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Antologia Encontro Literário

Poesias, contos e crônicas

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MARCOS COSTA FILHO (ORG.)

MARSEILLE

166

...o sangue não morre...

Eram quase 19 h e o entardecer estava agradabilíssimo naquele verão

mediterrâneo. O vento havia serenado. O sol ainda estava presente, mas

as pessoas já andavam mais calmas pelas ruas. Era domingo e a noite que

se aproximava já acenava com suavidade, fazendo crer que haveria ainda

momentos que propiciariam o descanso da alma até o encerramento

daquele dia.

Eu estava faminto. Minha única refeição do dia havia sido o café da

manhã no hotel e já era a hora do jantar. Passei em frente a vários restaurantes

até que avistei o Restaurant La Maison Blanche. Como o menu estava

exposto junto à porta, constatei que um entrecôte grillée, acompanhado de

vegetais, era servido. Não tive dúvidas e acomodei-me no La Maison em

uma daquelas mesas dispostas na calçada, algo tão comum em Marseille

e em toda a França. Após pronto e atencioso atendimento, encaminhei o

pedido e pus-me a descansar e observar o movimento em volta. Já relaxado,

comecei a recordar os acontecimentos dos dias anteriores.

Aquele era o meu terceiro dia em Marseille. Eu havia chegado na

sexta-feira no começo da tarde, quando então iniciei o meu roteiro. Fora

agradável andar pela La Canebière, avistar o Palais de la Bourse, entrar na

Église Saint-Vincent-de-Paul, retornar à La Canebière, acessar e caminhar

pela Rue de Rome, até a Place Castellane para avistar a Avenue du Prado. O

ambiente destas ruas e avenidas era complexo e difuso. A grande diversidade

étnica presente chegava a causar perplexidade em certos momentos pois,

de certa forma, tais etnias guardavam aspectos definidores de suas culturas.

A África representada por seus trajes multicoloridos, as mulheres do Islã

com seus véus, além de turistas, notadamente de outras regiões da Europa,

com vestimentas leves e circulando intensamente.

No sábado eu retomei o roteiro, no entanto com uma trajetória

expressivamente mais longa. O vento era intenso e em certos momentos

era difícil até manter o equilíbrio ao caminhar. O primeiro lugar que visitei

foi a Quai du Port, no próprio Vieux Port. Após esta parada, subi pela Rue de

la Prison até alcançar o L’Hôtel de Ville. Após apreciá-lo em sua imponente

arquitetura, parti pela Grand’Rue e cheguei à Rue de la Republique, esta

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