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Revista Newslab Edição 166

Revista Newslab Edição 166 - Julho 2021

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BIOSSEGURANÇA<br />

MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA<br />

NA PREVENÇÃO DA MUCORMICOSE<br />

Por: Gleiciere Maia Silva e Jorge Luiz Silva Araújo-Filho.<br />

Mucormicose trata-se de uma infecção<br />

fúngica invasiva causada por fungos<br />

hialinos de várias espécies da ordem<br />

Mucorales que podem levar o indivíduo<br />

a óbito. A maioria dos casos ocorre por<br />

fungos do gênero Rhizopus spp, Mucor<br />

spp, Lichtheimia spp, Cunninghamella,<br />

dentre outros. Não é uma doença recente,<br />

entretanto ela vem ganhado destaque<br />

mundialmente pelo número de casos em<br />

pacientes que tiveram COVID-19.<br />

Os gêneros dos fungos causadores<br />

da mucormicose são onipresentes,<br />

ou seja, são amplamente distribuídos<br />

na natureza como alimentos em<br />

decomposição (Figura 1), solo, água,<br />

plantas e ambientes.<br />

Os fatores para o desenvolvimento<br />

nessa micose em humanos está mais<br />

relacionada a fatores do hospedeiro<br />

do que do agente fúngico. Os esporos<br />

podem ser adquiridos por via inalatória<br />

e eventualmente colonizar as vias<br />

aéreas. Entretanto, nota-se a predileção<br />

desses fungos pelo sistema vascular,<br />

que podem causar um processo<br />

inflamatório extenso, ocasionado<br />

trombose e necrose tecidual. Por essa<br />

razão ele é erroneamente conhecido<br />

por “fungo negro” em virtude do<br />

aspecto das lesões enegrecidas<br />

decorrente da necrose (Figura 2), no<br />

entanto os fungos desses gêneros são<br />

hialinos.<br />

As manifestações clínicas podem<br />

ser pulmonares, gastrointestinais,<br />

cutâneas ou disseminadas. A forma<br />

mais comum é a forma rinocerebral<br />

que acomete os seios da face e cérebro.<br />

O fungo em geral inicia sua invasão<br />

pela mucosa nasal, com acometimento<br />

dos seios da face, seguido de erosão do<br />

palato duro, órbita e cérebro Trata-se<br />

de uma doença rara, mas que a taxa<br />

de mortalidade geral pode ultrapassar<br />

50% dos pacientes.<br />

Os pacientes mais predispostos a<br />

desenvolver mucormicose são pacientes<br />

com diabetes descompensada que<br />

entram em estado de cetoacidose<br />

ou pessoas em condições de<br />

imunossupressão, principalmente os<br />

neutropenicos seja por uma doença<br />

de base (neoplasias e transplantes) ou<br />

por medicações que reconhecidamente<br />

diminuem a resposta imune, tais como<br />

quimioterapia ou uso prolongado com<br />

doses elevadas de corticosteroides.<br />

Acredita-se que a terapia a base de altas<br />

doses de corticosteroides em pacientes<br />

com COVID-19 para reduzir a inflamação<br />

nos pulmões, associado a diabetes<br />

descompensada desses pacientes<br />

tenham ajudado na disseminação<br />

fúngica causando a doença.<br />

Figura 1 - Imagem macroscópica do Mucor sp, um dos principais<br />

agentes da mucormicose, crescendo em pão envelhecido<br />

Fonte: Pulmonary Mucormicose: risk factord, radiology findings and<br />

patology correlation: Rishi Agrawal , Anjana Yeldandi, Hatice Savas,<br />

Nishant D. Parekh, Pamela J. Lombardi, Eric M. Hart.<br />

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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021

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