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edição de 16 de maio de 2022

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ações <strong>de</strong> conscientização <strong>de</strong>veriam continuar<br />

num programa “always on”, até que<br />

<strong>de</strong> fato todos tenham absorvido as regras e<br />

normas <strong>de</strong> maneira quase que cultural.<br />

Caroline Capitani, VP <strong>de</strong> inovação e negócios<br />

da ilegra, concorda que as fake news<br />

são uma praga, que está associada a uma<br />

característica <strong>de</strong> consumo da informação<br />

muito imediatista, porque as pessoas não<br />

se aprofundam, elas leem e passam adiante,<br />

reproduzem aquele conhecimento sem<br />

verificar as fontes. “Pelo imediatismo, pelas<br />

bolhas sociais - se a notícia reforça aquilo<br />

em que acreditamos, a tendência é encaminhar<br />

nos grupos e nos círculos que participamos.<br />

Percebo algumas iniciativas, como<br />

<strong>de</strong> um movimento que participei, chamado<br />

A Fonte, que visa a combater fake news,<br />

que estimula a verificação das informações<br />

antes <strong>de</strong> reproduzi-las. Mas é um trabalho<br />

<strong>de</strong> formiguinha, que requer uma conscientização<br />

<strong>maio</strong>r e é uma boa forma <strong>de</strong> fazer<br />

isso nas escolas e faculda<strong>de</strong>s, ampliando o<br />

<strong>de</strong>bate para que elas não tomem gran<strong>de</strong>s<br />

proporções e prejudiquem nossa leitura <strong>de</strong><br />

mundo”, avalia.<br />

Zizo Papa, CEO e sócio-fundador da Trace<br />

Brasil, vai além quando se fala em segurança<br />

na internet. Ele lembra que não há progresso<br />

na <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m e no caos. “Isso nada tem a ver<br />

com restrição. Mas enquanto houver mecanismos<br />

<strong>de</strong> propagação do crime e terrorismo,<br />

usando tecnologia, acho natural criar-se<br />

barreiras <strong>de</strong> proteção e impedimento <strong>de</strong> tais<br />

ações”. Mas quando se trata <strong>de</strong> notícias falfake<br />

news e segurança pe<strong>de</strong>m<br />

regulamentação e compromisso<br />

Jacob Owens/Unsplash<br />

Fake news e segurança na internet são<br />

dois assuntos mais do que atuais, que<br />

chegam a dar gastura nos profissionais ligados<br />

ou não à área. Abel Reis, sócio-diretor<br />

da UOTZ, por exemplo, afirma que sem regulamentação<br />

legal e compromisso claro<br />

dos players globais <strong>de</strong> mídia e tecnologia<br />

não haverá como tornar os ambientes digitais<br />

mais seguros do ponto <strong>de</strong> vista transacional<br />

e <strong>de</strong> dados.<br />

Já sobre a praga das notícias falsas, Reis<br />

indica que o caminho para conscientizar a<br />

população é o da educação nas escolas para<br />

crianças e adolescentes. “Compromisso <strong>de</strong><br />

todos os media tech players e publishers<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte com campanhas intensas e<br />

permanentes <strong>de</strong> educação das audiências.<br />

Políticas públicas que <strong>de</strong>sestimulem a propagação<br />

<strong>de</strong> fake news”, <strong>de</strong>creta.<br />

Para João Passarinho Netto, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> estratégia criativa da Jotacom, no<br />

futuro a segurança <strong>de</strong>verá cada vez mais<br />

ser contratada como algo complementar, à<br />

parte, como seguros veiculares, <strong>de</strong> vida e<br />

saú<strong>de</strong>, pois a tendência é que as brechas <strong>de</strong><br />

segurança aumentem conforme a inclusão<br />

digital escale, com mais “especialistas” explorando<br />

os ambientes, mais usuários interconectados<br />

e <strong>maio</strong>r fragilida<strong>de</strong> dos novos<br />

entrantes. “A regulamentação <strong>de</strong>verá reger<br />

as normas básicas para humanos e até mesmo<br />

para a inteligência artificial”, opina.<br />

Para as fake news ele acha também que<br />

uma regulamentação básica <strong>de</strong>verá reger<br />

os princípios <strong>de</strong> moral, ética e crime, mas<br />

sas ele é categórico: “rejeitar conteúdo raso<br />

sem origem e sem fonte”. “Conscientizar-<br />

-se do critério necessário para se informar.<br />

I<strong>de</strong>ntificar uma notícia falsa hoje não é difícil.<br />

Suspeite quando a origem não está clara.<br />

Não é à toa que existe a expressão ‘comprar<br />

gato por lebre’. Sempre fomos conscientizados<br />

a nos informar sobre o que compramos<br />

e consumimos”, comenta.<br />

Já Renan Mota, foun<strong>de</strong>r e co-CEO da Corebiz,<br />

acha que regulamentação não protege<br />

<strong>de</strong> fato, só dificulta um pouco mais a<br />

insegurança em si, pois, no fim, aquele que<br />

quer cometer algum tipo <strong>de</strong> crime online<br />

acaba dando uma volta. “O que acredito é<br />

que <strong>de</strong>veríamos ter mais informações, pois<br />

muitas pessoas ainda não sabem utilizar a<br />

internet. Eu particularmente acesso a internet<br />

o dia inteiro, para inúmeras funções, e<br />

nunca sofri ataques, pois sei como as coisas<br />

funcionam um pouco mais do que a <strong>maio</strong>ria<br />

das pessoas. Se cada vez mais as pessoas tivessem<br />

informação, tudo melhoraria.<br />

Para Léo Andra<strong>de</strong>, influenciador e especialista<br />

em tecnologia, fake news sempre<br />

existiu, ou seja, a velha fofoca. “Quando digo<br />

fofoca, é ‘fofoca <strong>de</strong> mentira’. Existe a ‘fofoca<br />

<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>’ e a que aumenta, conhecida<br />

como ‘telefone sem fio’. Creio que a melhor<br />

maneira <strong>de</strong> combater isso é com uma educação.<br />

A partir do momento em que o assunto<br />

‘tecnologia’ for ensinado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a educação<br />

básica, po<strong>de</strong>-se ajudar no entendimento das<br />

pessoas para i<strong>de</strong>ntificar um conteúdo como<br />

fake news”, orienta.<br />

Ns<br />

jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 19

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