23.01.2024 Views

Revista Dr Plinio 311

fevereiro de 2024

fevereiro de 2024

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

O pensamento filosófico de <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong><br />

Nosso Senhor com o moço rico - Igreja de São Vendelino, Saint Henry, EUA<br />

to momento, ele planeja<br />

a traição… É a<br />

maldição da ambiguidade!<br />

Ele foi iludindo-se<br />

a si próprio,<br />

iludindo-se, iludindo-se,<br />

iludindo-se.<br />

São as mentalidades<br />

cujos princípios<br />

não se ousa confessar,<br />

ao mesmo tempo<br />

em que se confessa<br />

princípios os quais<br />

não se ousa praticar.<br />

Aqui está o choque<br />

mentalidade-princípio.<br />

Outro exemplo é o<br />

fato do moço rico do<br />

Evangelho. Ele encontrou-se<br />

com o Divino<br />

Mestre e perguntou<br />

o que deveria<br />

fazer para ser perfeito,<br />

e recebeu a<br />

resposta de que era<br />

preciso observar os<br />

Mandamentos. O jovem<br />

respondeu que<br />

os praticava desde a<br />

mocidade. Nosso Senhor<br />

olhou para ele,<br />

amou-o, quis-lhe bem<br />

e disse: “Uma só coisa<br />

te falta: vai, vende<br />

tudo o que tens e dá-<br />

-o aos pobres, e terás<br />

um tesouro no Céu.<br />

Depois vem e segue-<br />

-Me” (Mt 19, 21).<br />

O moço, entretanto,<br />

tinha uma ambiguidade<br />

fundamental:<br />

ele queria ser<br />

perfeito continuando<br />

a ser ele mesmo, visto numa lupa<br />

de aumento. Contudo, Nosso Senhor<br />

pedia-lhe que fosse diferente e seguisse<br />

o caminho da prova e da luta,<br />

e não o caminho cômodo da riqueza.<br />

Ele era rico, virtuoso, é verdade –<br />

dentro das comodidades da opulência,<br />

algum mérito ele tinha, porque<br />

a riqueza traz muitas solicitações<br />

para o pecado –, mas ele evitava as<br />

dificuldades específicas de quem<br />

passa pela pobreza ou pelos reveses<br />

da vida. Ora, Nosso Senhor queria<br />

que ele tivesse também a auréola<br />

Nheyob(CC3.0)<br />

dessas lutas, porque<br />

para ser perfeito é<br />

preciso ter experimentado<br />

várias formas<br />

de dificuldades<br />

e tentações. No entanto,<br />

ao ouvir aquelas<br />

palavras, ele retirou-se<br />

cheio de tristeza…<br />

O que houve no<br />

fundo dessa atitude?<br />

Houve que a mentalidade<br />

e a doutrina<br />

dele estavam fundadas<br />

numa visualização<br />

errada de perfeição.<br />

Quando Nosso<br />

Senhor lhe enunciou<br />

a verdade, houve<br />

um choque total entre<br />

doutrina e personalidade,<br />

e ele afundou…<br />

Pareceu-me necessário<br />

dar todas estas<br />

explicações para<br />

realçar a distinção<br />

entre mentalidade<br />

e doutrina, e para<br />

compreendermos<br />

quão preciosa é uma<br />

formação que transmite<br />

ambas as coisas.<br />

O mais difícil, entretanto,<br />

é justificar a<br />

necessidade de uma<br />

formação por meio<br />

da mentalidade. v<br />

(Extraído de<br />

conferência de<br />

12/6/1981)<br />

1) Comentada no número anterir, pp. 14-17.<br />

2) Christophe Plantin (*1514 - †1589).<br />

Editor e humanista neerlandês. Autor<br />

da poesia acima mencionada.<br />

3) Obra da literatura medieval espanhola,<br />

um dos mais famosos romances de<br />

Cavalaria.<br />

22

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!