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Revista Dr Plinio 311

fevereiro de 2024

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não as ter. Deve-se preparar<br />

para uma vida calma,<br />

em que o correr das<br />

horas sem emoção confere<br />

a própria felicidade.<br />

Isso é uma doutrina.<br />

Há outros gozadores<br />

que concebem o contrário:<br />

a felicidade está nas<br />

grandes emoções. Assim<br />

sendo, têm-se a necessidade<br />

das grandes aventuras,<br />

de sair correndo,<br />

galopar, imaginar.<br />

Quando as grandes emoções<br />

cessam, o indivíduo<br />

para de viver.<br />

Se fôssemos dizer<br />

a um desses indivíduos:<br />

“Você nega a cruz<br />

de Nosso Senhor Jesus<br />

Cristo?” Ele responderá:<br />

“Absolutamente não!<br />

Eu tenho um lindo crucifixo<br />

dourado em minha<br />

casa e, às Sextas-<br />

-Feiras Santas, vou sempre<br />

à paróquia com a minha<br />

mulher e meus filhos. Todos osculamos<br />

a Santa Cruz. E até a mendiga<br />

a quem dou espórtulas me elogia:<br />

‘Que beleza ver toda sua família<br />

aos pés da cruz!’ Eu comentei com<br />

minha mulher: ‘Aos pés da cruz, aos<br />

pés da cruz… que bonito!’”<br />

No entanto, esses homens constituem<br />

os dois tipos de almas mundanas,<br />

cuja doutrina é diametralmente<br />

oposta à que São Luís Grignion<br />

de Montfort denomina como a mentalidade<br />

e a doutrina dos amigos da<br />

Cruz.<br />

Ao verdadeiro católico não importa<br />

gozar, importa servir. Ele está<br />

nos antípodas dos dois gozadores,<br />

porque guia-se pela verdadeira<br />

doutrina de viver para amar, louvar<br />

e servir a Deus nesta Terra e dar-Lhe<br />

glória por toda a eternidade no Céu.<br />

A felicidade sem nuvens não existe<br />

para o homem neste vale de lágrimas<br />

e não seriam as grandes nem as<br />

pequenas emoções que lha confeririam.<br />

A única existência que não<br />

é insuportável é a do católico, que<br />

tem sua vida lançada a tudo quanto<br />

a Providência permite e dispõe. Será<br />

uma grande ou uma pequena emoção,<br />

será o acontecimento que for,<br />

Flávio Lourenço<br />

ele cumpre com seu dever<br />

e, tendo-o cumprido,<br />

ele viveu.<br />

E o que vem a ser<br />

mentalidade? Qual é a<br />

diferença que há entre<br />

ela e a doutrina?<br />

O homem é um<br />

colecionador de<br />

símbolos de sua<br />

mentalidade<br />

Mentalidade é o estado<br />

de um homem que<br />

ajustou toda a sua pessoa<br />

à doutrina que sustenta:<br />

todo o sentir, o<br />

modo de ser, tudo quanto<br />

faz, o ambiente que<br />

cria. Ele é um símbolo<br />

vivo de sua doutrina, é<br />

um colecionador de símbolos<br />

e constitui em torno<br />

de si um ambiente-<br />

-símbolo, e canta depois<br />

aquilo que simbolizou…<br />

Esse é o homem que tem mentalidade.<br />

No caso do poeta, ele tem uma<br />

convicção doutrinária que deixa<br />

transparecer. Ora, não se trata apenas<br />

de uma explicação verbal, mas<br />

todo seu ser, todo seu temperamen-<br />

Jaan Künnap(CC3.0)<br />

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