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Revista Dr Plinio 311

fevereiro de 2024

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Editorial<br />

Um noviciado do Céu<br />

Na Ladainha de todos os Santos existe uma invocação que diz: Ut mentes nostras ad cælestia<br />

desideria erigas, te rogamus audi nos – “Para que eleveis as nossas almas aos desejos das<br />

coisas celestes, nós vos rogamos, ouvi-nos.”<br />

O que é esse desejo? Fundamentalmente é o anseio de ir para o Céu. Mas, por mais nobre e santo<br />

que seja esse anseio, não basta para definir por inteiro o conceito contido nessa invocação.<br />

Na Terra nós temos coisas que são figuras das celestes, e é preciso amar essas figuras para, de fato,<br />

dizermos que temos apetência das coisas do Céu, pois as terrenas nos foram dadas para aprendermos<br />

a amar as celestiais.<br />

Entretanto, o desejo das coisas celestes tem como corolário necessário o ódio implacável, militante,<br />

contínuo, meticuloso, inflexível contra tudo aquilo que, na Terra, seja contrário às realidades celestes.<br />

Sem um ódio ao Inferno não existe verdadeiro amor ao Céu, portanto, sem um ódio às coisas<br />

que na Terra são à maneira do Inferno, não existe verdadeiro amor às criaturas terrenas conformes<br />

ao Céu.<br />

Quais são as coisas à maneira do Céu? Eu indico uma que engloba todas: o Reino de Maria. E à<br />

maneira do Inferno? A Revolução. A Contra-Revolução é o movimento que nos deve levar a derrotar<br />

a Revolução e a estabelecer na Terra o Reino de Maria, o qual é a imagem do Céu na Terra.<br />

Na medida em que o conjunto dos povos se deixe embeber pela ação santificadora da Igreja, ele<br />

constitui a cidade de Deus, que é um noviciado do Céu. A condição fundamental para a Terra ser esse<br />

seminário do Céu e, em consequência, as coisas terrenas serem utilizadas habitualmente para a<br />

salvação das almas, é a excelência das condições em que esteja a Igreja Católica, de maneira a estar<br />

ela na sua plena saúde.<br />

Contudo, isso não basta. É preciso haver também uma boa ordem da sociedade temporal, inspirada,<br />

suscitada e guiada pela Igreja, pois, estando em ordem a sociedade espiritual, a temporal é conformada<br />

de molde a levar as almas para o Céu. Então a vida terrena torna-se uma imagem do Céu.<br />

As ordens espiritual e temporal organizadas segundo a Doutrina Católica constituem a ordenação<br />

perfeita deste mundo. Quando falamos do Reino de Maria, é a isso que nos referimos.<br />

Assim sendo, o que devemos pedir a Nossa Senhora? Que eleve as nossas almas, obtendo para elas<br />

uma operação do Espírito Santo por meio da qual nós amemos muito e cada vez mais o ideal do Reino<br />

de Maria e desejemos a implantação desse Reino. E para que esse desejo seja vivo, tenhamos ódio<br />

à atual ordem revolucionária das coisas.<br />

Esse é o verdadeiro sintoma de que as nossas almas foram elevadas ao desejo das coisas celestes e<br />

que, portanto, caminham para o Céu, Reino Eterno, perfeito, imperecedouro, de Nossa Senhora, o<br />

qual nós aprendemos a amar amando o Reino de Maria na Terra. *<br />

* Cf. Conferências de 30/12/1965 e 5/1/1993.<br />

Declaração: Conformando-nos com os decretos do Sumo Pontífice Urbano VIII, de 13 de março de 1625 e<br />

de 5 de junho de 1631, declaramos não querer antecipar o juízo da Santa Igreja no emprego de palavras ou<br />

na apreciação dos fatos edificantes publicados nesta revista. Em nossa intenção, os títulos elogiosos não têm<br />

outro sentido senão o ordinário, e em tudo nos submetemos, com filial amor, às decisões da Santa Igreja.<br />

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