apenas durante a
fase aguda da doença) 7,19,29 .
0 22
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
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ARTIGO CIENTÍFICO I
Além destes métodos, outro que
chama atenção por seus resultados
sensíveis principalmente para
detecção de cistos em tecidos é
o bioensaio 23 , onde a amostra a
ser pesquisada é inoculada em
camundongos knockout que depois
são analisados para a identificação
do parasita em seu líquido
peritoneal ou em seus tecidos
através de técnicas histológicas e
de soroconversão. Entretanto esta
técnica consome muito tempo com
os animas, é consideravelmente
cara e expõe os funcionários ao risco
de contaminação 18 . Ela costumava
ser muito utilizada no início do
desenvolvimento e padronização de
novos métodos, como mostram os
estudos de Joss et al. e de Khalifa et
al., de 1993 e 1994 respectivamente,
para auxiliar na comparação
de resultados e avaliação da
sensibilidade e especificidade das
variações da técnica que estava
sendo testada e possuía resultados
considerados encorajadores 30,31 .
Métodos Moleculares
Inicialmente, por volta da década
de 90, os métodos moleculares
não apresentavam sensibilidade
e especificidade satisfatórias para
a detecção do T. gondii, pois os
laboratórios ainda não possuíam o
conhecimento necessário a respeito
do manejo das amostras e da
técnica específica para detecção do
parasita 32 . Após vários estudos em
diferentes países essas técnicas têm
despontado em vantagens, uma
vez que se baseiam na amplificação
enzimática in vitro de determinado
segmento de DNA do parasita,
possibilitando a execução do método
com quantidades pequenas de
amostras em um curto período de
tempo, sendo assim, hoje em dia,
muito específicas na pesquisa do T.
gondii. Sua elevada sensibilidade
jaz na sequência gênica correta a
ser amplificada, na ausência de
inibidores da enzima, e na amostra
de escolha para análise 29 .
Sabidamente o diagnóstico pelas
formas convencionais estabelecidas
pelo Center of Disease Control (CDC)
se encontra prejudicado nos pacientes
imunossupressos devido à baixa
capacidade para gerar os anticorpos
em títulos elevados o suficiente para
serem detectáveis 17, 28, 33, 34 . Os testes
que estão no mercado usam antígenos
direcionados especificamente aos
taquizoítos, que são menos antigênicos
que determinadas proteínas. Estudos
têm mostrado que algumas das
proteínas expressas pelo parasita
poderão induzir uma resposta imune
detectável também nos pacientes
imunossupressos 28 .
Proteínas recombinantes têm se
mostrado muito promissoras, e
acabam utilizando métodos que
necessitam de biologia molecular e
biotecnologia 29,35 . Um estudo feito
por Arab-Mazar et al. (2016) mostra
que a proteína GRA7 expressa pelo
parasita, possui maior antigenicidade
e expressão do que os antígenos
de superfície dos taquizoítos, pois
foi desenvolvida por métodos de
clonagem gênica, não possuindo
as impurezas que os antígenos de
mercado possuem, dessa forma
interagindo melhor com os anticorpos
anti-GRA7 do soro do hospedeiro
mesmo ele sendo imunossupresso,
pois seriam anticorpos produzidos
em grande quantidade e de longa
duração. Está se tentando padronizar
uma técnica de ELISA baseada na
detecção de anticorpos para esta
proteína purificada e os resultados se
mostram promissores 28 .
Diversos métodos moleculares
vêm sendo testados para chegar a
conclusões definitivas a respeito de
qual seria o mais adequado para a
detecção do T. gondii seja em amostras
de sangue, de lavado broncoalveolar
(LBA), de líquido amniótico (LA)
ou de líquido cefalorraquidiano
(LCR), sendo a reação em cadeia
da polimerase (PCR) convencional
um dos mais utilizados nos fluídos
0 24
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
iológicos citados anteriormente29.
Com a grande variedade de métodos
testados em diversos países, foram
testados no Brasil quatro métodos de
PCR que tiveram suas especificidade
e sensibilidade comparadas, como é
mostrado na Tabela 2.
Observando os resultados obtidos
pôde-se notar que a real-time
PCR se mostrou mais sensível
e específica que as outras três
técnicas testadas, isso pode ser
explicado pela diminuição de
etapas da técnica, evitando maior
tempo de manipulação da amostra
e assim, evitando possíveis erros
relacionados a isso 36 .
Na França foi observado que o T.
gondii é melhor detectado na PCR
quantitativa utilizando o gene REP-
529 ao invés do até então utilizado
gene B137, o primeiro se repete
cerca de 200 vezes no genoma do
parasita enquanto que o segundo
se repete apenas 35 vezes 23 , porém
estudos mostraram que há variações
no número de repetições de ambos
os genes dependendo da cepa do
parasita estudada 38 . Assim, devido
ao seu maior número de repetições,
o REP-529 tornaria possível detectar
precocemente uma baixa carga
parasitária nas amostras do paciente.
Entretanto, na América do Sul os
resultados não foram reprodutíveis,
acredita-se que as cepas de T. gondii
que possuímos aqui sejam diferentes
e mais patogênicas do que as
européias, sendo assim o gene B1
foi mais sensível e específico para
os casos daqui do que o gene REP-
52939, entretanto o gene B1 também
apresenta a desvantagem de
amplificar determinadas regiões dos
cromossomos humanos, tornando
necessária uma avaliação cuidadosa
dos resultados 17 . O gene B1 acabou
gerando duas vezes mais resultados
falso-negativos do que o gene REP-
529 em um estudo realizado por
Hierl et al. na Alemanha em 200434.
A grande diversidade de cepas já
isoladas do parasita (cerca de 1500)
acaba fazendo com que nem todas
as técnicas de PCR padronizadas e
testadas na Europa funcionem aqui e
vice versa, por esse motivo ressaltase
a importância dos trabalhos feitos
no Brasil29, nota-se também que
as altas sensibilidades encontradas
nas técnicas de PCR executadas aqui
no Brasil e em Cuba (de 69 a 83%)
podem estar relacionadas à alta
virulência do parasita 23 .
Devido à alta prevalência de
toxoplasmose na França, acabou
sendo criado um guia de controle de
qualidade para que as diversas técnicas
moleculares utilizadas nos laboratórios
sigam determinadas normas para
evitar resultados falso-positivos e
falso-negativos 40 . A grande dificuldade
de padronização das técnicas está no
fato de que a grande maioria delas é
desenvolvida in house e cada laboratório
adota uma metodologia diferente 41 . Na
Líbia, Gashout et al. (2016) conseguiram
padronizar uma técnica de seminested-PCR
que foi capaz de detectar
concentrações mínimas do T. gondii nos
fluídos corporais analisados, mostrando
especificidade e sensibilidade
elevadíssimas, fazendo com que a
realização de PCR na rotina clínica se
torne algo cada vez mais próximo 42 .
ARTIGO CIENTÍFICO I
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ARTIGO CIENTÍFICO I
Em um caso de reativação da
toxoplasmose em um paciente
que recebeu transplante de células
tronco, a PCR em tempo real (rt-
PCR) e a PCR associada ao ELISA
mostraram-se eficazes para
detecção precoce da doença e para a
avaliação da eficácia do tratamento,
os sintomas clínicos, neste caso,
apareceram uma semana depois
da positividade da PCR, mostrando
que estas técnicas podem ser
utilizadas no diagnóstico precoce
antes que haja complicações, no
acompanhamento da evolução de
casos de pacientes que estejam
em alto risco de desenvolver
toxoplasmose e na monitorização
terapêutica,
principalmente
quando o paciente precisa ter
um tratamento com baixas doses
dos medicamentos ou precisa
postergar o início das medicações
por complicações sistêmicas 43 . Isso
seria de extrema valia nos pacientes
que recebem transplante de órgãos
sólidos, pois não são todos os
medicamentos contra o T. gondii
que eles podem receber devido
à toxicidade que poderia levar à
rejeição do órgão transplantado,
ou até mesmo a complicações
hepáticas, sendo essa uma situação
extremamente delicada 22 .
Considerações Finais
Por enquanto parece ser
relativamente inviável tornar o
diagnóstico molecular o padrão
ouro para detecção de toxoplasmose
devido ao alto custo inicial para a
implantação na saúde pública, algo
que se sabe não ser possível. Em
2002, Bastien já defendia a ideia
de que o desenvolvimento de novas
técnicas deveria visar a utilização na
rotina hospitalar 44 . Numerosos testes
têm sido desenvolvidos desde então,
e muitos outros já se encontram
disponíveis no mercado, mas
nenhum deles foi validado com uma
quantia considerável de amostras
clínicas45, pois ainda não foi
estabelecido um consenso definitivo
a respeito da melhor técnica 17 .
O interessante é que conforme a
demanda aumente ao longo dos
anos, o custo destes métodos
diminuirá, tornando assim possível
a detecção precoce do T. gondii nos
pacientes imunossupressos e em
pessoas com perfil sorológico de
difícil interpretação, principalmente
nas gestantes que possuem IgM
positiva com IgG de alta avidez, pois
as técnicas permitiriam diferenciar
entre IgMs persistentes e reinfecção
recente 46 . A rt-PCR, embora
permaneça cara, se mostrou útil
para quantificar a carga parasitária 18 ,
mas parece se adequar melhor para
monitorar a eficácia do tratamento 43
e também auxiliar na detecção da
parasitemia nas gestantes, evitando
uma intervenção terapêutica
desnecessária 46 , a PCR quantitativa
também se mostra útil nestes
casos, uma vez que pode detectar
a parasitemia de forma bastante
precoce e ajudar na tomada de
decisões e manejo terapêutico 47 .
É de extrema importância que
cuidados sejam tomados tanto
para a padronização da técnica
quanto na análise das amostras
posteriormente, não podendo existir
inibidores da técnica, pois assim
muitos resultados falso-negativos
seriam encontrados 26 . É importante
lembrar que as amostras de sangue
nem sempre são a melhor escolha
diagnóstica, pois em sua maioria
elas irão detectar apenas se houver
uma passagem do parasita pelo
sangue, não sendo capazes de
detectar, por exemplo, pneumonia
e encefalite causadas pelo T. gondii,
sendo que nestes casos pode-se
utilizar como amostra biológica o
LBA e o LCR, respectivamente 17 . O
diagnóstico de toxoplasmose ocular
também pode ser feito utilizando
amostras de humor aquoso, uma
vez que o sangue total não fornece
a sensibilidade necessária nestes
casos 48 , podendo se observar
0 26
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que a PCR não tem relação com
a presença de lesões oculares e o
grau de parasitemia, tendo uma
positividade baixa nas crianças com
menos de dois meses de vida 38 .
Ao implementar estas medidas se
evitariam procedimentos invasivos
em pacientes que, na maioria
das vezes, encontram-se em uma
situação de saúde muito delicada,
principalmente os que têm suspeita
de encefalite e de toxoplasmose
disseminada.
Com o surgimento do HIV e o
aumento do número de pacientes
portadores do vírus, bem como o
aumento de pacientes transplantados
e imunossupressos por diversas
outras doenças, ainda existe um
número grande de pessoas em
risco de desenvolver complicações
causadas pela toxoplasmose, e
novas técnicas moleculares se fazem
muito necessárias no diagnóstico
destes pacientes imunossupressos,
neonatos e gestantes, já que
uma detecção precoce e uma
resolução de casos sorológicos
complicados diminuem e muito a
morbimortalidade que o T. gondii
pode causar 17 .
Estudos mostram que a prevalência
de encefalite toxoplásmica pode
chegar a 40% em HIV positivos,
sendo que destes pacientes, entre 10
e 30% morrerão por complicações
da doença que não é diagnosticada
precocemente 28 , mesmo com o
advento da terapia antirretroviral
altamente ativa (HAART) e a
diminuição dos casos de encefalite
toxoplásmica, o número de casos
tem se mantido estável ao longo dos
anos 24 , novos métodos não devem
ser deixados de lado, visto que ainda
assim diversos pacientes optam
por não seguir o tratamento devido
aos efeitos colaterais causados por
ele 33,49 . O mesmo acontece em casos
de gestantes que têm um perfil
sorológico de difícil interpretação ou
que possuem resultados sorológicos
indeterminados ou duvidosos, um
diagnóstico mais fidedigno poderia
vir a reduzir as complicações
causadas ao feto caso sofresse
contaminação vertical.
O uso da PCR concomitantemente
com técnicas radiológicas e o
diagnóstico clínico seria de extrema
importância e utilidade 33 . Os custos
seriam altos, mas seriam facilmente
recuperados ao diminuir o tempo
de hospitalização e os gastos
prolongados com medicamentos.
Nos Estados Unidos, os gastos anuais
com o tratamento e hospitalização
de pacientes com toxoplasmose
chegam a 7,7 bilhões de dólares,
sendo que esta quantia é tão
grande principalmente devido às
complicações causadas ao feto
pela transmissão via placenta 8 .
Embora demorado, com certeza
haveria um retorno financeiro ao
evitar tratamentos e internação
prolongados dos pacientes em maior
risco 26 . Entretanto, para a utilização
faz-se necessário que os métodos
diagnósticos de ponta sejam
aprovados e liberados para o uso
pelo SUS e mão-de-obra qualificada
seja contratada para a realização das
técnicas.
Conflito de Interesses
Os autores declaram que não
existem conflitos de interesses.
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ARTIGO CIENTÍFICO I
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
0 29
ARTIGO CIENTÍFICO II
COLONIZAÇÃO RETOVAGINAL
POR ESTREPTOCOCO β-HEMOLÍTICO DO GRUPO
B EM GESTANTES ATENDIDAS EM UM HOSPITAL DE
REFERÊNCIA OBSTÉTRICA NO RIO GRANDE DO SUL.
Rectovaginal colonization by β-hemolytic Streptococcus of group B in pregnant women attended at an obstetric referral hospital in Rio Grande do Sul.
Autores:
Eduardo Langorte Toledo1,
Carolina Mallmann Wallauer de Mattos2,
Silvia Bock de Matos3.
1 - Biomédico graduado pela Universidade Luterana do Brasil (UL-
BRA), Hospital de Pronto Socorro de Canoas - Canoas-RS, Brasil.
2 - Biomédica, Mestre em Biologia Celular e Molecular, Docente do
Curso de Biomedicina na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA)
- Canoas-RS, Brasil.
3 - Farmacêutica-Bioquímica, Especialista em Microbiologia Clínica,
Hospital Municipal de Canoas - Canoas-RS, Brasil.
Declaramos a não existência de conflitos de interesse e que não
houve financiamento ou benefícios recebidos de fontes comerciais.
Resumo
Introdução: O estreptococo β-hemolítico do grupo B de Lancefield
(EGB) ou Streptococcus agalactiae encontra-se de forma comensal da
microbiota humana, sendo o trato gastrointestinal o reservatório da
bactéria. Sua importância clínica está relacionada com a capacidade
de causar infecções em neonatos, incluindo sepse, pneumonia
e meningite. Objetivo: O objetivo deste estudo foi determinar a
prevalência de gestantes colonizadas pelo Streptococcus agalactiae
em um hospital de referência obstétrica no Rio Grande do Sul.
Método: Foram analisados 695 prontuários de gestantes atendidas
no ambulatório de gestação de alto risco e da internação do referido
hospital, entre julho de 2017 e dezembro de 2018. Resultados: Das
gestantes que receberam atendimento obstétrico com solicitação
de cultura para Streptococcus agalactiae no período proposto, 173
estavam colonizadas pelo microrganismo na região retovaginal,
perfazendo uma prevalência de 24,9%, resultado que corrobora
com dados da literatura. Conclusão: Estudos sobre a prevalência
de gestantes colonizadas pelo estreptococo do grupo B são de
grande relevância para a saúde pública, visto que o microrganismo
pode causar infecções graves em neonatos, destacando-se a real
necessidade do rastreamento durante o pré-natal em conjunto
com os demais exames preconizados pelo Ministério da Saúde,
minimizando os riscos de transmissão e infecção.
Palavras-chave: Streptococcus agalactiae; gestação; recém-nascido.
Abstract
Introduction: Lancefield group B β-hemolytic streptococcus
(EGB) or Streptococcus agalactiae is found in the commensal
form of the human microbiota, the gastrointestinal tract being
the bacterium's reservoir. Its clinical importance is related to
the ability to cause infections in neonates, including sepsis,
pneumonia and meningitis. Objective: The objective of this study
was to determine the prevalence of pregnant women colonized by
Streptococcus agalactiae in an obstetric referral hospital in Rio
Grande do Sul. Method: 695 medical records of pregnant women
attended at the high-risk pregnancy clinic and the hospitalization
of the referred hospital between july 2017 and december 2018
were analyzed. Results: Of the pregnant women who received
obstetric care with a culture request for Streptococcus agalactiae
in the proposed period, 173 were colonized by the microorganism
in the rectovaginal region, with a prevalence of 24.9%, a result
that corroborates with data from the literature. Conclusion:
Studies on the prevalence of pregnant women colonized by group
B streptococcus are of great relevance to public health, since
the microorganism can cause serious infections in neonates,
highlighting the real need for prenatal screening together with the
other tests recommended by the Ministry of Health, minimizing
the risks of transmission and infection.
Keywords: Streptococcus agalactiae; gestation; newborn.
0 30
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
Introdução
O rastreamento de gestantes colonizadas
pelo Streptococcus agalactiae na região
retovaginal baseia-se na capacidade do
microrganismo causar complicações
materno-fetal e neonatal graves, auxiliando
especialistas na tomada de decisões que
visam seu controle, sendo possível atuar
com medidas profiláticas eficazes que
minimizam a transmissão vertical da
bactéria, diminuindo as taxas de infecção,
morbimortalidade e sequelas nos neonatos
sobreviventes (Siqueira, 2017).
Na literatura científica, a prevalência de
gestantes colonizadas pelo Streptococcus
agalactiae variam largamente e
chegam a 40% no Brasil e de 10 a
30% em outros países, alterando de
acordo com fatores sociodemográficos,
localização geográfica, região anatômica
da coleta do material e das técnicas
bacteriológicas de isolamento utilizadas
(Função & Narchi, 2013; Nunes &
Oliveira, 2015). De acordo com a
Organização Mundial da Saúde (OMS), o
estreptococo do grupo B causa 150.000
natimortos e mortes de bebês em todo
o mundo, apesar da eficácia da profilaxia
antibiótica intraparto (WHO, 2017).
O Streptococcus agalactiae é considerado
um agente bacteriano patogênico à
saúde humana desde a década de 1970,
apontado como a principal causa de
infecção em recém-nascidos na época
(Barbosa et al., 2016; Nomura et al.,
2009). Trata-se de um coco gram-positivo
encapsulado, β-hemolítico, pertencente
à microbiota normal humana, sendo o
trato gastrointestinal baixo o reservatório
primário do microrganismo (Capellin
et al., 2018). Em sua parede celular,
apresenta um antígeno específico que
possibilita a denominação da espécie
como estreptococo do grupo B (EGB) do
sistema de classificação de Lancefield
(Capellin et al., 2018).
Durante a gestação, as alterações
hormonais causam um desequilíbrio
na população microbiana vaginal,
favorecendo a colonização de
microrganismos oportunistas que
podem levar a complicações na
evolução gestacional (Melo et al.,
2018). Em virtude da proximidade
anatômica entre o reto e a vagina,
a partir do trato gastrointestinal o
estreptococo do grupo B pode colonizar
de maneira crônica ou intermitente
a região genital de mulheres e, de
forma menos frequente, o trato
urinário (Nunes & Oliveira, 2015). A
colonização materna por Streptococcus
agalactiae na região retovaginal é
considerado o principal fator de risco
para o desfecho da infecção neonatal,
podendo manifestar-se como sepse,
meningite e pneumonia (Barbosa et
al, 2016; Capellin et al., 2018). Nas
gestantes, está associado a infecções
do trato urinário, endometrite,
corioamnionite, ruptura prematura de
membranas e parto prematuro, além
da possível ocorrência de aborto e
morte fetal intra-uterina (Senger et
al., 2016).
Em recém-nascidos, o Streptococcus
agalactiae pode causar quadros clínicos
distintos de acordo com o aparecimento
dos sintomas (Battistin et al., 2018). A
doença estreptocócica de início precoce
geralmente ocorre por transmissão
vertical da bactéria por via ascendente
ou intra-amniótica, através da ruptura
das membranas, aspiração do líquido
amniótico ou em contato com secreções
vaginais durante o parto, com instalação
nas primeiras horas ou até o sétimo dia
de nascimento e corresponde a 85%
das infecções neonatais (Senger et al.,
2016; Battistin et al., 2018; Paiva et
al., 2017). As manifestações clínicas
predominantes são sepse, choque
séptico, desconforto respiratório, apneia,
pneumonia e meningite, podendo
evoluir a óbito até o segundo dia de vida
(Função & Narchi, 2013; Capellin et al.,
2018; Senger et al., 2016; Battistin et al.,
2018). A prematuridade é considerada
um fator de risco para o desenvolvimento
de infecção precoce, onde a imaturidade
do sistema imunológico faz com que
ocorra uma rápida multiplicação do
microrganismo, aumentando de 10 a 15
vezes o risco de sepse (Paiva et al., 2017).
ARTIGO CIENTÍFICO II
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Autores: Eduardo Langorte Toledo1, Silvia Bock de Matos3,
Carolina Mallmann Wallauer de Mattos2.
ARTIGO CIENTÍFICO II
A infecção neonatal tardia
desenvolve-se entre o sétimo dia de
nascimento até o terceiro mês, onde
o processo infeccioso pode ocorrer
pela transmissão do microrganismo
no momento do parto, pela aquisição
pós-natal a partir da mãe colonizada
ou através do ambiente hospitalar e
domiciliar. (Função & Narchi, 2013;
Senger et al., 2016; Battistin et al.,
2018). O quadro clínico predominante é
a meningite, que apesar de apresentar
uma menor taxa de mortalidade, mais
de 20% dos sobreviventes de meningite
provocada por Streptococcus agalactiae
têm sequelas neurológicas graves,
incluindo retardo mental e hidrocefalia,
além de infecções cutâneas,
osteoarticulares, surdez, cegueira
e deficiências no desenvolvimento
(Senger et al., 2016).
O método laboratorial para a
identificação do estreptococo do grupo
B na região retovaginal é fundamental
para detectar o maior número possível
de gestantes colonizadas no período
pré-natal. (Siqueira, 2017; Nomura
et al., 2009). Dessa forma, a pesquisa
de colonização por Streptococcus
agalactiae em gestantes possibilita a
realização de medidas preventivas que
minimizam desfechos desfavoráveis,
onde o Centers for Diseases Control
and Prevention (CDC) recomenda
a triagem pré-natal baseada em
cultura e uso de profilaxia antibiótica
intraparto, que resultou em reduções
na doença estreptocócica de início
precoce entre os recém-nascidos.
(Verani et al., 2010).
No Brasil, o rastreamento da
colonização pelo estreptococo do
grupo B não faz parte do protocolo
de assistência pré-natal proposto
pelo Ministério da Saúde e os dados
epidemiológicos no país não são bem
conhecidos (Battistin et al., 2018).
Devido à ausência de um programa de
vigilância e a falta de pesquisa sobre
a colonização materna no período
pré-natal, sua investigação torna-se
um componente importante para
minimizar as infecções causadas pelo
microrganismo (Barbosa et al., 2016;
Battistin et al., 2018). O objetivo deste
trabalho foi determinar a prevalência
de colonização retovaginal por
Streptococcus agalactiae em gestantes
atendidas em um hospital de referência
obstétrica no Rio Grande do Sul.
Métodos
Trata-se de um estudo transversal, de
caráter retrospectivo com abordagem
qualitativa. Foram incluídas no estudo
todas as gestantes submetidas à
pesquisa de estreptococo do grupo
B durante o período proposto. Como
critério de exclusão, não foram
utilizados os prontuários de gestantes
com dados incompletos.
Os dados foram coletados através dos
prontuários de gestantes submetidas
à pesquisa de estreptococo do grupo
B pela Unidade de Ginecologia e
Obstetrícia de um hospital de referência
obstétrica no Rio Grande do Sul, entre
julho de 2017 a dezembro de 2018.
Neste período, o laboratório analisou
717 amostras de 695 gestantes
atendidas pelo Sistema Único de
Saúde, com origem no ambulatório de
gestação de alto risco e internação.
A coleta de dados foi realizada entre
os meses de junho e setembro de 2019
a partir dos registros do Laboratório de
Microbiologia, que permitiu a seleção
das gestantes no período proposto
para a pesquisa. O software de
gerenciamento laboratorial deu acesso
a origem, Código Internacional de
Doenças (CID), idade e resultado para
a pesquisa de estreptococo do grupo B
das gestantes. Os dados coletados foram
arquivados em planilha eletrônica no
software Microsoft Excel®, versão 2016
e posteriormente realizada a análise
estatística dos resultados obtidos.
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Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
Autores: Eduardo Langorte Toledo1, Silvia Bock de Matos3,
Carolina Mallmann Wallauer de Mattos2.
ARTIGO CIENTÍFICO II
A metodologia laboratorial utilizada
no referido hospital para a identificação
de Streptococcus agalactiae se dá
a partir da coleta de swab vaginal,
retal ou retovaginal, corretamente
identificadas, armazenadas em meio
Stuart e encaminhadas para análise.
Esses swabs são semeados em meio
cromogênico seletivo para a detecção
de Streptococcus agalactiae (chromID
Strepto B - bioMérieux) e incubados em
estufa bacteriológica por 18-24 horas a
35±2°C. Em caso de teste negativo,
a placa é reincubada por 24 horas. O
crescimento de colônias com coloração
malva é submetido ao CAMP teste e
bile-esculina. CAMP positivo e bileesculina
negativo indicam resultado
positivo para Streptococcus agalactiae
na amostra analisada.
positivo, 10 (13,9%) continham ruptura
prematura de membranas como Código
Internacional de Doenças (CID), 12
(16,7%) parto precipitado e 50 (70,8%)
apresentavam outros motivos, incluindo
infecção do trato urinário.
Durante os 17 meses propostos para a
pesquisa (Julho de 2017 à dezembro de
2018), o Laboratório de Microbiologia
do referido hospital recebeu amostras
de 695 gestantes, com detecção do
estreptococo do grupo B em 173
mulheres, correspondente a uma taxa
de colonização de 24,9% (Tabela 2). A
frequência mensal de culturas positivas
para Streptococcus agalactiae variou
de 4,2% (Setembro de 2018) à 41,2%
(Setembro de 2017), com média de 9,6
resultados positivos por mês.
O presente projeto foi elaborado de
acordo com as diretrizes e normas
regulamentadoras e aprovado pelo
Comitê de Ética e Pesquisa em Seres
Humanos da Universidade Luterana do
Brasil no dia 29 de abril de 2019, sob o
parecer Nº 3.291.162.
Resultados
Durante o período em estudo,
395 gestantes foram atendidas no
Ambulatório de Gestação de Alto Risco
e 300 encontravam-se internadas no
hospital (Tabela 1), apresentando 25,6%
e 24% de colonização materna pelo
estreptococo do grupo B, respectivamente.
Das gestantes internadas com resultado
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A idade das gestantes variou de
15 a 48 anos, com uma prevalência
de colonização maior naquelas
com idade entre 30 e 39 anos,
totalizando 27,7% (Tabela 3).
A média de idade das gestantes
colonizadas foi de 29 anos.
ARTIGO CIENTÍFICO II
Das 717 amostras analisadas no
Laboratório de Microbiologia, 21
foram swabs distintos das regiões
vaginal e retal, 5 de swab vaginal e
670 swabs combinados da vagina
e reto, ao passo que amostras
isoladas da região retal não foram
solicitadas. Dessas, 175 (24,4%)
apresentaram crescimento positivo
para o estreptococo do grupo B,
onde 3 (11,5%) de swab vaginal, 6
(28,6%) de swab real e 166 (24,8%)
pela coleta concomitante de swab
vaginal e retal (Tabela 4). Das 21
gestantes submetidas ao exame com
swabs coletados separadamente, 4
apresentaram positividade somente
em amostra retal, 1 somente
em amostra vaginal e 2 tiveram
resultado positivo para ambas. Das
5 gestantes que tiveram amostra
somente vaginal, nenhuma estava
colonizada.
Discussão
No Brasil, as taxas de colonização pelo
Streptococcus agalactiae em gestantes
tiveram os primeiros estudos na década
de 1980 na região Sul, com prevalência
de aproximadamente 25% (Paiva et
al., 2017). Neste estudo realizado em
um hospital de referência obstétrica
no Rio Grande do Sul, a prevalência de
gestantes colonizadas foi de 24,9%. Em
comparação a pesquisas similares, os
resultados deste trabalho evidenciaram
uma taxa de colonização semelhante
às encontradas por outros autores.
Das 173 grávidas que apresentaram
positividade para Streptococcus
agalactiae na região retovaginal,
101 (25,6%) manifestavam alguma
condição clínica que as classificavam
como de alto risco e 72 (24,0%)
encontravam-se na internação do
hospital, onde 10 (13,9%) continham
ruptura prematura de membranas e
12 (16,7%) parto precipitado como
Código Internacional de Doenças
(CID). Essas informações levantam a
hipótese de que o agente causador
das intercorrências citadas seja o
estreptococo do grupo B, visto que
são as duas principais complicações
provocadas pelo microrganismo na
gestante.
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Autores: Eduardo Langorte Toledo1, Silvia Bock de Matos3,
Carolina Mallmann Wallauer de Mattos2.
ARTIGO CIENTÍFICO II
Nomura et al. (2009) realizaram
um estudo em Campinas associando
microrganismo na região retovaginal
em 7 delas (6,1%). Outras infecções
avaliaram a taxa de colonização
pelo estreptococo do grupo B entre
a colonização materna com parto
também foram observadas, como
mulheres grávidas infectadas e
prematuro e/ou ruptura prematura
a toxoplasmose (6,8%), o HIV
não infectadas com HIV, obtendo
de membranas. A prevalência
(4,8%) e a sífilis (3,9%). Mesmo
29,6% e 24,2%, respectivamente.
de gestantes colonizadas por
apresentando uma prevalência de
Linhares et al. (2011) ainda citam a
Streptococcus agalactiae foi de
colonização inferior a outros dados
rubéola como doença detectada com
27,6%, sendo 30% em mulheres com
nacionais, encontrou-se superior
frequência inferior à colonização
ruptura prematura de membranas
ao HIV e a sífilis nessa pesquisa.
materna pelo estreptococo do grupo
e 25% com trabalho de parto
Porém, esses dois exames são
B, além da sífilis.
pré-termo. Dois recém-nascidos
obrigatórios no acompanhamento
colonizados apresentaram sepse
pré-natal, ao contrário da pesquisa
No país, pesquisas sobre
precoce por Streptococcus agalactiae
do Streptococcus agalactiae.
a colonização materna pelo
e um foi a óbito por choque séptico
Streptococcus agalactiae têm
com 48 horas de vida. Sousa et al.
Em 2011, uma pesquisa realizada
apresentado resultados variáveis
(2019) determinaram a prevalência
por João et al. com gestantes
ao longo dos anos (Figura 1). Um
de microrganismos isolados em
soropositivas revelou uma taxa
aspecto importante na avaliação
hemoculturas na unidade neonatal
de 32,2% de colonizadas pelo S.
da prevalência do Streptococcus
de terapia intensiva de um hospital
agalactiae podendo o vírus ou
agalactiae é o habitat do
no Ceará, onde dos 88 achados
alguma condição relacionada à ele
microrganismo, onde a intermitência
bacterianos, 20 (21,5%) eram
ser considerado um fator de risco.
da sua colonização e a ausência de
gram-negativos e 68 (73,1%) gram-
Mitima et al. (2014) relataram a
sintomas são fatores que podem
positivos, estando o Streptococcus
ocorrência de infecção urinária e a
causar alterações no rastreamento
agalactiae em 1,1% das amostras.
presença do vírus HIV como fatores
bacteriano. Por esse motivo, os
significativamente
associados
valores de culturas positivas são
Barros et al. (2015) avaliaram a
à colonização por Streptococcus
mais relevantes quando detectados
colonização pelo estreptococo do
agalactiae, evidenciando a hipótese
no terceiro trimestre de gestação,
grupo B em 114 gestantes de alto
anterior. Na Bélgica, um estudo
pela possibilidade de transmissão
risco no Rio de Janeiro, detectando o
realizado por Dauby et al. (2018)
da bactéria no momento do parto.
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Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
Como o trato gastrointestinal
é o reservatório primário do
microrganismo e sua principal fonte
da colonização vaginal, hábitos de
higiene e práticas sexuais também
podem aumentar o risco de
colonização vaginal.
ARTIGO CIENTÍFICO II
Alguns autores relatam que essas
variações estão relacionadas às
diferenças em suas características como
idade, raça, nível socioeconômico,
localização geográfica, método de
isolamento utilizados, sítio de coleta
e idade gestacional (Função & Narchi,
2013). Barros et al. (2015) levantaram
uma hipótese sobre as diferenças
na frequência de colonização pelo
microrganismo, considerando o fato
de que, em diferentes épocas da
gestação, um elevado número de
gestantes desenvolvem infecções
bacterianas e são tratadas com
antimicrobianos, podendo o
tratamento levá-las à descolonização,
interferindo no rastreamento e,
consequentemente, nos resultados de
prevalência obtidos.
Figura 1 - Prevalência colonização por S. agalactiae em diferentes estados do Brasil
Neste estudo, a média de idade das
grávidas colonizadas foi de 29 anos,
apresentando uma frequência maior
(27,7%) naquelas com idade entre 30
e 39 anos. Krueger (2016) relatou que
56,6% das gestantes em seu estudo
possuíam entre 31 a 40 anos de idade,
28,6% de swab retal e 11,5% de swab
vaginal. Das amostras isoladas, a taxa
de positividade maior no material
coletado do reto é justificada pelo
fato de que o trato gastrointestinal é
o principal reservatório da bactéria,
podendo então, colonizar a região
semelhante aos dados encontrados genital. Porém, esse resultado
neste trabalho, enquanto Battistin
et al. (2018) encontraram 30,8%
de positividade naquelas com idade
inferior a 20 anos.
Na análise microbiológica realizada
neste estudo, 24,8% das amostras
positivas foram de swab retovaginal,
difere do encontrado por Barbosa
et al. (2016), que obteve 52,6% em
amostra vaginal, 10,5% retal e 36,9%
no combinado das duas regiões.
Dados como nível socioeconômico,
idade gestacional e raça não foram
avaliados neste trabalho, visto que
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Autores: Eduardo Langorte Toledo1, Silvia Bock de Matos3,
Carolina Mallmann Wallauer de Mattos2.
ARTIGO CIENTÍFICO II
não foi aplicado questionário para as
gestantes. A idade gestacional pode ter
apresentado grandes variações devido
ao fato de muitas delas darem entrada
através da emergência obstétrica, sem
acompanhamento pré-natal prévio,
além daquelas que descobrem a gravidez
somente no momento do parto.
Senger et al. (2016), Dell’Osbel et al.
(2018), Melo et al. (2018) e Barbosa et al.
(2016) realizaram estudos similares sobre
fatores associados à colonização pelo
estreptococo do grupo B, encontrando
maior frequência de culturas positivas
entre a 30ª e 32ª semanas de gestação
(38,89%), ≥ 36 semanas (23%), 36ª
semana gestacional (31,16%) e 40ª
semana (29,2%), respectivamente.
Senger et al. (2016) e Dell’Osbel et
al. (2018) relataram maior frequência
de positividade em mulheres brancas
(22,97% e 20,7%), Melo et al. (2018)
em não-brancas (30,37%) e Barbosa et
al. (2016) em mulheres autodeclaradas
pardas (30,8%). Referente à renda,
relataram positividade em 23,61% nas
gestantes com renda inferior a 3 salários,
27,6% sem renda ou até 1 salário
mínimo, 36,46% acima de 2 salários e
21,3% entre 1 e 2 salários, nessa ordem.
Diferentes estudos internacionais
também indicam uma frequência
de colonização similar à encontrada
neste trabalho, onde Back et al.
(2012) relatam que cerca de 20% das
mulheres grávidas são colonizadas
pelo estreptococo do grupo B nos
Estados Unidos da América (EUA).
Na Austrália Ocidental, Furfaro et
al. (2019) realizaram o primeiro
estudo sobre a colonização prénatal
por Streptococcus agalactiae,
observando uma taxa de colonização
de 24% entre as gestantes. Com
o objetivo de avaliar a taxa de
colonização do estreptococo do
grupo B em mulheres grávidas e
identificar complicações obstétricas
e sepse neonatal precoce induzida
pelo microrganismo na Coréia, Kim
et al. (2018) encontraram 11,6%
de gestantes colonizadas, sem
aumento significativo observado nas
complicações relacionadas à gravidez
entre as gestantes colonizadas e
não colonizadas. Entre os neonatos
nascidos de mães colonizadas,
houve sepse neonatal precoce em
1,5%, porém, a complicação não
foi relacionada com o Streptococcus
agalactiae.
Em 2018, a administração das
recomendações profiláticas para
o estreptococo do grupo B foi
transferida do Centers for Disease
Control and Prevention (CDC) para o
American College of Obstetrics and
Gynecology (ACOG) e para a American
Academy of Pediatrics (AAP). Sendo
assim, em junho de 2019, o ACOG
publicou uma atualização que
substituiu as diretrizes propostas
pelo CDC em 2010 e atualizada
novamente em fevereiro de 2020.
As principais medidas profiláticas da
doença estreptocócica indicado pelo
ACOG continuaram sendo a triagem
pré-natal universal por cultura
retovaginal entre a 36ª e 37ª semanas
de gestação, teste de amplificação
de ácido nucleico (NAAT), realização
apropriada de profilaxia antibiótica
intraparto (a partir de cultura,
bacteriúria, histórico de colonização
e infecção neonatal entre outros
fatores de risco), e alinhamento com
profissionais de saúde (ACOG, 2020).
Em Agosto de 2019, a American
Academy of Pediatrics (AAP) publicou
um novo relatório clínico sobre o
“Manejo de Crianças em Risco de
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Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
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ARTIGO CIENTÍFICO II
Doença Estreptocócica do Grupo
B”, abordando a epidemiologia,
microbiologia, patogênese da doença
e estratégias de manejo para a
infecção neonatal precoce e tardia por
estreptococo do grupo B. O relatório
fornece aos profissionais informações
e recomendações atualizadas para
a avaliação de recém-nascidos em
risco de doença estreptocócica e para
o tratamento daqueles com infecção
confirmada (Karen et al., 2019).
Recentemente, em Março de 2020, a
American Society for Microbiology (ASM)
publicou uma diretriz provisória para a
detecção e identificação do estreptococo
do grupo B, com o objetivo de fornecer
recomendações específicas para a
coleta de material, armazenamento e
transporte ideal de amostras, detecção
e identificação de microrganismos, teste
de susceptibilidade antimicrobiana e
comunicação dos resultados (Laura et
al., 2020). Essas organizações colaboram
juntas na prevenção da doença
estreptocócica neonatal há muitos
anos, onde as últimas atualizações
representam o progresso e a dedicação
contínua entre os grupos de atenção à
saúde.
Conclusão
Estudos sobre a prevalência
de gestantes colonizadas pelo
estreptococo do grupo B são de grande
relevância para a saúde pública,
visto que o microrganismo pode
causar graves infecções em neonatos.
Considerando as elevadas taxas de
colonização materna encontradas na
literatura, destaca-se a real necessidade
de rastreamento do Streptococcus
agalactiae como procedimento de
rotina durante o acompanhamento
pré-natal, em conjunto aos demais
exames de igual importância, já
preconizados pelo Ministério da Saúde.
A triagem baseada em cultura segue
como a metodologia padrão-ouro
para a detecção do estreptococo do
grupo B na região retovaginal de
mulheres grávidas e o uso da profilaxia
antibiótica intraparto têm apresentado
resultados satisfatórios na prevenção
da transmissão vertical da bactéria,
considerada a estratégia mais eficaz
para minimizar o risco da doença
estreptocócica neonatal. No Brasil, o
rastreamento de gestantes colonizadas
pelo Streptococcus agalactiae e a
profilaxia antibiótica intraparto não
são preconizados como rotina no prénatal,
sendo praticado de maneira
não obrigatória em alguns centros de
assistência obstétrica.
As atualizações das diretrizes de
prevenção da doença esteptocócica
propostas recentemente visam otimizar
as práticas atuais recomendadas para
a triagem de gestantes colonizadas
pelo microrganismo, minimizando as
infecções causadas pelo Streptococcus
agalactiae em recém-nascidos,
possibilitando assim, detecção e
medidas profiláticas eficazes para uma
gestação e parto saudáveis, promovendo
a integridade e saúde da mãe e do bebê.
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ARTIGO CIENTÍFICO II
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
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ARTIGO CIENTÍFICO III
PRINCIPAIS MARCADORES
TUMORAIS USADOS NA CLÍNICA MÉDICA:
REVISÃO DA LITERATURA
MAIN TUMOR MARKERS USED IN THE MEDICAL CLINIC: LITERATURE REVIEW
Autoras:
Jéssica Balverdu da Silva 1 , Allyne Cristina Grando 1
1
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). Canoas RS Brasil
Resumo
O câncer é um problema de saúde pública e acomete
o maior número de mortes mundialmente, perdendo
somente para as doenças cardiovasculares. Pesquisas
estão sendo realizadas sobre os marcadores tumorais
(MT), pois estes facilitam a detecção precoce e ajudam
no direcionamento do melhor tratamento. Portanto, a
literatura sobre os MT está em expansão. Por este motivo,
esta revisão bibliográfica teve como objetivo trazer
artigos atuais caracterizando os principais MT sorológicos
utilizados na clínica médica. Atualmente, os principais
MT sorológicos são: AFP (alfa-fetoproteína), CA 15-3
(Antígeno do câncer 15-3), CA 19-9 (Antígeno do câncer
19-9), CA 125 (Antígeno do Câncer 125), Calcitonina, CEA
(Antígeno carcinoembrionário), Cromogranina A (CgA),
hCG (Gonadotrofina coriônica humana), PSA (antígeno
prostático especifico) e Tiroglobulina. A partir desta revisão
de literatura, foi possível verificar a importância dos MT na
clínica médica, mesmo estes sendo usados apenas como
exame complementar devido às suas inconsistências.
Palavras-Chave: Marcadores Tumorais, tumor, neoplasia, diagnóstico.
Abstract
Cancer is a public health problem and affects the
largest number of deaths worldwide, second only to
cardiovascular diseases. Studies are being made on
tumor markers (TM), because they facilitate early
detection and help guide the best treatment. Therefore,
the literature on TM is expanding, for this reason
this literature review aimed to bring current articles
characterizing the main serological TM used in the
medical clinic. Currently the main serological TMs are:
AFP (alpha-fetoprotein), CA 15-3 (Cancer Antigen 15-
3), CA 19-9 (Cancer Antigen 19-9), CA 125 (Cancer
Antigen 125), Calcitonin, Carcinoembryonic Antigen
(CEA), Chromogranin A (CgA), hCG (human chorionic
Gonadotrophin), PSA (prostate specific antigen)
and Thyroglobulin. From this literature review, it
was possible to verify the importance of the TM in
the medical clinic, even these being used only as
complementary examination due to its inconsistencies.
Keywords: Tumor markers, tumor, neoplasm, diagnostic.
0 44
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
Introdução
Diariamente, todas as células que
formam os tecidos do corpo humano
multiplicam-se milhares de vezes, sendo
essa multiplicação um processo natural
do organismo. Alguns tipos de células
não se multiplicam; porém, grande
parte das células do organismo humano
segue o mesmo processo contínuo:
crescer, multiplicar e morrer (1) .
ARTIGO CIENTÍFICO III
Câncer é o nome dado a um conjunto
de mais de 100 doenças, onde estas
possuem em comum uma divisão celular
desordenada. Estas células dividem-se
de forma veloz e enérgica e essa divisão
invade outros tecidos orgânicos do corpo
humano acarretando em transtornos
funcionais (1) .
O início da proliferação das células
cancerígenas, processo que recebe o
nome de carcinogênese, possui três
etapas. A primeira é a iniciação, onde
uma das células de um tecido que estão
se multiplicando normalmente passa
por uma modificação em algum gene
causada por agentes cancerígenos ou
carcinógenos. A segunda etapa é a
promoção, onde a célula já com o gene
modificado sofre efeitos por contato
contínuo dos oncopromotores, sendo
neste momento que a célula torna-se
maligna. E a terceira e última etapa é a
progressão, onde ocorre a multiplicação
sem controle e sem retorno da célula
com o gene alterado, ou seja, da célula
maligna. É nesta etapa que o câncer
começa a evoluir e as manifestações
clínicas iniciam-se (1,2 ).
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ARTIGO CIENTÍFICO III
O câncer é um problema de saúde
pública e acomete o maior número
de mortes mundialmente, perdendo
somente para as doenças cardiovasculares.
Em 2012, estima-se que surgiram 14,1
milhões de casos novos e 8,2 milhões
de óbitos ao redor do mundo devido ao
câncer. Os tipos de câncer relacionados
com desenvolvimento e urbanização
são os que mais aparecem em países
desenvolvidos. Já em países de baixo
e médio desenvolvimento, os tipos de
câncer que mais aparecem são os de
origem infecciosa (3,4) .
De acordo como Ministério da Saúde
e o Instituto Nacional do Câncer (INCA)
no Brasil, estima-se que surgirão 600 mil
casos novos para os anos de 2018 e 2019.
Há 70% da ocorrência de novos casos
nas regiões Sul e Sudeste, no Rio Grande
do Sul e Porto Alegre. Em homens, a
predominância é a de câncer de próstata,
e em mulheres a predominância é a do
câncer de mama; porém, em ambos os
sexos a predominância é do câncer de
pele não melanoma, conforme tabela 1,
tabela 2 e tabela 3 (3, 4, 5) .
A Organização Mundial da Saúde
(OMS) recomenda focar no diagnóstico
precoce de tumores para lidar com o
aumento da incidência de casos novos
de câncer diagnosticados. Por este
motivo, muitos marcadores tumorais
estão sendo estudados, pois a utilização
destes marcadores na caracterização e
quantificação do câncer tem se mostrado
muito importante para o prognóstico e
evolução do tratamento (3, 4, 5) .
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Fluxo de
trabalho ideal
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Marcadores Tumorais
Os Marcadores Tumorais (MT) ou
marcadores biológicos são macromoléculas
(proteínas, antígenos de superfície celular,
proteínas citoplasmáticas, enzimas e
hormônios) que são produzidas pelo tumor
e estão presentes na corrente sanguínea ou
em outros fluidos biológicos, ou ainda em
tecidos. Estas macromoléculas podem ser
produtos endógenos de células altamente
ativas metabolicamente ou produtos de
genes recém-ativados, que podem ter
permanecido sem serem expressos no início
da vida, ou antígenos recém-adquiridos em
níveis celulares e subcelulares (6,7,8) .
Os MT datam de 1847, onde surgiram
as primeiras descobertas a respeito
dessas macromoléculas. É importante
saber sobre o histórico dos MT (Tabela
4), pois, desta forma, torna-se possível
verificar que, precedentemente à
descoberta sobre os MT, os pesquisadores
já possuíam o entendimento de que
algumas substâncias eram originadas
do tumor (11) .
Como cada MT possui seu intervalo de
referência, quando estes valores estão em
elevação ou elevados, isto deve ser visto
como um sinal alarmante a ser investigado,
pois os marcadores estão ligados
diretamente à resposta de oncogênese
e ao crescimento de células neoplásicas.
Portanto, isto pode ser indicação de que
há uma neoplasia recorrente ou em
progresso; porém, estes marcadores podem
apresentar-se em baixas concentrações em
pessoas que não possuem um processo
neoplásico. Assim, é importante verificar o
histórico do paciente (6, 7, 8, 9) .
Para um MT ser considerado ideal, o
mesmo deve ser produzido por todas as
neoplasias da mesma linhagem e seus
níveis devem ser detectados, mesmo
se estiverem em baixas concentrações.
O valor da concentração do MT no
organismo deverá refletir com precisão
a evolução clínica e a regressão da
neoplasia no organismo do paciente.
Todavia, não há nenhum MT estudado
até o momento que se encaixe em todas
as características citadas que o façam
um MT ideal, pois alguns pecam na
falta de especificidade e outros na falta
de sensibilidade. Há ainda aqueles onde
ambos os parâmetros não se mostram
satisfatórios. Portanto, na maioria das
vezes eles, são utilizados como uma
análise complementar para o diagnóstico
e, quando usados para diagnóstico, seus
valores são analisados considerando
um painel de MT e o histórico de cada
paciente individualmente (7) .
Os MT são importantes na
clínica médica devido ao auxílio
principalmente no diagnóstico e no
controle de neoplasias. Além disso,
eles podem ser úteis na verificação
de como o organismo do paciente
está respondendo ao tratamento e
facilitar a busca da melhor terapia
para combater a neoplasia. Auxiliam
ainda no prognóstico, na localização de
metástase, na detecção de recorrência
e de recidivas (6, 9) .
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São utilizadas metodologias de
imuno-histoquímica para detectar estes
marcadores em tecidos, facilitando
a diferenciação das neoplasias no
diagnóstico. Já no sangue, os MT
podem ser dosados através de técnicas
de biologia molecular, como, por
exemplo, o teste da Reação em Cadeia
da Polimerase (PCR), Southern blotting
e Northern blotting e imunoensaios (7,10) .
Devido à importância dos MT, a literatura
sobre eles está em expansão; porém, até
o momento, o último artigo de revisão
bibliográfica compilando e detalhando
os principais MT sorológicos utilizados na
clínica média foi publicado no ano de 2007.
Portanto, esta revisão bibliográfica
abordou artigos, mostrando as
características mais relevantes dos
principais MT sorológicos utilizados na
clínica médica, como eles podem ser
usados e bem como a sua importância.
Metodologia
Para a realização do presente trabalho de
revisão de literatura, foi feita uma pesquisa
de artigos científicos nas plataformas
Scielo e PubMed nos idiomas português
e inglês. Foram utilizados os seguintes
descritores: marcadores biológicos,
marcadores tumorais, tumor, os quais
foram usados em conjunto com o nome
de cada marcador tumoral.
Para que tivéssemos uma revisão
bibliográfica atualizada e completa
referente ao assunto analisado, foram
selecionados materiais no intervalo
de 10 anos; porém, em casos em que
foi necessário, utilizamos materiais
anteriores ao ano de 2008.
Principais Marcadores Tumorais
Utilizados
Na clínica médica, entre os principais
marcadores tumorais sorológicos utilizados
atualmente, são: AFP (alfa-fetoproteína),
CA 15-3 (Antígeno do câncer 15-3), CA
19-9 (Antígeno do câncer 19-9), CA 125
(Antígeno do Câncer 125), Calcitonina,
CEA (Antígeno carcinoembrionário),
Cromogranina A (CgA), hCG (Gonadotrofina
coriônica humana), PSA (antígeno
prostático especifico) e Tiroglobulina,
conforme demonstrado na tabela 5.
Alfa-Fetoproteína
A Alfa-fetoproteína (AFP), que
também pode ser chamada de alfa-
1-fetoproteína ou α-fetoglobulina,
é o único marcador tumoral com
significado clínico fundamentado. É
uma molécula de glicoproteína com
massa molecular de 69 a 70kDa, com
590 aminoácidos e 4% de resíduos de
carboidratos. Ela pode ser detectada
no soro. A AFP é sintetizada no saco
vitelino e, posteriormente, pelo fígado.
Suas propriedades químicas são
parecidas com a albumina. Além de ser
a primeira e dominante alfa-globulina
a aparecer no soro no início da vida
embrionária (7,12, 13, 14) .
Os intervalos de referência da AFP na
população sadia são baixos, entre 5ng/
mL e 15ng/mL. Concentrações acima de
500ng/mL são imensamente indicativas
de processo neoplásico no organismo,
e valores acima de 1000ng/mL são
indicativos de presença de neoplasia (7) .
A AFP é o MT mais usado para
o rastreamento e segmento de
carcinoma hepatocelular em pacientes
com doença hepática crônica. Suas
concentrações estão acima de 20ng/
mL em cerca de 60% a 95% no
carcinoma hepatocelular, mas somente
valores acima de 500ng/mL podem
ser considerados pertencentes de
carcinoma hepatocelular
(13,15,16)
.
Porém, de acordo com o Foodand Drug
Administration (FDA), a AFP é utilizada
também para avaliar a extensão da
disseminação do tumor do câncer
testicular não seminomatoso (17) .
Porém, a concentração da AFP pode
estar alterada não somente quando
há algum processo neoplásico no
organismo. Outros distúrbios podem
alterar sua concentração, como, por
exemplo, cirrose, necrose hepática
maciça, hepatite crônica. A AFP
também é solicitada para gestantes,
pois a AFP detecta igualmente casos
de fetos com síndrome de Down,
além de defeitos do tubo neural fetal,
como anencefalia e espinha bífida, e
sofrimento ou morte fetal (12,13) .
Antígeno do Câncer 15.3
O Antígeno do Câncer 15.3 (CA 15.3)
é uma glicoproteína da superfície
celular, classificado como mucina,
a qual é sintetizada pelas células
epiteliais glandulares. O CA 15.3 possui
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massa molecular em torno de 400kDa,
podendo ser quantificado através
do soro sanguíneo. Seu intervalo de
referência para concentrações normais
é até 25U/mL (7, 17, 18,) .
O CA 15.3 é o marcador tumoral
elementar do câncer de mama devido a ele
possuir alta sensibilidade e especificidade
a esse tipo de tumor. Sua concentração
sérica elevada é variável, pois depende do
estadiamento dos pacientes, sendo de 5%
a 30% no estádio I, 15% a 30% no estádio
II, 60% a 70% no estádio III, e de 65% a
90% no estádio IV. Quando há aumento
da concentração sérica superior a 25%,
é correlacionada à progressão da doença
em 80% a 90% dos casos. E quando há
diminuição de sua concentração sérica, é
associada à regressão em 70% a 80% (7, 19) .
De acordo com European Groupon
Tumor Markers (EGTM) e FDA, o CA
15.3 deve ser usado clinicamente
para o monitoramento de pacientes
com câncer de mama. Porém, a
American Society of Clinical Oncology
(ASCO) afirma a importância de
não usar somente o CA 15.3 para o
monitoramento do câncer de mama,
mas utilizar em conjunto a ele exames
de imagem e o histórico do paciente
em questão (17,20) .
Além do câncer de mama,
concentrações elevadas de CA 15.3
podem ser encontradas na superfície
estrutural de tumores pulmão,
intestino, colo uterino, ovário, fígado e
linfomas. As concentrações de CA 15.3
também podem estar elevadas em
doenças benignas, como em hepatite
crônica, tuberculose, sarcoidose e lúpus
eritematoso sistêmico (7, 19) .
Antígeno do Câncer 19.9
O Antígeno do Câncer 19.9 (CA 19.9)
é um carboidrato de superfície celular,
tem peso molecular de 210Kd. Este
antígeno é sintetizado usualmente pelas
células ductais pancreáticas e biliares,
mas também pode ser sintetizado
pelas células epiteliais do estômago,
cólon, endométrio e glândulas salivares
(7, 21, 22)
. Pode ser quantificado pelo soro
sanguíneo e seu intervalo de referência
para concentrações normais é de até
37U/mL (7,17) .
Concentrações de CA 19.9 aparecem
elevadas na maioria dos pacientes
com câncer de pâncreas, mas seu
desempenho deixa a desejar para a
detecção precoce devido a um número
substancial de leituras de falso-positivo
e falso-negativo (23) .
Portanto, o CA 19.9 elevado é um
indicador para o câncer de pâncreas,
pois este MT apresenta sensibilidade
de 81% e especificidade de 90% para
este tipo de câncer. Por este motivo, o
CA19.9 é o MT aprovado pela FDA para
diagnóstico de câncer de pâncreas.
Porém, suas concentrações podem
estar elevadas em outros tipos de
câncer, como no de biliar, hepatocelular,
colorretal e gástrico. Concentrações
acima de 1,000 U/mL geralmente
indicam câncer digestivo (23, 24) .
O CA 19.9 pode estar elevado em
doenças benignas, não ultrapassando o
valor de 120 U/mL, como cirrose hepática,
pancreatite, doença inflamatória intestinal
e doenças autoimunes (11) .
Antígeno do Câncer 125
O Antígeno do Câncer 125 (CA 125)
é uma glicoproteína de peso molecular
entre 200 a 2000kDa com subunidades
menores. Ele não é produzido somente
pelas células tumorais do câncer de
ovário, mas também pelas células da
pleura, peritônio e epitélio mülleriano
(25, 26)
. Essa glicoproteína pode ser
quantificada através do soro sanguíneo,
e seu intervalo de referência é de 35U/
mL. Porém, quando o objetivo é ter uma
maior especificidade, pode-se considerar
o intervalo de referência 65U/mL (11,17) .
O CA 125 é o MT mais avaliado para
detecção precoce de câncer de ovário,
além de ser usado para monitorar as
recorrências deste câncer. Antes de
qualquer sinal clínico de uma recorrência,
leva em torno de dois a 12 meses para
(11, 25,
os níveis do CA 125 aumentarem
27)
. Porém, atualmente, o CA 125 é mais
usado para possibilitar a continuação da
reposta bioquímica ao tratamento; e, em
casos de câncer epitelial de ovário, prever
a recaída (28) .
Para o diagnóstico de câncer de
ovário, sua sensibilidade é de 80% a
85% no tipo epitelial. Este valor pode
variar, pois depende do estadiamento
do câncer, sendo 50% no estádio I,
90% no estádio II, 92% no estádio
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III e 94% no estádio IV (28) . Há estudo
que demonstra que, se o CA 125 for
combinado com a proteína epidídimal
humana 4 (HE4), o qual também é
um MT, o nível de prognóstico é maior,
mostrando sensibilidade para detectar
doença maligna de 76,4% com
uma especificidade de 95%; e, além
disso, não há aumento em doenças
ginecológicas benignas (29) .
O CA 125 pode estar elevado, porém,
não é comum, em casos de câncer
de mama ou colorretal. Também há
elevação do CA 125 em mulheres
grávidas, em casos de endometriose,
cistos de ovário, ou fibroides. A elevação
também pode ocorrer em pacientes
com cirrose, hepatite ou pancreatite (28) .
Calcitonina
Calcitonina é um hormônio peptídico
com heterogeneidade molecular. Pode
existir em formas bioativas e imaturas no
soro. Este hormônio é sintetizado pelas
células C parafoliculares da glândula da
tireóide e tem como principal função inibir a
reabsorção óssea pela regulação do número
e atividade de osteoblastos. E tem como
função fisiológica antagonizar o hormônio
paratiroidiano. Possui como intervalo de
referência até 19pg/mL para homens e até
14pg/mL para mulheres (11, 30,31) .
Devido à calcitonina ser sintetizada,
sobretudo, nas células C da glândula
da tireóide, seus níveis no sangue
representam a atividade das células
C, e por este motivo ela é usada como
um MT para o carcinoma medular
da tireóide. Os níveis de calcitonina
refletem a extensão do tumor.
Possui sensibilidade de 90% de
detecção para carcinoma medular de
tireóide para pacientes que possuem
histórico na família e/ou também em
pacientes com síndrome de neoplasia
endócrina múltipla tipo II. E ela passa
a ter sensibilidade de 100% para este
tipo de carcinoma quando os níveis
basais são maiores que 100pg/mL
ou quando os níveis estimulados
com pentagastrina aumentam para
maiores que 1000pg/mL (11, 30) .
Os níveis de concentração de
calcitonina no sangue podem estar
normais ou moderados em casos
de metástase, sendo indicado
solicitar a quantificação dos níveis
juntamente com os níveis do Antígeno
Carcinoembrionário (CEA), para que
então seja possível a detecção de uma
metástase ou recorrência da doença
mais precocemente (30).
A Calcitonina pode estar elevada
também em casos de doenças
benignas, como: hiperplasia benigna
de células C, nódulos tireoidianos
benignos, carcinoma diferenciado de
tireóide e tireoidite de Hashimoto (30).
Antígeno Carcinoembrionário
O Antígeno Carcinoembrionário
(CEA) é uma proteína de massa
molecular 200kDa com funções
desconhecidas até o momento, sendo
produzido normalmente durante
o desenvolvimento pré-natal. Este
antígeno é encontrado na superfície
da membrana celular e, também,
normalmente, nos tecidos do aparelho
digestivo e intestinal embrionário (7,32) .
Pode ser quantificado através do soro
sanguíneo, e seu intervalo de referência é
até 3,5ng/mL em pessoas não fumantes
e até 7ng/mL em pessoas fumantes
(7,17)
. Os níveis do CEA são muito baixos e
indetectáveis após o nascimento (32) .
O CEA possui baixa sensibilidade e
especificidade para ser usado com
uma ferramenta de diagnóstico. Por
este motivo, deve-se evitar usar este
antígeno para triagem. Porém, em casos
de pacientes recém-diagnosticados
com câncer colorretal, os níveis do CEA
correlatam-se com a carga da doença;
portanto, neste caso, o CEA tem valor
para ser usado no prognóstico. Após
a cirurgia de remoção do tumor, a
persistência de níveis elevados de
CEA indica que há algo ainda no
organismo do paciente. Portanto, como
ferramenta de vigilância, o CEA tem
uma sensibilidade significativa. Por este
motivo, as diretrizes atuais recomendam
que o CEA seja quantificado no momento
do diagnóstico, antes e após a cirurgia (33) .
Níveis aumentados do CEA podem estar
ligados à presença de neoplasia maligna.
Geralmente, é aumentado em cânceres de
cólon e reto, pois 90% do CEA é produzido
por estes cânceres (7, 34) . Porém, os níveis
de CEA podem estar elevados em outros
tipos de neoplasias, como: pulmão,
pâncreas, trato gastrintestinal, trato biliar,
tireoide, cérvice e mama (7) .
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Em doenças benignas o nível de CEA
não passa de 10ng/dl. Ele pode estar
presente em doenças como cirrose
alcoólica e doença de Crohn (7, 34) .
Cromogranina A
A Cromogranina A (CgA) é uma
glicoproteína ácida de massa molecular
de 49kd. É produzida principalmente por
células neuroendócrinas. Ela participa de
um dos componentes mais abundantes
dos grânulos de secreção. Quando um
tumor progride em um tecido endócrino,
este tecido torna-se a principal fonte
de CgA circulante. A CgA pode ser
quantificada no soro sanguíneo e é
fisiologicamente excretado por exocitose
(35)
. Tem como intervalo de referência no
soro de 10ng/mL a 50ng/mL (11) .
Os níveis de CgA podem estar
elevados em diferentes tipos de tumores
endócrinos, incluindo tumores carcinóides
do estômago, pulmão, intestino, próstata
e fígado; feocromocitomas (tumor
secretor de hormônio que pode ocorrer
nas glândulas adrenais); carcinomas de
paratireóides; carcinomas medulares da
tireóide; tumores da hipófise anterior;
tumores pancreaticoduodenais; tumores
neurais; e câncer do pulmão de pequenas
células. Porém, os níveis de CgA podem
estar elevados também em tumores não
neuroendócrinos (36) .
A CgA possui sensibilidade em torno
de 60 a 100%; porém, possui como
limitação sua especificidade muito
baixa, que é em torno de 10-35%,
pois, conforme relatado anteriormente,
seus níveis podem estar elevados em
tumores não neuroendócrinos (36) .
Há elevação em doenças benignas,
como em doenças gastrointestinais,
cardiovasculares, renais, doenças
inflamatórias e endócrinas (hipotireoidismo
e hipertireoidismo) (36) .
Gonadotrofina Coriônica Humana
A Gonadotrofina Coriônica Humana é
uma glicoproteína hormonal composta
por duas subunidades, a alfa e beta,
onde a alfa consiste em 92 aminoácidos.
Essa subunidade é dividida entre outros
hormônios hipofisários, como, por
exemplo, o hormônio luteinizante (LH),
hormônio folículo-estimulante (FSH) e
hormônio estimulante da tiroide (TSH).
Já a subunidade beta consiste em 145
aminoácidos e é específica para cada
hormônio em particular. Pode ser
detectada no soro (17,37, 38) .
A fração beta (ßhCG) é empregada
para ser realizada a monitorização
e prognóstico de casos de pacientes
com tumores de células germinativas
(testículo e ovário) (28) . Concentrações
elevadas de ßhCG podem ser um sinal
prévio e alarmante de tumores de
células germinativas seminomatosas
e não seminomatosas recorrentes, até
mesmo em casos de pacientes onde
inicialmente a concentração de ßhCG era
baixa (39) . Além disso, haverá elevação da
concentração do hCG em todos os casos
de pacientes com coriocarcinoma contra
40% a 60% dos casos de pacientes com
carcinoma embrionário (28) .
A ßhCG, além de ser secretada nos
tecidos da placenta, é secretada por
outros tecidos, como os tecidos dos
testículos, cólon, fígado, pulmão e
estômago. Portanto, devido a ela ser
secretada pelos tecidos destes órgãos,
quando há um tumor crescendo no
tecido desses órgãos, ele poderá
secretar ßhCG também (38) .
A ßhCG é usada também para
diagnosticar gravidez, uma vez que há
elevação da sua concentração, sendo
possível então detecta-la após sete dias
da fixação do óvulo (11) .
Antígeno Prostático Específico
O Antígeno Prostático Específico
(PSA), que recebe o nome também
de Proteína Específica para o Tecido
Prostático, é uma protease da família
da calicreína. Possui massa molecular
de 33kDa e é sintetizada pelas células
epiteliais da próstata e secretada
no lúmen dos ductos prostáticos, a
qual possui como função liquefazer o
coágulo seminal (7, 40, 41) .
Pode ser quantificado através do
soro sanguíneo, e uma próstata
saudável libera níveis menores
que 4ng/mL de PSA na circulação;
portanto, este é o intervalo de
referência para o PSA. Porém, como
há mudança no epitélio prostático
com a idade, há um aumento dos
níveis de PSA no sangue. Por este
motivo, o intervalo de referência
muda para até 5ng/mL para homens
acima de 50 anos (11, 40, 41) .
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Para se determinar o estadiamento
do paciente com câncer de próstata, o
valor das concentrações do PSA é de
extrema importância. Em torno de 80%
de casos com concentrações menores
do que 4ng/mL o tumor estava restrito
à próstata. Na metade dos casos, a
concentração do PSA é maior que
10ng/mL. Já há uma extensão extracapsular
e, na maior parte dos casos
em que o PSA está acima de 50ng/
mL, o paciente possui metástase para
linfonodos pélvicos (40) .
O PSA usado em conjunto com o
exame de toque retal aumenta a
sensibilidade para diagnóstico de
câncer de próstata para 96%. E quando
há concentrações maiores de 10ng/
mL relacionadas aos sinais clínicos, é
recomendada a realização da biópsia.
Com este procedimento é confirmado o
diagnóstico de tumor primário (7) .
As concentrações do PSA podem ser
elevadas também em outros casos,
como: prostatite, hiperplasia prostática
benigna (HPB), manipulação prostática
e atividade sexual (7) .
Homens a partir de 50 anos devem
realizar o exame de PSA anualmente,
pois desta forma há como diagnosticar
precocimente a neoplasia prostática (7) .
PSA Livre
O PSA divide-se em três formas
no plasma humano, sendo elas:
PSA livre, PSA conjugado à a-1-
antiquimotripsina e PSA conjugado
à a-2-macroglobulina, porém uma
porcentagem menor, permanece em
sua forma livre. Quando há o uso
do PSA total junto com o PSA livre,
há aumento da especificidade sem
haver prejuízo da sensibilidade. Isso
faz com que o número de biópsias
desnecessárias, em casos de doenças
benignas, seja diminuído. Portanto,
quando se faz utilização da relação PSA
total com o PSA livre, o diagnóstico é
mais eficaz (42,43) .
Tiroglobulina
A Tiroglobulina (Tg) é uma
glicoproteína homodimérica. Esta
glicoproteína possui peso molecular
de 660kDa sintetizada e liberada
unicamente pelas células foliculares
tiroidianas. A Tg é essencial para o
armazenamento e síntese do hormônio
tiroidiano (7, 31) .
As concentrações de Tg podem estar
elevadas em várias doenças de tiróide,
sendo elas malignas ou benignas.
Todavia, a Tg ainda é usada como uma
ferramenta de diagnóstico, porém,
não específico para o câncer de
tireóide. Geralmente, os níveis séricos
da Tg estão ligados ao tamanho
da massa tecidual tireoidiano. Por
este motivo, as concentrações de Tg
mantêm-se indetectáveis na maioria
de casos de pacientes onde a terapia
escolhida é a ablativa, em comparação
aos pacientes que são tratados de
maneira mais cautelosa (7) .
As concentrações de Tg ficam entre
1 a 5ng/mL em 26% dos pacientes
diagnosticados e valores maiores de 10ng/
mL é associado a metástases distantes (7) .
Considerações Finais
Com esta revisão de literatura
sobre os principais marcadores
tumorais utilizados na clínica médica,
pode-se concluir que, mesmo os
marcadores sendo importantes para
os diagnósticos de cânceres, eles
devem ser utilizados somente como
um exame complementar, sempre em
conjunto a outros exames e sempre
verificando o histórico do paciente.
Este cuidado deve ser tomado, devido
os marcadores tumorais podem não
só aparecerem em altas concentrações
em casos de câncer, mas também em
patologias benignas.
Porém, quando os marcadores
tumorais aparecem em casos de
neoplasias malignas, eles podem ser
úteis em inúmeras formas, como, por
exemplo, no auxílio para encontrar
um melhor tratamento para o câncer
em questão, auxilia a verificar o
estadiamento do câncer, auxilia no
diagnóstico precoce e auxilia ainda
no prognóstico, na localização de
metástase, na detecção de recorrência
e de recidivas. Em um futuro próximo,
com mais pesquisas e com mais
conhecimento sobre os marcadores
tumorais, eles poderão ser ainda
mais importantes no diagnóstico de
neoplasias malignas.
0 54
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
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ARTIGO CIENTÍFICO III
PRINCIPAIS MARCADORES TUMORAIS USADOS NA CLÍNICA
MÉDICA: REVISÃO DA LITERATURA
MAIN TUMOR MARKERS USED IN THE MEDICAL CLINIC: LITERATURE REVIEW
Autoras:
Jéssica Balverdu da Silva 1 , Allyne Cristina Grando 1
1
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). Canoas RS Brasil
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
0 55
GESTÃO LABORATORIAL
QUALIMETRIA DA GESTÃO ECONÔMICA
EM LABORATÓRIOS CLÍNICOS NO BRASIL
ARTIGO CIENTÍFICO SOBRE GESTÃO LABORATORIAL NO BRASIL
O autor, agradece a Dra. Marbenha Linko e o Grupo OFAC Brasil pela colaboração na mobilização da
categoria das análises clínicas em responder o questionário padrão sem o qual não haveria a pesquisa.
Trata-se de uma inestimável ajuda à geração de novos conhecimentos para a área no país.
Humberto Façanha da Costa Filho 1 – Autor
Paulo Vinicio Estivalett Prestes 2 – Coautor
Resumo
O objetivo do estudo é medir a qualidade da gestão
econômica (identificação, quantificação, diagnóstico das
deficiências e plano de ações) em laboratórios clínicos no
País. A perda na qualidade da gestão implica na redução
da produtividade, competitividade e aumento no risco
de insolvência. Normalmente os gestores laboratoriais se
envolvem mais com as questões técnicas, em função da
formação acadêmica, contudo, ao se tornarem gestores ou
empresários, surge a necessidade imperiosa de conhecer
os fundamentos da ciência econômica para a tomada de
decisões profissionais com eficiência. O estudo é composto
por vinte e quatro laboratórios localizados em onze Estados
da Federação e quatro regiões. Resultados: a “Qualidade
média da gestão econômica em laboratórios clínicos no
Brasil”, no estudo representada pela letra “Q”, evidenciou
o valor de -36,88%. O melhor resultado obtido foi de
-4,71% (benchmark) e o pior resultado -79,71%. O valor de
-36,88% significam que em média, os gestores laboratoriais
percebem que a qualidade da gestão econômica dos seus
laboratórios está 36,88% aquém do esperado. Portanto,
em síntese, isto mostra uma oportunidade de melhoria
potencial nos resultados operacionais, de mais de um terço
dos seus valores atuais, somente com aporte de gestão
econômica, sem exigência de novos investimentos. O
estudo identificou a existência de problema, materializado
por: carência significativa de gestão econômica profissional
nos laboratórios clínicos.
Palavras-chave: Laboratório. Gestão econômica.
Qualidade. Qualimetria.
Summary
The aim of this study is to measure the quality of economic
management (identification, quantification, diagnosis of
deficiencies and action plan) in clinical laboratories in
the country. The loss in management quality implies a
reduction in productivity, competitiveness and an increase
in the risk of insolvency. Usually laboratory managers
become more involved with technical issues, due to
academic training, however, when becoming managers
or entrepreneurs, the imperative need arises to know the
fundamentals of economic science for making professional
decisions efficiently. The study consists of twenty-four
laboratories located in eleven States of the Federation and
four regions. Results: the "Average quality of economic
management in clinical laboratories in Brazil", in the
study represented by the letter "Q", showed the value
of -36.88%. The best result was – 4.71% (benchmark)
and the worst result – 79.71%. The value of – 36.88%
means that on average, laboratory managers realize
that the quality of the economic management of their
laboratories is 36.88% lower than expected. Therefore,
in summary, this shows an opportunity for potential
improvement in operating results, of more than a third of
its current values, only with the contribution of economic
management, without requiring new investments. The
study identified the existence of a problem, materialized
by: significant lack of professional economic management
in clinical laboratories.
Key words: Laboratory. Economic management. Quality.
Qualimetry.
0 56
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
GESTÃO LABORATORIAL
Introdução
A qualidade em serviços atualmente
é considerada como um dos mais
relevantes diferenciais competitivos
do ambiente de negócios na área das
análises clínicas (FAÇANHA, H.C.F.;
PRESTES, PVE.; FAÇANHA, V.C., 4). A
gestão econômica dos laboratórios é um
serviço prestado internamente para a
organização, pois impacta diretamente
na competitividade e no risco de
insolvência. Então, se serviços com
qualidade são importantes para o cliente
externo, não deixarão de ser para os
clientes internos, neste caso, em última
análise, o próprio laboratório clínico. Seu
método de gestão econômica irá definir
o futuro: perene ou com alto risco de
insolvência. Portanto, faz todo o sentido
um estudo para metrificar a situação da
gestão econômica em laboratórios do
Brasil, com o objetivo de identificar se a
causa fundamental dos elevados riscos de
insolvência já quantificados (FAÇANHA,
H.C.F.; PRESTES, R.M.; PRESTES, PVE.;
FAÇANHA, V.C., 1), não se origina em
deficiências na gestão econômica
dessas empresas. Os laboratórios são
do ponto de vista de seus proprietários,
em essência, uma alternativa de
investimento de risco (SANTOS, 2),
portanto, avaliar o maior risco que é o da
insolvência constitui, no mínimo, uma
atitude preventiva fundamental para
não só preservar o valor investido, como
para buscar o devido retorno esperado
(PIMENTEL, ALEX, 3). A avaliação do
risco faz parte do método de gestão
econômica adotado pelos laboratórios,
donde se conclui que a metrificação
(identificação, quantificação, diagnóstico
das deficiências e plano de ações)
desta é de suma importância para a
estimativa das perspectivas futuras das
organizações. A qualimetria da gestão
econômica auxilia os gestores das
organizações a tomarem decisões com
maior nível de informações qualificadas,
aprimorando as vantagens estratégicas
(DAMODARAN, 5). A identificação
das causas raízes que podem levar
a insolvência devem proporcionar
aos executivos os fundamentos para
estabelecer um plano de ações visando
o controle do risco (OLIVEIRA, ERNANI
TADEU, 6). Mas só um plano não resolve,
é necessário implantar e monitorar os
resultados, corrigindo eventuais desvios.
O objetivo final está acima da luta pela
sobrevivência da empresa, a meta é
torná-la mais competitiva, assegurando
lucratividade para os acionistas. A
perda para os laboratórios significa
prejuízo, lucro menor ou redução de
ativos. As variáveis produção/vendas,
receitas e custos são determinantes
para estabelecer o risco de insolvência
(BRUNI, ADRIANO LEAL; FAMÁ, RUBENS,
7), sendo fundamental estarem
presentes na qualimetria da gestão
econômica. Neste estudo, que envolveu
laboratórios de diversas regiões do País,
foi utilizada uma ferramenta basilar para
viabilizar a pesquisa. Esta ferramenta, a
Escala Qualigest, por nós desenvolvida,
correlaciona em uma matriz aquilo que
convencionamos chamar “7 Dimensões
da qualidade” englobando variáveis da
produção/vendas, receitas, custos fixos
e marginais, adequação das instalações
frente à demanda, competitividade
empresarial e risco de insolvência,
com um conjunto de “46 Declarações”.
Estas declarações são em última
análise, asserções integrantes de um
questionário padrão que foi respondido
pelos gestores e proprietários dos
laboratórios integrantes da amostra do
estudo. Isto permite a padronização da
coleta de dados, tornando os resultados
comparáveis entre si. As variáveis
produção/vendas, receitas, custos e
margem operacional são informações
chaves em simulações utilizadas para
examinar os efeitos de riscos contínuos
(DAMODARAN, 5), e foram empregadas
no presente estudo, através dos
conceitos contidos nos indicadores de
desempenho que constituem o critério
para avaliar o risco de insolvência e a
competitividade, fatores fundamentais
em qualquer estudo de qualimetria da
gestão econômica. Os cálculos destes
indicadores levam em conta as seguintes
variáveis: número de exames realizados,
valor/preço dos exames, produção,
receitas à vista e faturada, custos fixos
e variáveis, inadimplência e receita
recebida (DA COSTA FILHO, DA COSTA,
8). Portanto, o critério estabelecido
para avaliar qualidade da gestão
econômica de laboratórios clínicos
através deste conjunto de indicadores,
tem a capacidade de atingir diversas
dimensões do negócio dos laboratórios
clínicos, quais sejam: volume do mercado
(número de exames), qualidade do
mercado (valor/preço dos exames),
ineficiência do parque produtivo
(custo unitário variável – marginal
0 58
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
dos exames), controle dos custos fixos
(produtividade ou ineficiência dos
custos fixos) e relação receita produzida
x receita recebida (inadimplência,
glosas, eficiência do faturamento
e prazo médio) (SCHMIDT, PAULO;
SANTOS, JOSÉ LUIZ DOS; MARTINS,
MARCO ANTONIO, 9). Concluindo,
considerando o conjunto do elenco de
variáveis levadas em conta, bem como
a padronização do método da pesquisa
e o tamanho da amostra, estes fatores
devem assegurar a possível acuracidade
inerente a esse tipo de estudo, contudo,
respeitando as limitações inerentes
ao método. Esta pesquisa pode ser
classificada como não-experimental, expost
facto, KERLINGER (1980: 130) que
cita: “... na qual não é possível manipular
variáveis ou designar sujeitos ou
condições aleatoriamente” (KERLINGER,
FRED NICHOLS, 10). Uma segunda
classificação é de pesquisa quantitativodescritiva,
subtipo estudo de relação
de variáveis, enfoque de TRIPODI et
alii (1981: 38) os quais explicitam:
“Com respeito aos métodos empíricos
empregados, os estudos quantitativodescritivos
diferem dos estudos
experimentais na medida em que não
usam escolha aleatória para designar
sujeitos aos grupos experimental
e de controle. Além disso, eles não
empregam a manipulação experimental
de variáveis independentes.” (1981: 40)
“O investigador colhe sistematicamente
informações sobre uma variedade de
variáveis, as quais são suficientemente
definidas para que possam ser
medidas” (TRIPODI, TONI et alii.,
11). Esta classificação adapta-se ao
presente estudo, na medida em que
serão trabalhados dados existentes, os
quais vinculam-se às variáveis definidas
por indicadores de desempenho
devidamente relacionados a
competitividade e ao risco de insolvência,
tornando válidas as conclusões sobre a
qualimetria da gestão econômica em
laboratórios clínicos no Brasil. Esta é a
essência do propósito deste artigo.
Material e Métodos
As atividades de pesquisa foram
desenvolvidas em laboratórios de
análises clínicas totalizando vinte e
quatro eventos. Estes laboratórios
estão localizados e distribuídos no País
da seguinte forma: Região Sudeste
com 62%; Região Nordeste com 17%;
Região Centro-Oeste com 13% e Região
Sul com 8%. A distribuição por Estado
ocorre desta maneira: Minas Gerais
com 9; São Paulo com 3; Espírito Santo
com 3; Rio Grande do Sul com 2 e Bahia,
Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de
Janeiro, Mato Grosso e Goiás todos com
1. Em cada laboratório foi utilizada uma
ferramenta que permite a padronização
da coleta de dados e a comparação dos
resultados das variáveis integrantes do
estudo, monitoradas por indicadores
de desempenho. As variáveis são
subjacentes às declarações (asserções)
que compõem a ferramenta usada para
coletar os dados. Esta é um questionário
integrado por 46 declarações
distribuídas em 7 dimensões da
qualidade da gestão econômica
em laboratórios clínicos, que são:
1. Qualidade da receita – situação
econômica. 2. Qualidade da
receita – situação financeira. 3.
Adequação do volume da receita.
4. Adequação dos custos fixos. 5.
Adequação dos custos variáveis.
6. Rentabilidade da produção. 7.
Estratégica. Competitividade e
risco de insolvência. A ferramenta
que permite a coleta padronizada dos
dados usa uma escala tipo Linkert
de sete pontos. Desenvolvemos
um método para a metrificação da
qualidade da gestão econômica
em laboratórios clínicos. Criamos a
Escala Qualigest que possibilita
avaliar a discrepância entre os
valores máximos teóricos possíveis
de qualidade da gestão econômica e
os valores percebidos pelos gestores
laboratoriais. Quanto menor for
a discrepância entre esses
valores, maior será a qualidade
percebida da gestão econômica
e maior será a competitividade
dos laboratórios, com menores
riscos de insolvência. A “Percepção”
é o processo em que os gestores
laboratoriais selecionam, organizam
e interpretam as informações para
formar uma imagem (avaliação – nota
– grau) da qualidade dos sistemas
de gestão econômica dos seus
laboratórios. Em síntese, os valores
da qualidade da gestão econômica
são determinados pelas respostas dos
gestores laboratoriais ao longo de uma
escala tipo Linkert de sete pontos, para
as 46 declarações componentes da
Escala Qualigest.
GESTÃO LABORATORIAL
Cálculo da qualidade da gestão
econômica em laboratórios
Algebricamente:
Onde:
• “Qx” representa a qualidade da
gestão econômica percebida pelos
gestores dos “n” laboratórios, calculada
por laboratório da amostra.
• “Pi” representa a percepção dos
gestores laboratoriais em relação ao
item “i” da Escala Qualigest.
• “100%” representa o valor teórico
máximo possível da qualidade
econômica em laboratórios.
Para avaliar o escore geral da
qualidade da gestão econômica em
laboratórios clínicos no Brasil, utilizamos
a média aritmética de todos os “n”
laboratórios participantes da amostra.
Algebricamente:
Onde:
• “Q” representa a “Qualidade média
da gestão econômica em laboratórios
clínicos no Brasil”.
• “Qx” representa a qualidade da
gestão econômica percebida em cada
laboratório participante da amostra.
• “n” representa o número de
laboratórios participantes da amostra.
A existência de resultado negativo
na avaliação da qualidade da gestão
econômica é identificada na Escala
Qualigest em função de que a
percepção dos gestores nem sempre
é 100% daquilo que é desejado, ou
seja, o máximo possível. Isto implica
na mensuração e identificação precisa
de onde ocorre determinada situação
não desejada. A quantificação de
forma abrangente é obtida pelo próprio
instrumento. Um maior aumento
da precisão, seja na quantificação
ou na localização das deficiências,
bem como das ações corretivas e
preventivas, somente é possível
mediante análise mais aprofundada
de cada participante da amostra,
utilizando as devidas ferramentas de
tecnologia da informação, tais como as
encontradas no PROGELAB – Programa
Nacional para Profissionalização da
Gestão Laboratorial (FAÇANHA, H.C.F.;
PRESTES, PVE.; FAÇANHA, V.C., 4).
Independente disto, a Escala Qualigest
viabiliza, segundo a percepção dos
próprios gestores laboratoriais, avaliar o
nível da qualidade da gestão econômica
nos laboratórios, permitindo identificar
deficiências, por definição do próprio
instrumento, onde essas deficiências
são classificadas em função das suas
origens conforme as 7 dimensões da
qualidade. A etapa seguinte, uma vez
identificadas as deficiências na gestão
econômica, é a elaboração do plano de
ações corretivas e preventivas, fechando
o ciclo PDCA de gestão.
A Escala Qualigest
Para atingirmos o propósito do estudo,
desenvolvemos a Escala Qualigest, cuja
base é uma escala tipo Linkert de sete
pontos, com extremos legendados de
“Discordo plenamente” (Posição 1) e
“Concordo plenamente” (Posição 7). As
demais posições intermediárias são:
2. Discordo
3. Discordo parcialmente
4. Nem concordo/Nem discordo
5. Concordo parcialmente
6. Concordo
A essência inovadora da Escala
Qualigest está na matriz que relaciona
“Dimensões x Declarações”. Criamos
“7 Dimensões” e “46 Declarações”
correlacionadas entre si, que
possibilitam a qualimetria (metrificação
da qualidade) da gestão econômica
de laboratórios clínicos, viabilizando
sua identificação, quantificação,
diagnóstico das deficiências e plano
de ações. A matriz “Dimensão x
Declaração” emerge dos conceitos de
qualidade e de gestão econômica. Após
vinte anos trabalhando, observando
e desenvolvendo produtos nesta
0 60
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
GESTÃO LABORATORIAL
área para laboratórios de todas as
regiões do País, podemos perceber
as nuances das relações existentes
entre as diversas variáveis presentes
na gestão econômica dos laboratórios
clínicos. Pesquisamos e desenvolvemos
diversos produtos já testados na prática
(FAÇANHA, H.C.F.; PRESTES, PVE.;
FAÇANHA, V.C., 4) que consolidaram as
premissas apoiadoras das correlações
entre variáveis, fundamento da matriz
“Dimensão x Declaração”.
Relação entre as dimensões (da
qualidade da gestão econômica)
e as declarações
Dimensão 1 Qualidade da
Receita - Situação econômica
Indicador: Valor médio dos exames
(Ticket médio)
Declarações:
1. O laboratório precifica os seus exames
de forma correta sob o ponto de vista
econômico, visando assegurar a devida
rentabilidade sem perda de mercado.
2. O laboratório conhece os valores dos
exames praticados pela concorrência.
3. O laboratório sabe avaliar se os
exames vendidos são competitivos no
seu mercado de atuação.
Dimensão 2 Qualidade da
Receita – Situação financeira
Indicadores: Diferença entre o
produzido e o efetivamente recebido;
Inadimplência; Receita à vista
Declarações:
4. O percentual da receita recebida
à vista pelo laboratório é satisfatório,
comparado com a concorrência.
5. O valor da inadimplência dos convênios
para com o laboratório é aceitável se
comparado com a concorrência.
Dimensão 3 Adequação do
Volume da Receita
Indicadores: GAO – Grau de
alavancagem operacional; Produtividade
dos colaboradores; Produtividade dos
custos fixos; Ponto de equilíbrio; Custo final
total com mão de obra própria; Eficiência
do modo de produzir
Declarações:
6. O laboratório avalia quantitativamente
se a capacidade instalada para recepcionar,
coletar, produzir, entregar e faturar é
adequada a demanda dos exames.
7. Comparado com a concorrência,
o efetivo de recursos humanos é
adequado ao porte do laboratório.
8. O laboratório avalia se a
remuneração da equipe é pertinente a
praticada pela concorrência.
9. O laboratório controla de forma
eficiente os seus custos fixos,
comparando com a concorrência.
10. O laboratório calcula sistematicamente
quantos dias por mês produzem os lucros.
11. O laboratório projeta as margens
de lucro e as rentabilidades para
diversos cenários de vendas.
12. O laboratório calcula sistematicamente
o Ponto de Equilíbrio.
13. O laboratório, em caso de expansão
ou abertura de novos negócios, sabe
como calcular os lucros esperados.
14. O custo específico da mão de obra
própria do laboratório, comparado com
o da concorrência é compatível com os
de mesmo porte.
15. O laboratório calcula o custo de
produção dos exames para assegurar
que sejam compatíveis com o seu porte.
16. O laboratório controla o custo
de produção dos exames para
assegurar que seja menor do que o da
concorrência.
17. O laboratório terceiriza exames
mediante avaliação econômica e
financeira da relação custo x benefício,
quantificando os ganhos.
Dimensão 4 Adequação dos
Custos Fixos
Indicadores: todos os integrantes dos
custos fixos de um laboratório
Declarações:
18. O laboratório, se comparando com
a concorrência, avalia se o que gasta com
aluguel está adequado ao seu porte.
19. O laboratório, se comparando
com a concorrência, avalia se o que
gasta com água, energia elétrica e
comunicações, está adequado ao seu
porte.
20. O laboratório, se comparando com
a concorrência, avalia se o que gasta
com marketing, material de uso comum
e serviços de terceiros, está adequado
ao seu porte.
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Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
21. O laboratório, se comparando com
a concorrência, avalia se o que gasta
com investimentos e capital de giro,
está adequado ao seu porte.
Dimensão 5 Adequação dos
Custos Variáveis
Indicadores: todos os integrantes dos
custos variáveis de um laboratório
Declarações:
22. O laboratório, se comparando com
a concorrência, avalia se o que gasta
com reagentes, controles e calibradores,
está adequado ao seu porte.
23. O laboratório, se comparando com
a concorrência, avalia se o que gasta
com descartáveis, manutenção de
equipamentos e material de escritório,
está adequado ao seu porte.
24. O laboratório, se comparando
com a concorrência, avalia se o que
gasta com laboratórios de apoio está
adequado ao seu porte.
25. O laboratório, se comparando com
a concorrência, avalia se o que gasta
com impostos está adequado ao seu
porte.
Dimensão 6 Rentabilidade da
Produção (Parque Produtivo)
Indicadores: os de custos variáveis
associados aos perfis de demanda
dos clientes junto aos equipamentos e
setores (Áreas) de um laboratório
Declarações:
26. O laboratório calcula o custo de
produção dos exames mais vendidos
e avalia sua competitividade se
comparando com a concorrência.
27. O laboratório calcula a
rentabilidade dos exames para os
principais convênios.
28. O laboratório calcula a rentabilidade
dos equipamentos e setores (áreas)
para os principais convênios.
29. O laboratório calcula a viabilidade
dos principais convênios em função das
suas rentabilidades.
30. O laboratório determina limites
mínimos para os valores globais que
podem ser aceitos em negociações,
para não colocar em risco a operação
do negócio.
31. O laboratório identifica quais
exames dos convênios devem ser
negociados.
32. O laboratório identifica os valores
mínimos individuais para os exames,
adequados para cada negociação
específica.
33. O laboratório identifica o nível
máximo de desconto que pode ser
concedido por exame e convênio.
34. O laboratório calcula com base
na ciência econômica, os exames que
devem ser terceirizados para obter a
máxima rentabilidade.
Dimensão 7 Estratégica.
Competitividade e Risco de
Insolvência
Indicadores: Margem de segurança
(%); Margem líquida de lucro em
relação ao produzido (%); Dia do mês
em que atinge o ponto de equilíbrio;
Razão operacional (%)
Declarações:
35. O laboratório avalia sua
lucratividade com base na concorrência.
36. O laboratório avalia sua
competitividade com base na
concorrência.
37. O laboratório avalia seu risco de
insolvência com base na concorrência.
38. O laboratório identifica de forma
sistemática os problemas econômicos e
financeiros, bem como suas causas.
39. O laboratório implementa de
forma sistemática ações corretivas
e preventivas para sanar e prevenir
problemas econômicos e financeiros.
40. O laboratório analisa de forma
sistemática, as repercussões nos lucros
causadas por problemas econômicos e
financeiros.
41. O laboratório avalia a correta
alocação dos recursos físicos,
financeiros e humanos para atingir
metas desejadas.
42. O laboratório estabelece seu
planejamento estratégico com base
nos resultados da concorrência,
assegurando desta forma, que a
organização seja competitiva e com
baixo risco de insolvência.
GESTÃO LABORATORIAL
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
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GESTÃO LABORATORIAL
Tabela 1: Regiões do Brasil integrantes do estudo.
Figura 1: Regiões do Brasil integrantes do estudo.
Figura 6: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica
por Declaração.
Figura 7: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica
por Declaração (Radar).
Figura 12: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica
por Declaração.
Figura 13: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica
por Declaração (Radar).
Tabela 2: Estados do Brasil integrantes do estudo.
Figura 8: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica
por Declaração.
Figura 14: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica
por Declaração.
Figura 2: Estados do Brasil integrantes do estudo.
Figura 9: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica
por Declaração (Radar).
Figura 15: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica
por Declaração (Radar).
Figura 3: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica
Percebida pelos Gestores
Figura 10: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica
por Declaração.
Figura 16: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica
por Declaração
Figura 4: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica
por Dimensão.
Figura 11: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica
por Declaração (Radar).
Figura 17: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica
por Declaração (Radar).
Figura 5: Curva da Qualidade Média da Gestão Econômica
por Dimensão (Radar).
0 66
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
43. O laboratório mensura e compara
com a concorrência seus índices de
eficiência gerencial.
44. O laboratório participa de ranking
de competência gerencial.
45. O laboratório sabe a forma e o
momento de mudar a operação do
negócio.
46. O laboratório avalia periodicamente
qual o seu valor de mercado.
Resultados
Recapitulando: 1) “Qx” representa
a qualidade da gestão econômica
percebida pelos gestores dos “n”
laboratórios, calculada por laboratório
da amostra. 2) “Q” representa a
“Qualidade média da gestão econômica
em laboratórios clínicos no Brasil”
ou “Escore geral da qualidade da
gestão econômica em laboratórios
clínicos no Brasil”. Nesta fase é
realizada a identificação de problemas
(Diagnóstico). 3) A Escala Qualigest
viabiliza, segundo a percepção dos
próprios gestores laboratoriais, além
de avaliar o nível da qualidade da
gestão econômica nos laboratórios,
investigar deficiências (Possíveis causas
dos problemas), por definição do
próprio instrumento. Estas deficiências
são classificadas em função das suas
origens conforme as 7 dimensões da
qualidade. 4) A etapa seguinte, uma
vez investigadas as deficiências na
gestão econômica, é a elaboração das
soluções (Plano de ações corretivas e
preventivas), fechando o ciclo PDCA
de gestão. Uma vez feitas estas
considerações iniciais, apresentamos
a seguir o conjunto dos resultados do
estudo, começando pela estatística
geral seguida pelos resultados
propriamente ditos, conforme figuras e
tabelas devidamente identificadas.
Discussão e Conclusões
A essência deste estudo, em última
análise, busca avaliar o volume das
perdas econômicas/financeiras e sua
repercussão na competitividade e
risco de insolvência dos laboratórios
de análises clínicas. Perdas estas
decorrentes da carência na qualidade da
gestão econômica dessas organizações.
A metrificação da qualidade da gestão
econômica viabiliza, pelo menos, uma
quantificação aproximada das perdas,
pois mensura o gap (DELTA) entre a
qualidade percebida pelos gestores
laboratoriais e o máximo teórico possível
(DELTA = Q = Pi -100%). “Q” representa
a “Qualidade média da gestão econômica
em laboratórios clínicos no Brasil” ou
“Escore geral da qualidade da gestão
econômica em laboratórios clínicos no
Brasil”. Decorre do gráfico na figura 3.
• Diagnóstico (Identificação do problema):
o estudo mostrou Q = -36,88%. O
melhor resultado obtido foi de -4,71%
(benchmark) e o pior resultado -79,71%.
Um valor de Q = -36,88% significam
que em média, os gestores laboratoriais
percebem que a qualidade da gestão
econômica dos seus laboratórios está
36,88% aquém (abaixo; pior) do esperado,
do desejado, do máximo possível. Dito de
outra forma, numa escala de 0 a 100%,
a qualidade da gestão econômica dos
laboratórios, segundo seus gestores,
está, na média em 63,12%. Isto mostra
de forma indubitável a necessidade que
laboratórios brasileiros têm de aprimorar,
de profissionalizar a gestão econômica.
Nesta fase, o estudo identificou a existência
de problema (Diagnóstico), materializado
por: CARÊNCIA SIGNIFICATIVA DE
GESTÃO ECONÔMICA PROFISSIONAL NOS
LABORATÓRIOS CLÍNICOS.
• Investigação das possíveis causas
(Observação e análise): o estudo da
origem das deficiências na gestão
econômica é conduzido nas 7
Dimensões da qualidade, junto às
Declarações (asserções). Utilizando o
método dedutivo vamos analisar quais
Dimensões têm problemas (causas
do problema maior já identificado no
diagnóstico) para somente, então,
investigarmos quais as Declarações
são responsáveis, em última análise.
Ainda, para cada etapa, serão utilizados
dois tipos de gráficos (barras e radar),
pois, são complementares, permitindo
perceber nos resultados, detalhes e
volume em cada processo estudado.
GESTÃO LABORATORIAL
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
0 67
GESTÃO LABORATORIAL
O critério geral para identificar os
problemas nesta fase (que são
as possíveis causas do problema
maior) é quando qualquer Dimensão
ou Declaração (que representam
indicadores de desempenho dos
diversos processos econômicos e
financeiros dos laboratórios), for pior
que a “Qualidade média da gestão
econômica em laboratórios clínicos no
Brasil” ou “Escore geral da qualidade
da gestão econômica em laboratórios
clínicos no Brasil”, representada por “Q”.
Analisando as figuras 4 e 5, fica evidente
que as Dimensões 2,3 e 7, ou seja: 2 –
QUALIDADE DA RECEITA – Situação
financeira; 3 – ADEQUAÇÃO DO VOLUME
DA RECEITA e 7 – ESTRATÉGICA.
COMPETITIVIDADE E RISCO DE
INSOLVÊNCIA, são as responsáveis
pelos problemas. Aprofundando a
análise, figuras 6 e 7, denota-se que na
Dimensão 2, a Declaração 5 (O valor da
inadimplência dos convênios para com
o laboratório é aceitável se comparado
com a concorrência.) com -41,67%,
fica registrada como a primeira causa
do problema maior anteriormente
identificado. Ou seja, os gestores
laboratoriais reconhecem que a
inadimplência de fontes pagadoras está
prejudicando a qualidade da gestão
econômica dos seus laboratórios.
Continuando o estudo com a Dimensão
3, nas figuras 8 e 9, denota-se as
seguintes Declarações como causas de
problemas: 10. O laboratório calcula
sistematicamente quantos dias por
mês produzem os lucros. (-51,39%);
11. O laboratório projeta as margens de
lucro e as rentabilidades para diversos
cenários de vendas. (-50,69%); 12. O
laboratório calcula sistematicamente
o Ponto de Equilíbrio. (-51,39%); 13. O
laboratório, em caso de expansão ou
abertura de novos negócios, sabe como
calcular os lucros esperados. (-45,14%);
15. O laboratório calcula o custo de
produção dos exames para assegurar
que sejam compatíveis com o seu
porte. (-40,28%). Ou seja, os gestores
laboratoriais percebem deficiências na
qualidade da gestão econômica com
menor ênfase nos custos de produção
dos exames e maiores dificuldades na
área do conhecimento que envolve
o ponto de equilíbrio, margens de
contribuição (fato confirmado na
Dimensão 6 - RENTABILIDADE DA
PRODUÇÃO (PARQUE PRODUTIVO),
produtividade dos colaboradores e
eficiência do modo de produzir, que
envolve o adequado equilíbrio entre
a produção própria e a terceirizada
com laboratórios de apoio. Seguindo
na análise das causas, observando as
figuras 14 e 15 relativas a Dimensão 6,
que está melhor que a média do setor das
análises clínicas, contudo, constatamos
que apresenta duas Declarações piores:
28. O laboratório calcula a rentabilidade
dos equipamentos e setores (áreas) para
os principais convênios. (-46,53%);
29. O laboratório calcula a viabilidade
dos principais convênios em função
das suas rentabilidades. (-39,58%).
Isto pode ser entendido como a
constatação dos gestores laboratoriais
de que existem deficiências na gestão
da qualidade econômica, na medida
em que desconhecem a rentabilidade
dos equipamentos da produção nas
diversas áreas ou setores (hematologia,
bioquímica, microbiologia etc.), bem
como a viabilidade de exames, quando
se associa aos custos de produção,
relativamente conhecidos, os valores
pagos pelos clientes (convênios etc.)
e seus respectivos perfis de demanda.
Finalizando a investigação das causas,
analisamos as figuras 16 e 17, onde
fica evidente causas de problemas
nas seguintes Declarações: 35. O
laboratório avalia sua lucratividade
com base na concorrência. (-56,25%);
37. O laboratório avalia seu risco de
insolvência com base na concorrência.
(-41,67%); 40. O laboratório analisa
de forma sistemática, as repercussões
nos lucros causadas por problemas
econômicos e financeiros. (-44,44%);
41. O laboratório avalia a correta alocação
dos recursos físicos, financeiros e
humanos para atingir metas desejadas.
(-38,19%); 42. O laboratório estabelece
seu planejamento estratégico com
base nos resultados da concorrência,
assegurando desta forma, que a
0 68
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
O Celltac G reporta 33 parâmetros
em 40 segundos usando apenas
40μL de amostra. Conta também
com novos parâmetros que
ajudam a acelerar o diagnóstico
através de resultados precisos.
- Os recém adicionados RDWI e Índice Mentzer adicionam valiosas informações
clínicas para diferenciar os traços de uma possível Beta-talassemia de anemia
ferropriva, nos casos de anemia microcítica.
- Os parâmetros P-LCR e P-LCC reportam plaquetas gigantes, plaquetas
agregadas ou células fragmentadas.
- Faz a separação dos neutrófilos em Segmentados (# %) e Bastonetes (# %);
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GESTÃO LABORATORIAL
organização seja competitiva e com
baixo risco de insolvência. (-39,58); 43.
O laboratório mensura e compara com
a concorrência seus índices de eficiência
gerencial. (-40,28%); 44. O laboratório
participa de ranking de competência
gerencial. (-62,50%); 45. O laboratório
sabe a forma e o momento de mudar a
operação do negócio. (-47,92%); 46. O
laboratório avalia periodicamente qual
o seu valor de mercado. (-52,78%).
Chama a atenção a Declaração 36. O
laboratório avalia sua competitividade
com base na concorrência. (-33,33%),
cujo valor ficou melhor que a média
do setor (-36,88%). O motivo é que
esta asserção colide frontalmente
com praticamente todas as asserções
da Dimensão 7, na medida em que
se ela for verdadeira, as demais são
falsas, na proporção de 9 para 1, o
que é estatisticamente improvável.
Creditamos este viés à possibilidade de
os gestores não terem levado em conta
a própria definição econômica para a
“Competitividade”, que impõe a melhor
relação de saídas x entradas (receitas x
custos), avaliada em processo formal
de benchmarking competitivo, para
validação, do contrário, não existirá
o conceito de “Competição”. Uma
vez feita esta ressalva, o essencial
resumido das causas identificadas pelas
Declarações da Dimensão 7 pode ser
o seguinte: os gestores laboratoriais
reconhecem deficiências na qualidade
da gestão econômica no tocante a falta
da prática de ações na importantíssima
área do planejamento estratégico e
sua efetivação e controle (Ciclo PDCA
de gestão), com base em processos de
benchmarking, onde as ações sejam
identificadas com fundamento nos
resultados da concorrência. Ainda, a
competitividade empresarial e o risco
de insolvência dos laboratórios não são
usualmente calculados e corretamente
avaliados por processos competitivos
de comparação com a concorrência.
Nesta situação, nem sempre lucros altos
significam competência gerencial. Altos
valores do ticket médio podem gerar
lucros fáceis, em mercados isolados e
privilegiados, contudo, nem sempre
esses laboratórios serão competitivos,
pois administrar na abundância de
recursos pode induzir falsa segurança.
Atualmente os laboratórios raramente
operam em ambientes isolados,
portanto, funcionam em mercados cada
vez mais disputados por concorrência
aguerrida, exigindo a prática de
benchmarking. “Não basta medir, é
preciso comparar” (FAÇANHA, H.C.F.;
PRESTES, PVE.; FAÇANHA, V.C., 4).
• Solução (Plano de ação): cada
laboratório apresenta uma realidade
própria, única, que lhe distingue dos
demais. Problemas específicos exigem
soluções específicas. São inúmeras as
variáveis que constituem o universo
da gestão econômica, impossibilitando
individualizar soluções em um estudo
amplo, genérico e abrangente, como
é este o caso. Aqui, a solução possível
é necessariamente “lato sensu”. O
problema que atualmente assola
o mercado das análises clínicas no
Brasil, pode ser sintetizado por:
“Risco crescente de insolvência dos
laboratórios clínicos decorrente da
queda na competitividade” (FAÇANHA,
H.C.F.; PRESTES, PVE.; FAÇANHA, V.C.,
4). Então, qualquer plano de ação para
ser bom, deve ter no seu escopo um
capítulo com ações preventivas para
avaliar e controlar a competitividade e
o risco de insolvência. Isto só é possível
se comparando com a concorrência em
processos de benchmarking, pois não
existe competição sem comparação.
Simples assim. O segundo aspecto de
um bom plano de ação é dotar a gestão
laboratorial de suporte científico às
decisões. A utilização de um Sistema
de Apoio à Decisão (SAD) decorre,
fundamentalmente, da competição
cada vez maior entre as organizações,
bem como da necessidade de obter
de forma rápida, informações cruciais
para a tomada de decisões. Um SAD
é responsável por captar e elaborar
informações contidas em uma base
de dados, transformando-os em
vantagem competitiva, pela tomada
de decisões de forma inteligente. Os
gestores laboratoriais precisam decidir
0 70
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
fundamentados em indicadores que
envolvem pelo menos as variáveis
de receitas, as quais dependem dos
preços de centenas de exames, que
por sua vez são determinados pelo
perfil de demanda, sendo feitos em
diversos equipamentos em múltiplos
setores, que demandam milhares de
componentes de custos com reagentes,
controles, calibradores, descartáveis
etc. Tudo suportado por uma estrutura
de custos fixos formada por centenas de
itens. Enfim, são variáveis vinculadas a
receitas dependentes do volume e perfil
de demanda, a custos variáveis bem
como fixos, gerando a possibilidade de
infinitas combinações. E, os gestores
devem decidir pela combinação
mais otimizada. Atualmente, com a
complexidade que os laboratórios
apresentam, por produzirem de forma
industrial informações e serviços,
exigem competência extraordinária
para enfrentar tal combinação
desafiadora. Sem algoritmos
matemáticos, as chances para decisões
otimizadas reduzem drasticamente.
Finalizando, o plano de ação “lato
sensu”, pelo exposto, deve contemplar
um aspecto de suma importância:
cada vez mais se torna imperiosa a
necessidade de gestão profissional
na área econômica e financeira dos
laboratórios brasileiros. Não existe mais
espaço para a gestão amadora, baseada
somente na intuição. Esta não deve ser
desprezada, entretanto, não pode ser
o leme das decisões nessa importante
área. Existem diversas ferramentas para
auxiliar os gestores laboratoriais. Por
exemplo, os já referidos Sistemas de
Apoio à Decisão (SAD), que hoje são
altamente necessários para o devido
suporte racional, matemático, visando
contribuir na construção de um futuro
perene para os laboratórios clínicos. São
vários sistemas de TI com finalidades
específicas, todavia, o grande desafio
não é decidir por esta ou aquela
ferramenta, é sim, a conscientização
da alta direção da real necessidade
de efetivamente praticar de forma
profissional, a gestão econômica dos
laboratórios clínicos.
REFERÊNCIAS
1. FAÇANHA, H.C.F.; PRESTES, R.M.; PRESTES, PVE.;
FAÇANHA, V.C. Tratado de Gestão Aplicada a Laboratórios
Clínicos. 1. Ed. São Paulo, Editora Eskalab Eireli, 2014, 548p.
2. SANTOS, PAULO SÉRGIO MONTEIRO DOS. Gestão de riscos
empresariais. 1. Ed. São Paulo, Novo Século Editora, 2002, 109 p.
3. PIMENTEL, ALEX. Curso de empreendedorismo. 1. Ed.
São Paulo, Editora Digerati Books, 2008, 128p.
4. FAÇANHA, H.C.F.; PRESTES, PVE.; FAÇANHA, V.C.
PROGELAB – Programa Nacional para Profissionalização
da Gestão Laboratorial. Gestão Econômica Aplicada Para
Laboratórios Clínicos. 1. Ed. Ampliada São Paulo, Editora
DenDabenj Editora News, 2019, 330p.
5. DAMODARAN, ASWATH. – Gestão estratégica do risco:
uma referência para a tomada de riscos empresariais. 1.
Ed. Brasileira. Porto Alegre, Editora Bookman, 2009, 384 p.
6. OLIVEIRA, ERNANI TADEU. Planejamento financeiro para pequenas
empresas. 1. Ed. Porto Alegre, SEBRAE/FAURGS, 1997, 36p.
7. BRUNI, ADRIANO LEAL; FAMÁ, RUBENS. Gestão de custos
e formação de preços: com aplicações na calculadora HP
12 C e Excel. 3. Ed. São Paulo, Editora Atlas, 2004, 551p.
8. DA COSTA FILHO, HUMBERTO FAÇANHA; DA COSTA,
ROSA MAYR PRESTES. Cálculo dos custos e análise da
rentabilidade em laboratórios clínicos – Modelo Custo
Certo. 2. Ed. São Paulo, Editora Eskalab Ltda., 2008, 144p.
9. SCHMIDT, PAULO; SANTOS, JOSÉ LUIZ DOS; MARTINS,
MARCO ANTONIO. Avaliação de empresas: foco na análise
de desempenho para o usuário interno: teoria e prática. 1.
Ed. São Paulo, Editora Atlas, 2006, 169p.
10. KERLINGER, FRED NICHOLS. Metodologia da Pesquisa
em Ciências Sociais. Tradução de Helena Mendes Rotundo.
São Paulo: EDUSP, 1980.
11. TRIPODI, TONI et alii. Análise da pesquisa social. 2a Ed.
São Paulo: Francisco Alves, 1981.
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Desafios econômicos durante e pós pandemia?
Humberto Façanha
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*Humberto Façanha da Costa Filho
Professor e engenheiro, atualmente é articulista e consultor financeiro
da SBAC, professor do Centro de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas
(CEPAC) da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) e professor
do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo (IESA),
curso de Pós-Graduação em Análises Clínicas.
www.unidosconsultoria.com.br
0 71
MATÉRIA DE CAPA
VYTTRA: UMA GIGANTE BRASILEIRA DE
DIAGNÓSTICO MUNDIAL
Reconhecida como uma das principais empresas a fornecer equipamentos e reagentes para
laboratórios, hospitais, bancos de sangue, farmácias e drogarias de todo o País, a companhia
tem como diferenciais a qualidade de seus produtos, o investimento contínuo em inovação e a
proximidade na prestação de serviços.
Orientação ao cliente e implementação de novas
tecnologias são os dois pilares da estratégia
de atuação e crescimento acelerado da Vyttra
Diagnósticos, empresa brasileira especializada
na fabricação e distribuição de equipamentos
e reagentes para os mercados nacional e
internacional de diagnóstico in vitro (IVD). Todos
os seus profissionais assumem este desafio com
paixão pelo que fazem e senso de propósito,
já que visam, acima de tudo, a contribuição
e o impacto social que seus testes e exames
diagnósticos assertivos oferecem a pacientes,
especialistas em saúde e ao público em geral.
A Vyttra, que tem expertise de mais de 30
anos no mercado de diagnósticos, sustenta a
segunda posição nacional em hematologia e
possui participação relevante em bioquímica,
VHS, imunologia, genética, citologia líquida,
biologia molecular e microbiologia. Além disso,
mais recentemente, passou a oferecer também
soluções de Point of CareTesting (POCT), mercado
no qual tem crescido de forma exponencial.
“Disponibilizamos um portfólio completo em
IVD, tanto em automações de grande, médio ou
pequeno porte, quanto em produtos de Point of
Care. Ao todo, são mais de mil itens em termos de
equipamentos, reagentes e consumíveis, os quais
tangibilizam a nossa missão de proporcionar, por
meio de exames e testes diagnósticos, o que
há de mais precioso às pessoas: bem-estar e
qualidade de vida. Aqui tudo o que fazemos –
100% – tem senso de propósito. É por isso que
trabalhamos”, completa Rubens.
Foto: Rubens Freitas, CEO da Vyttra Diagnósticos
Nossa história junto aos laboratórios, hospitais, bancos de sangue
e clínicas é de longa data e nos orgulhamos do destaque que
conquistamos nesse ecossistema. Mas, estamos em busca de muito
mais ao evoluir em qualidade de atendimento e proximidade aos
clientes, bem como na capacidade de antecipar suas necessidades,
trazendo as melhores soluções e tecnologias disponíveis no mundo.
É por esta razão que, logo após a minha chegada à companhia, em
abril deste ano, a reorganizamos para que a jornadado cliente estivesse
sempre no centro de todas as decisões. Como parte desse momento,
criamos uma diretoria de Customer Experience (CX), a qual inclui não
apenas as áreas de Assistência Técnica e Assessoria Científica, mas
também todo o Supply Chain da empresa. É uma visão de atendimento
total ao cliente, de ponta a ponta, potencializada, também, pela
chegada de novos executivos nas áreas Comercial e de Marketing e
pelo investimento intenso em inovação, seja via o desenvolvimento
e fabricação próprios na nossa planta em Bragança Paulista, seja via
parcerias com grandes players globais de IVD,
enfatiza Rubens Freitas, CEO da Vyttra Diagnósticos, que conta com uma
experiência de mais de 20 anos em aquisições de empresas e condução de
projetos transformacionais em organizações dos mais diversos setores.
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Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
MUITO MAIS QUE UMA FÁBRICA, UM HUB DE
TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE
MATÉRIA DE CAPA
Foto: Eduardo Castro, diretor de Marketing e Inovação da
Vyttra Diagnósticos
Para atingir seu compromisso com agilidade
e excelência, a Vyttra Diagnósticos dispõe de
instalações modernas e seguras em sua fábrica
localizada em Bragança Paulista (SP). Com mais
de 8mil m², a estrutura é composta por células
de Pesquisa e Desenvolvimento de novos
produtos, fabricação própria de equipamentos e
linhas produtivas de hematologia, bioquímica,
microbiologia, testes rápidos, entre outras.
Esta versatilidade fabril propicia uma produção
simultânea robusta e suficiente para atender à
demanda por milhões de testes a cada mês.
Nosso olhar para a operação vai além da questão produtiva. Estamos sempre voltados a pensar na
inovação, tecnologia e sustentabilidade do processo. O trabalho em melhoria contínua é realizado de
maneira ampla. Tanto que há tempos contamos com o tratamento de efluentes, reuso de água e escolha
de insumos alinhados com o alto padrão de qualidade requerido pelo mercado
Explica Eduardo Castro, Diretor de Marketing e Inovação da Vyttra Diagnósticos.
Legenda: Fábrica da Vyttra Diagnósticos em Bragança Paulista (SP).
Legenda: Área de estoque de produto acabado opera
com tecnologia e organização.
Legenda: Atenção aos mínimos detalhes em todas as áreas,
principalmente naquela dedicada ao envase de reagentes.
Legenda: Produtos final reflete todo o cuidado da
equipe na montagem de kits.
Legenda: Área branca ampla e alinhada com as normas
de segurança para a manipulação de grandes envases.
* Fotos: Disponibilizadas pela Vyttra Diagnósticos.
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021 0 73
MATÉRIA DE CAPA
CLIENTE SEMPRE EM
PRIMEIRO LUGAR
Não apenas de ambiente fabril e tecnologia
de ponta a Vyttra Diagnósticos é feita. Um
dos principais ativos da empresa é a equipe
formada por mais de 250 colaboradores, que
buscam a excelência diariamente.
“Rumo à tendência de se mover rapidamente
em prol das necessidades do mercado,
oferecemos um suporte multicanal,
chamado Vyttra Digital Care. Nossos clientes
podem nos acionar por telefone, e-mail
e via WhatsApp Business. Contamos com
especialistas treinados, com um sistema
preventivo e preditivo de acompanhamento
de base instalada de equipamentos e, em
breve, lançaremos uma plataforma de
treinamentos com vídeos para autosserviço
ou acompanhamento da equipe de
atendimento técnico. Estamos prontos para
qualquer tipo de interação e ficamos felizes
em solucionar dúvidas em prol da melhor
performance”, afirma Eduardo.
Toda essa dedicação na prestação de
serviços é aferida na prática, principalmente
por clientes como o Tecnolab, o mais
completo centro de diagnóstico da
região do ABCD, Mauá e Ribeirão Pires.
“Ao longo da parceria de mais de duas
décadas com a Vyttra, construímos uma
relação equilibrada, de confiança e de
compartilhamento de uma visão justa
para ambos. Afinal, temos a cultura de
nos preocuparmos em oferecer o melhor
aos nossos clientes, sendo a qualidade em
produtos um atributo inquestionável e que
não abrimos mão. Nosso objetivo é estarmos
próximos daqueles que necessitam de
um diagnóstico preciso e acreditamos
que a detecção precoce de quaisquer
enfermidades seja a chave para o sucesso
de tratamentos. Por isso, a nossa motivação
é contar com parceiros que tenham o
mesmo compromisso e nos suportem no
fornecimento de informações capazes
de impulsionar a promoção da saúde e o
melhor direcionamento da conduta médica
junto aos pacientes”, destaca, Dr. Cristiano
Perini, supervisor técnico do Tecnolab.
PIONEIRISMO EM MEIO
À URGÊNCIA
Atenta ao cenário nacional e às questões de
saúde pública, a Vyttra, desde 2020, passou
a atuar também na linha de frente no
combate à pandemia do novo coronavírus
no Brasil, como a primeira empresa a
disponibilizar testes imunológicos de
Covid-19 para laboratórios.
COVID-19: ATÉ O MOMENTO MAIS DE 6 MILHÕES DE TESTES REALIZADOS
“Dado o nosso relacionamento com marcas de qualidade, inicialmente, priorizamos a importação de testes rápidos, que pudessem
respaldar a população ávida por identificar a doença e adotar os protocolos indicados, como uma forma de ação coletiva e que pudesse
salvar o maior número de vidas. Entretanto, dado o know-how em diagnósticos, em 2021, investimos na autonomia brasileira para
a produção interna de testes rápidos, os disponibilizando às principais redes e reiterando o nosso compromisso com o País e com
aqueles que buscavam essa solução”, conta Daniel Rocha, diretor de Point of Care da Vyttra Diagnósticos.
Atualmente, a empresa tem uma capacidade de produção de 800 mil testes
rápidos por mês e a previsão é dobrar esse número em um curto prazo.
Esse movimento responde à demanda de testagem contínua e, também, à
retomada econômica, provendo empregos e desenvolvimento local.
Novos produtos da divisão de Point of Care devem ser lançados nos
próximos meses e a companhia se mostra confiante em seu potencial,
uma vez que vem conquistando cada vez mais novos clientes e Market
Share na categoria.
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Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
UM NEGÓCIO QUE SE RENOVA EM RITMO ACELERADO
Compreender a jornada do cliente em
profundidade diz muito sobre a cultura
da Vyttra Diagnósticos. Tanto que, em um
movimento de renovação direcionado ao
cuidado integral dos processos e seus impactos
– do Planejamento de Demanda ao Pós-
Vendas -, a Diretoria de Customer Experience
(CX) acaba de ser criada. O executivo escolhido
para liderar esta missão é o Fábio Marins, que
há cinco anos ocupa a posição de diretor de
Operações da companhia. Com domínio
sobre a cadeia de suprimentos do negócio e
conhecimento profundo dos equipamentos e
soluções ofertadas, o profissional agregará às
suas responsabilidades as áreas de Assistência
Técnica e Assessoria Científica, garantindo
que a espinha dorsal da organização esteja
totalmente orientada ao cliente. O executivo
é engenheiro de produção elétrica pela
Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC) com MBA Executivo pelo Inspere
especialização em Supply Chain pelo
Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Ele atuará alinhado com a área Comercial
para promover o diálogo, o fluxo constante
de informações, um contato ainda mais
próximo com os clientes e o sincronismo entre
vendas e atendimento. “Ao longo de minha
trajetória profissional tive o privilégio de
desenvolver competências voltadas à visão
sistêmica do negócio, senso de urgência,
capacidade de diálogo, estruturação de
times, processos e sistemas. Acredito que
esses sejam atributos essenciais para a
construção e sucesso da nossa estrutura
de Customer Experience. Em conjunto com
uma equipe talentosa chegaremos ao nosso
objetivo de garantir um alto nível de serviço
e atendimento”, destaca Fábio.
Foto: Fábio Marins, diretor de Customer Experience
da Vyttra Diagnósticos
MATÉRIA DE CAPA
FORTALECIMENTO DAS ÁREAS COMERCIAL E MARKETING
Com a meta de estabelecer um trabalho
contíguo com esta nova área, Lucas Veloso
chega à empresa para comandar a Diretoria
Comercial. Formado em Administração de
Foto: Lucas Veloso, diretor Comercial da Vyttra Diagnósticos
Empresas pela Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG) e em Marketing pela Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-
MG), com MBA pela Fundação Vanzolini e
especializações em Modelagem Financeira
e de Negócios pela faculdade de Wharton e
em Processos de Vendas pela Kellogg School
of Management, ele dará continuidade ao
crescimento da Vyttra de forma sustentável
em clientes de todos os portes e com as mais
variadas necessidades.
“A Vyttra está em um momento único. Temos
um portfólio de soluções de excelência
e padrões reconhecidos globalmente.
Adicional a isso, uma gestão de alto nível
está sendo aportada na companhia e os
clientes podem esperar muita proximidade,
relações comerciais transparentes e a melhor
experiência, com rastreabilidade de suas
demandas”, afirma Lucas, que já esteve à
frente das áreas Comercial e de Marketing de
diversas empresas investidas por fundos de
Private Equitye Venture Capital.
Mirella Amorim também se une à companhia
para dar ainda mais propulsão e visibilidade
ao portfólio da empresa. Bióloga graduada
pela Pontifícia Universidade Católica de
Campinas (PUC-Campinas) e com MBA em
Marketing e Planejamento Estratégico pelo
Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais
(IBMEC), será responsável pela gerência
executiva de Marketing da Vyttra.
“Atuo no mercado de IVD há 22 anos. Entre
rotinas laboratoriais e multinacionais, tive
a oportunidade de desenvolver projetos e
trabalhar em áreas de grande relevância,
como na gestão de Key-Accounts, canal
de distribuição e implementação de
novas linhas. Nesta nova etapa de minha
carreira, assumo a responsabilidade de
realizar uma movimentação ambiciosa de
redirecionamento da posição da empresa
no mercado. Os clientes podem esperar
muito empenho e um time unido para dar
o seu melhor!”, complementa Mirella, que
reúne experiências prévias nas empresas
Eurolmmun, Werfen, Beckman Coulter, além
de consultorias a multinacionais do segmento
de saúde.
Foto: Mirella Amorim, gerente executiva da
Vyttra Diagnósticos.
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021 0 75
RADAR CIENTÍFICO
COMO PROTOTIPAR E VALIDAR
SEUS TESTES RÁPIDOS NO BRASIL?
Por Misael Silva, Novel Application LATAM – Merck Life Science
Raw Materials Technical Support CMO Prototyping Hub
• LFA
• PCR/LAMP
• Biosensor
• ELISA/CLIA
• Molecular NAP
• Consultoria de design ensaio
• Troubleshooting
• Guia de usuário
• Suporte regulatório
• Custom packages
• Custom Formulations
• Custom manufacturing
• Custom CoA
• Conjungação/anticorpos/
proteínas
• Prova de conceito
• Otimização de protótipo
• Escala-piloto
• Registro sanitário
• Transferência de tecnologia
A pandemia da COVID-19 deixou em exposição
a alta dependência de insumos críticos externos
para a saúde da população, e o processo de
desindustrialização acelerada do Brasil não
poupou as empresas pertencentes ao Complexo
Industrial da Saúde.
Particularmente, os testes rápidos para COVID-19
– os primeiros a terem o registro aprovado
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) – eram em sua maioria importados, o
que dificultou a implementação de estratégias
de testagem em massa por diferentes razões: a
limitação do acesso a esses insumos, o aumento
exponencial do custo de aquisição, e ainda, as
dificuldades logísticas e regulatórias.
Em vista disso, como é possível recuperar
o potencial de manufatura de dispositivos
diagnósticos de testes rápidos no Brasil? A
realidade atual torna evidente a urgência de
uma estratégia que conduza à trajetória de
desenvolvimento econômico e social, e garanta
soberania ao país em uma área tão relevante,
como a dos cuidados com saúde – com o risco de
afetar a competitividade de setores econômicos
díspares, ceifando seu potencial de crescimento.
Diante desse cenário, a Merck Life Science, como
líder mundial no fornecimento de matériasprimas
para produção e desenvolvimento de
testes rápidos, uniu-se aos melhores profissionais
da área acadêmica e industrial para criar um
Centro de Inovação que permita que as empresas
possam rapidamente expandir seu portfólio de
testes rápidos e usufruir da demanda comercial
dessa tecnologia em nosso país.
O Centro de Inovação em testes rápidos da
Merck possui: validação de prova de conceitos,
validação e otimização de protótipos, apoio ao
registro sanitário e à transferência de tecnologia,
serviços técnicos especializados e treinamento
de mão de obra especializada.
Quais são os principais benefícios de prototipar
seu projeto no Centro de Inovação da Merck?
1. Redução de investimento em R&D
• Conectamos os principais projetos de prova de
conceitos validados pelo setor acadêmico;
• Fazemos a curadoria das provas de conceitos
para redução do risco de falhas em etapas
posteriores.
2. Redução do risco de fabricação
• Mitigamos processos validados com soluções
não escalonáveis;
• Mantemos a consistência, reprodutibilidade,
performance e segurança em produção.
3. Previsibilidade financeira
• Análise de ROI (Return of Investiment) e de
viabilidade técnico-financeira.
4. Preparo de mão de obra especializada
• Formação em Recursos Humanos com as habilidades
necessárias para uso no mercado de trabalho.
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Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
TESTE MOLECULAR PARA INFECÇÕES
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RADAR CIENTÍFICO II
ESTERASE LEUCOCITÁRIA URINÁRIA COMO
UM INDICADOR DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO - AVALIAÇÃO
COMPARATIVA DA SENSIBILIDADE ANALÍTICA EM TIRAS REAGENTES
Rheinheimer G1, Boone J1, Fox J1, Stradinger J1, Clarke K2, Bethoney C2. Siemens Healthcare Diagnostics Inc., Elkhart, IN, U.S.1 and Norwood, MA, U.S.
Resumo
Os avanços na tecnologia levaram ao desenvolvimento de soluções analíticas e
de gerenciamento de dados que automatizam o processamento e os resultados
do exame de urina. Esses sistemas padronizam o processo, eliminando
variabilidade do operador e possível risco de erros de transcrição.
O estudo relatado neste artigo fez uma comparação das tiras reagentes de
urinálise de quatro fabricantes e seus dispositivos e, quando disponíveis, a
determinação de Esterase Leucocitária (EL) em grupo controle de indivíduos
aparentemente saudáveis e em amostras clínicas de urina de pacientes que
atenderam aos critérios de caso suspeito de Infecção do Trato Urinário (ITU).
Os resultados com as tiras de reagentes Multistix 10 SG demonstraram mais
sensibilidade analítica para EL com amostras de indivíduos do grupo controle
do que as outras tiras testadas neste estudo quando usadas em um ambiente
laboratorial. Testes com amostras de urina de pacientes que abrangeram
um intervalo comum de EL confirmam mais sensibilidade analítica em
comparação com as outras tiras quando as amostras clínicas foram testadas.
Estes achados têm implicações no ambiente de point-of-care (POC), onde
decisões de tratamento e resultados clínicos são altamente dependentes da
precisão da triagem diagnóstica inicial.
Palavras-chave: urinálise, point-of-care, tiras reagentes e esterase leucocitária.
Abstract
Advances in technology have led to the development of instrumentation
and data-management solutions that automate the testing and reporting
of results in urinalysis. These systems standardize the process by eliminating
operator variability and possible risk of transcription errors.
The study reported in this white paper made a comparison of four manufacturers’
urine reagent strips and their reading devices, if available, targeting LE
determination on both nonclinical controls and clinical urine specimens.
Results demonstrated that Multistix 10 SG Reagent Strips exhibit
greater analytical sensitivity for LE with nonclinical control samples
than the other strips tested in this study when used in a laboratory
environment. Testing with patient urine specimens encompassing a
common LE reporting range confirmed this greater analytical sensitivity
compared to the other strips when clinical samples are tested. These
findings have implications in the point-of-care (POC) setting, where
treatment decisions and clinical outcomes are highly dependent on the
accuracy of initial diagnostic screening.
Key words: urinalysis, point-of-care, reagent strip and leukocyte esterase.
Introdução
As Infecções do Trato Urinário (ITUs) são definidas
pela presença de microrganismos patogênicos nas
estruturas inferiores ou superiores do aparelho
urinário. As ITUs são mais prevalentes em três
faixas etárias: crianças com até 6 anos de idade,
principalmente recém-nascidas do sexo masculino,
mulheres jovens com vida sexual ativa e idosos com
mais de 60 anos de idade. 1
A piúria, presença de leucócitos na urina em
número significante, é um indicativo frequente
de ITU 2 . Neutrófilos presentes na urina podem ser
resultado de EL, gerada por uma ITU que pode ser
facilmente diagnosticada em pacientes utilizando
tiras reagentes.
Uma tira reagente de urina para o teste de EL
relata semi quantitativamente uma quantidade da
enzima na urina proporcional a concentração de
leucócitos, representada pela intensidade da cor no
teste. Os resultados para o teste de EL na tira reagente
geralmente variam de negativo para diferentes
níveis de positivo, incluindo 1+, 2+ e 3+; o último
corresponde a aproximadamente 500 células/μL.
Amostras de urina normais geralmente geram um
resultado negativo com um valor de EL inferior a
10 células/μL. 3 Outros fabricantes podem utilizar
diferentes indicadores de resultados.
A triagem para uma ITU com uma tira do teste
é considerada como o recurso inicial do médico
para a avaliação do paciente. A tira para urinálise
fornece um resultado imediato, preciso e confiável,
permitindo acelerar o caminho para o diagnóstico e
tratamento adequados. 4 Para a triagem, é necessária
uma tira de urinálise confiável de EL, comumente
em paralelo com nitrito, na primeira avaliação do
paciente quando há suspeita de ITU.
0 78
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
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RADAR CIENTÍFICO II
Alguns relatos sugerem que nem toda tira de
urinálise de EL comercialmente disponível pode
ser um preditor robusto e sensível de ITU, com
resultados subestimados e até falso-negativos
sendo encontrados. Tais resultados podem levar
a diagnósticos incorretos e à falta de tratamento
imediato, resultando em posterior piora da
condição do paciente. Além de afetar a qualidade do
atendimento e bem-estar do paciente, resultados
imprecisos da tira de urinálise podem contribuir para
um custo para a organização se a hospitalização for
subsequentemente necessária para uma condição
mais avançada do paciente, como, por exemplo, a
pielonefrite aguda (PNA).
Para permitir a comparação dos resultados do teste de EL lidos por analisadores, as informações
dos resultados derivadas de impressões do analisador foram relacionadas em uma escala de 0-4.
Comparando os resultados visuais do teste
de EL de diferentes fabricantes
Existem desafios ao correlacionar os resultados
de leitura visual entre diferentes tiras reagentes
de testes de EL de diferentes fabricantes, como os
diferentes sistemas analíticos utilizados. Para leituras
visuais, nem todos os frascos de tiras dos fabricantes
fornecem as mesmas informações. A Tabela 1
padroniza os níveis de resultados de leitura visual
em uma escala comum de 0 a 4 para informações
retiradas de frascos de tiras de teste da Siemens
Healthineers, do fornecedor A, do fornecedor B e
do fornecedor C. Isso inclui indicadores de escala, o
sistema Plus e em células/μL.
As tiras reagentes da Siemens Healthineers utilizam
indicadores de escala, o sistema Plus e em células/
μL, dependendo dos requisitos do país, para reportar
seus resultados. O fornecedor A utiliza células/μL e o
sistema Plus. O fornecedor B fornece os resultados
utilizando as três medidas. O fornecedor C utiliza
apenas células/μL e não oferece um equivalente ao
nível de cor 2+ (moderado) no frasco.
O analisador CLINITEK Status+ pode ser
configurado para relatar a escala do indicador de
escala, células μL ou o sistema Plus, dependendo
dos requisitos do país. O analisador B utiliza células/
μL e o sistema Plus. O analisador C utiliza células/
μL e o sistema Plus, entretanto, o analisador C não
oferece um nível equivalente a 2+. Dois níveis do
analisador C (10 e 25 células/μL) estão na faixa de
rastreamento dos outros tipos de tiras reagentes
(Tabela 2).
Deve-se notar que os resultados da tira reagente
exibindo variância de um nível ou equivalente, seja
lida visualmente ou pelo analisador, são considerados
indicadores equivalentes da quantidade real de EL
em um controle ou amostra clínica. 3
Um block shift de mais de um nível é destacado
nas tabelas a seguir.
*Block shift é um termo utilizado quando a
intensidade da cor observada no teste é menor ou
maior do que o esperado, correspondendo a resultado
de nível menor ou superior na escala de resultados.
Métodos
Grupo controle de indivíduos aparentemente
saudáveis
Tiras reagentes Multistix 10 SG Siemens
Healthineers e de outros três fabricantes foram
avaliadas tanto visualmente, quanto em seus
respectivos analisadores, quando disponíveis, para
determinação semiquantitativa para EL usando
controles contendo quantidades conhecidas
de esterase leucocitária. Soluções controle de
concentrações conhecidas de EL foram preparadas
de acordo com os procedimentos internos usados
para a liberação do produto do analisador CLINITEK
Status+. Cada tipo de tira foi testado em duplicata
com controle negativo e com controle positivo,
contendo EL correspondente a um resultado positivo
2+ de acordo com as instruções dos fabricantes.
Amostras Clínicas
62 amostras clínicas de urina inalteradas
foram testadas. Amostras obtidas na Clínica
Elkhart (Elkhart, Indiana) 10 foram verificadas
como contendo EL em intervalos comuns por
meio de relatórios de ensaio de tiras reagentes.
As amostras negativas foram obtidas de um
pool de doadores locais. Todos os quatro
tipos de tiras reagentes foram testados em
uma única replicata. O teste foi realizado
visualmente, comparando intensidade de cor
das almofadas dos testes de EL após mergulhálas
no diagrama de cores das garrafas dos
respectivos fabricantes. Os resultados das
tiras reagentes também foram lidos pelos
analisadores† dos respectivos fabricantes. As
tabelas de concordância foram montadas a
partir de resultados interpretados como níveis
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Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
de 0–4. Os resultados não foram comparados
com o método relatado usado na Clínica Elkhart
devido a potencial instabilidade da amostra no
momento em que foram utilizadas no estudo.
Além disso, cinco amostras clínicas de urina
positivas para EL foram sujeitas a titulação por
diluição com amostras de urina EL-negativa
para avaliar ainda mais a capacidade analítica
de cada tira reagente, tanto visualmente
quanto em seus respectivos analisadores.
Cada tipo de tira foi testado em duplicata para
todas as diluições, com exceção da amostra
EL-negativa, na qual apenas uma replicata
foi realizada. Curvas de características de
operação do receptor (ROC) foram geradas
para cada fabricante para resultados visuais
e automatizados, bem como curvas ROC
comparativas.
RADAR CIENTÍFICO II
†O analisador do fabricante B não foi
disponibilizado para esse estudo.
Resultados 5
Grupo controle de indivíduos aparentemente
saudáveis
Quando lidas visualmente, todas as tiras reagentes dos
quatro fabricantes relataram a solução controle negativa
de forma aceitável. Similarmente, todos os tipos de tiras
reagentes relataram uma variação de controle positivo
2+ dentro do aceitável de um nível, com as tiras
reagentes Multistix 10 SG relatando um 2+ e todas as
outras tiras relatando um nível abaixo (Tabela 3).
Quando lidas nos analisadores, todas as tiras de
reagentes testadas relataram o controle negativo
com precisão. As tiras reagentes Multistix 10 SG
e do fabricante A relataram a solução de controle
2+ dentro dos limites aceitáveis. As tiras reagentes
do fabricante C lidas no seu respectivo analisador
subestimou o controle positivo 2+ por dois níveis,
relatando como ±, equivalente ao nível 1, ao invés
vez da meta 3 da escala padronizada (Tabela 4).
Resultados das amostras clínicas lidas
visualmente
As amostras clínicas, quando lidas visualmente, os
resultados das tiras reagentes dos fabricantes A, B e
C mostraram concordâncias gerais exatas de 85,4%,
24,1% e 48,3%, respectivamente, com os resultados
da tira reagente Multistix 10 SG (Tabelas 5–7).
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
0 81
RADAR CIENTÍFICO II
A concordância do resultado da leitura visual
da amostra clínica no teste do fornecedor A com
os resultados da tira reagente Multistix 10 SG foi
relativamente boa, demonstrando conformidade com
os resultados evidenciados com as soluções controle.
Os resultados das leituras visuais das tiras
reagentes do fornecedor B sugeriram mudança do
nível negativo, indicativo de EL subestimada nos
níveis 1 a 4 nos relatórios de escala padronizada.
No nível 2 da escala padronizada (equivalente a 1/
pequena quantidade), três amostras de urina de
paciente foram reportadas como negativas pelas
tiras reagentes do fabricante B. Quatro amostras
de pacientes foram subestimadas pela fita reagente
do fabricante B em nível padronizado 3/moderada
quantidade, relatando como 1/traço (ver tabela 4).
Da mesma forma, os resultados da leitura visual
da tira reagente do fabricante C foram sugestivos
de mudança do nível negativo para os níveis
padronizados 1 e 2.
Resultados de amostras clínicas lidas por
analisadores
Resultados das leituras feitas em analisadores
utilizando tiras reagentes do fornecedor A no
analisador A e da tira reagente C no analisador C
para as amostras clínicas, mostraram concordâncias
exatas de 58,0% e 12,9% respectivamente com os
resultados da tira de reagente Multistix 10 SG lidos
no analisador CLINITEK Status + (Tabelas 8 e 9).
Em contraste com os resultados da leitura visual,
os resultados da leitura no analisador A exibiu uma
mudança do nível negativo para níveis 1/traço e
2/pequena quantidade em comparação com o
analisador CLINITEK Status +, resultando em 0% de
concordância no nível 1 com todas as 10 amostras
relatadas como negativo e duas amostras de
paciente com leitura de 0/negativo em 2/ pequena
quantidade. Além disso, uma mudança de nível
positivo 2/ pequena quantidade de duas outras
amostras de pacientes indica baixa consistência
nesse nível.
Resultados de leitura no analisador C indicou
baixa concordância com os resultados no analisador
CLINITEK Status +, mostrando níveis substanciais
e consistentes de mudança de nível negativo em
1/traço (concordância de 10,0%), 2/pequena
quantidade (0,0% de concordância) e 4/grande
quantidade (7,6% de concordância). Doze amostras
foram consideradas negativas no nível 2/pequena
quantidade e uma amostra foi considerada negativa
no nível 3/moderada quantidade quando testadas
usando tiras reagentes do fornecedor C lidas no
analisador C.
Resultados da titulação das amostras clínicas
Cinco amostras clínicas adicionais positivas
para EL foram obtidas e cada uma foi diluída
com amostras de urina EL-negativas para
atingir um painel de concentrações variando
de 0%, 12,5%, 25%, 37,5%, 50%, 62,5%,
75%, 87,5% e 100%. As diluições foram
analisadas visualmente nas tiras reagentes de
cada fabricante e também em seu analisador
correspondente.
O desempenho diagnóstico foi avaliado
através das características do receptor de
operação (ROC). Medidas comparativas de
desempenho para resultados visuais versus
leitura de resultados nos analisadores de
cada fabricantes são fornecidas na Tabela 10,
especificamente as áreas sob curva (AUC),
juntamente com suas diferenças e valores de
p associados a um teste de significância. Uma
AUC de 1 indica que o teste pode diferenciar
com precisão as amostras positivas e
negativas, enquanto um valor de p > 0,05
indica que não há diferença estatística entre
os valores de AUC das condições que estão
sendo comparadas. Todos os valores de p
para comparações entre as determinações
visuais utilizando as tiras reagentes Multistix
10 SG, do fornecedor A e do fornecedor C
versus os analisadores CLINITEK Status +,
do fornecedor A e do fornecedor C eram
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SARS-CoV-2 Ab Test
• Tipos de amostra: Sangue capilar em ponta de
dedo, sangue venoso (EDTA), plasma (EDTA) ou soro
• Concordância clínica (punção em ponta de dedo)
em amostras coletadas a mais de 8 dias após o
teste de RT-PCR
• 100% concordância positiva
• 100% concordância negativa
• Desempenho obtido através da confi rmação da
infecção por Covid-19 por PCR
• Determinação de hematócrito obtido por amostra de
sangue venoso, garantindo um intervalo de 25 a 55%
• Tempo até o resultado: 11 minutos
• Armazenamento em temperatura ambiente
O LumiraDx SARS-CoV-2 Ab Test é um ensaio microfl uídico
de imunofl uorescência para detecção qualitativa dos
anticorpos totais para SARS-CoV-2 e para identifi cação
de indivíduos com uma resposta imune adaptativa a
COVID-19, indicando infecção recente ou anterior.
LumiraDx
SARS-CoV-2 Ag Test
• Tipo de amostra: swab nasal e nasofaríngeo
• 97.6% de concordância positiva – verifi ca a infecção
rapidamente*
• Concordância clínica em pacientes testados em até
12 dias do início dos sintomas
• 99.3% de concordância negativa em pacientes
assintomáticos – possibilita a triagem de populações
assintomáticas e de baixa prevalência
• Desempenho com referência em RT-PCR
• Limite de detecção – 32 TCID50/mL
• Tempo até o resultado: 13 minutos
• Armazenamento em temperatura ambiente
O LumiraDx SARS-CoV-2 Ag Test é um ensaio microfl uídico
de imunofl uorescência para a detecção de antígeno da
proteína do nucleocapsídeo em espécimes coletadas por
swab nasal e nasofaríngeo de indivíduos com suspeita de
COVID-19 ou indivíduos assintomáticos.
* Swabs nasais. Referência em cobas® SARS-CoV-2
Teste no Sistema cobas® 6800.
Produto em fase de registro na ANVISA.
Consulte também:
LumiraDx
SARS-CoV-2 Ag Pool Test
Para testagem de grupos de até cinco indivíduos
em um único teste.
Rápido. Preciso. Conectado.
Tel: +55 (11) 5185- 8181
faleconosco@lumiradx.com
RADAR CIENTÍFICO II
Discussão e Conclusões
Os resultados das tiras reagente para urinálise
para EL servem como orientação para tratamento
e/ou como testes adicionais em casos de
suspeita de infecção do trato urinário. Dada a
importância da triagem feita com tira reagente
na primeira avaliação do paciente, o teste de
tira EL empregado por profissionais de saúde
deve demonstrar boa exatidão e precisão para
apoiar uma tomada de decisão confiante e eficaz.
Resultados imprecisos podem afetar a qualidade
do atendimento ao paciente e o bem-estar.
Os resultados observados neste estudo
confirmam relatos sugerindo que nem
todas as tiras reagentes para urinálise para
EL disponíveis comercialmente oferecem a
mesma sensibilidade analítica, o que gera
um impacto negativo na tomada de decisão
clínica eficaz quando há suspeita de ITU.
Resultados de tiras reagentes que exibem
um nível ou variância equivalente, sejam
lidos visualmente ou por analisadores, são
considerados indicadores equivalentes de
verdadeira EL em amostras controles ou
clínicas.3 No entanto, os resultados dos
controles lidos visualmente na Tabela 1
parecem sugerir que as tiras dos outros
fornecedores reportam num intervalo inferior
ao aceitável – uma mudança de nível inferior
quando comparadas com as tiras reagentes
Multistix 10 SG e o alvo 2+/controle moderado.
As amostras clínicas de urina são, por
natureza, mais complexas do que os controles
padronizados, que são cuidadosamente
fabricados. Isso pode explicar por que as
amostras clínicas apresentam mais variações
dnos resultados da tira reagente Multistix 10
SG para EL em todas as plataformas testadas
em comparação com a solução controle.
Enquanto a concordância entre os
resultados de leituras visuais das amostras
clínicas na tira reagente do fornecedor A e
os resultados da tira reagente Multistix 10
0 84
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
SG foram relativamente bons, há uma maior
ou menor subestimação observada com
as tiras reagentes dos fornecedores B e C.
Uma preocupação foram as três amostras
clínicas relatadas como negativas por tiras
do fornecedor B lidas visualmente, mas
que eram um nível 2 na escala padronizada
quando testados usando a tira reagente
Multistix 10 SG, mais sensível.
O uso de dispositivos analisadores
automatizados na urinálise é uma tendência
crescente, pois tem muitas vantagens,
incluindo padronizar o processo eliminando
a variabilidade do operador.
Resultados da leitura do analisador do
fornecedor A exibiu uma mudança de nível
negativo para níveis 1 e 2 em comparação
com o analisador CLINITEK Status +,
resultando em duas leituras de amostras
de pacientes como 0/negativa no nível 2/
pequena. Além disso, uma mudança no nível
positivo 2/pequena de duas outras amostras
de pacientes indica baixa consistência e
diminuição da confiança de resultados no
nível 2/pequena.
Os resultados da tira reagente do fornecedor
C lidos por analisador mostraram mudança
significativa e consistente do nível negativo em
comparação com o analisador CLINITEK Status
+, com 12 amostras consideradas negativas no
nível 2/pequena e uma amostra considerada
negativa no nível 3/moderada.
Das 62 amostras clínicas testadas, havia
um total de 18 resultados reportados como
negativos para a presença de EL quando eles
deveriam ter sido relatados em um padrão 2
ou acima em comparação com os resultados
da tira reagente Multistix 10 SG lidas
visualmente ou com o analisador CLINITEK
Status +. Isso indica que as tiras reagentes
Multistix 10 SG têm melhor sensibilidade
analítica na detecção de EL em menores
concentrações do que as outras tiras
reagentes usadas neste estudo, conforme
confirmado pelo desempenho da titulação
e, portanto, oferecem o potencial para um
diagnóstico e tratamento mais rápido da ITU.
O desempenho diagnóstico foi avaliado
a partir da titulação de cinco amostras
clínicas. Os resultados das curvas ROC
visuais demonstraram bom desempenho de
todos os fabricantes, com AUC ≥0,931. Ao
comparar as curvas ROC de cada analisador,
o CLINITEK Status + teve a AUC mais alta,
indicando maior sensibilidade analítica do
que os analisadores dos outros fabricantes
disponíveis. A AUC para amostras lidas pelo
analisador em comparação com o visual
diminuiu em todos os casos, com a menor
diferença observada para as tiras reagentes
Multistix 10 SG da Siemens Healthineers,
demonstrando o melhor desempenho para
alcançar o mesmo resultado quando lido
visualmente ou pelo analisador CLINITEK
Status +. A AUC do analisador CLINITEK
Status + é maior do que o do analisador do
fabricante A, indicando menos instâncias
de amostras perdidas e diagnóstico mais
rápido de pacientes com EL de baixo nível
pelo analisador CLINITEK Status + em
comparação com o analisador do fabricante
A. As tiras reagentes do fabricante C
mostraram baixo desempenho ao usar o
analisador C, indicando o potencial de perda
de detecção de EL em pacientes com ITU. O
desempenho dos analisadores para detecção
de EL deve ser preciso, para o paciente
obter tratamento correto, e confiável para
automatizar o processo para o operador.
Quaisquer resultados falso-negativos
podem resultar em um paciente que não
recebe os tratamentos necessários e assim
colocá-los em risco de desenvolver novas
infecções mais graves, como PNA. Bem como
o impacto no paciente, a carga de custo de
PNA não é insignificante: cerca de US$2,14
bilhões a cada ano.6 Qualquer oportunidade
de reduzir resultados falso-negativos deve
ser seriamente considerada.
O exame de urina fornece uma grande
variedade de informações clínicas
indispensáveis na área da saúde moderna.
A Siemens Healthineers continua a inovar
soluções de testes de urinálise de POC
confiáveis que podem ampliar a visão
clínica da saúde do paciente. O portfólio
de produtos de análise de urina POC da
Siemens Healthineers oferece suporte
à detecção precoce, monitoramento e
gerenciamento de vários estados de doença
com a mais ampla gama de soluções de
urinálise confiáveis do mercado.
Referências Bibliográficas
1. Masson, L.C., Martins, L.V., Gomes, C., & Cardoso, A.
Diagnóstico laboratorial das infecções urinárias: relação
entre a urocultura e o EAS (2020).
2.www.healthline.com/health/pyuria#cause (accessed
March 9, 2018).
3. Multistix 10 SG Reagent Strip package insert,
Siemens Healthcare Diagnostics Inc.
4.www.gpnotebook.co.uk/simplepage.
cfm?ID=x20090216205332749131 (accessed March 15, 2018)
5. Internal Study Report: DX013715 Leukocyte, Esterase
Reagent Pad Comparison Report, Revision 01.
6. Brown, et al. Acute pyelonephritis among adults.
Pharmacoeconomics. 2005;23(11):1123-42.
Siemens Healthineers Diagnósticos LTDA
Av. Mutinga, 3800 4º e 5º andar – Pirituba 05110-902 – São Paulo – SP
siemens-healthineers.com/br/
Tradução da versõa publicada por Siemens Healthcare Diagnostics Inc. · Order No. 30-21-DX-528-76 · 01-
2021 · © Siemens Healthcare Di-agnostics Inc., 2021
RADAR CIENTÍFICO II
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
0 85
RADAR CIENTÍFICO III
MINIATURIZAÇÃO EFICAZ DE PREPARO
DE BIBLIOTECAS ILLUMINA NEXTERA XT PARA APLICAÇÕES
DE SEQUENCIAMENTO MULTIPLEXADO DE GENOMA
COMPLETO E DE MICROBIOMA DISCOVERY IN MOTION
Entenda como o equipamento Echo 525 pode proporcionar a redução de custos para o pesquisador e maior rendimento possível com a
mesma quantidade de reagentes fornecidos.
Por Jefferson Lai, John Lesnick, Noël Ruppert
Resumo
O custo do sequenciamento por nucleotídeo vem
diminuído por ordens de magnitude durante
os últimos 10 anos; no entanto, o preparo de
amostras para o sequenciamento da próxima
geração permanece um componente caro do
processo. Na biologia sintética, o sequenciamento
de genomas microbianos completos está se
tornando um processo rotineiro para validar a
edição de genomas, deconvoluir campanhas
de mutagênese, confirmar construção de DNA
de alto rendimento, e pesquisar amostras de
microbiomas. Aqui detalhamos um método
para miniaturizar volumes de reação utilizados
no kit de bibliotecas de DNA Illumina Nextera
XT, reduzindo assim o custo global por
reação e mantendo dados equivalentes ao
protocolo padrão. Testamos então este método
miniaturizado em uma variedade diversificada
de micróbios para mostrar que o método é
eficaz entre as amostras. Finalmente, aplicamos
este método a um estudo de microbioma e
descobrimos que ele mantém a diversidade, as
proporções e identificação da amostra.
Introdução
O custo do sequenciamento por nucleotídeo vem
diminuído por ordens de magnitude ao longo dos
últimos 10 anos devido à melhoria contínua nas
tecnologias de sequenciamento de próxima geração.
No entanto, o preparo da bibliotecas permanece um
gargalo para reduzir os custos de sequenciamento.
Na biologia sintética, o sequenciamento de
genoma completo está se tornando um processo
rotineiro para validar a edição de genomas,
deconvoluir campanhas de mutagênese,
confirmar a construção de DNA de alto rendimento
e pesquisar amostras de microbiomas.
Os esforços atuais para sequenciar genomas
pequenos (bacterianos, fúngicos) usando um
fluxo de trabalho baseado no Illumina Nextera XT
são restritos pelos volumes mínimos de trabalho
necessários para o processamento manual e, uma
vez processados, somente uma pequena fração
da biblioteca gerada é usada para a rodada de
sequenciamento.
Utilizando o Manipulador de Líquidos Echo 525
com o kit Nextera XT, realizamos as reações em
escala miniaturizada que reduz o excesso de
geração de bibliotecas, assim economizando custos
com reagentes caros. Além disso, rodar reações
de tagmentação de menor volume também
reduz a quantia de amostra de gDNA necessária.
Demonstramos que as reações de tagmentação e
amplificação podem ser reduzidas até 20 vezes.
Essas bibliotecas foram multiplexadas em uma
rodada de sequenciamento de extremidade
pareada de Illumina MiSeq e ficou demonstrado
que produzem métricas equivalentes. A precisão de
nanolitro e a velocidade do Manipulador de Líquidos
Echo 525 permite miniaturização exata do preparo
da biblioteca de Nextera XT e medidas de QC tais
como o ensaio de quantificação Quant-iT Picogreen
e a análise de fragmentos Agilent TapeStation
2200, reduzindo assim o custo e aumentando o
rendimento e, ao mesmo tempo, oferecendo dados
de sequenciamento de alta qualidade. Além disso,
o Manipulador de Líquidos Echo 525 nos permitiu
normalizar e centralizar nossas bibliotecas para
sequenciamento a uma velocidade sem precedentes
em comparação com qualquer outro manipulador
de líquidos baseado em ponteira.
Métodos e Discussões
Miniaturização de Reações de Tagmentação
e Amplificação Em um esforço para lidar com
limitações volumétricas com fluxos de trabalho
manuais, realizamos um experimento com o
Manipulador de Líquidos Echo 525 para testar
um painel de volumes de reação com o objetivo
de reduzir o custo por amostra, mantendo a
qualidade do sequenciamento. O genoma E. coli
K-12 foi selecionado para este estudo, devido ao
seu uso generalizado em ambientes acadêmicos e
industriais. Além disso, seu tamanho representativo
de “genoma pequeno” permite um alto grau
de multiplexação das condições de preparo da
biblioteca em uma rodada de MiSeq. Todas as
amostras foram rodadas em três réplicas técnicas.
Utilizou-se o Manipulador de Líquidos Echo 525
para transferir diferentes quantias da mesma
amostra de gDNA em uma variedade de volumes de
reação de tagmentação; depois também foi usado
0 86
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
Este é o próximo
grande acontecimento
em hematologia.
Apresentamos o CellaVision ® DC-1
Um novo analisador CellaVision que processa uma lâmina por vez, permitindo laboratórios
de pequeno porte implementarem as melhores práticas em morfologia digital para contagens
diferenciais em sangue periférico. Mesmo compacto, apresenta o mesmo conjunto de vantagens
na implementação operacional e clínica dos nossos analisadores maiores.
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O CellaVision DC-1 não se encontra disponível em todos os mercados
MM-128-08 2019-03-18
RADAR CIENTÍFICO III
para dispensar os volumes adequados de tampão
TD + ATM, exceto para o controle manual de 25
µL. Realizou-se incubação de tagmentação a 55°C
no termociclador ProFlex da ThermoFisher. Usou-se
uma placa de PCR diferente para cada tamanho
de volume de reação para explicar as diferenças
no aquecimento. Para neutralizar a tagmentação,
dispensou-se tampão de NT usando o Manipulador
de Líquidos Echo 525. Realizou-se amplificação
PCR de bibliotecas tagmentadas a vários volumes.
Primers de Indexação e Nextera PCR Mix (NPM)
foram dispensados em volumes variados pelo
Manipulador de Líquidos Echo 525. Rodouse
amplificação em base de volume de reação
seguindo as condições de PCD do Nextera XT. Em
seguida as bibliotecas foram limpas manualmente
usando limpeza de bead de SPRI a uma proporção
de 0.6x. Cada biblioteca foi então quantificada
por meio de ensaio Picogreen. O Manipulador de
Líquidos Echo 525 foi usado neste ensaio para
dispensar as amostras, bem como os reagentes
Picogreen para uma reação miniaturizada de 20 µL
em placa Greiner de 384 poços e os resultados foram
lidos no BMG PHERAstar. Cada biblioteca também
sofreu análise de tamanho de fragmentos por
TapeStation 2200. O Manipulador de Líquidos Echo
525 foi usado para dispensar amostra e reagente
na placa de ensaio. Usando uma combinação de
dados de quantificação e dados de tamanho médio
de fragmentos, geramos uma lista de trabalho de
normalização. O Manipulador de Líquidos Echo
525 conseguiu então normalizar simultaneamente
e centralizar as bibliotecas transferindo quantias
pequenas e exatas de bibliotecas em um poço.
Essa biblioteca centralizada foi então quantificada
por Qubit, normalizada para 4 nM, desnaturada
por hidróxido de sódio, e depois carregada em
um instrumento Illumina MiSeq para leituras de
300bp de extremidade pareada. Os dados foram
então analisados no software Biomatters Geneious,
em alinhamento com o genoma de referência do
E. coli K-12 MG1655 do NCBI usando o alinhador
Geneious. A tabela abaixo apresenta um resumo
dos resultados.
0 88
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
Durante o experimento, descobrimos que a
fragmentação contínua é eficaz em volumes
de reação miniaturizados. Embora certamente
menos biblioteca seja gerada em uma reação
de amplificação de volume menor e limpeza
subsequente do PCR, isso pode ser mitigado
utilizando a capacidade do Manipulador de
Líquidos Echo 525 de normalizar rapidamente
as concentrações com base nos dados de
quantificação Picogreen. Durante o QC da
biblioteca, verificamos que todos os volumes de
tagmentação produziram distribuições médias
semelhantes de comprimento e tamanho
de fragmentos. Depois do sequenciamento,
observamos que não há efeito significativo na
cobertura, desvio padrão e Q-Score quando se
compara o fluxo de trabalho manual com os
fluxos de trabalho miniaturizados melhorados
pelo Manipulador de Líquidos Echo. Isso
possibilita redução nos volumes de reação
sem comprometer os dados, resultando em
economia de custos com reagentes e DNA de
input. Este experimento nos deu confiança para
utilizar volumes de reação de tagmentação/PCR
de 2.5 µL/5 µL para o experimento de produção
seguinte. Esses volumes foram selecionados
por sua facilidade de compatibilidade com os
nossos equipamentos de laboratório.
RADAR CIENTÍFICO III
Preparo de Biblioteca de Alto Rendimento
e Multiplexação de Sequenciamento de
Genoma Completo
Para representar uma situação de produção
acadêmica/industrial, escolhemos nove
organismos diversos e comumente estudados e
uma amostra de microbioma para rodar juntos em
um MiSeq. Com base nos tamanhos de genoma
e no output disponível de um Kit de Reagente
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
0 89
RADAR CIENTÍFICO III
MiSeq v3, estávamos confortáveis multiplexando
essas amostras e produzindo cobertura com forte
confiança estatística. Queríamos testar a robustez
do fluxo de trabalho miniaturizado com uma
variedade de tamanhos de genoma, conteúdo
GC e organizações de genomas. Além disso, a
amostra de microbioma continha 10 organismos
comumente testados nessa aplicação.
Procuramos determinar se a identificação do
organismo e da cepa era possível nessa escala, e
se as frequências do organismo eram preservadas
durante todo o processo. A amostra de gDNA para
cada organismo foi primeiramente normalizada
manualmente a uma concentração de 5 ng/
μL. Em seguida, o procedimento de preparo
da biblioteca foi realizado como descrito no
experimento acima, agora utilizando volumes
de reação tagmentação /PCR de 2.5 μL/5 μL. As
bibliotecas foram então limpas manualmente
utilizando a limpeza de beads SPRI em uma
proporção de 0,6x, quantificadas por ensaio
Picogreen, e analisadas por TapeStation
2200. Usando uma combinação de dados de
quantificação e dados de tamanho médio de
fragmentos, geramos uma lista de trabalho de
normalização. O Manipulador de Líquidos Echo
525 foi então capaz de normalizar e centralizar
simultaneamente as bibliotecas, transferindo
quantias pequenas e precisas de bibliotecas em
um poço. Essa biblioteca centralizada foi então
quantificada com Qubit, normalizada até 4 nM,
desnaturada por hidróxido de sódio, depois
carregada em instrumento Illumina MiSeq para
leituras de 300pb de extremidade pareada. Cada
amostra foi alinhada com seu respectivo genoma
de referência ou parente próximo de NCBI, e os
dados de sequenciamento foram calculados
usando-se o software da Biomatters Geneious e
o alinhador Geneious.
Para três das amostras, as cepas /serovar específicos
sequenciados não tinham sequência de referência
NCBI disponível; nesses casos, utilizou-se uma
cepa próxima relativa, o que explica os valores
mais baixos no mapeamento de leituras pela
referência (Alinhamento a RefSeq). Essas amostras
são Salmonella enterica, Pseudomonas aeruginosa
e Listeria monocytogenes. Caso contrário, quase
todas as leituras estão mapeando conforme sua
respectiva referência, o genoma está bem coberto
e as notas de confiança são altas. Isso é verdade
em vários tamanhos de genoma, conteúdo
de GC e organização de genomas. É esperada
uma flutuação em cobertura entre amostras.
A cobertura é uma função tanto do número de
leituras alocadas à amostra (Representação de
Índice de MiSeq) como do número de pares de
base que precisam ser cobertos
0 90
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
Mais segurança na coleta
de sangue a vácuo.
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Utilizado para coleta de difícil acesso
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RADAR CIENTÍFICO III
(tamanho de genoma). Pode-se fazer mais
otimização e normalização para unificar
ainda mais a cobertura entre as amostras. Em
resumo, demonstramos que o fluxo de trabalho
miniaturizado aperfeiçoado pelo Manipulador de
Líquidos Echo pode produzir sequenciamento de
genoma completo de alta qualidade em vários
micróbios, reduzindo input e custos com reagentes.
Microbioma
O objetivo da amostra de microbioma no experimento
anterior era determinar se um fluxo de trabalho de
preparo de bibliotecas aperfeiçoado pelo Manipulador
de Líquidos Echo 525 preservaria a capacidade de
identificar organismos e se preservaria a proporção
em que eles são inicialmente fornecidos. Para testar
isso, obtivemos um padrão de DNA de comunidade
microbiana da Zymo Research e o processamos
em conjunto com as outras amostras durante o
experimento anterior. A amostra de microbioma
recebeu código de barras usando-se um par de
índices. Depois de desmultiplexação, obteve-se a
contagem total de leituras dessa amostra e as leituras
foram alinhadas com cada um dos organismos
que supostamente foram incluídos no microbioma
usando-se o alinhador Geneious no software Geneious
da Biomatters. Os alinhamentos bem sucedidos foram
calculados como uma proporção do todo, e depois
comparados com as abundâncias de gDNA dadas.
Concluímos que, após preparo de biblioteca
miniaturizada e sequenciamento da amostra de
microbioma, as leituras são mapeadas até seus
respectivos organismos, em proporções que refletem
sua abundância inicial. Para fins de identificação
de microbioma e levantamento de população, o
preparo da biblioteca miniaturizada não introduz
viés significativo apesar das reações enzimáticas
tipicamente influenciadas por GC. Esse método
pode ser usado para estudos com microbioma e
mapeamento metagenômico para diversidade e
população de organismos e genes de interesse.
Conclusão
Detalhamos aqui um método para miniaturizar
volumes de reação utilizados no protocolo para o
preparo de bibliotecas de DNA do Illumina Nextera
XT e o aplicamos em uma variedade de pequenas
amostras de genomas bem como uma amostra de
microbioma. Também descrevemos protocolos para
medidas de QC associadas tais como o ensaio Quant-iT
Picogreen e a análise de fragmentos Agilent TapeStation
2200. Finalmente, destacamos o impacto de utilizar o
Manipulador de Líquidos Echo 525 na normalização e
centralização de bibliotecas. A capacidade de entregar
volumes baixos de até 25 nL proporciona uma redução
óbvia nos volumes de reagentes, levando a redução
de custos para o pesquisador e maior rendimento
possível com a mesma quantidade de reagentes
fornecidos. Neste caso, vimos uma redução de 20
vezes nos volumes para tagmentação e reações PCR
sem impacto significativo na cobertura, em desvios
padrão ou nas notas de confiança quando comparados
aos volumes de reação do protocolo manual. Além da
redução de custos, a flexibilidade e capacidades de
passagem de qualquer poço para qualquer poço da
série Echo dos manipuladores de líquidos também
possibilita fácil otimização de ensaios, permitindo que
o pesquisador teste uma ampla variedade de condições
com frequência de uma única placa de origem. Com
a miniaturização dos protocolos de amplificação e
tagmentação, conseguimos executar com facilidade
uma série de experimentos com uma faixa definida de
volumes que levaram à determinação de um volume
de reação de tagmentação/PCR otimizado de 2.5 µL/5
µL. A transferência altamente precisa de incrementos
de 25 nL permitiu normalizar e centralizar amostras em
uma única etapa, proporcionando economia de tempo
impossível de alcançar com a manipulação padrão de
líquidos baseada em ponteiras.
O Manipulador de Líquidos Echo 525 melhora a
miniaturização do preparo de bibliotecas em uma ampla
variedade de organismos, proporcionando resultados
consistentes e de alta qualidade para sequenciamento
completo de genomas apesar de diferentes filos,
conteúdo de GC, tamanho do genoma e organização
dos genomas. Este método também pode ser aplicado
a aplicações metagenômicas e microbiomas, já que
o processo miniaturizado preserva a diversidade,
proporções e identificação de amostras.
Beckman Coulter Life Sciences
Saiba mais: www.mybeckman.com.br
Contato: mkt@beckman.com
0 92
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
MINUTO LABORATÓRIO
O PAPEL DA ESTATÍSTICA
NO CENÁRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS
Por Jesiel Assis.
Até precisarem desta ferramenta,
acredito que muitos colegas nunca
mensuraram sua importância. Hoje, é
impossível imaginar um processo de
validação sem Estatística da Qualidade.
Convidei um Consultor em Estatística,
o Biomédico Jesiel Assis - que é uma
das minhas referências se tratando do
assunto - para falar um pouco deste
universo – ainda não muito explorado
por todos da área, porém, os grandes
laboratórios já estão investindo alto e
esta tendência, veio para ficar.
“A Estatística é uma ciência que faz
inferência sobre um conjunto de dados,
sejam eles quantitativos ou qualitativos.
Com o advento do Big Data, a estatística
vem ganhando corpo por representar a
ciência dos dados, pois além de estruturálos
ela também analisa e faz inferência
sobre eles. Acredita-se que os dados serão
o novo petróleo e vendo isso com uma
tendência, as empresas que se capacitarem
na arte de minerar, estruturar e analisar
esses dados, conseguirá migrar em direção
a novas perspectivas de ganhos em seus
negócios.
O Laboratório Clínico é uma
verdadeira fábrica de dados.
Conseguir enxergar o potencial
desses elementos possibilitará
novas pontes de relações,
além de colaborar com a saúde
coletiva de sua comunidade. Nós,
quanto profissionais atuantes em
laboratório, tratamos diariamente
com muitas informações, e dentro
de uma pequena parte geramos
indicadores que ajudará a gerenciar
os processos, entretanto, nem
sempre estamos preparados
para operar grandes volumes de
materiais que são produzidos
constantemente, e esta será uma
habilidade necessária que este
segmento de negócio terá que lidar.
As metodologias estatísticas sempre
foram nossas aliadas nas validações
técnicas, nas análises de tendências e
nas pesquisas diversas que realizamos
no laboratório. Somos capacitados
em várias ferramentas de análises de
controle de qualidade utilizando a
estatística descritiva, embora possamos
usufruir destes aparatos, saber
interpretar e inferir baseado no output
não é uma tarefa simples. Muitos
softwares de fácil uso estão disponíveis
para facilitar a nossa caminhada,
compreender o seu funcionamento
e os algoritmos utilizados não é o
nosso foco, já que para nós o mais
0 94
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
MINUTO LABORATÓRIO
importante são as saídas que ele nos
dar de acordo com nossas necessidades
momentâneas. Várias empresas
coletiva. Neste sentido, muitas empresas
dedicadas ao diagnóstico laboratorial se
movimentaram na busca dos melhores
Em um estímulo prático, muitos
trabalhos de consultores e de profissionais
envolvidos na tomada de decisão são
investem robustamente em softwares
ensaios para promover um diagnóstico
provocados nesta condução, e saber
sofisticados que atendem e muitas
seguro com melhores probabilidades de
usar as ferramentas certas para sermos
vezes superam as necessidades,
acertos, entretanto, algumas variáveis e
objetivos e não perdermos tempo é
entretanto nem sempre há profissionais
a própria constituição biotecnológica
crucial. O R Studio é uma linguagem
qualificados no mercado para o
de cada kit agem de forma particular e
de programação muito utilizada por
trabalho da engenharia de mineração e
dependendo do estágio viral poderemos
estatísticos, o interessante aqui é que
da ciência dos dados.
ter sensibilidades diferentes na captura
podemos ter acesso a diversos códigos
viral e também no processo sorológico
abertos, onde o programador conseguirá
Os avanços nas áreas tecnológicas,
em especial a soro conversão. Nas
permear por muitos algoritmos que
na utilização da inteligência artificial
incertezas que nos assolam a estabelecer
o ajudará a melhorar seus processos
que tem como subproduto, por
critérios, por exemplo na imunologia,
e implantar melhorias no mesmo.
exemplo, o machine learning, vem
inúmeras plataformas surgiram com
As bibliotecas “rpart” e o “rpart.plot”
trazendo ganhos substanciais ao
excelentes capacidades de detecção
que são códigos de programação que
cotidiano de muitas empresas. Muitas
do IgG, entretanto muitas delas não
poderemos criar árvores de decisão
bibliotecas com algoritmos poderosos
possuem uma resposta pareada no
baseado em um dataset a ser utilizado
utilizando as linhas de programação
perfil da imunoglobulina, isto porque
para diversos fins, tanto para áreas
do python, linguagem R entre outros,
utilizam regiões de epítopos distintos
administrativas, financeira e de estudos
vem progredindo consideravelmente
ocasionando diferentes sensibilidades
aplicados. Uma árvore de decisão
e com isso facilitando a manipulação,
e especificidades. Uma saída para
seria interessante, por exemplo, no
as análises e a tomada de decisão na
aumentar o poder probabilístico
estudo probabilístico de concordância
volumetria da grande quantidade de
preditivo seria conjugar plataformas,
entre plataformas para detectar IgG
dados que são gerados.
mas esta não é uma tarefa trivial no
em resposta ao SARS-CoV-2. Caso o
olhar do cotidiano, necessitamos de
laboratório tenha algumas plataformas
Toda transição vem sempre
ferramentas que nos ajude estabelecer
implantadas dos fornecedores A, B,
acompanhado de um fenômeno, como
esses critérios probabilísticos para
C, D e E e gostaria de aumentar a sua
na atualidade, o SARS-CoV-2 que vem
tomada de decisão, pois nem sempre
capacidade de detecção, mas não
impulsionando a ciência a se desafiar
teremos recursos disponíveis para uma
saberia como fazer este alinhamento, um
na confecção de soluções prol saúde
implantação maciça de tecnologias.
programador utilizando o “rpart” no R
0 96
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
Analisadores
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MINUTO LABORATÓRIO
Studio conseguirá delinear. A plataforma
do fornecedor A foi escolhida como
referência de dosagem inicial, por ser de
menor custo frente as demais. Fizemos
representa a menor entropia, sendo
assim, todos os resultados obtidos na
plataforma D que são não reagentes se
faz necessário confirmar na plataforma
CoV-2. Este é um modelo de árvore de
classificação e podemos defini-la como
indutiva. Usamos neste laboratório
hipotético uma validação metodológica
uma demonstração simples no R Studio
E, se a plataforma E nos retornar um
de 5 plataformas que temos disponíveis
como segue abaixo:
resultado não reagente poderemos
no setor técnico ou as mesmas estão
dizer com segurança que este resultado
em um processo de validação para
Observe na árvore que o 1º nó foi
é um verdadeiro negativo, por outro
futuras negociações, portanto, este
construído pela plataforma D, isto
lado, se o resultado na plataforma E
algoritmo de aprendizado de máquina
significa que esta plataforma representa
for reagente tendo um não reagente
supervisionado nos ajudou a inferir
a menor entropia nos dados e caso a
na plataforma D, do 1º nó, faz-se
sobre uma problemática simples,
dosagem nesta plataforma seja reagente
necessário uma terceira plataforma,
porém de forma significativa na decisão
poderemos dizer com segurança
outra divisão, que neste caso é a C e se
do direcionamento dos recursos.
que este resultado é um verdadeiro
esta plataforma nesta sequência indicar
positivo. Na divisão da esquerda
um resultado não reagente poderemos
A medicina laboratorial sempre se
obtivemos a 1ª folha que é a plataforma
dizer com segurança que este paciente
associou com os avanços tecnológicos
E, ela conjugada com a plataforma D
é negativo para IgG contra o SARS-
e nós quanto profissionais ativos neste
bloco é indispensável continuarmos com
o ânimo versátil para novos aprendizados
na construção de novas conexões. “
Autor
Jesiel Assis
Graduado em Estatística e Biomedicina.
Consultor da qualidade e Estatística da empresa Data Science Analytics.
jesiel_assis@yahoo.com.br
0 98
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
pensabio oferece Série Educacional de
Tipificação de HLA por NGS
A portaria 684, da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde - Ministério da Saúde,
altera de maneira significativa como os laboratórios farão as tipificações de HLA, a partir
de 05 de julho de 2021.
Os testes em alta resolução, passam a ser exigidos em todos os laboratórios que
realizam a 1ª e 2ª fase para transplante de medula óssea, e também, em tipificações para
transplante de rim, além de continuar sendo exigida a alta resolução para doadores
aparentados e receptores de medula óssea.
Os testes de alta resolução são os mais efetivos no mercado, tanto em custo quanto em
qualidade do dado obtido. Eles utilizam o método de sequenciamento de nova geração,
o famoso NGS.
O método de NGS é relativamente novo no mercado brasileiro, especialmente para aplicação
de tipificação de HLA, e apresenta particularidades que o técnico de laboratório
precisa estar ciente para que a rotina seja fluida e assertiva.
A Pensabio trabalha há sete anos com tipificação de HLA por
NGS, portanto, nossos especialistas são altamente preparados
e qualificados para ajudá-los a enfrentar todos os desafios da
implementação do NGS em seu laboratório.
Desta forma, a Pensabio lançou uma Série Educacional de
Tipificação de HLA por NGS, e é com muita satisfação que
convidamos você para assistir aos webinários da série
acessando nosso site ou as redes sociais da Pensabio.
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MEDICINA GENÔMICA
SÍNDROME DE DOWN:
O DISTÚRBIO EM CROMOSSOMOS AUTOSSÔMICOS MAIS
COMUM DO MUNDO
Estima-se que, no mundo, 1:1000 nascidos tenha Síndrome de Down, um distúrbio cromossômico que envolve
a presença em dose tripla do cromossomo 21.
Por: Américo Moraes Neto
No Brasil, aproximadamente 13
milhões de pessoas possuem o
diagnóstico de alguma doença
rara. Para efeito de comparação, as
populações do estado do Rio Grande
do Sul e da Bélgica correspondem
a, aproximadamente, 12 milhões
de habitantes. Segundo estimativas
atuais, a maior parte das doenças
raras são de causa genética, cerca
de 80%. Ou seja, em cada 10
diagnósticos de doenças raras
apenas 2 não tem distúrbio genético
envolvido.
Existem milhares de doenças
genéticas descritas atualmente.
O termo doença, nesse contexto,
se refere a uma condição clínica
estabelecida por um erro ou
distúrbio genético, uma mutação.
Mutações regularmente são
encontradas nos seres vivos e têm
sua relevância em variados aspectos
biológicos, incluindo em humanos.
Estas, de forma geral, podem ser
classificadas como de ordem gênica
ou cromossômica.
Uma mutação de ordem gênica
ocorre dentro de um gene e sua
detecção é feita, exclusivamente, por
testes específicos de DNA. A anemia
falciforme e a adrenoleucodistrofia
são exemplos de doenças causadas
por distúrbios gênicos. Uma
mutação de ordem cromossômica,
no entanto, afeta parte ou todo
um cromossomo, logo, envolve
vários genes; sendo seu diagnóstico
confirmado via análise cariotípica
do paciente. Como exemplo, podese
citar as síndromes de Down,
Patau e Edwards.
Distúrbios em cromossomos
O ramo da genética que estuda
os cromossomos e os problemas
0 100
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
inerentes a eles é a citogenética.
Através de técnicas citogenéticas
é montado o cariótipo com
os cromossomos do paciente.
O cariótipo (descrição das
características do conjunto
cromossômico de uma espécie) será
analisado pelo profissional médico
antes de informar o parecer técnico.
Existem dois tipos de mutações
cromossômicas, as que envolvem
alterações no número de cromossomos
– euploidia aberrante e aneuploidias
– e as com alterações na estrutura
cromossômica - basicamente são
deleções, translocações, inversões
e duplicações. Seja envolvendo
cromossomos sexuais ou cromossomos
não-sexuais, chamados autossômicos.
Se tratando de distúrbios envolvendo
cromossomos autossômicos, há
somente três distúrbios cromossômicos
bem-determinados e compatíveis com
a sobrevida pós-natal, nos quais existe
um cromossomo autossômico inteiro
em dose tripla:
Figura 1: Cromossomos metafásicos humanos e seu respectivo cariótipo. Grupo A (1-3): 3 pares cromossômicos grandes, sendo A2
submetacêntrico, A1 e A3 metacêntricos. Grupo B (4-5): 2 pares cromossômicos submetacêntricos grandes. Grupo C (6-12+X): 7 pares
submetacêntricos médios mais o cromossomo “X”. Grupo D (13-15): 3 pares cromossômicos acrocêntricos médios (satélite). Grupo E (16-18):
3 pares cromossômicos pequenos, sendo 16 metacêntrico, 17 e 18 metacêntricos. Grupo F (19-20): 2 pares cromossômicos metacêntricos
pequenos. Grupo G (21-22+X): 2 pares cromossômicos acrocêntricos (satélite) pequenos mais o cromossomo “Y”. Em destaque estão os pares
cromossômicos relacionados as síndromes de Down (em vermelho), Patau (em azul) e Edwards (em amarelo).
MEDICINA GENÔMICA
Síndrome de Down ou trissomia do 21
(47; XX+ 21 ou 47, XY+21)
Síndrome de Patau ou trissomia do 13
(47; XX+ 13 ou 47, XY+13)
Síndrome de Edwards ou trissomia do 18
(47; XX+ 18 ou 47, XY+18)
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
0 101
MEDICINA GENÔMICA
Tais síndromes envolvem uma trissomia
cromossômica, na maioria dos casos.
Mas uma parcela menor envolve uma
translocação – alteração na estrutura
cromossômica – que reproduz o efeito
de uma trissomia. Em cerca de 1%
dos casos dessas trissomias ocorrem
indivíduos mosaicos, os quais tem
problemas de saúde atenuados.
Em cada uma das síndromes trissômicas
citadas estão envolvidas múltiplas
anomalias congênitas, retardo
mental e de crescimento. De modo
simples, Síndrome é um conjunto de
sinais, ou sintomas médicos os quais
correlacionam-se e podem associarse
a uma enfermidade ou distúrbio
específico.
Síndrome de Down
Entre os distúrbios cromossômicos,
a síndrome de Down é de longe o
mais comum e o mais bem estudado.
Em cerca de 95% dos pacientes, tal
síndrome envolve a presença em dose
tripla do cromossomo 21 (Figura 2).
Resultado da não-disjunção meiótica
do par cromossômico 21 na meiose
1 materna (predominantemente em
90% dos casos) e em 10% dos casos
na meiose paterna (geralmente na
Figura 2: Cariótipo de paciente do sexo masculino portador de trissomia do cromossomo 21.
meiose 2). O risco de ter um filho com a
trissomia do cromossomo 21 aumenta
com a idade materna, especialmente
após os 30 anos.
Cerca de 4% das pessoas com
a síndrome de Down têm 46
cromossomos, entretanto, um deles
é um cromossomo translocado,
portanto são 45 cromossomos
saudáveis. Trata-se de uma translocação
robertsoniana entre o cromossomo
21 e o braço longo de um dos demais
acrocêntricos, cromossomos 14 ou 22,
geralmente (Figura 1). O cariótipo desse
paciente é representado por: 46, XX ou
XY, rob(14;21),+21.
Ao contrário da síndrome de Down
padrão, em que há 3 cromossomos
21, a síndrome por translocação
robertsoniana não tem relação com
a idade materna. Mas há um risco
de recorrência nas famílias quando
um genitor, a mãe, em especial, é
portadora da translocação. Logo, a
cariotipagem dos pais e familiares
próximos é necessária antes que seja
dada uma consulta genética precisa.
0 102
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
MEDICINA GENÔMICA
Optilite ® melhora a eficiência
Fluxo de trabalho
Segurança dos resultados
Menu de testes
Gamopatias Monoclonais
Freelite (cadeias leves livres kappa
e lambda), Hevylite (cadeias
leves+pesadas)
Sistema Imune
IgA, IgM, IgG, IgD e IgE, Suclasses de
IgG e IgA, Sistema Complemento (CH50,
C1 inativador, C1q, C2, C3c e C4)
Sistema nervoso central
Albumina, Freelite Mx, Cistatina e
Imunoglobulinas no líquor.
Nefrologia
Cistatina, Microalbumina
Beta-2-Microglobulina, Transferrina
Proteínas Específicas
PCR, ASO, Fator Reumatóide, Ferritina,
Transferrina, Pré-Albumina, Ceruloplasmina,
Haptoglobina, Alfa-1-Antitripisina,
Alfa-1-Glicoproteína Ácida, Lipoproteína(a),
entre outras.
Freelite ® é marca registrada da empresa The Binding Site Group, Birmingham, Reino Unido
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
0 103
MEDICINA GENÔMICA
A incidência mundial da síndrome
de Down é estimada em 1:1000
nascidos vivos. Anualmente nascem,
aproximadamente, 3000 a 5000
crianças portadoras da síndrome.
Estima-se que, no Brasil, 1:700 (ou
800) nascidos a tenha. Algo hoje
em torno de 270 mil pessoas (quase
a população da Guiana Francesa).
Duas características notáveis da
sua distribuição são: distribuição
peculiar dentro do histórico familiar
– a concordância em gêmeos
monozigóticos, mas quase total
discordância em gêmeos dizigóticos
e outros membros da família – e
idade avançada da mãe.
Além de ser isolada, a causa genética
mais comum é o retardamento
mental moderado. Muito embora
no início da lactância a criança
possa não aparentar atraso de
desenvolvimento, ao fim do primeiro
ano de vida se torna mais nítido.
No entanto, crianças com síndrome
de Down comumente são alegres,
responsivas e autoconfiantes. Apesar
de uma das características desta
síndrome ser a senilidade prematura,
a expectativa de vida atinge em
média 50 anos.
Figura 3: Comparação entre as pregas palmares das mãos de pessoas normais e das pessoas portadoras de síndrome de Down.
O diagnóstico em caso de síndrome
de Down, geralmente, ocorre ao
nascimento ou logo após, por suas
características dismórficas, que variam
de paciente para paciente. Apesar disso,
expressam um fenótipo típico. Além
das características faciais distintas, a
hipotonia pode ser a primeira anomalia
notada em pacientes neonatos (entre
o 1º e o 28º dia de vida). O pescoço
é curto e grosso em cerca da metade
dos indivíduos, enquanto a pele da
nuca é frouxa. Os membros são, em
geral, curtos e costumam expressar
sinais relacionados à síndrome, sendo
eles mãos encurtadas e largas além
de quinto dedo curvado e muito
pequeno. Na palma das mãos pode-se
encontrar uma prega transversal única
(linha simiesca), uni ou bilateralmente
(Figura 3). Os pés apresentam um
amplo espaçamento entre o primeiro e
segundo dedo, com sulco estendendose
proximamente na face plantar.
A estatura dos pacientes portadores da
síndrome de Down é baixa. A cabeça,
além de apresentar braquicefalia,
apresenta orelhas de implantação
baixa com um aspecto dobrado
0 104
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
distinto. Em cerca de 70% dos casos
o nariz é curto e achatado, a boca é
pequena e geralmente entreaberta,
mostrando uma língua grande e cheia
de sulcos. As pregas epicânticas e as
fendas palpebrais elevadas inspiraram
o termo, inadequado, “mongolismo”
(em referência a aparência dos nativos
da região da Mongólia).
MEDICINA GENÔMICA
No que tange à sobrevida dos
portadores da síndrome de Down,
devemos apontar que cerca de três
quartos dos conceptos perdem-se
por aborto no primeiro trimestre. Os
pacientes com menores chances de
vida são aqueles com cardiopatias,
sendo conveniente checar a ocorrência
destas no exame do precárdio, visto
que mais de 40% dos indivíduos
portadores da síndrome de Down
demonstram defeitos septais.
Figura 4: Artigo publicado na revista científica Archives of Disease in Childhood (ADC), sobre John Langdon Down, médico do Hospital
londrino John Hopkins. Langdon Down foi o primeiro a descrever clinicamente o problema, batizando de “idiotia mongólica”. Por causa da
expressão mongoloide dos pacientes caucasoides a doença se popularizou como mongolismo. Tal designação, entretanto, foi descartada pela
sua carga preconceituosa e pejorativa.
A primeira descrição clínica da
síndrome de Down aconteceu há 155
anos, em 1866, quando o pediatra
Langdon Down (Figura 4) fez menção
a ela como um quadro clínico com
identidade própria. Esse foi o primeiro
estudo sobre a síndrome. O fenótipo
dos pacientes acometidos foi descrito
como: portadores de pálpebra
oblíqua, nariz plano, baixa estatura e
déficit intelectual.
Desde então tem-se avançado em
seu conhecimento, embora exista
muito a se descobrir. Em 1958, 92
anos depois de Langdon Down, o
francês Jérôme Lejeune (Figura 5)
e a inglesa Pat Jacobs descobriram
de maneira independente a origem
cromossômica da síndrome. Foi
quando ela passou a ser considerada
uma síndrome de origem genética.
Criada pela Down Syndrome
International e comemorada desde
2006, a data de 21 de Março
(21/03), representa a singularidade
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
0 105
MEDICINA GENÔMICA
da triplicação do cromossomo
21 (trissomia) que causa esta
ocorrência genética. A campanha
de 2019 com o tema “não deixe
ninguém para trás”, foi chamada de
“razões para celebrar” e trouxe para
a sociedade a clara mensagem de
que está mais do que na hora de dar
para cada pessoa com Síndrome de
Down a oportunidade de usufruir
dos mesmos direitos de todos os
outros – somente quando isso
acontecer, pessoas com Síndrome
de Down ou outras deficiências,
realmente terão “razões para
celebrar”.
A luta pela inclusão social tem
crescido, e dado cada vez mais voz aos
portadores de distúrbios genéticos.
Em 2019 a seleção brasileira de futsal
Down foi campeã mundial da categoria
e foi destaque em vários programas
esportivos da TV nacional. Em 2013 foi
lançado o longa metragem “Colegas”
que conta a história de três amigos
Figura 5: O médico pediatra Jérôme Lejeune descobriu a existência de um cromossomo 21 a mais depois do exame dos cromossomos de uma
criança portadora de síndrome de Down. Pela primeira vez na história da medicina genética se estabelece um elo entre um índice de capacidade
mental e uma anomalia cromossômica. Lejeune descobre, em seguida, com a ajuda de seus colaboradores, o mecanismo de outras moléstias
cromossômicas, abrindo assim a via para a citogenética e para a genética moderna. Em 1963, Lejeune foi o primeiro a descrever a Síndrome
Cri-du-Chat, conhecida como Síndrome do Miado de Gato, conforme um ponto de vista científico.
com a síndrome de Down que decidem
correr atrás de seus sonhos. Márcio,
um dos personagens principais, é
interpretador por Breno Viola que foi o
1º faixa preta de judô com síndrome de
Down das Américas.
Referências
BROWN, T. A. Genética: um enfoque molecular. 3ª ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1999.336p.
NUSSBAUM, R.L.; McINNES, R.R.; WILLARD, H.F. Thompson &
Thompson. Genética Médica. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
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VIROLOGIA
RISCO DO SARS-COV-2 EM ANIMAIS,
NOVAS MUTAÇÕES E INOVAÇÕES TERAPÊUTICAS
RISK OF SARS-COV-2 IN ANIMALS, NEW MUTATIONS AND THERAPEUTICS INNOVATIONS
Por: Dra. Rachel Siqueira de Queiroz Simões
* Fundação Oswaldo Cruz.
Resumo
Ao longo dos estudos de evolução filogenética e monitoramento
das cepas circulantes do SARS-CoV-2 comprovou-se que o vírus
pode ser classificado como uma antropozoonose ou zoonose
reversa. Em media, 70% das doenças zoonóticas são de origem
infecciosa emergente responsável por fatores determinantes
causando o desequilibrio ambiental frente ao comércio illegal de
práticas ilícitas como a caça aos animais silvestres que ameaça a
integridade do ecossistema. A adaptação do vírus proveniente do
hospedeiro natural para o hospedeiro intermediário alcançando
o homem pode ser explicado pelo fenômeno Spillover. Elevada
taxa de recombinação genômica propiciou altas taxas de
mutações com possíveis alterações, deleções ou substituições
de aminoácidos atingindo diversas espécies animais algumas
mais susceptíveis à infecção viral e outras consideradas menos
susceptíveis pela não detecção do RNA viral em amostras
clínicas. O objetivo do artigo é traçar um paralelo entre os
riscos de infecção do novo coronavírus nas diferentes espécies
de animais domésticos e silvestres, descrever as principais
mutações documentadas por modelagem computacional por
meio dos softwares PyMOL e PDBePISA e nomear os anticorpos
terapêuticos e fármacos antivirais recentemente investigados no
tratamento da COVID-19.
Palavras-Chave: Animais, anticorpos monoclonais,
coronavírus, fármacos antivirais e mutações.
Abstract
Throughout the studies of phylogenetic evolution and
monitoring of circulating strains of SARS-CoV-2, it was proved
that the virus can be classified as anthropozoonosis or reverse
zoonosis. On average, 70% of zoonotic diseases are emerging
infectious origin responsible for determining factors causing
environmental imbalance in the face of illegal trade in illicit
practices such as a hunting wild animals that threatens the
integrity of the ecosystem. The adaptation of the virus from
the natural host to the intermediate host reaching man can
be explained by the phenomenon called Spillover. High rate
of genomic recombination provided high rates of mutations
with possible changes, deletions or substitutions of amino
acids reaching several animal species, some more susceptible
to viral infection and others considered less susceptible due
to the non-detection of viral RNA in clinical samples. The
objective of this paper is to design a parallel between the
risks of infection of the new coronavirus in different species of
domestic and wild animals, to describe the main mutations
documented by computer modeling through PyMOL e
PDBePISA software and to name the therapeutic antibodies
and antiviral drugs recently investigated in the treatment of
COVID-19.
Key Words: Animals, monoclonal antibodies, coronavirus,
antiviral drugs and mutations.
0 108
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
Introdução
Os coronavírus tem sido classificado na
Ordem Nidovirales, família Coronaviridae,
Subfamília Orthocoronavirinae. São
divididos em quatros gêneros alfa (α),
beta (β), gama (γ) e delta (δ-CoV).
Entre os alfacoronavirus (α-CoVs)
encontram-se o vírus da peritonite
infecciosa felina (PIF) e a coronavirose
canina. No gênero betacoronavirus
(β-CoVs) encontram-se o SARS-CoV
(Síndrome Respiratória Aguda Grave,
do inglês Severe Acute Respiratory
Syndrome Coronavirus), MERS-
CoV (Síndrome Respiratória do
Oriente Médio, do inglês Middle East
Respiratory Syndrome Coronavirus), e
SARS-CoV-2, subgênero Sarbecovirus
(Guo et al., 2020, Simões, 2020).
As partículas virais são esféricas e
envelopadas medindo cerca de 100 a
160 nm de diâmetro e o genoma viral é
RNA de fita simples polaridade positiva.
Cerca de 2/3 do RNA viral está presente
a região aberta de leitura ORF1a/b
(open Reading frame) que codifica 16
poliproteínas não estruturais (NSPs) e
1/3 do genoma viral codifica as quatro
proteínas Spike (S), envelope (E),
membrana (M) e nucleocapsídeo (N).
A glicoproteína S liga-se aos receptores
da célula hospedeira denominada
enzima conversora de angiotensina-2,
do inglês angiotensin converting
enzyme 2 (ACE-2) (Coronaviridae study
group of the International Committee
on Taxonomy of Viruses, 2020, Simões
et al., 2020).
O grande potencial de transmissão
entre espécies diferentes e a rápida
adaptação com o salto de uma espécie
para outra foi descrito como fenômeno
Spillover e depende de alguns fatores
como alta taxa de mutação, elevada
taxa de recombinação genômica e o
tamanho do genoma (Nunez et al.,
2020; Rodriguez-Morales et al., 2020).
O alinhamento múltiplo de sequências
de ACE2 de 410 espécies de vertebrados
incluindo mamíferos, aves, peixes, répteis
e anfíbios foi investigado quanto ao
potencial de conservação nessas espécies
por meio da análise de 25 aminoácidos
essenciais na ligação entre o receptor
ACE2 e a glicoproteína Spike do novo
coronavírus (Damas et al., 2020).
VIROLOGIA
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
0 109
VIROLOGIA
Ensaios experimentais foram
realizados para identificar quais
espécies são mais susceptíveis ou
não à infecção por SARS-CoV-2.
A análise genômica realizada na
Universidade da Califórnia classificou
o risco do SARS-CoV-2 em diferentes
níveis: muito alto, alto, médio, baixo e
muito baixo. Esse estudo sugere que
algumas espécies de primatas nãohumanos
são as mais vulneráveis
apontando que gorila-ocidentaldas-terras-baixas
e o orangotangode-sumatra,
podem ter mais risco de
terem células infectadas pelo SARS-
CoV-2 através da ACE2. O hamsterchinês
e alguns animais marinhos,
como a baleia-cinzenta e o golfinho
do gênero Tursiops podem ter mais
risco de terem uma infecção de SARS-
CoV-2 (Damas et al., 2020).
Na Espanha ocorreu o abate de
quase 100 mil visons em uma
fazenda de criação de mustelídeos
para a produção de casacos de pele.
Os animas foram positivos para
SARS-CoV-2 (87% infectados). Os
visons infectados apresentaram
sinais clínicos respiratórios e
gastrointestinais e infectam outros
mustelídeos por meio do contato
direto ou indireto. A eliminação do
vírus ocorre pela via retal e orofaríngea.
Os animais infectados desenvolvem
anticorpos neutralizantes. Os visons
são mamíferos mustelídeos que se
assemelham às doninhas. E inclusive
na Dinamarca e na Holanda milhões
de visons criados em cativeiros foram
abatidos para evitar a disseminação
do SARS-Cov-2 uma vez que esses
animais carream uma mutação
do vírus que é transmissível ao
ser humano. Após funcionários
agrícolas terem sido infectados pelo
vírus comprovou-se a possibilidade
de antropozoonose reversa.
Experimentalmente, os animais
foram infectados pela via intranasal e
foi comprovado que não desenvolvem
doença pulmonar na reinfecção viral.
A Covid-19 foi detectada em três
dos 11 gatos em uma fazenda de
visons na Holanda levantando um
alerta sobre a transmissibilidade e
possibilidade de reservatório viral
(Boklund, et al., 2021).
Nos caninos foi constatado que são mais
resistentes à infecção do SARS-CoV-2
por apresentarem pouca expressão de
ACE 2 no trato respiratório. Assim, o
estudo apontou que o risco do novo
coronavírus se conectar à ACE2 é baixo
para cachorros. Após detecção do RNA
viral em amostras de swabs retais
de animais infectados naturalmente
comprovou-se a presença de
anticorpos neutralizantes contra o
vírus. O primeiro caso de SARS-Cov-2
em canino foi identificado em um Spitz
Alemão de 17 anos e um segundo caso
ocorreu em um pastor alemão que
testou positivo para o novo coronavírus,
ambos na cidade Hong Kong. Nos EUA,
o primeiro caso ocorreu em um cão da
raça pug, que pertence a uma família
que contraiu a COVID-19 (Damas et
al., 2020). No Brasil, o SARS-CoV-2 foi
confirmado em dois cães de Curitiba,
um da raça buldogue francês e um
sem raça definida. Ambos os tutores
também testaram positivo para a
infecção viral. Os animais apresentaram
secreção nasal e espirros.
Diversos registros foram documentados
nos felinos domésticos em gatos
(Felis catus) e silvestres em tigre
(Panthera tigris) e em leões (Panthera
lion) sinalizando que o risco do
novo coronavírus se conectar à ACE2
é médio para os felinos (Damas et
al., 2020). Os animais apresentaram
clinicamente sinais respiratórios e
gastrointestinais e desenvolveram
anticorpos neutralizantes. O vírus é
eliminado pela via nasofaríngea e retal.
Nos estudos experimentais constatou-se
que são assintomáticos e a reinfecção
ocorre em média 28 dias após a primeira
infecção. No Brasil, o primeiro caso foi
comprovado em outubro de 2020 em
um felino fêmea da cidade de Cuiabá,
Mato Grosso que foi infectada por seus
tutores ao contraíram o vírus em uma
festa de família. Um segundo gato e um
cachorro de pessoas que também foram
à festa também testaram positivo.
Amostras de swab nasal e orofaríngeo
foram coletadas de um tigre siberiano,
fêmea de 4 anos do Zoológico de
0 110
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
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VIROLOGIA
Bronx em Nova York confirmando o
primeiro caso do novo coronavírus
em felinos silvestres. Esse foi um
caso de transmissão zoonótica
reversa (antropozoonose) uma vez
que o tratador estava infectado
assintomaticamente. O SARS-CoV-2
foi detectado por meio ensaios
de biologia molecular RT-PCR
(transcriptase reversa em reação da
cadeia da polimerase em tempo real)
e pelo sequenciamento do genoma
parcial ou completo do vírus pelas
plataformas de sequenciamento
de nova geração (next generation
sequencing - NGS). Com relação
aos animais de produção e grandes
animais, o risco do novo coronavírus
se conectar à ACE2 é médio para
ovinos e bovinos, e é de baixo risco
para suínos e equinos (Damas et al.,
2020).
Novas mutações
Desde o início da pandemia já foram
registradas 4.000 mutações virais,
inclusive mutações de humanos para
animais. Cerca de 80% das mutações
são chamadas de sinônima, ocorre
a troca do último nucleotídeo não
alterando o aminoácido; e mutações
não-sinônima consideradas mutações
perigosas onde ocorre a substituição
ou deleção de aminoácido. A primeira
mutação D614G foi descrita em janeiro
de 2020 na China no aminoácido 614
com a substituição de um aspartato
(D) por uma glicina (G). Em maio de
2020, 20% das sequências analisadas
no Brasil apresentavam essa mutação
D614G. Em outubro de 2020 foi
identificada uma nova variante no
Reino Unido (UK) denominada B.1.1.7
(501Y. V1), na qual o aminoácido
asparagina N foi substituído por uma
tirosina Y na posição 501 da proteína
S. Modelagem computacional pelas
ferramentas de software PyMOL
(https://pymol.org/2/) e PDBePISA
(https://www.ebi.ac.uk/pdbe/pisa/)
comparando interações moleculares
sugere ao menos 17 mutações
identificadas com alterações em 23
nucleotídeos no genoma viral (Santos
& Passos, 2021).
Em dezembro do mesmo ano, surgiu
uma nova variante documentada na
África do Sul (AZ) designada B.1.351
(501Y.V2) que possui tripla mutação no
receptor do domínio ligante (do inglês
receptor-binding domain - RBD). Essa
linhagem B.1.351 foi neutralizada pelo
plasma de indivíduos convalescents e
pelo soro de indivíduos vacinados com
Pfizer-BioNTech BNT162b2. Ambas as
mutações, do Reino Unido e África do
Sul (UK/AZ) (501Y.V2, 501Y, E484K)
apresentaram mutação no aminoácido
484 que mudou de um glutamato E para
uma lisina K. Em dezembro de 2020
surgiu uma nova variante detectada
na cidade de Manaus, Amazonas (BR)
denominada linhagem P1 (B.1.1.28)
com tripla mutação (K417N/E484K/
N501Y) e alta transmissibilidade.
A linhagem P1 (mutação 501Y.V3)
carrega alterações em 17 aminoácidos,
3 deleções, and 4 mutações sinonímias.
Essa nova variante já foi identificada
em diferentes países entre eles Japão,
EUA, França e Itália. A eficácia de
* Imagen ilustrativa
0 112
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
anticorpos terapêuticos Casirivimab
e Bamlanivimab foi reduzida pelas
linhagens B.1.351 e P1 (Hoffmann
et al., 2021). Em janeiro de 2021
ocorreu nova mutação detectada no
Rio de Janeiro chamada P2 (E484K)
e considerada menos agressiva que
a linhagem P1. Em fevereiro de 2021,
100% das sequências brasileiras
possuíam a mutação D614G (Faria
et al., 2020). Recentemente,
nova variante foi identificada no
Japão e denominada EeK possui
mutação E484K, e apresenta forte
resistentência às vacinas disponíveis.
Além da variante indiana B1.617, que
possui 13 mutações em especial uma
dupla mutação na proteína Spike do
(E484Q and L452R) classificada como
“variante de preocupação” (do inglês
"variant of concern" – VOC) por seu
alto índice de transmissibilidade
(Cherian et al., 2021).
Inovações terapêuticas
Soro para o tratamento da
Covid-19 chamado hiperimune
ou gamaglobulina hiperimune foi
desenvolvido por pesquisadores
brasileiros da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ) que inocularam
experimentalmente a proteína S
recombinante do novo coronavírus.
Após três semanas, foi coletado o
plasma de cinco cavalos do Instituto
Vital Brazil (IVB), Rio de Janeiro. O soro
hiperimune anti-SARS-CoV-2 contendo
os anticorpos produzido a partir do
plasma dos equinos imunizados é
capaz de neutralizar o vírus em até 100
vezes mais (Cunha et al., 2020).
Outra inovação terapêutica é a produção
de nanocorpos (anticorpos de baixo
peso molecular e forte capacidade
de neutralização viral) em tubarões
e camelídeos - camelos, llhamas,
alpacas, vicunhas, dromedários - que
são capazes de neutralizar a proteína
S do vírus. A produção escalonável em
laboratório está sendo desenvolvida
por biofarmacêuticas e instituições
nacionais e internacionais. Antivirais
Daclatasvir e Sofosbuvir utilizados no
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tratamento da hepatite C demonstraram
capacidade de inibir a ativação viral do
SARS-CoV-2 (Sacramento et al., 2021).
Testes clínicos em animais
experimentais da vacina Carnivak-CoV
iniciaram em outubro de 2020. Todos
os animais vacinados desenvolveram
anticorpos contra o novo coronavírus
e estima-se que essa resposta
imunológica dure pelo menos cerca
seis meses. A agência reguladora da
Rússia informa que o imunizante é de
vírus inativado e é capaz de impedir
mutações virais. O imunizante foi
testado em cães, gatos, visons e raposas
mas o seu principal alvo são os animais
criados em fazendas para produção de
casacos de pele. Países como Grécia,
Polônia e Áustria já estão interessados
em comprar a vacina Carnivac-Cov.
Considerações Finais
Estudos experimentais em animais
pela via intranasal avaliaram o
desenvolvimento de anticorpos
neutralizantes e uma possível reinfecção.
Tais estudos são capazes de detectar a
pouca expressão da enzima conversora
de angiotensina 2 (ACE2) em diferentes
espécies no trato respiratório mostrando
maior resistência à infecção pelo SARS-
CoV-2. Amostras biológicas têm sido
constantemente analisadas pelos ensaios
moleculares de transcriptase reversa em
reação da cadeia polimerase em tempo
real e pelo sequenciamento do genoma
parcial ou completo do novo coronavírus
pelas plataformas de sequenciamento
de nova geração (next generation
sequencing - NGS). Enquanto novos
testes clínicos são realizados em animais
de laboratório para o desenvolvimento
de novas vacinas utilizando diferentes
plataformas tecnológicas contra o SARS-
CoV-2, é primordial a conscientização
do papel do ser humano por meio da
interface homem-ambiente-animal e
sua intervenção no ecossistema e na
saúde única.
Referências
Boklund,A., Gortazar, C., Pasquali, P. Monitoring of
SARS-CoV-2 infection in mustelids. EFSA Journal
2021;19(3):6459, doi: 10.2903/j.efsa.2021.6459
CORONAVIRIDAE STUDY GROUP OF THE INTERNATIONAL
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CHERIAN, S., POTDAR, V., JADHAN, S et al. Convergent
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CUNHA, L.E.R., STOLET, A.A., STRAUCH, M.A et al. Equine
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DAMAS, J., HUGHESB, G, M., KEOUGH, K.C et al. Broad
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www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.2010146117
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org/10.1101/2020.12.23.20248598
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of SARS-CoV-2 B.1.1.7 is associated with
increased interaction force between Spike-ACE2
caused by the viral N501Y mutation. https://doi.
org/10.1101/2020.12.29.424708
SIMÕES, R.S.Q. Coronavírus: SARS-CoV, MERS-CoV e
SARS-CoV-2. In: Saúde do Ensino à pesquisa. Ed. Pasteur
- vol.1, p:191-203, ISBN:978-65-86700-07-7. https://
doi.org/10.29327/522782, 2020.
SIMÕES, R.S.Q. Animal and Human Coronavirus Disease. COJ
Technical & Scientific Research, 2 (5), COJTS.000547.2020, 2020.
SIMÕES, R.S.Q. et al. Computacional modeling in virus
infections and virtual screening, docking and molecular
dynamics in drug design. Networks in systems biology -
applications for disease modeling, Ed. Springer. https://
doi.org/10.1007/978-3-030-51862-2_12, 2020.
Autora:
Dra. Rachel Siqueira de Queiroz Simões
Fundação Oswaldo Cruz.
Avenida Brasil, 4.365, Manguinhos, Rio de Janeiro, cep: 21040-900.
Email: rachel.queiroz@bio.fiocruz.br
0 114
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
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LADY NEWS
INOVAÇÃO NÃO VEM DA TECNOLOGIA,
VEM DAS PESSOAS.
VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA IMPLANTAR A CULTURA
DA INOVAÇÃO NO SEU LABORATÓRIO?
Inovação significa criar algo novo.
A palavra é derivada do termo latino
innovatio, e se refere a uma ideia,
método ou objeto que é criado e
que pouco se parece com padrões já
estabelecidos anteriormente.
Hoje, a palavra "inovação" é mais
usada no contexto de ideias e invenções
assim como a exploração econômica
relacionada, é o novo que chega no
mercado.
Em tempos de pandemia e concorrência
multisetorial a inovação está diretamente
ligada a todo bom profissional e
empreendedor, é necessário se reinventar.
Com o consumidor dos nossos
serviços tendo mais poder para decidir,
isso deixou de ser secundário para se
tonar uma questão de sobrevivência.
Na prática, vemos poucas empresas
inovadoras e essa particularidade se
deve a ideias equivocadas, como a de
que a inovação depende de grandes
investimentos em tecnologia, que é
apenas uma ferramenta de trabalho, cada
vez mais forte e acessível, porém o que faz
a inovação acontecer são as pessoas.
A inovação depende de dois
patamares básicos, a criatividade e a
liberdade.
A primeira das duas é o que transforma
necessidades em idéias, em produtos
ou serviços, foi assim que vimos surgir
a Uber, que veio da dificuldade de se
conseguir um táxi nos grandes centros.
Essa criatividade se tornou uma operação
multimilionária, a partir da necessidade
simples, que todos nós temos, que foi
concebida a partir da liberdade de se
tentar, e vejam aonde chegaram!
Todos nós temos necessidades o
tempo todo, basta entendermos como
nosso negócio pode virar uma solução,
a partir de uma inovação!
Existe uma cultura errada sobre a
nossa zona de conforto, um espaço
em que temos a sensação de que
dominamos todas as variáveis e onde
não podemos ser ameaçados, muito
pelo contrário, a nossa zona de conforto
é uma vulnerabilidade real, pois não
observamos o que está acontecendo
ao nosso lado e perdemos a chance
de identificar novas tendência, novos
concorrentes, novos horizontes.
Quando percebemos, talvez seja tarde
demais, a ponto de comprometer a
nossa sobrevivência no mercado. Isto
é fato, tanto para pessoas ou empresas,
já que a zona de conforto inibe a
capacidade de promover a inovação, ou
seja, em time que está ganhando não
se mexe!
Profissionais e empresas que adotam
esse pensamento estão condenadas
a desaparecer, pois a concorrência
aliada ao capital financeiro, está cada
vez mais se mexendo, e nosso próximo
concorrente, pode estar muito próximo
a nós, sejam colegas ou funcionários
que perceberam nichos de mercado
que desprezamos.
Esse novo concorrente, inovador e
disposto a correr riscos, chegará ao
mercado com potencial de crescimento
e ocupar o lugar de empresas com
negócios consolidados há décadas,
0 116
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
LADY NEWS
pelo uso da tecnologia e modelo de
negócio baseado em criatividade,
conhecimento e liberdade de atuação.
Temos que estar prontos o tempo
todo, pois o mercado já não comporta
quem quer ficar sempre igual, viver de
sobrenome, quantos gestores ainda
insistem em bater nessa tecla?
O nosso instinto de autopreservação
instaura o medo de inovar e correr riscos,
porém o mercado exige que pensemos
coisas novas e olhar diferente para o
que já está consolidado em nossas
empresas, isso se chama liberdade, um
conceito nobre e inovador!
Liberdade é a garantia de poder ser
criativo, sem que possíveis atropelos
no percurso da inovação sejam fatores
de impedimento para alcançar metas e
resultados propostos e/ou atingíveis a
curto e médio prazo.
Muitas empresas ou gestores não
permitem aos funcionários a liberdade
de criar, esse é o jeito de colocar a
inovação dentro de quatro paredes,
bem controlada, que se traduz em um
equívoco que poderá custar a própria
sobrevivência do seu modelo de
negócio, bem como a saúde financeira
e operacional.
A inovação não pode e não deve ser
controlada, não pode ser parametrizada
e nem restrita, todos os nossos
colaboradores devem ser incentivados
a inovar, eles possuem a percepção do
cliente, pois tem a liberdade de utilizar os
serviços na maioria das vezes, do nosso
concorrente, ao contrário de nós gestores
comprometidos com a nossa bolha, que
nos impede de olhar para a frente, pois o
passado de sucesso é um norte a seguir,
mesmo que equivocadamente.
Vivemos hoje em um mundo em que
a tecnologia digital se transformou em
uma ferramenta de trabalho inovadora
e de baixo custo operacional, gestores
que conseguem absorver esse conceito
com criatividade e liberdade, podem
vir a ser o novo e redefinir padrões de
mercado, basta olhar para fora e corrigir
o que precisar ser feito internamente.
Como implementar essa cultura
em nossas empresas?
O conceito de cultura da inovação é algo
muito complexo, pois envolve a aplicação
constante de melhorias em processos,
produtos, serviços e tecnologia.
É um processo gradativo, pois envolve
mudanças em conceitos e forma de
trabalhar e até mesmo no organograma
de uma empresa, incluindo seu principal
aliado, os colaboradores.
Implementar uma cultura de inovação
na gestão de pessoas é fundamental
para o alinhamento das ideias e na
liberdade de ação por cada colaborador
envolvido, dar autonomia significa
garantir a liberdade para exercer a
criatividade sempre observando os
níveis hierárquicos e atribuições.
Treinamentos e capacitações
são a base inicial para promover a
capacidade criativa dos colaboradores
envolvidos, bem como é fundamental
o uso da tecnologia como facilitador
dos processos.
Quando pensamos em inovação,
sentimos a velocidade da mudança externa
que o mercado exige, consumidores cada
vez mais exigentes e formadores de
opinião, nessa etapa o processo produtivo
deve receber atenção redobrada, pois
você terá que promover um diferencial
há mais para que os usuários dos seus
serviços sejam fidelizados e sempre que
necessitarem, você seja a primeira opção
e casualmente a única.
A gestão das empresas requer
constantes tomadas de decisões
que podem ser adequações simples
ou complexas, como a reavaliação
de situações que estejam causando
receitas negativas na empresa.
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
0 117
LADY NEWS
Reavaliar unidades de coleta que não
tem impacto financeiro e operacional
em um laboratório, é corrigir o rumo do
seu negócio e canalizar esforços para
outras unidades operacionalmente
rentáveis. Antigamente tinha-se a
cultura de que abrir unidades seria um
caminho seguro para o crescimento,
porém existem muitas variáveis que
devem ser analisadas, entender do
seu negócio é que te capacitará para
manter seu crescimento sustentável.
Hoje, empresas mal geridas
operacionalmente tem sua saúde
financeira comprometida e vivem
de aporte de recursos para manter
o negócio. Sem uma mudança de
conceito e comportamento de gestão,
a fórmula padrão não se sustentará
e comprometerá o crescimento e
evolução do seu negócio.
Hoje temos ferramentas de
inteligência (Business intelligence)
que lhe auxiliarão a tomar decisões
acertadas, baseadas em protocolos
operacionais já testados e aprovados
pelo mercado.
O atendimento ao cliente talvez seja
a área que mais demande inovação
em nossas empresas, antes os canais
de comunicação eram mais restritos e
o contato era quase que unidirecional,
ou seja, a empresa falava, porém
não tinha como receber um retorno
por parte da sua maior fonte de
sustentabilidade, que adquire seus
serviços.
Hoje temos uma gama de canais
diferenciados que se tornou um
desafio utilizá-los da melhor forma,
e assim o marketing de conteúdo
vem evoluindo para acompanhar
as mudanças no comportamento
dos nossos clientes, concorrentes e
mercado. Essa ferramenta quando
bem utilizada, focada no seu cliente,
atrai mais consumidores. Marketing
institucional não atrai clientes que
procuram serviço, o que atrai é você
mostrar a ele a solução que ele precisa
e corresponder a todas as expectativas
que estava procurando.
Como iniciar um processo de
Inovação?
Não é fácil para nós gestores e
empreendedores conquistar e fidelizar
clientes, criar uma marca e aliar a ela
uma imagem que transmita inovação,
tecnologia e confiança.
Entre todas as dificuldades
enfrentadas, a principal seja se superar,
reconhecer que o que deu muito certo
em algum momento hoje pode não ter
mais espaço na gestão moderna e de
resultados.
Para fugir dessa estatística,
repense os seguintes conceitos:
- Reconheça as mudanças:
O mercado consumidor está em
constante mudança, por isso cabe a
nós gestores olhar para fora e detectar
as necessidades expressas por nossos
clientes, principalmente os consumidores
de serviços, nosso principal público.
Tenha um diferencial que aponte para
o tripé, conhecimento, inovação e
tecnologia, mostre ao mercado que
você é comprometido e está atento às
mudanças do mundo moderno, que são
cada vez mais rápidas.
- Estude o mercado, a
concorrência e seu público-alvo:
Sempre que você olhar para fora da
sua bolha (zona de conforto), verá
que não está sozinho, há muita gente
pensando em formas de inovar e
compreender o que o mercado procura
e exige de uma empresa.
É preciso conhecer muito bem a
concorrência, explorar os nichos de
mercado que estão descoberto bem
como identificar o que não está dando
certo na concorrência e no seu negócio,
exerça a autocrítica e estabeleça as metas
em busca dos resultados que fará com
que você abandone definitivamente
a zona de conforto. Seja criativo, seja
ousado, arrisque um pouco mais!
0 118
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
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Identificar o que o consumidor espera
de nossos serviços é despertar o instinto
de sobrevivência do nosso negócio.
Oferecer uma solução diferenciada para
o problema do seu cliente é mostrar
que você está em constante evolução,
sair do normal é ser diferente!
- Investimento em processos que
produzirão soluções inovadoras:
Saiba identificar quais processos
precisam ser melhorados, atualizados
ou até mesmo extintos, para que você
tenha eficiência, produtividade e saúde
financeira.
É importante e relevante saber quais
são os processos que a concorrência está
utilizando, para identificar o que pode
estar dando certo ou errado, afinal isso
significa economia de tempo e dinheiro.
Aplicar metodologias que se
completam no processo de construção
de um serviço, desde o atendimento,
produção e finalização, geram eficiência
e lucratividade.
Saber funcionar essa engrenagem é a
conquista que todos queremos para nossas
empresas, portanto, o desafio é grande!
- Investimento em atendimento:
Automatização dos processos nas
empresas têm se mostrado como
opção eficiente, diminuindo custos e
tempo de execução dos serviços.
Os gestores devem ter o cuidado
para não cair no erro, ao confundir
automatização com impessoalidade.
Investir em atendimento personalizado,
seja por plataforma digital ou presencial
é fundamental para fidelizar clientes,
fazer o marketing do dia-dia por parte
do cliente funcionar, pois ele utilizou e
aprovou a solução que você apresentou.
Personalizar um atendimento tem
relação com entender o perfil do
cliente, mostre a ele as intenções e
objetivos da empresa.
Um atendimento realizado com
sucesso significa muitos retornos diretos
ou indiretamente, já que nosso formador
de opinião passará por uma experiência
única, utilizará nossos serviços.
- Saiba criar mecanismos e metas
que possibilitem resultados
positivos:
Se temos poucos recursos para investir
em inovação, temos que viabilizar o
primeiro passo a ser dado, analise o que
você tem e o que pode ser feito, depois
é preciso criar metas.
Ser inovador significa correr riscos,
mas também conhecer limites.
Ao criar metas, não envolva o sacrifício
da qualidade, ela é a sustentabilidade
da sua credibilidade e do seu negócio.
A meta atingível estimula os
colaboradores em buscar a próxima
etapa e assim sucessivamente, a
engrenagem da inovação começa
a rodar.
Compreender que a inovação é um
percurso e não um ponto de chegada
é fundamental para atingir o sucesso,
continue nadando, o horizonte é
distante.
- Importância de manter o foco
na inovação:
Inovação é uma particularidade
que deve sempre estar enraizada nos
pilares de sustentação de qualquer
seguimento de mercado. Empresas que
inovam pontualmente, estão sempre
correndo atrás do prejuízo e não são
capazes de se posicionar à frente dos
concorrentes.
Quando a melhoria contínua faz parte
dos valores do negócio, a inovação é
algo natural e, portanto, tem um papel
fundamental no sucesso do negócio.
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Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
Se o gestor ou sua empresa não tem
ainda essa preocupação, a hora de
mudar é agora.
Inovação é um processo contínuo que
proporciona benefícios excepcionais e
reconhecimento profissional.
- Crie uma marca pessoal na sua
empresa:
Se você pretende apresentar sua
empresa ao mercado como algo novo
e inovador, é preciso criar uma marca, é
preciso ser reconhecido em um mundo
onde todos querem reconhecimento.
Em um mundo abarrotado de
semelhantes, é preciso se destacar para
sair na frente.
Poucos gestores percebem que isso
não é uma obrigação somente de
grandes marcas, hoje os pequenos e
médios empreendedores precisam
também solidificar a sua marca, é
preciso ter competência para vender
uma imagem, posicionar uma marca.
Hoje em dia, qualidade e habilidade
não são mais suficientes, você lida com
expectativas pois se propõe a entregar
uma demanda que lhe foi confiada.
Como ser o escolhido para executar os
serviços em um universo de semelhantes?
Uma boa gestão de marca não é
simplesmente fazer propaganda, mas
elaborar um planejamento inteiro do
seu marketing pessoal. Não confunda
marketing com branding pessoal.
O termo branding, vem da palavra em
inglês to brand que significa marcar.
Mesmo derivando da prática de
marcar algo de forma permanente, o
sentido atual, processo de estabelecer
um nome e uma reputação para algo é
relativamente novo.
Sendo uma filosofia de gestão, ou
seja, uma maneira de agir e pensar
sobre a marca, o branding coloca a
marca no centro de todas as decisões
da empresa.
Dessa forma, tudo que envolve a
empresa, envolve o processo de branding.
A intenção do branding é administrar
uma dinâmica de relacionamento com
todos os públicos envolvidos, sejam eles
internos ou externos, visando que esse
público consiga entender e decodificar a
mensagem passada pela marca.
Assim, permitindo que a marca
ultrapasse a sua natureza econômica,
e passe a fazer parte de uma cultura
que influencia o comportamento
das pessoas e consequentemente,
fortalecendo um processo de
construção da imagem da marca.
Por ser relativamente novo no mercado,
o branding ainda é confundido com
marketing, identidade visual, publicidade
e até mesmo com comunicação.
Isso ocorre porque ele é considerado
um sistema de ações vindas de várias
áreas de conhecimento, que buscam
uma unidade na manifestação de
identidade da marca.
LADY NEWS
Não existe mais a possibilidade de
ficar esperando pelas oportunidades,
é preciso ir em frente e mostrar ao seu
cliente seus produtos ou serviços.
Assim, estabelece um diferencial no
mercado, por meio de observações
e construções subjetivas que
transformam e solidificam o
relacionamento da marca com o cliente.
É importante que você perceba que
sua marca precisa tanto ser trabalhada,
criada e estabelecida, e quando
divulgada tenha destaque dentro de
um mercado competitivo.
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
0 121
LADY NEWS
Se você está preocupado em criar
uma identidade própria, cuide da
sua marca e isso significa passar pela
apresentação, primeira impressão,
simpatia e executar um serviço que
seja aquilo que você se comprometeu
com o mercado.
Seja apaixonado por aquilo que você
se propôs a fazer, acredite, quem está
do outro lado percebe isso em você
quando você faz a demonstração do
seu produto ou serviço.
Autoconhecimento é fundamental
para solidificação da sua marca, é o
cartão de visitas da sua empresa, às
vezes você precisa estar do outro lado
do balcão, sentir as necessidades do
seu cliente, apontar as soluções que ele
precisa e atender suas expectativas.
Cada pessoa percebe uma marca de
maneiras distintas. Essas percepções
são baseadas nos contextos sociais,
culturais e econômicos de cada um,
e principalmente, na experiência que
tiveram com o produto e/ou serviço,
à medida que identificam quais
satisfazem suas necessidades e quais
são insuficientes.
Marcas que transmitem confiança,
transparecendo nível de qualidade,
em geral satisfazem consumidores
facilmente, a ponto de optarem
novamente pelo produto e/ou serviço.
Quando a empresa inclui a Inovação
no seu DNA, os processos se tornam
naturais, e você pode criar o novo sem
impactar no que já está funcionando,
mas lembre-se, em time que está
ganhando também se mexe!
O fracasso também faz parte do
processo de inovação, pois ele demonstra
que você procurou o novo, e a única
maneira de não fracassar em algo é não
tentar e continuar na zona de conforto!
Finalizando, alguns conceitos
precisam ser renovados ou
melhor, inovados!
- Não comemore a venda de seu
produto e/ou serviço;
- Não celebre quando o cliente lhe paga;
- Celebre quando ele é transformado
por aquilo que você executou;
- Quando você vende um produto e/ou
serviço para alguém, seu trabalho não
terminou;
- Vai apenas começar o mais
importante, a experiência dele com seu
produto e/ou serviço;
- Um cliente satisfeito é ótimo, mas um
apaixonado é muito melhor;
- Um cliente satisfeito, volta;
- Um apaixonado, volta trazendo mais
clientes para seu negócio;
- Se importe mais com sua empresa!
A questão que fica é, você estará no
grupo INOVADOR?
Luiz Antonio Doles
• Farmacêutico-Bioquímico, especialista em Toxicologia - UFG
• Administrador de Empresas - Universidade Mackenzie (SP)
• Sócio - Laboratório Jarbas Doles, Goiânia - Go
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0 122
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
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0 123
BIOSSEGURANÇA
MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA
NA PREVENÇÃO DA MUCORMICOSE
Por: Gleiciere Maia Silva e Jorge Luiz Silva Araújo-Filho.
Mucormicose trata-se de uma infecção
fúngica invasiva causada por fungos
hialinos de várias espécies da ordem
Mucorales que podem levar o indivíduo
a óbito. A maioria dos casos ocorre por
fungos do gênero Rhizopus spp, Mucor
spp, Lichtheimia spp, Cunninghamella,
dentre outros. Não é uma doença recente,
entretanto ela vem ganhado destaque
mundialmente pelo número de casos em
pacientes que tiveram COVID-19.
Os gêneros dos fungos causadores
da mucormicose são onipresentes,
ou seja, são amplamente distribuídos
na natureza como alimentos em
decomposição (Figura 1), solo, água,
plantas e ambientes.
Os fatores para o desenvolvimento
nessa micose em humanos está mais
relacionada a fatores do hospedeiro
do que do agente fúngico. Os esporos
podem ser adquiridos por via inalatória
e eventualmente colonizar as vias
aéreas. Entretanto, nota-se a predileção
desses fungos pelo sistema vascular,
que podem causar um processo
inflamatório extenso, ocasionado
trombose e necrose tecidual. Por essa
razão ele é erroneamente conhecido
por “fungo negro” em virtude do
aspecto das lesões enegrecidas
decorrente da necrose (Figura 2), no
entanto os fungos desses gêneros são
hialinos.
As manifestações clínicas podem
ser pulmonares, gastrointestinais,
cutâneas ou disseminadas. A forma
mais comum é a forma rinocerebral
que acomete os seios da face e cérebro.
O fungo em geral inicia sua invasão
pela mucosa nasal, com acometimento
dos seios da face, seguido de erosão do
palato duro, órbita e cérebro Trata-se
de uma doença rara, mas que a taxa
de mortalidade geral pode ultrapassar
50% dos pacientes.
Os pacientes mais predispostos a
desenvolver mucormicose são pacientes
com diabetes descompensada que
entram em estado de cetoacidose
ou pessoas em condições de
imunossupressão, principalmente os
neutropenicos seja por uma doença
de base (neoplasias e transplantes) ou
por medicações que reconhecidamente
diminuem a resposta imune, tais como
quimioterapia ou uso prolongado com
doses elevadas de corticosteroides.
Acredita-se que a terapia a base de altas
doses de corticosteroides em pacientes
com COVID-19 para reduzir a inflamação
nos pulmões, associado a diabetes
descompensada desses pacientes
tenham ajudado na disseminação
fúngica causando a doença.
Figura 1 - Imagem macroscópica do Mucor sp, um dos principais
agentes da mucormicose, crescendo em pão envelhecido
Fonte: Pulmonary Mucormicose: risk factord, radiology findings and
patology correlation: Rishi Agrawal , Anjana Yeldandi, Hatice Savas,
Nishant D. Parekh, Pamela J. Lombardi, Eric M. Hart.
0 124
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
BIOSSEGURANÇA
As principais formas de contaminação
por fungos filamentosos são por
contato com os esporos nos ambientes,
portanto umas das principais medidas
de Biossegurança na prevenção desses
fungos no ambiente são:
• Corrigir a umidade do ambiente e
higienizar com frequência componentes
de climatização para eliminar fungos
contaminantes;
• Utilizar filtros G-1 na renovação do ar
externo;
• Limpeza frequente de superfícies para
minimizar a dispersão de poeiras nos
ambientes hospitalares;
Fungos são considerados patógenos
oportunistas, portanto, condições que
favoreça o desenvolvimento desses
patógenos deverão ser observados. As
principais medidas de Biossegurança
na prevenção dessas infecções nos
pacientes vulneráveis são:
• Controlar os níveis de glicemia e
observar os pacientes diabéticos, uma
vez que o excesso de glicose favorece a
proliferação desses patógenos;
• Controlar os fatores indutores de
imunossupressão. Pacientes portadores
de leucemias ou submetidos a
transplantes de células troncos devem
ser alojados em quartos com filtros
HEPA e pressão positiva;
A infecção cutânea quando há um
rompimento da pele ocasionado por
queimaduras ou traumas, também
pode ocorrer. Logo, procedimentos
invasivos contaminados com fungos e
que os pacientes entrem em contato
pode atuar como ferramenta de
disseminação fúngica. Para garantir
a sobrevida dos pacientes com
mucormicose são necessárias ações
combinadas como o controle imediato
da descompensação da doença de base,
desbridamento cirúrgico na tentativa de
eliminar o fungo alojados nos tecidos e
a utilização de antifúngicos tais como
Anfotericina B lipossomal.
Diante do exposto, a mucormicose
deve ser considerada uma doença
grave e potencialmente fatal.
Figura 2 - Área de necrose na face.
Fonte: Mucormicose rinocerebral em alta? O impacto da epidemia
mundial de diabetes. Erick Martínez-Herrera, Angélica Julián-Castrejón,
María Guadalupe Frías-De-León, Gabriela Moreno-Coutiño.
Medidas de Biossegurança na
prevenção dessa micose são
necessárias, sobretudo no contexto
da pandemia. O diagnóstico precoce
quando existe uma suspeita clinica
nos pacientes de riscos bem como
instituição da terapia combinada são
imprescindíveis para o bom desfecho
clínico e sucesso terapêutico.
Gleiciere Maia Silva
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Biomédica, Especialista em Micologia, Mestre em Biologia
de Fungos e Doutoranda em Medicina Tropical.
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Jorge Luiz Silva Araújo-Filho
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Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
0 125
ANÁLISES CLÍNICAS
COMO DIFERENCIAR
LEUCEMIAS DE LINFOMAS
Por: Brunno Câmara.
A grande diferença entre leucemias e
linfomas é que, geralmente, as leucemias
têm início na medula óssea, enquanto que
os linfomas começam nos linfonodos (e
tecidos linfoides).
A partir daí, cada doença pode se
disseminar para outras partes do corpo.
As leucemias podem eventualmente
envolver os linfonodos, e os linfomas
podem infiltrar-se na medula óssea.
Nesses casos, a distinção entre as doenças
fica mais complexa e desafiadora.
A primeira coisa a fazer é estabelecer onde
as células neoplásicas estão.
Se for no sangue, avalie as células e procure
por blastos. Se a quantidade estiver em
20% ou mais dos leucócitos totais (MO
ou SP), então você provavelmente está
lidando com uma leucemia aguda.
Você pode procurar também nos blastos
por características específicas das linhagens
mieloide ou linfoide, como os bastões de
Auer (blastos seriam mieloides).
Outras abordagens seriam a
imunofenotipagem por citometria de
fluxo, para identificar os marcadores de
superfície das células, e citogenética, para
procurar por rearranjos cromossômicos.
Se as células no sangue periférico estão
mais maduras, então provavelmente
trata-se de uma leucemia crônica, que
também podem ser de origem mieloide
ou linfoide, como a LMC e a LLC.
Atenção! Em alguns tipos de linfomas,
podemos encontrar células circulantes no
sangue como no linfoma folicular, linfoma
de Burkitt, etc.
Se o tumor está localizado em um
linfonodo, então podemos praticamente
excluir um processo mieloide, já que
neoplasias mieloides são raras no
linfonodos.
Então você está lidando com um linfoma
ou uma leucemia de origem linfoide.
A Leucemia Linfocítica Crônica, por
exemplo, é considerada como sendo a
mesma doença que o Linfoma Linfocítico
de células pequenas. O que diferencia é
a localização das células neoplásicas. No
sangue, leucemia; no linfonodo, linfoma.
No caso dos linfomas, para o diagnóstico
é importante analisar sua estrutura e
organização celular por meio da histologia e
imunohistoquímica de linfonodos retirados
por biópsia excisional (retira do linfonodo
inteiro, não somente de um fragmento).
Do mesmo modo, é necessário
fazer exames complementares para
chegar ao diagnóstico final, como
imunofenotipagem, exames de imagem,
citogenética e biologia molecular.
Autor:
Brunno Câmara
Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia
pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (área
de concentração: virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.
Contato: @biomedicinapadrao
0 126
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
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HEMATOLOGIA
COAGULOPATIA NA COVID-19
Por: Dr. Luiz Arthur Calheiros Leite
As anormalidades da coagulação
na COVID-19 ocorrem devido
ao processo inflamatório, e
consequente lesão microvascular
dos vasos sanguíneos, gerando
ativação de monócitos e liberação do
fator tecidual pelo endotélio e pelas
células, ativação dos complexos
tenase e protombinase com geração
de trombina e formação de trombos.
Os pacientes acometidos pela
COVID-19 cursam com tromboses
venosas, artérias e embolia pulmonar,
que podem ocorrer mesmo em
pacientes oligoasssintomáticos ou
nos casos graves. Nestes casos há
uma coagulopatia de consumo com
microangiopatia trombótica e sinais
de fragmentação eritrocitária, tais
como esquizócitos, policromasia ou
esferócitos.
A anormalidades na coagulação
do sangue tem alta associação
com os óbitos em pacientes com
COVID-19. Para tanto, faz-se
necessário determinar de forma
precoce o risco de trombose
e embolia pulmonar. Nestes
pacientes a dosagem dos níveis
de Dímero-D é o melhor teste
para predizer tromboembolias
venosas. Os níveis de Dímero-D
apresentam-se elevados em até
46% em pacientes com COVID-19,
sugerindo que as complicações
tromboembólicas podem ter
relação direta com a rápida
deterioração respiratória.
Valores de Dímero D superiores a 500
mg/dL geram um sinal de alerta, pois
pacientes admitidos com suspeita ou
confirmação de COVID-19 e níveis de
acima do valor de referência devem
ser anticoagulados até a normalização
do teste. Assim, os níveis de dímero D
devem ser determinados do dia 1 ao
dia 14 após a admissão em intervalos
de dois dias.
Referências
Luiz Arthur Calheiros Leite e Maria de Lourdes Lopes
Ferrari Chauffaille. Alterações hematológicas em
processos infecciosos. Fleury Medicina e saúde. 1 º
Edição, 2021.
John L Frater, Gina Zini, Giuseppe d’Onofrio and Heesun
J Rogers. COVID-19 and the clinical hematology
laboratory. IJLH, Apr 2020 (pre-pub).
Evangelos Terpos Ioannis Ntanasis-Stathopoulos
Ismail Elalamy et al. Hematological findings and
complications of COVID -19. A J Hematol, Apr2020.
Gina Zini, Silvia Bellesi, Francesco Ramundo and
Giuseppe d’Onofrio. Morphological anomalies of
circulating blood cells in COVID-19. Am J Hematol. 2020.
Giuseppe Lippi and Mario Plebani. Laboratory
abnormalities in patients with COVID-2019 infection.
Clin Chem Lab Med 2020.
Marcel Levi, Jecko Thachil, Toshiaki Iba, Jerrold H Levy.
Coagulation abnormalities and thrombosis in patients
with COVID-19. The Lancet Hematol May, 2020
Ning Tang, Dengju Li, Xiong Wang Sun and Ziyong
Sun. Abnormal coagulation parameters are associated
with poor prognosis in patients with novel coronavirus
pneumonia. J Thromb Haemost. 2020.
Autor
Dr. Luiz Arthur Calheiros Leite
Biomédico, especialista em Hematologia e Hemoterapia, UNIFESP/EPM. Mestrado em Ciências, Hematologia, UNIFESP/
EPM. Doutorado em Bioquímica e Fisiologia, UFPE. Coordenador da Escola Brasileira de Hematologia, LahematoEAD.
Consultor em Hematologia, Horiba Medical Brasil e Nihon-Kohden Brasil.
0 128
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
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criados para garantir padrões de
qualidade, integridade e segurança dos
produtos nos processos de armazenagem,
transporte e comercialização.
O conceito de boas práticas tem como
pilar o treinamento e capacitação das
equipes, rastreabilidade de produtos e
processos, medição e monitoramento,
além de auditorias e autoinspeções.
É fundamental cumprir as boas
práticas da ANVISA não somente
por estar cumprindo com a legislação
vigente más também para
garantir a qualidade dos produtos
para consumo.
O grande desafio das Boas Práticas é a
manutenção e controle de seus requisitos
devido aos inúmeros processos
envolvidos no armazenamento ou na
distribuição dos produtos, contando
com diversas variáveis envolvidas nos
procedimentos.
Implementar corretamente as Boas
Práticas de Armazenagem e manter o
nível de qualidade dos serviços é um
desafio diário.
Tâmisa Barbosa de Lima
Farmacêutica/Coordenadora de Qualidade
0 130
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
CITOLOGIA
O MICROBIOMA CERVICOVAGINAL
PODE INFLUENCIAR A PROGRESSÃO DA INFECÇÃO PELO HPV
Já está bem documentado na literatura que
a infecção persistente pelo papilomavírus
humano (HPV) oncogênico é necessária,
mas não suficiente para o desenvolvimento
do câncer cervical. Por outro lado, os fatores
que promovem a persistência viral e que
desencadeiam as vias carcinogênicas, não
estão completamente compreendidos até o
momento.
Dados mais recentes mostram que fatores
da mucosa cervicovaginal como integridade
da superfície epitelial, secreções e regulação
imunológica desempenham um papel na
persistência do HPV e na progressão da
infecção viral para o câncer. Neste contexto,
recentemente o microbioma cervicovaginal
surgiu como uma nova variável, e hipotetizase
que ele pode influenciar tanto a história
natural das infecções por HPV quanto seu
impacto clínico.
Estudos tem demonstrado que o
microbioma cervicovaginal interage
com o microambiente local, mantendo a
homeostase do tecido. Entretanto, a sua
composição pode influenciar a resposta
imune local e desempenhar um papel
funcional tanto protetor quanto prejudicial
na infecção e persistência do HPV e no
desenvolvimento subsequente do câncer:
quando esse equilíbrio é rompido, predispõe
a uma condição conhecida como disbiose,
que pode desencadear diversos processos
patológicos, incluindo a quebra da barreira
epitelial, a proliferação celular anormal, a
instabilidade do genoma, angiogênese,
inflamação crônica e desregulação
metabólica. A hipótese de que a inflamação
crônica pode promover a carcinogênese
é sustentada pelos níveis aumentados de
citocinas inflamatórias encontrados em
pacientes com câncer cervicovaginal ou seus
estágios pré-malignos precursores.
As alterações no microbioma vaginal têm
sido detectadas em mulheres infectadas
pelo HPV, em mulheres com lesões
associadas ao HPV e também nas mulheres
com câncer, embora o seu papel específico
no desenvolvimento, progressão, prevenção
e regressão de patologias associadas ao HPV
não esteja ainda bem compreendido.
Dados tem demonstrado que o predomínio
de certas espécies de lactobacilos pode
ter efeito protetor contra infecções
oportunistas e por isso podem representar
um novo alvo terapêutico. A predominância
de L. crispatus, responsável pela produção
de grandes quantidades de ácido lático
e a secreção de proteínas protetoras no
microambiente da mucosa cervicovaginal,
foi associada a um microbioma saudável.
Ainda, há relatos na literatura sobre a
abundância de L. iners estar associada
à eliminação de infecções por HPV de
alto risco. Em contraste, a presença da
bactéria Gardnerella foi relatada como um
biomarcador dominante para a progressão
do HPV de alto risco em alguns trabalhos.
O efeito de Gardnerella parece ser mediado
pelo aumento da diversidade bacteriana
cervicovaginal que precede diretamente
a progressão de uma infecção persistente
para uma lesão pré-maligna. Os resultados
sugerem que o monitoramento da presença
de Gardnerella e a elevação subsequente da
diversidade microbiana podem ser usados
para identificar mulheres com infecção
persistente por HPV oncogênicos em risco
de progressão para estágios pré-malignos.
Outros estudos recentemente associaram
o papel do microbioma com a história
natural de outras infecções virais em uma
variedade de cânceres, incluindo ainda a sua
influência nas respostas aos tratamentos.
Neste contexto, alguns autores tem sugerido
que intervenções que abordam a modulação
do microbioma vaginal, por meio da
administração de probióticos específicos
ou do uso de antimicrobianos direcionados
(antibióticos, bacteriófagos), poderiam ser
consideradas como ferramentas potenciais
para aumentar a taxa de resultados positivos
após o tratamento cirúrgico de lesões préneoplásicas,
abrindo caminho para possíveis
intervenções terapêuticas futuras.
Prof. Dra. Lisiane Cervieri Mezzomo
Farmacêutica Bioquímica, Especialista em Citologia Clínica.
Mestre e Doutora em Patologia.
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Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
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Especificações técnicas:
Tipo de equipamento: acesso randômico totalmente
automatizado com sistema de reagentes aberto e
fechado (opcional). Prioridade para amostras de
emergência. Velocidade de processamento: 200
testes/hora constantes (mono ou bireagente).
Princípio de Medição:
Fotometria e Turbidimetria.
Tipos de método: ponto final, tempo fixo, cinético
mono/bi reagentes, monocromáticos, bi-cromáticos
Tipos de calibração: multiponto linear e não linear.
Programação: Sistema aberto, com perfis e testes
calculados definidos pelo usuário.
Reagentes e Amostras
Bandeja de Amostra: 40 posições de amostra para
tubo primário (12x75mm e 12x100mm e 13x100) e
cubetas e microcubetas de reação.
Frascos de amostra: cubeta de amostra ou tubo primário.
Bandeja de reagente: 80 posições para sistema aberto
ou 40 posições para sistema dedicado/fechado.
O sistema de refrigeração do equipamento mantém
a temperatura próxima de 8oC por 24 horas
enquanto a temperatura da sala for 25oC.
Volume de amostra: 2-30μL ± 0.1μL.
Volume de R1: 20-300 μL ± 1μL
Volume de R2: 10-150 μL ± 1μL
Sistema de pipetagem com seringa de cerâmica de
alta precisão
Sonda de reagente a amostra com detecção de nível
de líquidos, verificação do inventário e proteção
contra colisão.
Lavagem interna e externa da sonda de aspiração.
Arraste (carry-over) < 0,1%
Diluição automática de amostra: Pré diluição e pós
diluição com razão de até 150
Sistema de Reação:
Rotor de Reação: de círculo único, com um total de
44 cubetas de plástico semi permanentes.
Lavagem de cubetas de reação: automática de 12
passos (3*4).
Volume de reação: 150-350μL.
Caminho ótico de 6mm.
Controle de temperatura: tipo peltier (37oC ± 0.1oC).
Sistema de mixer independente.
Tempo de reação: 10 minutos.
Sistema ótico:
Fonte de luz: Lâmpada de halogênio
Fotômetro: ótica reversa com fibra ótica
Filtros: 340, 405, 450, 505, 546, 578, 630, 700
Intervalo de Absorbância: 0.1 a 4.0 Abs.
Resolução: 0.0001 Abs
Controle e Calibração:
Modos de Calibração: Linear um ponto, dois pontos
e multipontos, Log-Logit 4, Log-Logit 5, Spline,
Exponencial, Polinomial e Parábola.
Controle de Qualidade: Levey-Jennings, X-R, Regras
de Westgard
Unidade de Operação:
Sistema Operacional: Windows 10
Interface: LAN e RS-232
Condições de Funcionamento:
Energia necessária:
AC 220V ± 10%, 50-60 Hz ± 3 1000W
Temperatura de operação: 10-30 C
Umidade: 30-80%
Consumo de Água: 4 L/ H de água deionizada
Dimensões: (comprimento*largura*altura):
745mm*540mm*530mm.
Peso: 65Kg
Quer saber mais sobre o equipamento?
Entre em contato com a nossa equipe e tire
todas as suas dúvidas.
Tel.: (31) 3589-5000
E-mail: sac@gtgroup.net.br
0 134
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
COMO OS TESTES GENÉTICOS AJUDAM NA
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DO CORONAVÍRUS
DB Molecular apresenta exame que detecta as variantes de preocupação do SARS-CoV-2
INFORME DE MERCADO
Após ter se alastrado pelo mundo e
causado vítimas por todas as partes, o vírus
SARS-CoV-2 sofreu mutações genéticas.
Assim como qualquer outro vírus, essas
alterações são muito comuns e algumas
delas podem gerar uma nova linhagem
do vírus, que passa a circular com novas
particularidades. É comum, também, que
ocorram processos de microevolução e
pressões seletivas sobre os vírus, havendo
assim, mutações adicionais, das quais
nascem as novas linhagens.
O gerente-geral do laboratório DB
Molecular, Dr. Nelson Gaburo, explica
que é a partir desse momento que o
vírus se caracteriza como uma variante.
“Algumas dessas mutações podem ocasionar
alterações clínicas relevantes, como maior
transmissibilidade ou maior gravidade da
doença”, diz. Nesses casos, a variante é
intitulada VOC (Variant of Concern), ou seja,
as famosas variantes de preocupação.
Devido à capacidade de mutação dos
vírus, aqui no Brasil, desde o ano 2000,
o Ministério da Saúde orienta que seja
feito o sequenciamento genético de parte
das amostras coletadas para os exames
dedicados aos vírus respiratórios. “Essa
parcela de amostras que analisamos por
sequenciamento são as que apresentaram
resultado já positivo por RT-PCR e faz
parte da rotina de vigilância. Dessa forma,
conseguimos quantificar e qualificar a
diversidade genética viral circulante do
Brasil. As mutações genéticas encontradas
no SARS-CoV-2 podem trazer informações
importantes sobre o decorrer da pandemia,
já que pode ser indicativo de maior potencial
de infectividade”, complementa o Dr. Nelson.
Os exames de vigilância não são métodos
que podem ser utilizados para o diagnóstico
confirmatório laboratorial, em casos
suspeitos da infecção. Ou seja, para que o
indivíduo possa saber se está ou não com
Covid-19, a melhor recomendação ainda é o
exame molecular, padrão ouro, RT-PCR.
Mais recentemente, com as informações de
possíveis variantes do SARS-CoV-2, o Ministério
da Saúde recomenda que estados e municípios
ampliem o sequenciamento de rotina. “Aqui no
DB Molecular, temos dois principais exames que
colaboram com esse controle junto ao Ministério
da Saúde. O exame de Sequenciamento Genômico
do Vírus SARS-CoV-2 (SGCOV), que avalia se o
vírus tem mutações em seu material genético
que caracterize uma cepa variante. E o teste
de Identificação das Variantes de Preocupação
e da Variante P2 (IVAR), que identifica as
VOCs. Ambos são realizados em amostras com
resultado de RT-PCR positivo”, explica o gerente.
O Dr. Nelson reforça também que os cuidados
tomados como distanciamento social, uso
de máscara e higienização das mãos, devem
continuar. “É fundamental que todos entendam
que o sequenciamento genético não modifica o
diagnóstico. Isto é, o tratamento ou qualquer
medida adotada diante da Covid-19 deve ser
mantida. O sequenciamento do vírus é uma
estratégia utilizada para monitoramento do
genoma de micro-oganismos circulantes e como
estes interagem com o seu hospedeiro”, finaliza.
O DB Molecular é um laboratório especializado
em exames genéticos e molecular. Desde o início
da pandemia, atende à demanda social com
exames de diagnóstico e vigilância, colaborando
para o enfrentamento da pandemia.
DB Molecular
R. Cardoso de Almeida, 1460
Perdizes - São Paulo/SP
www.dbmolecular.com.br
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
0 135
INFORME DE MERCADO
GREINER BIO-ONE ETRACK: UM APLICATIVO DE
RASTREABILIDADE QUE AGREGA CONFORMIDADE E
CONTROLE AO PRÉ-ANALÍTICO.
GARANTIA DE RASTREABILIDADE PARA ASSEGURAR TOTAL CONTROLE DOS MATERIAIS
Grandes avanços e várias inovações
tecnológicas estão relacionadas com o
nosso dia-a-dia e presentes nas relações
sociais, ambientes de trabalho, lazer e rotina
contemporânea, que na maioria das vezes
nem percebemos. Visando convergir estas
tecnologias para oferecer total assistência à
saúde, a Greiner Bio-One vem desenvolvendo
aplicações e sistemas dedicados a atender
todas as necessidades de nossos parceiros.
A norma ISO 15189, prevê a rastreabilidade
total dos insumos e materiais utilizados nos
processos de exames médicos de pacientes,
estando os procedimentos pré-analíticos de
coleta de amostras biológicas inserido nesta
exigência de rastreabilidade.
Devido à está exigência normativa ao
setor da saúde, foram avaliadas todas as
tecnologias existentes e, como nenhuma
delas apresentava uma solução prática e
eficaz que suprisse tal necessidade dos
nossos parceiros, a Greiner Bio-One, como
parceira e provedora de soluções tecnológicas
integradas, desenvolveu o Greiner Bio-One
eTrack, um aplicativo com conceito simples,
que visa o baixo custo de implementação e
facilidade no uso, em total conformidade e
atendimento a norma.
Disponível para o uso em qualquer dispositivo
móvel, torna sua implementação mais fácil,
uma vez que seu download pode ser efetuado
das lojas virtuais disponíveis nos sistemas
operacionais de qualquer smartphone ou tablet
comercializado no mercado.
Sendo seu desenvolvimento voltado para o
uso na rotina de coleta, o aplicativo Greiner
Bio-One eTrack é autoexplicativo e intuitivo
ao usuário, com uma interface simples
sem gerar grandes impactos na rotina de
coleta, além da redução dos custos por nãoconformidades,
proporcionando total gestão
do processo e uso dos materiais.
Dentre suas funcionalidades estão o
monitoramento do item utilizado, com lote e
validade, não permitindo o uso de materiais
com prazo de validade expirado, pois informa ao
usuário no instante de sua leitura. O aplicativo
também pode gerar automaticamente a
sequência da ordem de coleta, de acordo com
os exames solicitados para o paciente, evitando,
assim, possíveis problemas nos resultados
devido a interferência ou contaminação
cruzada da amostra. O gestor também pode
verificar o quantitativo de materiais utilizados
em cada processo de coleta, controlando assim
sua eficácia.
Com a flexibilidade de várias configurações
de fluxo de trabalho utilizando dispositivos
móveis, o Greiner Bio-One eTrack pode rastrear
até as coletas domiciliares, padronizando todo
o processo, independentemente do local.
O uso do Greiner Bio-One eTrack na
rotina de coleta, resulta na implementação
das melhores práticas e atendimento
normativo, redução significativa dos desvios
de qualidade e possibilidade da gestão
completa de todo o processo.
Leia o QR Code para saber mais sobre o
aplicativo, ou entre em contato pelo e-mail:
info@br.gbo.com
Para mais informações:
Departamento de Marketing
T: +55 19 3468 9600
E-Mail: info@br.gbo.com
0 136
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
INFORME DE MERCADO
PENSABIO E MGI
UMA PARCERIA CRIADA PARA O SUCESSO
A MGI está presente em 50 países e concentra
seus esforços no desenvolvimento de tecnologias
para automação e sequenciamento de DNA e RNA,
atuando em diversas áreas do conhecimento e nos
mais variados mercados, desde pesquisa científica,
agricultura até diagnóstico molecular e medicina
de precisão. Suas plataformas incluem sistemas
robotizados para automação de diversas rotinas de
laboratório, extração e preparo de bibliotecas, além
dos sequenciamento de DNA de nova geração.
A MGI iniciou sua parceria com a Pensabio no
final de 2020 e trouxe para o mercado brasileiro
as novidades tecnológicas da MGI, além de novas
possibilidades de negócios. Desta forma, já contamos
com um significativo parque instalado e 2 equipes de
especialistas e engenheiros no Brasil para atender a
diversificada demanda do mercado brasileiro.
Os sequenciadores G50 e G400 estão rodando
em laboratórios pelo Brasil e têm sido usados como
ferramenta para o diagnóstico e determinação de
novas variantes de SARS-CoV-2. Com soluções
adaptáveis e flexíveis, os equipamentos podem
ser usados para sequenciamento de baixo, médio
e alto volume de amostra, e aplicados para
transcriptoma, exoma, genoma, sequenciamento
de microrganismos, painel germinativo ou somático,
análise de NIPT e de CNV, entre outras.
Entre em contato conosco para conhecer
mais e melhor sobre as soluções da MGI.
Site: www.pensabio.com.br
E-mail: comercial@pensabio.com.br
Telefone: +55 (11) 3868-6500
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A Bunzl Saúde oferece ampla variedade de
produtos para o mercado diagnóstico: Linha
completa para coleta de sangue, coleta e
análise de amostras, curativos e antissepsia,
manipulação de líquidos, descartáveis, testes,
microscopia e equipamentos que atendem a
rigorosos padrões de qualidade.
Com atendimento diferenciado, coloca
à disposição dos clientes uma equipe de
consultores de vendas especializados, que
prezam por um atendimento personalizado
e humano. Além disso, conta com soluções
digitais, permitindo que os compradores
interajam de forma rápida e segura, seja via
WhatsApp ou diretamente pelo Portal de
Compras Bunzl Saúde.
Dispõe de um moderno Centro de Distribuição,
com ampla capacidade operacional e eficiência
nas entregas para todas as regiões do Brasil.
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0 138
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
MOBIUS LANÇA TESTE MOLECULAR PARA SARAMPO
O sarampo é uma doença viral, infecciosa
aguda, transmissível e extremamente
contagiosa. É uma doença grave principalmente
em crianças menores de cinco anos de idade,
pessoas desnutridas e imunodeprimidas.
Desde 2018 o sarampo voltou a ser motivo de
preocupação no Brasil, quando ocorreram dois
surtos nos estados de Roraima e Amazonas. Em
2020, 21 estados brasileiros tiveram casos de
sarampo. Destes, 17 interromperam a cadeia de
transmissão, mas quatro mantém o surto: Pará,
Rio de Janeiro, São Paulo e Amapá.
A baixa cobertura vacinal é apontada como
principal causa para a doença ter retornado
ao país: a meta de vacinação contra o sarampo
é de 95%, mas em 2017 a cobertura foi de
apenas 84,9% na primeira dose e de 71,5% na
segunda, de acordo com o Ministério da Saúde.
Kit Master XGEN Sarampo
Atenta aos últimos surtos apresentados no
país, a Mobius Life Science está lançando o kit
XGEN Master Sarampo (Anvisa: 82020460001),
teste molecular que realiza a identificação
quantitativa do vírus do sarampo.
Por meio de amostras de soro e urina, é
realizada a detecção do material genético do
vírus do sarampo pela metodologia de PCR em
tempo real. O kit é compatível com automações,
consulte a equipe comercial da Mobius para
mais detalhes.
Contato:
comercial@mobiuslife.com.br
0800 710 1850
mobiuslife.com.br/kit-master-sarampo/
INFORME DE MERCADO
LOGCARE COM MAIS DE 20 ANOS NO MERCADO DE
SISTEMAS DE RASTREIO, ATUA COM EXCELÊNCIA NO
AUXÍLIO DO TRANSPORTE DE MATERIAIS BIOLÓGICOS
Os percursos realizados pelo material biológico
retirado de clínicas e laboratórios são requeridos de
avaliações extremamente restritas, é neste momento
em que as coletas se tornam mais sensíveis pelo
tempo da viagem e até mesmo por meio das
oscilações de temperaturas nos compartimentos
durante todo o transporte entre o ponto de coleta
inicial até o ponto final de análise. O processo de
transporte do material biológico sem a devida
responsabilidade pode gerar diversos erros, entre
eles a falha da análise, interferindo no resultado
apresentado futuramente ao paciente.
Os transportes de amostras de materiais
biológicos fazem parte da fase pré-analítica,
é neste momento em que se inicia a análise
das amostras. O cuidado com a escolha da
embalagem, acondicionamento do material e
cumprimento das cautelas necessárias para o
deslocamento são imprescindíveis para que o
transporte seja concluído com excelência.
É de responsabilidade dos laboratórios garantir
qualidade e segurança nestes processos, para
isso podem contar com a ajuda com serviços
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
auxiliares como o LogCare, disponibilizado
pela MPSystems do Brasil, que oferece uma
plataforma extremamente qualificada, através
desta excelência operacional, é possível realizar
acompanhamento em tempo real de solicitações
de coleta de material biológico, rastreamento do
percurso do consultório ao centro de análises,
obter informações sobre o transporte, além da
redução de custos operacionais.
Estamos disponíveis em nosso site:
www.mpsystems.com.br,
tels.: (11) 2985-7041, (11) 2979-6654, (11) 2973-1970 e
e-mail: suporte@mpsystems.com.br
Não deixe de nos contatar.
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INFORME DE MERCADO
A EFICÁCIA DO ELISPOT NO DIAGNÓSTICO DA
TUBERCULOSE LATENTE
Somente em 2018, 10 milhões de pessoas
desenvolveram a tuberculose (TB) mundialmente,
sendo que aprox. 1,3 milhão de pessoas morrem
anualmente devido a doença. Estima-se que em torno
de um quarto da população mundial está infectada
por Mycobacterium tuberculosis (MTB) – tornando-o
o agente infeccioso número 1 do mundo.
Apesar da dificuldade na detecção, para combater
a TB com eficiência, não é suficiente tratar apenas os
pacientes com a doença ativa, mas é fundamental,
detectar e tratar a TB invisível, a infecção latente por
tuberculose (ILTB).
O sistema imunológico retém o MTB após
a infecção dentro de um granuloma – sendo
praticamente impossível detectá-lo sem o teste
correto. No entanto, é possível produzir uma
resposta imune contra o MTB e assim detectar
quem tem a doença.
Atualmente, há dois tipos de testes de
ILTB que se baseiam na resposta imune para
detectar a presença de MTB: a Prova Cutânea da
Tuberculina (TST; também conhecida por Prova
de Mantoux ou Derivado Proteíco Purificado =
PPD) e o Ensaio de Liberação de Interferongama
(IGRA).
No método de IGRA, o diagnóstico da ILTB é feito
por meio da identificação das células T efetoras
especificas do MTB a partir da amostra de sangue
in vitro. Os testes são feitos no laboratório, o paciente
necessita comparecer apenas uma vez e o resultado
não é afetado pela vacinação BCG.
Para garantir a eficiência na detecção de ILTB,
a EUROIMMUN disponibiliza o novo kit T-SPOT.
TB. É o único IGRA que utiliza um método
simplificado ELISPOT (Ensaio de Imunoadsorção
Ligado a Enzima em Pontos).
Ao contrário dos ELISAs, os resultados do teste de
T-SPOT.TB podem ser visualizados diretamente, sem
ter que recorrer a interpretação de curvas padrão,
garantindo a máxima segurança dos resultados. Um
número pequeno de células, que libera uma grande
quantidade de IFN-gama, não produz um resultado
falso positivo, e mesmo pontos (spots) fracos (p.ex.
em caso de diminuição da função da célula) podem
ser contados. Além disso, o teste apresenta menor
variabilidade, pois a amostra é coletada em um
único tubo padrão.
O teste T-SPOT.T padroniza o número de células
e elimina fatores séricos que podem afetar
negativamente o resultado dos testes, tornando-o,
assim, o mais sensível e o mais específico teste
para detecção da TB.
O teste possibilita um diagnóstico rápido e
confiável e um tratamento precoce da infeção em
qualquer grupo de pacientes, inclusive pacientes
imunossuprimidos.
Por equipe EUROhub,
Hub de geração e disseminação do saber
científico da EUROIMMUN Brasil
0 140
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
INFORME DE MERCADO
DIGITALIZAÇÃO E REVISÃO REMOTA DE ASPIRADOS DE
MEDULA ÓSSEA: CELLAVISION DC-1
O novo analisador da CellaVision DC-1 conta
com todos os recursos dos já consagrados
analisadores digitais CellaVision DM9600 e
DM1200: pré-classificação da série branca e
pré-caracterização dos eritrócitos utilizando
a inteligência artificial no reconhecimento
morfológico destas células.
Uma função ainda pouco explorada destes
analisadores é a função scan, capaz de digitalizar
campos selecionados de uma lâmina para
sua posterior análise. Sua utilidade merece
destaque, sobretudo quando a utilizamos para
a análise remota de preparados de aspirados de
medula óssea, onde uma lâmina é escaneada
em um laboratório, mas sua análise é realizada
remotamente, permitindo a revisão e a colaboração
entre colegas em laboratórios afiliados.
Embora a função scan ainda não realize
a pré-classificação dos tipos celulares
da medula óssea, ela digitaliza os campos de
interesse em altíssima resolução, permitindo
sua análise remota com detalhes incríveis de
morfologia, tais como detalhes de cromatina,
contorno nuclear e de cromasia. Esta função é
particularmente interessante para laboratórios
que possuem diferentes filiais espalhadas pelo
país ou até mesmo aqueles que terceirizam o
serviço para laboratórios parceiros.
Todos os analisadores CellaVision já
possuem a função scan instalada como
padrão, incluída no software de fábrica e é
capaz de digitalizar qualquer tipo de lâmina,
seja ela de sangue periférico, aspirado de
medula, Gram, biópsias ou citologia oncótica
de raspados ou líquidos biológicos.
Para maiores informações acesse:
www.cellavision.com
Contato:wagner.miyaura@cellavision.com
0 142
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
SMART COLORAC MATCH: OTIMIZANDO A
PRODUTIVIDADE DO SEU LABORATÓRIO
INFORME DE MERCADO
O equipamento Celltac G (MEK-9100) da Nihon Kohden conta com o Sistema “Smart ColoRac
Match”, que auxilia na rápida localização de amostras clinicamente alteradas e tubos cujo código de
barras não pôde ser lido, usando a exclusiva codificação através de racks coloridas que são associadas ao
programa gerenciador de dados do Celltac G.
Após finalizar a análise e eliminar a rack através da bandeja de saída, estas são espelhadas no sistema
do equipamento, favorecendo a rápida identificação e localização do tubo, para posterior ação por parte
do usuário (Figura 1):
Este sistema exclusivo “Smart ColoRac Match” orienta o usuário, aumentando a eficiência do
laboratório sem investimento extra, sem aumento de espaço e sem necessidade de treinamento especial
para o operador. O Smart ColoRac Match definitivamente maximiza a produtividade do seu laboratório,
proporcionando resultados mais rápidos e precisos.
Opte pela melhor tecnologia
para o seu laboratório!
Opte por Equipamentos
Hematológicos Celltac
da Nihon Kohden!
NIHON KOHDEN DO BRASIL LTDA
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São Caetano do Sul - SP - CEP 09580-670, Brasil
Contato: +55 11 3044-1700 - FAX: + 55 11 3044-0463
E-mail: fabio.jesus@nkbr.com.br
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
0 143
INFORME DE MERCADO
GASOMETRIA SARSTEDT: CONFIABILIDADE NO APOIO
DO TRATAMENTO CLÍNICO DE COVID-19
Durante a pandemia da COVID-19, o time da
SARSTEDT se viu diante do desafio de intensificar
ainda mais a qualidade de suas logísticas de
produção e venda, no intuito de aproveitar as
O produto Gasometria ganhou força, e ainda
mais espaço, uma vez que é utilizado como apoio
diagnóstico do paciente com COVID-19.
O treinamento de distribuidores e clientes, a
persistência e agilidade no atendimento, assim
como o comprometimento da produção na matriz
alemã, foram alguns dos pontos essenciais para o
oportunidades surgidas diante este momento
desafiador para todo o mundo.
De uma perspectiva positiva, o desenvolvimento
de novos negócios se mostrou frutífero, e um grande
trabalho dedicado, junto aos hospitais e laboratórios
brasileiros, especialmente os que ainda não eram
clientes da empresa no Brasil, foi realizado.
“Desenvolvemos um grande trabalho,
especialmente nas empresas e institutos onde
não tínhamos tanta penetração, e o resultado foi
um sucesso, uma vez que conseguimos suprir as
necessidades emergenciais dos clientes”, conta
a executiva de vendas da SARSTEDT Brasil,
Michele Fachini.
êxito desta missão.
Converse com a gente:
Assessoria Científica
Email: suporte.br@sarstedt.com
Assessoria Comercial
Email: vendas.br@sarstedt.com
Tel: (11) 4152-2233
VIDA BIOTECNOLOGIA, SOLUÇÃO EM POINT OF CARE
A qualidade e pioneirismo da Vida Biotecnologia
é constantemente ressaltada pelas
ações que demonstram sua força e seu posicionamento
no mercado.
E mais uma vez a empresa que atua no seguimento
de diagnóstico sai na frente, ampliando
seu portfólio e levando para o mercado
soluções em testes rápidos para auxiliar
o diagnóstico médico.
Esse lançamento se baseia nos produtos conhecidos
como Point Of Care, testes no ponto
de atendimento em um português claro.
A Vida Biotecnologia conta hoje com 16
parâmetros já autorizados pela Anvisa, que
inclui: PCR, Procalcitonina, PSA, Troponina
I, NTproBNP, CKMB, Mioglobina, D-Dímero,
TSH, T4, BHCG, Covid IgG / IgM, Covid Antígeno,
Influenza AB, RSV, HbA1C.
Mas diante do seu compromisso, a empresa tem
a perspectiva de registrar mais 37 parâmetros para
ainda este ano, dentre eles: FOB , Dengue IgG, Dengue
Ns1, Strep, Vitamina D, HIV entre outros.
A empresa reforça a relação com seus clientes e
parceiros pensando sempre a frente, levando soluções
que auxiliam e contribuem para a saúde de todos.
Para mais informações sobre a linha Point of care,
procure os distribuidores autorizados em sua região
ou entre em contato diretamente com a Vida Biotecnologia
pelo número (31) 3466-3351.
0 144
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
Eficácia e praticidade,
da coleta ao resultado
NOVO
Apoio no Diagnóstico COVID19
Desde a coleta até o transporte seguro das amostras,
temos tubos estéreis com solução salina em diferentes volumes.
Durante a fase analítica
Pipetas, ponteiras de baixa retenção, adesivos e placas PCR.
Nas fases sensíveis e críticas
Além das seringas de gasometria, oferecemos
possibilidades de coleta capilar e POCT.
Acesse aqui para cotações
INFORME DE MERCADO
A HORIBA MEDICAL APRESENTA O YUMIZEN G1500 / G1550,
MAIS UM MEMBRO DA FAMÍLIA YUMIZEN G.
Expandindo seu campo de especialização
em doenças do sangue, diretamente
ligada à hematologia, a HORIBA Medical
oferece agora aos seus clientes soluções
específicas e dedicadas para investigação
de hemostasia.
Yumizen G1500 / G1550
Atendem essas expectativas diárias devido aos seus recursos exclusivos:
• Versão de tubo fechado opcional e identificação positiva do tubo durante a
amostragem para um gerenciamento mais seguro do tubo.
• Controle de volume contínuo para gerenciamento de reagente ideal
• Controle dinâmico da curva de medição e alarmes analíticos para resultados
verificados, proporcionando facilidade de operação e atendendo às demandas de
saúde e segurança
Possuem ainda:
• Software em português
• Interface amigável
• Status de exibição em tempo real
• Reagentes pré-calibrados e prontos para uso.
• Oito canais de medição
• Três metodologias de análise iguais aos equipamentos semiautomatizados
• Capacidade de carregamento de 158 amostras
• Velocidade de até 170 TP/hr.
• Manutenção mínima
• Rastreabilidade total de amostras e reagentes
• Cubetas descartáveis de reação única (compatível com toda linha)
• Contempla todo perfil de testes de hemostasia.
• Mesmo reagentes e consumíveis que os equipamentos semi-automatizados.
• Compatível com QCP Horiba. Controle de qualidade Horiba dando
maior confiabilidade ao teste.
HORIBA Medical Brasil
Tel.: (11) 2923-5400 - E-mail: marketing.br@horiba.com
0 146
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
INFORME DE MERCADO
CONHEÇA O EC 90 - A PRÓXIMA GERAÇÃO DE
ANALISADORES ELETROLÍTICOS
O EC 90 é um analisador de eletrólitos
de última geração que combina uma
nova tecnologia de biossensor livre de
manutenções com uma interface amigável,
gerenciamento de dados avançado e
excelente precisão.
O cartucho do biossensor de polímero
substituível do analisador EC 90 possui uma
longa durabilidade que torna este instrumento
o sonho de todos os laboratórios clínicos.
O analisador é de fácil utilização e seu
software integrado ajuda a eliminar qualquer
um dos erros cometidos por analisadores de
eletrólitos tradicionais.
O EC 90 é um analisador compacto que
se adapta a qualquer laboratório clínico e é
capaz de medir íons de sódio (Na +), potássio
(K +), cloreto (Cl-) e cálcio ionizado (iCa2+)
Os cartuchos “all-in-one” atendem a
qualquer tamanho de laboratório, uma vez
que eles incluem os reagentes e o biossensor
e estão disponíveis em três tamanhos de kit
diferentes: pequeno, médio e grande, capazes
de realizar 500, 1.000 e 3.000 medições de
amostra, respectivamente, com uma vida útil
após a sua abertura de três meses.
POR QUE ESCOLHER ERBA MANNHEIM
A linha de Eletrólitos foi projetada para
ser fácil de utilizar, eficiente na operação e
extremamente confiáveis.
Todas estas características se unem para
oferecer a você a melhor experiência em
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melhor da tecnologia ao seu laboratório!
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(31) 99837-8405
www.erbabrasil.com.br
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Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
BC-20 – EQUIPAMENTO HEMATOLÓGICO MINDRAY
É possível trabalhar com hematologia de 3 partes
com qualidade e segurança.
INFORME DE MERCADO
O BC-20 da Mindray é compacto, eficiente e com
um sistema de rastreabilidade preciso que garante a
alta confiabilidade dos resultados.
Software inteligente e intuitivo que detecta e
remove erros operacionais automaticamente e
executa manutenções com apenas um clique,
trazendo sua produtividade para um novo nível.
Incrível capacidade de armazenamento de 100.000
dados oferece uma solução sem preocupações para
o gerenciamento de dados dos pacientes.
Especificações técnicas:
• 20 parâmetros + 3 histogramas (WBC, RBC e PLT);
• Volume de amostra: 9µL (sangue total) e 20µL
(pré-diluição) - Ideal para pediatria;
• Apenas 2 reagentes de uso e 1 reagente de manutenção;
• 40 amostras/hora;
• Impressora térmica com diversos formatos de impressão;
• Dimensões: 410 x 300 x 400 (mm);
• Peso: ≤20kg;
• Tela colorida sensível ao toque de 10,4 polegadas;
• 4 portas USB - para impressora externa, atualização de
software, upload de informações de CQ e calibradores,
leitor de código de barras, teclado e mouse;
• Porta LAN suporta protocolo HL7;
• LIS Bi-direcional
Desempenho:
Parâmetro Faixa Linearidade Precisão (CV%) Arraste
WBC (10/L) 0-100 ≤3.5% (4.0-6.9) ≤0.5%
≤2.0% (7.0-15.0)
RBC (10/L) 0-8.00 ≤2.0% (3.5-6.5) ≤0.5%
HGB (g/L) 0-280 ≤1.5% (100-180) ≤0.5%
VCM (fL) ≤1.0% (70.0-110.0) ≤0.5%
PLT (10/L) 0-1000 ≤5.0% (100-500) ≤1.0%
Contato: Roney Caetano
Gerente de Vendas - IVD
E-mail: r.caetano@mindray.com
Mobile/WhatsApp: +55 11 96403 2821
Revista NewsLab Edição 166 | Julho 2021
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INFORME DE MERCADO
ESCOLHA A CÂMARA IDEAL PARA O SEU LABORATÓRIO
A escolha da câmara de armazenamento ou
transporte para o seu laboratório é essencial, e o
equipamento correto pode tornar tudo mais fácil, e
até mesmo automatizado.
Além de variações na temperatura, oscilações de
energia, o laboratório também pode sofrer outros Meio Rugai Modificado
contratempos. Por O isso, meio opcionais de identificação específicos com presuntiva de bacilos intestinais gram negativos, atualmente
tecnologia da Elber conhecido Medical foram como criados Rugai, para foi inicialmente proposto por Rugai e Araújo em 1968 com a intenção
atender suas necessidades de eliminar e manter falhas a câmara existentes com nos meios similares até então utilizados. O meio baseava-se nas
temperatura homogênea. reações de produção de Indol, L-triptofano desaminase (LTD), ácido ou ácido e gás de glicose e
sacarose, uréase, produção de H2S e aspecto bacteriano.
- Elber SIS: com Em este 1972, sistema Pessoa você pode e Silva acessar desenvolveram
- Sistema de
um
emergência:
meio que
Bateria
possibilitou