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ESG<br />
O NORTE DA<br />
ENERGIA VERDE<br />
Com mais de R$ 2,1 bilhões de ativos,<br />
a Brasil BioFuels capta R$ 133,4 milhões por<br />
meio de emissão de debêntures para implantar<br />
termelétricas de base renovável em Roraima<br />
Anna FRANÇA<br />
nico estado do Brasil que não está conectado ao Sistema<br />
ÚInterligado Nacional (SIN) de energia elétrica, Roraima<br />
convive há anos com apagões. O problema ficou ainda mais<br />
grave desde março de 2019, quando foi interrompida a<br />
parte do fornecimento que era feita pela vizinha Venezuela.<br />
Para não ficar no escuro, o estado depende de cinco termelétricas<br />
movidas a diesel. Elas geram 203,5 megawatts (MW), o que responde<br />
por 43% da demanda. O restante é complementado por<br />
térmicas a biomassa, gás natural, e pela hidrelétrica de Jatapu.<br />
É de olho na oportunidade de levar energia renovável para<br />
Roraima que a Brasil BioFuels (BBF) investe em projetos na<br />
região. O mais recente envolveu uma emissão de debêntures<br />
para captar R$ 133,4 milhões destinados a finalizar a implantação<br />
de duas usinas termelétricas movidas a óleos vegetais e biomassa.<br />
A BBF é uma das maiores produtoras de óleo de palma da<br />
América Latina. “Estamos trazendo parceiros para um projeto<br />
completamente sustentável, que une descarbonização da Amazônia<br />
e desenvolvimento socioeconômico da região com foco<br />
em geração de emprego no Norte do País”, disse o CEO do Grupo<br />
BBF, Milton Steagall.<br />
Criada em 2009, a empresa foi uma das primeiras a oferecer<br />
soluções de energia renovável para os chamados sistemas isolados<br />
do SIN, que somam 212 unidades no País, a maior parte na<br />
região Norte, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico.<br />
Até agora, o abastecimento depende majoritariamente de termelétricas<br />
a diesel, combustível caro e que gera mais emissões<br />
de CO2. Segundo Steagall, os projetos da empresa são menos<br />
poluentes e aproveitam as condições locais de forma sustentável,<br />
recuperando áreas vegetais degradadas.<br />
A BBF opera térmicas com<br />
integração de óleos vegetais e biomassa.<br />
Ao todo são 38 usinas espalhadas<br />
por cinco dos sete estados<br />
da região Norte, das quais 25 estão em<br />
operação e 13 em implantação. A capacidade total de geração é<br />
de 50 megawatts (MW), quase 25% do que é gerado pelo uso de<br />
óleo diesel em Roraima. A empresa abastece suas usinas com<br />
parte do que produz em 68 mil hectares de palma. Suas três<br />
unidades de esmagamento fornecem 200 mil toneladas de óleo<br />
por ano. Empregando 6 mil funcionários, o grupo possui R$ 2,1<br />
bilhões em ativos, faturando R$ 1,7 bilhão. Segundo o CEO da<br />
assessoria amazonense Dom Investimentos, Gabriel Maksoud,<br />
projetos com apelo de sustentabilidade como os da BBF têm tido<br />
boa receptividade no mercado de capitais. Para o professor de<br />
economia da Faculdade de Comércio de São Paulo (FAC-SP)<br />
Denis Medina, a modalidade é vantajosa do ponto de vista tributário.<br />
“Debêntures de infraestrutura são interessantes para<br />
o investidor pela isenção de imposto”, afirmou Medina.<br />
SUSTENTÁVEL<br />
O CEO do Grupo BBF,<br />
Milton Steagall, em<br />
uma das unidades<br />
da empresa que<br />
produz 200 mil<br />
toneladas de óleo<br />
de palma por ano<br />
a partir de 68 mil<br />
hectares plantados<br />
e gera eletricidade<br />
em 25 termelétricas<br />
Dinheiro 15/02/2023<br />
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