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ações <strong>de</strong> conscientização <strong>de</strong>veriam continuar<br />
num programa “always on”, até que<br />
<strong>de</strong> fato todos tenham absorvido as regras e<br />
normas <strong>de</strong> maneira quase que cultural.<br />
Caroline Capitani, VP <strong>de</strong> inovação e negócios<br />
da ilegra, concorda que as fake news<br />
são uma praga, que está associada a uma<br />
característica <strong>de</strong> consumo da informação<br />
muito imediatista, porque as pessoas não<br />
se aprofundam, elas leem e passam adiante,<br />
reproduzem aquele conhecimento sem<br />
verificar as fontes. “Pelo imediatismo, pelas<br />
bolhas sociais - se a notícia reforça aquilo<br />
em que acreditamos, a tendência é encaminhar<br />
nos grupos e nos círculos que participamos.<br />
Percebo algumas iniciativas, como<br />
<strong>de</strong> um movimento que participei, chamado<br />
A Fonte, que visa a combater fake news,<br />
que estimula a verificação das informações<br />
antes <strong>de</strong> reproduzi-las. Mas é um trabalho<br />
<strong>de</strong> formiguinha, que requer uma conscientização<br />
<strong>maio</strong>r e é uma boa forma <strong>de</strong> fazer<br />
isso nas escolas e faculda<strong>de</strong>s, ampliando o<br />
<strong>de</strong>bate para que elas não tomem gran<strong>de</strong>s<br />
proporções e prejudiquem nossa leitura <strong>de</strong><br />
mundo”, avalia.<br />
Zizo Papa, CEO e sócio-fundador da Trace<br />
Brasil, vai além quando se fala em segurança<br />
na internet. Ele lembra que não há progresso<br />
na <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m e no caos. “Isso nada tem a ver<br />
com restrição. Mas enquanto houver mecanismos<br />
<strong>de</strong> propagação do crime e terrorismo,<br />
usando tecnologia, acho natural criar-se<br />
barreiras <strong>de</strong> proteção e impedimento <strong>de</strong> tais<br />
ações”. Mas quando se trata <strong>de</strong> notícias falfake<br />
news e segurança pe<strong>de</strong>m<br />
regulamentação e compromisso<br />
Jacob Owens/Unsplash<br />
Fake news e segurança na internet são<br />
dois assuntos mais do que atuais, que<br />
chegam a dar gastura nos profissionais ligados<br />
ou não à área. Abel Reis, sócio-diretor<br />
da UOTZ, por exemplo, afirma que sem regulamentação<br />
legal e compromisso claro<br />
dos players globais <strong>de</strong> mídia e tecnologia<br />
não haverá como tornar os ambientes digitais<br />
mais seguros do ponto <strong>de</strong> vista transacional<br />
e <strong>de</strong> dados.<br />
Já sobre a praga das notícias falsas, Reis<br />
indica que o caminho para conscientizar a<br />
população é o da educação nas escolas para<br />
crianças e adolescentes. “Compromisso <strong>de</strong><br />
todos os media tech players e publishers<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte com campanhas intensas e<br />
permanentes <strong>de</strong> educação das audiências.<br />
Políticas públicas que <strong>de</strong>sestimulem a propagação<br />
<strong>de</strong> fake news”, <strong>de</strong>creta.<br />
Para João Passarinho Netto, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> estratégia criativa da Jotacom, no<br />
futuro a segurança <strong>de</strong>verá cada vez mais<br />
ser contratada como algo complementar, à<br />
parte, como seguros veiculares, <strong>de</strong> vida e<br />
saú<strong>de</strong>, pois a tendência é que as brechas <strong>de</strong><br />
segurança aumentem conforme a inclusão<br />
digital escale, com mais “especialistas” explorando<br />
os ambientes, mais usuários interconectados<br />
e <strong>maio</strong>r fragilida<strong>de</strong> dos novos<br />
entrantes. “A regulamentação <strong>de</strong>verá reger<br />
as normas básicas para humanos e até mesmo<br />
para a inteligência artificial”, opina.<br />
Para as fake news ele acha também que<br />
uma regulamentação básica <strong>de</strong>verá reger<br />
os princípios <strong>de</strong> moral, ética e crime, mas<br />
sas ele é categórico: “rejeitar conteúdo raso<br />
sem origem e sem fonte”. “Conscientizar-<br />
-se do critério necessário para se informar.<br />
I<strong>de</strong>ntificar uma notícia falsa hoje não é difícil.<br />
Suspeite quando a origem não está clara.<br />
Não é à toa que existe a expressão ‘comprar<br />
gato por lebre’. Sempre fomos conscientizados<br />
a nos informar sobre o que compramos<br />
e consumimos”, comenta.<br />
Já Renan Mota, foun<strong>de</strong>r e co-CEO da Corebiz,<br />
acha que regulamentação não protege<br />
<strong>de</strong> fato, só dificulta um pouco mais a<br />
insegurança em si, pois, no fim, aquele que<br />
quer cometer algum tipo <strong>de</strong> crime online<br />
acaba dando uma volta. “O que acredito é<br />
que <strong>de</strong>veríamos ter mais informações, pois<br />
muitas pessoas ainda não sabem utilizar a<br />
internet. Eu particularmente acesso a internet<br />
o dia inteiro, para inúmeras funções, e<br />
nunca sofri ataques, pois sei como as coisas<br />
funcionam um pouco mais do que a <strong>maio</strong>ria<br />
das pessoas. Se cada vez mais as pessoas tivessem<br />
informação, tudo melhoraria.<br />
Para Léo Andra<strong>de</strong>, influenciador e especialista<br />
em tecnologia, fake news sempre<br />
existiu, ou seja, a velha fofoca. “Quando digo<br />
fofoca, é ‘fofoca <strong>de</strong> mentira’. Existe a ‘fofoca<br />
<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>’ e a que aumenta, conhecida<br />
como ‘telefone sem fio’. Creio que a melhor<br />
maneira <strong>de</strong> combater isso é com uma educação.<br />
A partir do momento em que o assunto<br />
‘tecnologia’ for ensinado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a educação<br />
básica, po<strong>de</strong>-se ajudar no entendimento das<br />
pessoas para i<strong>de</strong>ntificar um conteúdo como<br />
fake news”, orienta.<br />
Ns<br />
jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 19