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Autoras: Stéfani Werlang Sacon, Allyne Cristina Grando<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
caso a gestante tenha sorologia<br />
negativa para IgM e IgG no primeiro<br />
exame deverá ser realizado um<br />
acompanhamento sorológico a cada<br />
dois ou três meses 15 . Estudos que<br />
apontam que a gestação é uma forma<br />
de imunossupressão não descartam<br />
a reativação de infecção latente<br />
também em gestantes 8 , e ainda<br />
mostram a necessidade da utilização<br />
de outras técnicas no diagnóstico,<br />
pois a detecção de anticorpos tanto<br />
na mãe quanto no feto atingem<br />
um percentual de detecção de<br />
apenas 89,9% devido às mudanças<br />
hormonais na mãe e à imaturidade<br />
do sistema imunológico do recémnascido<br />
16 , nota-se também que a<br />
sensibilidade e especificidade da IgM<br />
não é de 100% como costuma-se<br />
pensar, ela varia de 77,5% a 99,1%<br />
e 93,3% a 100%, respectivamente8.<br />
Outros estudos também mostram que<br />
existem falhas na produção de IgM e<br />
IgG nas primeiras semanas da infecção,<br />
tornando difícil a correta detecção da<br />
parasitemia tanto no feto quanto na<br />
mãe 17 . Além disso, a detecção de IgM<br />
também só se mostra eficaz em 75%<br />
das crianças testadas 18 . A incerteza<br />
no diagnóstico pode condenar o feto<br />
a sequelas gravíssimas, que além de<br />
afetar a família afetariam a sociedade<br />
como um todo, pois os gastos gerados<br />
ao sistema público de saúde são<br />
indiscutivelmente elevados 8 .<br />
Em Bernardino do Campo, no<br />
estado de São Paulo, em um estudo<br />
realizado com amostras de soro<br />
de 308 gestantes, a prevalência de<br />
anticorpos IgM foi de 5,84% e a de<br />
IgG foi de 65,59%, sendo que 28,57%<br />
das gestantes ainda corriam risco<br />
de desenvolver a doença durante<br />
a gestação e prejudicar o feto 19 . No<br />
Paraná a prevalência de IgG positiva<br />
foi de 51,7%. A positividade de IgM<br />
foi detectada em 29 mulheres (1,3%)<br />
sendo que 28 delas possuíam IgG de<br />
alta avidez, indicativo de infecção<br />
anterior à gestação, não oferecendo<br />
riscos ao feto. Uma das gestantes<br />
que possuía IgG de alta avidez teve<br />
os anticorpos detectados apenas<br />
após a 16ª semana de gestação, o<br />
que não exclui a possibilidade de<br />
que ela tenha se contaminado com<br />
o parasita logo no início da gravidez<br />
e que o feto possa vir a desenvolver<br />
problemas 20 . No Noroeste do Rio<br />
Grande do Sul, foram analisadas<br />
amostras de 2.126 gestantes, sendo<br />
que 74,5% apresentaram anticorpos<br />
específicos anti-T. gondii, e 3,6%<br />
foram IgM reagentes. Em 25,1% das<br />
gestantes não foram identificados<br />
anticorpos, o que as torna suscetíveis<br />
à infecção durante a atual gestação<br />
ou em gestações futuras 5 . Estudos<br />
realizados na cidade de Santo Antônio<br />
da Patrulha, também no Rio Grande<br />
do Sul, apontam uma prevalência<br />
de toxoplasmose em gestantes de<br />
53,3% sendo que 46,7% estavam<br />
suscetíveis à infecção, neste estudo<br />
não foram detectados anticorpos<br />
IgM 21 . Em Hong Kong, na Argélia<br />
e na França foram encontradas<br />
prevalências de toxoplasmose em<br />
gestantes de 9,8%, 49% e 83%,<br />
respectivamente 5 .<br />
Transplantados e HIV Positivos<br />
A infecção por T. gondii e suas<br />
complicações em pacientes com<br />
Síndrome da Imunodeficiência<br />
Adquirida (AIDS) é considerada uma<br />
das maiores causas de mortalidade e<br />
complicações sistêmicas 17 . Embora<br />
seja rara em pacientes que recebem<br />
transplantes de órgãos sólidos,<br />
quando se manifesta a toxoplasmose<br />
disseminada é conhecidamente<br />
mortal, quando se manifesta traz<br />
complicações severas que em sua<br />
maioria levam a óbito, principalmente<br />
quando a terapia com cotrimazol é<br />
iniciada mais tarde do que deveria 22 .<br />
Nestes pacientes imunossupressos<br />
a toxoplasmose pode causar graves<br />
problemas, que serão fatais se não<br />
forem reconhecidos e tratados<br />
da forma correta e rapidamente.<br />
Normalmente nestes pacientes a<br />
infecção ocorreu antes de eles se<br />
tornarem imunossupressos, ficando<br />
em estado de latência e se reativando<br />
com o comprometimento do sistema<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021