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Revista Newslab Edição 166

Revista Newslab Edição 166 - Julho 2021

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Autores: Eduardo Langorte Toledo1, Silvia Bock de Matos3,<br />

Carolina Mallmann Wallauer de Mattos2.<br />

ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

A infecção neonatal tardia<br />

desenvolve-se entre o sétimo dia de<br />

nascimento até o terceiro mês, onde<br />

o processo infeccioso pode ocorrer<br />

pela transmissão do microrganismo<br />

no momento do parto, pela aquisição<br />

pós-natal a partir da mãe colonizada<br />

ou através do ambiente hospitalar e<br />

domiciliar. (Função & Narchi, 2013;<br />

Senger et al., 2016; Battistin et al.,<br />

2018). O quadro clínico predominante é<br />

a meningite, que apesar de apresentar<br />

uma menor taxa de mortalidade, mais<br />

de 20% dos sobreviventes de meningite<br />

provocada por Streptococcus agalactiae<br />

têm sequelas neurológicas graves,<br />

incluindo retardo mental e hidrocefalia,<br />

além de infecções cutâneas,<br />

osteoarticulares, surdez, cegueira<br />

e deficiências no desenvolvimento<br />

(Senger et al., 2016).<br />

O método laboratorial para a<br />

identificação do estreptococo do grupo<br />

B na região retovaginal é fundamental<br />

para detectar o maior número possível<br />

de gestantes colonizadas no período<br />

pré-natal. (Siqueira, 2017; Nomura<br />

et al., 2009). Dessa forma, a pesquisa<br />

de colonização por Streptococcus<br />

agalactiae em gestantes possibilita a<br />

realização de medidas preventivas que<br />

minimizam desfechos desfavoráveis,<br />

onde o Centers for Diseases Control<br />

and Prevention (CDC) recomenda<br />

a triagem pré-natal baseada em<br />

cultura e uso de profilaxia antibiótica<br />

intraparto, que resultou em reduções<br />

na doença estreptocócica de início<br />

precoce entre os recém-nascidos.<br />

(Verani et al., 2010).<br />

No Brasil, o rastreamento da<br />

colonização pelo estreptococo do<br />

grupo B não faz parte do protocolo<br />

de assistência pré-natal proposto<br />

pelo Ministério da Saúde e os dados<br />

epidemiológicos no país não são bem<br />

conhecidos (Battistin et al., 2018).<br />

Devido à ausência de um programa de<br />

vigilância e a falta de pesquisa sobre<br />

a colonização materna no período<br />

pré-natal, sua investigação torna-se<br />

um componente importante para<br />

minimizar as infecções causadas pelo<br />

microrganismo (Barbosa et al., 2016;<br />

Battistin et al., 2018). O objetivo deste<br />

trabalho foi determinar a prevalência<br />

de colonização retovaginal por<br />

Streptococcus agalactiae em gestantes<br />

atendidas em um hospital de referência<br />

obstétrica no Rio Grande do Sul.<br />

Métodos<br />

Trata-se de um estudo transversal, de<br />

caráter retrospectivo com abordagem<br />

qualitativa. Foram incluídas no estudo<br />

todas as gestantes submetidas à<br />

pesquisa de estreptococo do grupo<br />

B durante o período proposto. Como<br />

critério de exclusão, não foram<br />

utilizados os prontuários de gestantes<br />

com dados incompletos.<br />

Os dados foram coletados através dos<br />

prontuários de gestantes submetidas<br />

à pesquisa de estreptococo do grupo<br />

B pela Unidade de Ginecologia e<br />

Obstetrícia de um hospital de referência<br />

obstétrica no Rio Grande do Sul, entre<br />

julho de 2017 a dezembro de 2018.<br />

Neste período, o laboratório analisou<br />

717 amostras de 695 gestantes<br />

atendidas pelo Sistema Único de<br />

Saúde, com origem no ambulatório de<br />

gestação de alto risco e internação.<br />

A coleta de dados foi realizada entre<br />

os meses de junho e setembro de 2019<br />

a partir dos registros do Laboratório de<br />

Microbiologia, que permitiu a seleção<br />

das gestantes no período proposto<br />

para a pesquisa. O software de<br />

gerenciamento laboratorial deu acesso<br />

a origem, Código Internacional de<br />

Doenças (CID), idade e resultado para<br />

a pesquisa de estreptococo do grupo B<br />

das gestantes. Os dados coletados foram<br />

arquivados em planilha eletrônica no<br />

software Microsoft Excel®, versão 2016<br />

e posteriormente realizada a análise<br />

estatística dos resultados obtidos.<br />

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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021

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