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Revista Dr Plinio 311

fevereiro de 2024

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Reflexões teológicas<br />

compilador copiou bem, e eu creio<br />

que o tenha feito, parece real a coisa.<br />

Um enigma a ser resolvido...<br />

“...todos como que repartidos em<br />

pequenos bosques, prados e canteiros<br />

de flores de formas e cores diversas.”<br />

O problema aparece de novo. Sabemos<br />

que não há plantas no Céu<br />

Empíreo. Como, então, há canteiros<br />

de flores? E por que se faz canteiro<br />

com elas? Qual é a razão de ser<br />

disso? Dir-se-ia que esse jardim foi<br />

plantado por alguém. Não é a natureza<br />

como ela brota. Deus ordenou<br />

que essas coisas se dispusessem<br />

à maneira de jardim? Entendemos<br />

que os homens façam jardins, porque<br />

dentro do mato as coisas não tomam<br />

toda sua beleza. O mato tem<br />

sua beleza específica, mas, por exemplo,<br />

um campo não pode ter a beleza<br />

de um jardim com uma coleção de<br />

rosas; o homem precisa plantá-las. O<br />

jardim tem para nós uma razão de<br />

ser, está ligado à natureza das coisas.<br />

Entretanto, no sonho, o jardim parece<br />

não estar ligado em nada à natureza<br />

das coisas. Não se vê o que justifique<br />

um jardim no Céu. E como entender<br />

um jardim que fica em cima<br />

de uma água que não é água? Ora,<br />

deve haver um pulchrum dentro disso<br />

para ser Paraíso. Qual?<br />

“Nenhuma de nossas plantas pode<br />

dar-nos a ideia daquelas, ainda que<br />

alguma semelhança tenha. As ervas,<br />

as flores, as árvores e as frutas eram<br />

vistosíssimas e de belíssimo aspecto.<br />

As folhas eram de ouro. Os troncos e<br />

ramos de diamantes, correspondendo<br />

o resto a essa riqueza.”<br />

Assim como o mar era de uma<br />

água que não é água e de um cristal<br />

azul que não é cristal, assim também<br />

as flores, os frutos e as folhas<br />

eram de uma consistência não vegetal,<br />

porque a criatura vegetal não entra<br />

no Céu. Eram da matéria de lá,<br />

mas com as formas que se explicam<br />

de acordo com as necessidades da<br />

matéria desta Terra.<br />

Há aqui uma charada. Que uma<br />

árvore tenha folhas é a coisa mais<br />

natural do mundo. A folha é necessária<br />

para a árvore, não é um puro<br />

enfeite, como os de uma árvore de<br />

Natal. Também está na natureza da<br />

árvore dar a fruta. No Céu Empíreo,<br />

aqueles seres semelhantes aos minerais<br />

– eu hesito em dar essa qualificação<br />

– têm as formas dos seres daqui,<br />

mas não são os daqui. Qual é a<br />

razão de ser dessas formas?<br />

A pergunta vai mais além, é uma<br />

análise. Por que a matéria lá tem semelhança<br />

com a nossa? Alguém dirá:<br />

“Para o homem se sentir bem lá.”<br />

Então Deus fez uma espécie de loja<br />

de brinquedo para o homem estar no<br />

Céu? Isso não é sério. A razão não<br />

é essa. Daqui a pouco eu lanço uma<br />

hipótese que tem exatamente o atrativo<br />

do incógnito. Nós devemos ser<br />

ortodoxos lobos do mar das hipóteses,<br />

sempre com o espírito obediente<br />

a Roma.<br />

Eu estou procurando dar, na descrição,<br />

mais a beleza da incógnita do<br />

que da árvore de ouro com brilhantes.<br />

Porque uma árvore de ouro com<br />

brilhantes, um fabricante de joias<br />

falsas faz e qualquer um a toma como<br />

verdadeira. O problema é discernir<br />

o sentido espiritual e, ir em busca<br />

disso mais do que da pura descrição<br />

material.<br />

“Impossível é contar as diferentes<br />

espécies…”<br />

Portanto, há espécies diversas<br />

dessas “plantas”.<br />

“E cada espécie e cada flor resplandecia<br />

com uma luz especial.”<br />

Cada um desses seres deita focos<br />

luminosos não só de acordo com sua<br />

natureza, mas com sua individualidade,<br />

como na Terra as rosas são belas,<br />

mas cada espécie de rosa tem um<br />

tipo de beleza própria; assim também<br />

é a variedade prodigiosa dessa<br />

criação celeste, desse pequeno universo<br />

celeste. Cada uma com uma<br />

luz própria, que simboliza uma perfeição<br />

de Deus. É para nos falar de<br />

Tomas T.<br />

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