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Revista ISTOÉ

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até 2025. Em 2022, as vendas alcançaram<br />

3,6 bilhões de euros, 27% a mais que no<br />

ano anterior. Compondo todo esse movimento,<br />

está a operação brasileira. Ainda<br />

um mercado pequeno no total das vendas,<br />

o País tem se mostrado mercado promissor.<br />

Vem “comendo pelas beiradas”, segundo<br />

o diretor da Hugo Boss no Brasil,<br />

Romeo Bonadio.<br />

O mais recente movimento em direção<br />

ao crescimento em território nacional foi<br />

a implementação de um e-commerce próprio.<br />

Antes, as vendas on-line no País eram<br />

realizadas apenas por marketplaces parceiros,<br />

como Dafiti, Farfetch e Iguatemi<br />

365. O objetivo é que o digital represente<br />

15% das vendas nos próximos três anos,<br />

ainda abaixo do objetivo médio geral do<br />

grupo, que é de 30%. Para Bonadio, um<br />

dos desafios na implementação do e-<br />

-commerce é poder transpor a experiência<br />

de compra presencial para um site. No<br />

varejo de luxo, o contato com o cliente e<br />

o tratamento reservado a ele é um dos<br />

diferenciais. Sem isso, a operação on-line<br />

precisa se basear em outros atributos,<br />

como a velocidade de entrega, qualidade<br />

do suporte e até a embalagem.<br />

A loja virtual da Hugo Boss no Brasil<br />

foi desenvolvida com a Infracommerce,<br />

responsável pelos canais de venda, distribuição<br />

e envio dos produtos. “Temos o<br />

objetivo de tornar a Hugo Boss cada vez<br />

mais rentável em todo o Brasil”, disse a<br />

diretora de E-Commerce e Unidade de<br />

Luxo da Infracommerce, Camila Dullman.<br />

“Preservamos a experiência de alto padrão<br />

da loja física no e-commerce.”<br />

REPOSICIONAMENTO A entrada efetiva<br />

no comércio eletrônico integra a estratégia<br />

de reposicionamento, que concentra<br />

esforços de comunicação e venda<br />

nos dois grupos geracionais mais requisitados<br />

do varejo digital: a geração Z e os<br />

millennials. Pensando assim, a proposta<br />

das duas marcas ficou mais clara de um<br />

ano para cá. Para a Hugo, o foco é no estilo<br />

urbano e despojado, com preços mais<br />

acessíveis. Com isso, se aproxima dos mais<br />

jovens e ocupa espaço no feed do TikTok. Para a Boss, a preocupação<br />

é manter o apelo sofisticado que a caracteriza, acrescentando<br />

opções para o dia a dia. É o carro-chefe do grupo,<br />

representando 90% das vendas no Brasil, a expectativa é que o<br />

faturamento global da Boss chegue a 3 bilhões de euros até 2025,<br />

considerando as linhas masculina e feminina.<br />

Para Alberto Serrentino, especialista em varejo e fundador<br />

da Varese Retail, esse movimento é visto como uma questão de<br />

sobrevivência. “As marcas que sempre estiveram ligadas ao<br />

clássico vão perder relevância e terão muita dificuldade de<br />

crescer se não mudarem a arquitetura de produto e o jeito de<br />

interpretá-lo”, disse. Segundo ele, o reposicionamento funciona<br />

desde que siga uma regra básica: “Não perder a essência”.<br />

Os números mostram que as mudanças já vêm dando resultado.<br />

No Brasil, o sucesso pode ser comprovado pelo aumento<br />

na rede de lojas próprias. Em 2019, eram 16. No ano passado, o<br />

total de unidades saltou para 28. Outras sete estão previstas<br />

para este ano. Segundo a empresa, o consumidor se tornou fiel<br />

à marca por aqui. Isso porque, antes da pandemia, era muito<br />

comum as pessoas viajarem e consumirem Hugo Boss no exterior,<br />

onde os produtos são mais baratos. Com as restrições de<br />

circulação, os clientes que se abasteciam fora passaram a comprar<br />

no Brasil. De acordo com Bonadio, a experiência encontrada<br />

nas lojas gerou uma fidelidade que não se perdeu mesmo<br />

com a volta das viagens internacionais. A linha feminina, que<br />

no Brasil representa só 5% das vendas, é outra aposta para<br />

crescer — o que deve acompanhar o amadurecimento do comércio<br />

eletrônico e a possibilidade de chegar a mais praças com<br />

a abertura de novas lojas e a expansão da logística de entrega.<br />

Com essa modelagem, dificilmente o crescimento da Hugo Boss<br />

ficará aquém do que manda o figurino.<br />

EXPANSÃO<br />

Hugo Boss planeja<br />

a abertura de sete<br />

lojas físicas no Brasil<br />

Preservamos a<br />

experiência de alto<br />

padrão da loja<br />

física no<br />

e-commerce<br />

de luxo”<br />

CAMILA DULLMAN<br />

DIRETORA DE<br />

E-COMMERCE DA<br />

INFRACOMMERCE<br />

Dinheiro 15/02/2023<br />

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