Antologia Encontro Literário
Poesias, contos e crônicas
Poesias, contos e crônicas
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MARCOS COSTA FILHO (ORG.)
ANSEIOS DE LIBERDADE
A nossa ânsia de liberdade começa desde quando somos destinados
a fazermos parte deste mundo, durante os nove meses que vivemos
prisioneiros no ventre materno até sermos libertos pelo nascimento
Depois, vamos crescendo, mais parecendo ilhas, cercado de gente
por todos os lados, nos seguindo a cada passo, nos dizendo: não mexa
nisso, não mexa naquilo, puxando nossas orelhas, nos dando castigos e
nos obrigando a engolir cada “goroba danada”, para nos tornarmos fortes e
saudáveis, quando nossa vontade, e comermos uma boa porção de batatas
fritas, cachorros quentes e sorvetes de todos os sabores.
Quando chega a hora de frequentarmos a escola, temos o começo da
“lengalenga” diária: “Fulano, vá fazer suas lições, tens que estudar muito
para ser uma pessoa importante, útil à sociedade”! Ficam controlando o
nosso tempo, principalmente aos fins de semana, quando voltamos das
“baladas”. Querem que prestemos contas do que fizemos, com quem
saímos. Parece até que estamos respondendo um interrogatório policial. Se
deixarmos são capazes de decidir qual profissão devemos seguir ou a pessoa
certa para namorarmos e até casarmos.
Falando de profissão, depois de tanta pressão, “queimando pestanas”
sobre os livros, chega a hora de recebermos o nosso diploma, para, enfim
trabalharmos na área que fomos qualificados. Então, tem início a um tipo
de cativeiro: muita correria, insatisfações causadas por questões salariais,
longos períodos confinados entre as quatro paredes do ambiente de
trabalho... o que em nome da sobrevivência, somos obrigados a aceitar,
enquanto que, o que mais desejamos é passearmos com os amigos, sairmos
para namorar, curtirmos uma boa praia.
Quanto ao casamento: esse é outro tipo de armadilha que a cada
momento estamos sujeitos a cair. Quando o nosso olhar se encontra com
outro olhar cativante, nossa alma se enternece com uma voz melodiosa e
calma. Aí então não tem mais jeito! Somos levados felizes para o altar, com
o sonho de união “até que a morte nos separe”, o que hoje em dia está
muito difícil, pois tudo o que parecia muito bonito, eterno, se desgasta
pela rotina, nos levando a apelar para o divórcio, para em seguida, cairmos
em nova armadilha.
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