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Autores: Eduardo Langorte Toledo1, Silvia Bock de Matos3,<br />
Carolina Mallmann Wallauer de Mattos2.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
A infecção neonatal tardia<br />
desenvolve-se entre o sétimo dia de<br />
nascimento até o terceiro mês, onde<br />
o processo infeccioso pode ocorrer<br />
pela transmissão do microrganismo<br />
no momento do parto, pela aquisição<br />
pós-natal a partir da mãe colonizada<br />
ou através do ambiente hospitalar e<br />
domiciliar. (Função & Narchi, 2013;<br />
Senger et al., 2016; Battistin et al.,<br />
2018). O quadro clínico predominante é<br />
a meningite, que apesar de apresentar<br />
uma menor taxa de mortalidade, mais<br />
de 20% dos sobreviventes de meningite<br />
provocada por Streptococcus agalactiae<br />
têm sequelas neurológicas graves,<br />
incluindo retardo mental e hidrocefalia,<br />
além de infecções cutâneas,<br />
osteoarticulares, surdez, cegueira<br />
e deficiências no desenvolvimento<br />
(Senger et al., 2016).<br />
O método laboratorial para a<br />
identificação do estreptococo do grupo<br />
B na região retovaginal é fundamental<br />
para detectar o maior número possível<br />
de gestantes colonizadas no período<br />
pré-natal. (Siqueira, 2017; Nomura<br />
et al., 2009). Dessa forma, a pesquisa<br />
de colonização por Streptococcus<br />
agalactiae em gestantes possibilita a<br />
realização de medidas preventivas que<br />
minimizam desfechos desfavoráveis,<br />
onde o Centers for Diseases Control<br />
and Prevention (CDC) recomenda<br />
a triagem pré-natal baseada em<br />
cultura e uso de profilaxia antibiótica<br />
intraparto, que resultou em reduções<br />
na doença estreptocócica de início<br />
precoce entre os recém-nascidos.<br />
(Verani et al., 2010).<br />
No Brasil, o rastreamento da<br />
colonização pelo estreptococo do<br />
grupo B não faz parte do protocolo<br />
de assistência pré-natal proposto<br />
pelo Ministério da Saúde e os dados<br />
epidemiológicos no país não são bem<br />
conhecidos (Battistin et al., 2018).<br />
Devido à ausência de um programa de<br />
vigilância e a falta de pesquisa sobre<br />
a colonização materna no período<br />
pré-natal, sua investigação torna-se<br />
um componente importante para<br />
minimizar as infecções causadas pelo<br />
microrganismo (Barbosa et al., 2016;<br />
Battistin et al., 2018). O objetivo deste<br />
trabalho foi determinar a prevalência<br />
de colonização retovaginal por<br />
Streptococcus agalactiae em gestantes<br />
atendidas em um hospital de referência<br />
obstétrica no Rio Grande do Sul.<br />
Métodos<br />
Trata-se de um estudo transversal, de<br />
caráter retrospectivo com abordagem<br />
qualitativa. Foram incluídas no estudo<br />
todas as gestantes submetidas à<br />
pesquisa de estreptococo do grupo<br />
B durante o período proposto. Como<br />
critério de exclusão, não foram<br />
utilizados os prontuários de gestantes<br />
com dados incompletos.<br />
Os dados foram coletados através dos<br />
prontuários de gestantes submetidas<br />
à pesquisa de estreptococo do grupo<br />
B pela Unidade de Ginecologia e<br />
Obstetrícia de um hospital de referência<br />
obstétrica no Rio Grande do Sul, entre<br />
julho de 2017 a dezembro de 2018.<br />
Neste período, o laboratório analisou<br />
717 amostras de 695 gestantes<br />
atendidas pelo Sistema Único de<br />
Saúde, com origem no ambulatório de<br />
gestação de alto risco e internação.<br />
A coleta de dados foi realizada entre<br />
os meses de junho e setembro de 2019<br />
a partir dos registros do Laboratório de<br />
Microbiologia, que permitiu a seleção<br />
das gestantes no período proposto<br />
para a pesquisa. O software de<br />
gerenciamento laboratorial deu acesso<br />
a origem, Código Internacional de<br />
Doenças (CID), idade e resultado para<br />
a pesquisa de estreptococo do grupo B<br />
das gestantes. Os dados coletados foram<br />
arquivados em planilha eletrônica no<br />
software Microsoft Excel®, versão 2016<br />
e posteriormente realizada a análise<br />
estatística dos resultados obtidos.<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021