Análise crÃtica do discurso jornalÃstico sobre a implantação - Unicap
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11constroem versões <strong>do</strong>s fatos, recrian<strong>do</strong> a realidade que testemunham, porém, muito mais,escreven<strong>do</strong> de acor<strong>do</strong> com o que outros lhes testemunham.Nessa recriação, os profissionais de imprensa, naturalmente, não se restringem asomente interpretar a opinião pública, poden<strong>do</strong> chegar a formar essa mesma opinião,como se isto lhes fosse prerrogativa. Assim, asseveram e legitimam uma determinadainterpretação <strong>do</strong> fato, de acor<strong>do</strong> com a linha editorial <strong>do</strong> veículo de comunicação ao qualdisponibilizam a sua força de trabalho. Portanto, aquilo que é chama<strong>do</strong> de ‘opinião pública’pode ser forja<strong>do</strong> ou imposto, caben<strong>do</strong> somente ao receptor da mensagem se insurgiratravés da reconstrução seletiva <strong>do</strong> noticiário, que consiste em fazer uma leitura críticapara fugir da concepção simplista de que “é verdade” porque deu no jornal, no rádio ou natelevisão.O jornalismo alcançou tal força e credibilidade que lhe permitem participar <strong>do</strong> jogo<strong>do</strong> poder através de interesses sustenta<strong>do</strong>s pelas grandes empresas de comunicação que,mesmo quan<strong>do</strong> funcionam como concessão pública, podem chegar a não cumprir talfinalidade e, diferentemente, passar a atender aos seus próprios interesses, os <strong>do</strong> governo,de grandes grupos e corporações. A mídia tem o poder de construir o seu <strong>discurso</strong>polifônico e multifaceta<strong>do</strong>, que lhe permite especular e pontificar <strong>sobre</strong> os diferentessaberes e dar visibilidade a determina<strong>do</strong>s fatos que elege como dignos de seremnoticia<strong>do</strong>s, o que se configura como uma intervenção permitida e até esperada pelo seupúblico.Várias universidades públicas já implantaram as cotas, o que gerou muitas notíciasna imprensa brasileira com o pre<strong>do</strong>mínio das críticas <strong>sobre</strong> a dificuldade de se definir quemé negro, o receio de que haja queda na qualidade de ensino e a certeza de que, no Brasil, asescolas públicas são de baixa qualidade, sem condições de preparar alunos capazes de