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Revista Newslab Edição 166

Revista Newslab Edição 166 - Julho 2021

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imunológico, uma vez que são<br />

as imunidades celular e humoral<br />

que irão diminuir a velocidade de<br />

multiplicação do parasita (que<br />

assume forma cística de resistência)<br />

bem como sua ação patogênica nos<br />

tecidos 9 . Com a baixa capacidade<br />

de geração de anticorpos várias<br />

complicações podem surgir 17 , e sem<br />

o combate ao parasita cada vez mais<br />

danos poderão ser causados pela<br />

infecção 16 .<br />

Um relato de caso feito por<br />

Patrat-Delon et al. (2010) mostra<br />

que um paciente que recebeu um<br />

transplante de coração possuía<br />

sorologias indicativas de infecção<br />

passada, bem como o doador do<br />

órgão, ambos possuíam IgG positiva<br />

de alta avidez e IgM negativas. Ao<br />

realizar o transplante foi feita uma<br />

profilaxia padrão, que normalmente<br />

é utilizada contra Pneumocystis<br />

sp, antes do início da terapia de<br />

imunossupressão. Essa terapia<br />

padrão, ao ser interrompida para o<br />

início da imunossupressão, facilitou<br />

que o T. gondii se multiplicasse e<br />

causasse uma infecção disseminada<br />

no paciente. O paciente em questão<br />

seguiu com inúmeras complicações<br />

causadas tanto pelo T. gondii quanto<br />

por outros patógenos e precisou<br />

ficar internado em uma clínica de<br />

reabilitação por mais de um ano 22 .<br />

Normalmente os transplantes<br />

de coração e coração-pulmão<br />

associados estão mais ligados à<br />

transmissão do T. gondii a receptores<br />

de órgãos soronegativos 23,24 , já os<br />

transplantes de medula óssea estão<br />

associados à reativação da doença<br />

passada, sendo estes os que possuem<br />

uma maior taxa de mortalidade 22 .<br />

A reativação da doença também pode<br />

ocorrer em pacientes HIV positivos que<br />

não seguem o tratamento corretamente,<br />

e com pessoas recebendo quaisquer<br />

terapias imunossupressoras. Existem<br />

casos, embora raros, de infecção<br />

primária após o transplante, sendo estes<br />

os pacientes que não apresentavam<br />

nem IgM e nem IgG positivas antes<br />

da imunossupressão. No caso de um<br />

transplante de órgão sólido, o órgão<br />

pode estar contaminado com a forma<br />

latente do parasita em forma cística,<br />

o bradizoíto, que comumente fica em<br />

forma de latência no coração, no cérebro<br />

e no músculo esquelético 16,23 , após o<br />

transplante o protozoário será carreado<br />

pelo órgão até o receptor, que por estar<br />

imunossupresso irá desenvolver sintomas<br />

graves como, por exemplo, encefalite,<br />

miocardite e infecção sistêmica, e em<br />

raros casos pneumonia 25 . Um estudo<br />

feito por Robert-Gangneux et al. (2015)<br />

mostrou que a detecção do T. gondii em<br />

imunossupressos foi muito maior nos<br />

pacientes que não eram portadores do<br />

vírus HIV, sendo estes pacientes os que<br />

receberam algum transplante e estão<br />

em tratamento com imunossupressor 24 .<br />

De acordo com Weiss e Dubey (2009)<br />

a incidência de toxoplasmose devido<br />

a transplantes de órgãos é atualmente<br />

desconhecida, pois não há um registro<br />

definitivo feito destes casos 1,24 , mas<br />

alguns estudos retrospectivos são<br />

mostrados na Tabela 1. O número de<br />

mortes por toxoplasmose vistos neste<br />

estudo não são expressivos, mas como<br />

diversos pacientes foram perdidos<br />

para acompanhamento muitos casos<br />

ARTIGO CIENTÍFICO I<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021<br />

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