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Deus e Nossa<br />
Senhora enxugarão<br />
as nossas lágrimas<br />
Deus não só vai inundar os homens<br />
de felicidade, mas vai consolá-<br />
-los pelas infelicidades que tiveram<br />
durante a vida e que foram segundo<br />
Ele. Assim como uma mãe que vê<br />
a criança chorar enxuga-lhe as lágrimas<br />
e pode osculá-la onde sente dor,<br />
ou próximo aos olhos, assim também<br />
Deus fará com cada sofrimento que<br />
cada homem tenha tido por causa<br />
d’Ele.<br />
Quando nesta Terra a vida estiver<br />
dura, o peso da fidelidade, da luta<br />
contra as tentações, dos problemas,<br />
das provações axiológicas – oh, provação<br />
axiológica! – quando tudo isso<br />
pesar sobre nós, pensemos: “Um dia<br />
as mãos alvíssimas de Maria Santíssima<br />
pousarão sobre aquilo de meu<br />
corpo que sofreu o reflexo desse tormento<br />
de alma; mas muito mais do<br />
que isso, eu terei de Nossa Senhora<br />
um sorriso, terei um afago: ‘Meu<br />
filho, eu te consolo por isto’. E isso<br />
durará eternamente!”<br />
Um olhar d’Ele é um Céu!<br />
Quanto qualquer um de nós daria<br />
para receber um olhar de Nosso<br />
Senhor Jesus Cristo! O olhar que<br />
Ele deu a São Pedro era um olhar<br />
de tristeza e de reprovação, mas como<br />
nós gostaríamos de receber esse<br />
olhar! Quanto e quanto!<br />
Eu creio que os dois mais belos<br />
olhares d’Ele tenham sido para<br />
Nossa Senhora, logo que Ele nasceu<br />
e o último olhar antes de morrer.<br />
Como terão sido? O que se pode<br />
imaginar do olhar de Nosso Senhor<br />
Jesus Cristo? Não há palavras<br />
que possam descrever! Um olhar<br />
d’Ele é um Céu! Considerem um<br />
pouco o Santo Sudário de Turim,<br />
onde as pálpebras estão baixas, mas<br />
nas quais se vê o olhar. Imaginem<br />
aquele olhar pousando sobre nós e<br />
nós nos lembrando desta ou daquela<br />
ocasião em que sofremos por Ele,<br />
e Ele nos diz: “Meu filho, naquela<br />
hora sofreste por Mim. Agora olho-<br />
-te, afago-te, osculo-te. Eu te amo<br />
naquele estado de tua alma. Eu te<br />
amo assim!”<br />
Aí se compreende a loucura que é<br />
deixar de fazer o menor ato de virtude.<br />
Ou de deixar de fazer tão perfeitamente<br />
quanto se possa fazer. Porque<br />
não há, nesta Terra, nada que<br />
nos possa dar a ideia do que será esse<br />
olhar! O que possa ser a expressão<br />
e o valor de um olhar d’Ele? Nós não<br />
temos ideia!<br />
Como a esposa ornada<br />
para o esposo<br />
Nesse primeiro momento, Deus<br />
consolará especialmente os homens<br />
que viverão no fim do mundo, pois<br />
eles terão de sofrer tanto e tanto,<br />
que ninguém alcança imaginar. Esses<br />
serão inundados de gáudio e de<br />
consolação por causa daqueles sofrimentos<br />
especiais de fim de mundo,<br />
que serão parecidos, nunca iguais,<br />
com os sofrimentos da própria Crucifixão.<br />
E serão glorificados com<br />
uma glorificação cheia de alegria e<br />
<strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> durante conferência em 1981<br />
de brilho como Nosso Senhor na sua<br />
Ressurreição gloriosa, com o Corpo<br />
sagrado todo refulgindo e brilhando<br />
em todas as suas cicatrizes.<br />
Para dar inteiramente uma ideia<br />
desta beleza da Jerusalém Celeste<br />
que desce, São João, no Apocalipse,<br />
usa uma comparação linda. Estará<br />
toda a Jerusalém Celeste pronta<br />
para os homens, enfeitada por Deus<br />
como se enfeita uma esposa quando<br />
vai ao encontro do esposo: “Eu<br />
vi descer do céu, de junto de Deus, a<br />
Cidade Santa, a nova Jerusalém, como<br />
uma esposa ornada para o esposo”<br />
(cf. Ap 21, 2).<br />
Uma noiva vai ao altar com todas<br />
as joias da família, com os mais belos<br />
trajes, com toda a pompa esponsalícia;<br />
assim também virá ao encontro<br />
dos homens a Jerusalém Celeste<br />
no seu todo e, mais especialmente, o<br />
Céu Empíreo!<br />
v<br />
(Extraído de conferência<br />
de 2/1/1981)<br />
1) Edmond Eugène Alexis Rostand<br />
(*1868 - †1918). Poeta e dramaturgo<br />
francês.<br />
Arquivo <strong>Revista</strong><br />
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