18.07.2021 Views

Revista Newslab Edição 166

Revista Newslab Edição 166 - Julho 2021

Revista Newslab Edição 166 - Julho 2021

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

VIROLOGIA<br />

Ensaios experimentais foram<br />

realizados para identificar quais<br />

espécies são mais susceptíveis ou<br />

não à infecção por SARS-CoV-2.<br />

A análise genômica realizada na<br />

Universidade da Califórnia classificou<br />

o risco do SARS-CoV-2 em diferentes<br />

níveis: muito alto, alto, médio, baixo e<br />

muito baixo. Esse estudo sugere que<br />

algumas espécies de primatas nãohumanos<br />

são as mais vulneráveis<br />

apontando que gorila-ocidentaldas-terras-baixas<br />

e o orangotangode-sumatra,<br />

podem ter mais risco de<br />

terem células infectadas pelo SARS-<br />

CoV-2 através da ACE2. O hamsterchinês<br />

e alguns animais marinhos,<br />

como a baleia-cinzenta e o golfinho<br />

do gênero Tursiops podem ter mais<br />

risco de terem uma infecção de SARS-<br />

CoV-2 (Damas et al., 2020).<br />

Na Espanha ocorreu o abate de<br />

quase 100 mil visons em uma<br />

fazenda de criação de mustelídeos<br />

para a produção de casacos de pele.<br />

Os animas foram positivos para<br />

SARS-CoV-2 (87% infectados). Os<br />

visons infectados apresentaram<br />

sinais clínicos respiratórios e<br />

gastrointestinais e infectam outros<br />

mustelídeos por meio do contato<br />

direto ou indireto. A eliminação do<br />

vírus ocorre pela via retal e orofaríngea.<br />

Os animais infectados desenvolvem<br />

anticorpos neutralizantes. Os visons<br />

são mamíferos mustelídeos que se<br />

assemelham às doninhas. E inclusive<br />

na Dinamarca e na Holanda milhões<br />

de visons criados em cativeiros foram<br />

abatidos para evitar a disseminação<br />

do SARS-Cov-2 uma vez que esses<br />

animais carream uma mutação<br />

do vírus que é transmissível ao<br />

ser humano. Após funcionários<br />

agrícolas terem sido infectados pelo<br />

vírus comprovou-se a possibilidade<br />

de antropozoonose reversa.<br />

Experimentalmente, os animais<br />

foram infectados pela via intranasal e<br />

foi comprovado que não desenvolvem<br />

doença pulmonar na reinfecção viral.<br />

A Covid-19 foi detectada em três<br />

dos 11 gatos em uma fazenda de<br />

visons na Holanda levantando um<br />

alerta sobre a transmissibilidade e<br />

possibilidade de reservatório viral<br />

(Boklund, et al., 2021).<br />

Nos caninos foi constatado que são mais<br />

resistentes à infecção do SARS-CoV-2<br />

por apresentarem pouca expressão de<br />

ACE 2 no trato respiratório. Assim, o<br />

estudo apontou que o risco do novo<br />

coronavírus se conectar à ACE2 é baixo<br />

para cachorros. Após detecção do RNA<br />

viral em amostras de swabs retais<br />

de animais infectados naturalmente<br />

comprovou-se a presença de<br />

anticorpos neutralizantes contra o<br />

vírus. O primeiro caso de SARS-Cov-2<br />

em canino foi identificado em um Spitz<br />

Alemão de 17 anos e um segundo caso<br />

ocorreu em um pastor alemão que<br />

testou positivo para o novo coronavírus,<br />

ambos na cidade Hong Kong. Nos EUA,<br />

o primeiro caso ocorreu em um cão da<br />

raça pug, que pertence a uma família<br />

que contraiu a COVID-19 (Damas et<br />

al., 2020). No Brasil, o SARS-CoV-2 foi<br />

confirmado em dois cães de Curitiba,<br />

um da raça buldogue francês e um<br />

sem raça definida. Ambos os tutores<br />

também testaram positivo para a<br />

infecção viral. Os animais apresentaram<br />

secreção nasal e espirros.<br />

Diversos registros foram documentados<br />

nos felinos domésticos em gatos<br />

(Felis catus) e silvestres em tigre<br />

(Panthera tigris) e em leões (Panthera<br />

lion) sinalizando que o risco do<br />

novo coronavírus se conectar à ACE2<br />

é médio para os felinos (Damas et<br />

al., 2020). Os animais apresentaram<br />

clinicamente sinais respiratórios e<br />

gastrointestinais e desenvolveram<br />

anticorpos neutralizantes. O vírus é<br />

eliminado pela via nasofaríngea e retal.<br />

Nos estudos experimentais constatou-se<br />

que são assintomáticos e a reinfecção<br />

ocorre em média 28 dias após a primeira<br />

infecção. No Brasil, o primeiro caso foi<br />

comprovado em outubro de 2020 em<br />

um felino fêmea da cidade de Cuiabá,<br />

Mato Grosso que foi infectada por seus<br />

tutores ao contraíram o vírus em uma<br />

festa de família. Um segundo gato e um<br />

cachorro de pessoas que também foram<br />

à festa também testaram positivo.<br />

Amostras de swab nasal e orofaríngeo<br />

foram coletadas de um tigre siberiano,<br />

fêmea de 4 anos do Zoológico de<br />

0 110<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!