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Autores: Eduardo Langorte Toledo1, Silvia Bock de Matos3,<br />
Carolina Mallmann Wallauer de Mattos2.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
não foi aplicado questionário para as<br />
gestantes. A idade gestacional pode ter<br />
apresentado grandes variações devido<br />
ao fato de muitas delas darem entrada<br />
através da emergência obstétrica, sem<br />
acompanhamento pré-natal prévio,<br />
além daquelas que descobrem a gravidez<br />
somente no momento do parto.<br />
Senger et al. (2016), Dell’Osbel et al.<br />
(2018), Melo et al. (2018) e Barbosa et al.<br />
(2016) realizaram estudos similares sobre<br />
fatores associados à colonização pelo<br />
estreptococo do grupo B, encontrando<br />
maior frequência de culturas positivas<br />
entre a 30ª e 32ª semanas de gestação<br />
(38,89%), ≥ 36 semanas (23%), 36ª<br />
semana gestacional (31,16%) e 40ª<br />
semana (29,2%), respectivamente.<br />
Senger et al. (2016) e Dell’Osbel et<br />
al. (2018) relataram maior frequência<br />
de positividade em mulheres brancas<br />
(22,97% e 20,7%), Melo et al. (2018)<br />
em não-brancas (30,37%) e Barbosa et<br />
al. (2016) em mulheres autodeclaradas<br />
pardas (30,8%). Referente à renda,<br />
relataram positividade em 23,61% nas<br />
gestantes com renda inferior a 3 salários,<br />
27,6% sem renda ou até 1 salário<br />
mínimo, 36,46% acima de 2 salários e<br />
21,3% entre 1 e 2 salários, nessa ordem.<br />
Diferentes estudos internacionais<br />
também indicam uma frequência<br />
de colonização similar à encontrada<br />
neste trabalho, onde Back et al.<br />
(2012) relatam que cerca de 20% das<br />
mulheres grávidas são colonizadas<br />
pelo estreptococo do grupo B nos<br />
Estados Unidos da América (EUA).<br />
Na Austrália Ocidental, Furfaro et<br />
al. (2019) realizaram o primeiro<br />
estudo sobre a colonização prénatal<br />
por Streptococcus agalactiae,<br />
observando uma taxa de colonização<br />
de 24% entre as gestantes. Com<br />
o objetivo de avaliar a taxa de<br />
colonização do estreptococo do<br />
grupo B em mulheres grávidas e<br />
identificar complicações obstétricas<br />
e sepse neonatal precoce induzida<br />
pelo microrganismo na Coréia, Kim<br />
et al. (2018) encontraram 11,6%<br />
de gestantes colonizadas, sem<br />
aumento significativo observado nas<br />
complicações relacionadas à gravidez<br />
entre as gestantes colonizadas e<br />
não colonizadas. Entre os neonatos<br />
nascidos de mães colonizadas,<br />
houve sepse neonatal precoce em<br />
1,5%, porém, a complicação não<br />
foi relacionada com o Streptococcus<br />
agalactiae.<br />
Em 2018, a administração das<br />
recomendações profiláticas para<br />
o estreptococo do grupo B foi<br />
transferida do Centers for Disease<br />
Control and Prevention (CDC) para o<br />
American College of Obstetrics and<br />
Gynecology (ACOG) e para a American<br />
Academy of Pediatrics (AAP). Sendo<br />
assim, em junho de 2019, o ACOG<br />
publicou uma atualização que<br />
substituiu as diretrizes propostas<br />
pelo CDC em 2010 e atualizada<br />
novamente em fevereiro de 2020.<br />
As principais medidas profiláticas da<br />
doença estreptocócica indicado pelo<br />
ACOG continuaram sendo a triagem<br />
pré-natal universal por cultura<br />
retovaginal entre a 36ª e 37ª semanas<br />
de gestação, teste de amplificação<br />
de ácido nucleico (NAAT), realização<br />
apropriada de profilaxia antibiótica<br />
intraparto (a partir de cultura,<br />
bacteriúria, histórico de colonização<br />
e infecção neonatal entre outros<br />
fatores de risco), e alinhamento com<br />
profissionais de saúde (ACOG, 2020).<br />
Em Agosto de 2019, a American<br />
Academy of Pediatrics (AAP) publicou<br />
um novo relatório clínico sobre o<br />
“Manejo de Crianças em Risco de<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>166</strong> | Julho 2021