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JUNHO 2023
circularidade, e todos esses tipos de ações que
são tão importantes hoje para conseguirmos
reduzir a pegada de carbono. Temos trabalhado
também muito com os fornecedores para reduzir
os consumos, como por exemplo em reduzir a
quantidade e peso de embalagens, com menos
componentes, ou não utilizar um determinado
tipo de embalagem”, explica Isabel Santos.
Um dos exemplos dados foi ao nível do
transporte de garrafas para os clientes. Há umas
décadas, utilizavam caixas de madeira com
separadores. Depois, passaram ao cartão, aos
poucos, foram-se adaptando, ao eliminarem os
separadores, adaptarem a densidade do cartão…
E conforme se foram adaptando, também
desafiaram os seus fornecedores a fazer parte
da mudança, apresentando-lhes propostas
e sugestões para corresponderem aos seus
objetivos.
Outro caso é a reutilização do engaço da
uva no pós-vinificação. O engaço da uva são
os resíduos da fruta que ficam depois da
extração do líquido, e aos quais os agricultores
antigamente não davam uso e acabavam
despejados em aterros. Isabel Santos conta
que utilizam este engaço para adubar a vinha,
mas não todo, caso contrário seria em excesso.
“Sobram sempre materiais que há alguns anos
iam para a terra, mas porque é que têm de ir
para a terra? Será que não se podem reutilizar
para outros tipos de finalidades?”, questiona a
responsável, “já temos vários projetos em estudo
e, de facto, há muita coisa que se pode fazer,
havendo vontade e espírito inovador”.
Recentemente o mercado passou por uma
falta de abastecimento de garrafas de vidro, e
a Sogrape não foi exceção, mas graças às suas
parcerias duradouras conseguiram dar a volta ao
sistema, e apesar de terem sentido essa falta, não
falharam: “tivemos bastantes dificuldades em
termos de abastecimento de garrafas. Felizmente
nós contamos com parceiros estáveis, e que são
verdadeiramente parceiros. No caso da Sogrape,
não tivemos nenhuma falha de abastecimento,
conseguimos ir gerindo com os nossos parceiros
as nossas necessidades e capacidade de
abastecimento também para nos fornecer, e não
tivemos nenhuma situação dramática de falhas
de abastecimento”, comenta.
RELAÇÕES DE PARCERIA
Isabel Santos conta que no departamento
de compras tentam segmentar os seus
fornecedores e perceber quais os estratégicos
e quais os críticos, com os quais têm uma
lógica de trabalhar a longo prazo. “Esses
fornecedores para nós são parceiros, e com
esses fornecedores tentamos ter uma ligação
muito mais próxima, de partilha, e vamos
tendo projetos, em que lhes pedimos para
colaborarem connosco em projetos de inovação,
que possam resultar em fornecimentos mais
sustentáveis”.
No lado inverso, também têm projetos virados
para a sustentabilidade social em que ajudam
os seus parceiros a crescer, fazendo workshops
com o objetivo de identificar oportunidades
para reduzir custos, ou para obter melhorias
ao nível dos prazos de entrega, condições
de fornecimento, etc. “Tudo isso é algo que
estamos a sempre a trabalhar numa lógica de
parceria, e para que isso aconteça, tentamos
que haja uma boa relação entre as empresas e
as várias equipas”, tanto operacionais, como de
gestão e administração das empresas. “Acho
que é importante haver esta relação pessoal
entre as pessoas, para conseguirmos perceber
quais as necessidades dos nossos parceiros,
como pretendem evoluir e em que nós próprios
os podemos ajudar e compartilhar o que são as
nossas necessidades e perspetivas de futuro”,
conclui. •