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Revista ISTOÉ

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BANCOS<br />

Taxa mínima da tabela SAC<br />

(taxa ao ano + TR)<br />

8,50%<br />

muito mais complicado para você encontrar compradores,<br />

principalmente no cenário macroeconômico atual”, disse. Isso<br />

significa que esse tipo de investimento não pode ser usado como<br />

reserva, algo que preencha a necessidade de uso urgente. Isso<br />

do lado do vendedor. Pelo lado do comprador, não ter todo o<br />

dinheiro para adquirir a propriedade pode custar muito. “Fazer<br />

um financiamento imobiliário para alugar não é algo recomendável”,<br />

afirmou Ajzental. “A conta corre o risco de não fechar,<br />

com o valor da prestação ficando acima do cobrado no aluguel.”<br />

Ou seja, caso a reserva para a compra seja muito aquém do preço<br />

do imóvel, pode ser preferível aplicar esse dinheiro e viver de<br />

aluguel comparado a arcar com parcelas do financiamento a<br />

taxas elevadas. Fazer as contas sempre será decisivo.<br />

9,89% 9,99% 9,99% 61<br />

Caixa<br />

Bradesco<br />

Itaú<br />

Santander<br />

se a intenção é fazer o dinheiro render<br />

apenas com o valor do aluguel, que é uma<br />

visão de curto prazo, o imóvel não é a melhor<br />

opção. Passa a valer a pena quando a<br />

valorização do imóvel entra na conta — o<br />

que embute oportunidade de valorização,<br />

mas igualmente muitos riscos, como uma<br />

região ser degradada rapidamente ou a<br />

área ser desapropriada.<br />

Outro motivo que pode fazer esse investimento<br />

não ser tão atrativo é a liquidez.<br />

De acordo com Ajzental, a venda de um<br />

imóvel pode demorar meses ou anos. “É<br />

FINANCIAMENTO Se comprar um imóvel financiado pode<br />

não ser vantajoso para quem busca rentabilidade com aluguel,<br />

essa opção tende a atrair quem procura adquirir o primeiro<br />

imóvel. É o que diz o diretor de Negócios Imobiliários do Santander,<br />

Sandro Gamba. “É melhor do que ficar pagando aluguel<br />

e juntar dinheiro para comprar algo à vista”, disse. “Pois o dinheiro<br />

do aluguel é algo perdido e a prestação do imóvel é uma<br />

construção de patrimônio.”<br />

O interessado na casa própria, no entanto, deve estar atento<br />

aos riscos e dificuldades enfrentadas pelo crédito imobiliário.<br />

Segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito<br />

Imobiliário e Poupança), o mercado deve vender 8% a<br />

menos em 2023 na comparação com 2022. De acordo com<br />

Ajzental, da FGV, a alta de juros é um dos fatores para essa diminuição.<br />

“O rendimento da poupança é responsável por 70%<br />

da composição das taxas de juros do crédito imobiliário”, afirmou.<br />

“Quando a Selic sobe, o rendimento da poupança também avança.”<br />

E isso eleva o preço do crédito imobiliário.<br />

Também merece atenção a inflação da construção, que é<br />

medida pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).<br />

“Ele até vem desacelerando, mas segue acima da inflação tradicional<br />

que é medida pelo IPCA, o que é um problema para o<br />

comprador pessoa física”, disse Ajzental. Ainda assim, os especialistas<br />

acreditam que o melhor é não adiar a compra, pois as<br />

expectativas devem se manter iguais por dois ou três anos.<br />

Para driblar tantas variáveis, Sandro Gamba, do Santander,<br />

acredita que o melhor é ter uma quantia razoável da parcela de<br />

entrada. “O banco financia até 80% do imóvel. Em uma casa de<br />

R$ 1 milhão é necessário ter ao menos R$ 200 mil para a entrada”,<br />

afirmou. Já Ajzental calcula um porcentual levemente acima, de<br />

30% do valor do imóvel, para manter uma reserva de emergência.<br />

“No caso do imóvel de R$ 1 milhão, ter R$ 300 mil em mãos, dar<br />

R$ 200 mil de entrada e os R$ 100 mil restantes guardar para<br />

situações como a de um período de desemprego.” Equações, dicas<br />

e regras para fazer o sonho da casa própria, ou do imóvel para<br />

investimento, não virar um insolúvel pesadelo.<br />

O aluguel de<br />

um imóvel traz<br />

rendimento médio<br />

entre 3,6% e 6%<br />

ao ano, o que é<br />

baixo comparado<br />

a outros<br />

investimentos”<br />

ALBERTO AJZENTAL<br />

COORDENADOR DO<br />

CURSO DE NEGÓCIOS<br />

IMOBILIÁRIOS DA FGV<br />

Dinheiro 15/02/2023

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