32O público-alvo foi escolhi<strong>do</strong> mediante três estágios. No primeiro, foramseleciona<strong>do</strong>s municípios a partir <strong>do</strong> total de <strong>do</strong>micílios nos quais as famílias possuíamrenda familiar igual ou superior a R$ 2,4 mil (oito salários mínimos) e, ao mesmo tempo,onde residiam crianças entre sete e 17 anos cursan<strong>do</strong> o ensino fundamental e/ou médio emescola particular. A seguir foram seleciona<strong>do</strong>s setores censitários, e a partir daí,entrevista<strong>do</strong>s, utilizan<strong>do</strong>-se amostras proporcionais em função <strong>do</strong> universo estuda<strong>do</strong>, comcritérios como sexo, idade e condição de atividade (economicamente ativo ou não).Enquanto existe esse tipo de reação favorável, há outras contrárias a disseminar orepúdio às cotas de forma discriminatória e,na maioria das vezes, ilegal. Serve de exemploa notícia publicada no jornal Correio Braziliense, de 7 de agosto de 2005, quan<strong>do</strong> oMinistério Público anunciou a primeira denúncia de racismo no Distrito Federal através dainternet, no Orkut. Os promotores e agentes de segurança rastrearam as mensagens eidentificaram os responsáveis pela divulgação, no site de relacionamento, de afirmativascomo: “Já não basta preto rouban<strong>do</strong> dinheiro, agora ele também rouba vaga nasuniversidades. O que mais vai roubar depois?” Na comunidade, em três mensagens, umestudante chama os negros de “macacos burros”, “subdesenvolvi<strong>do</strong>s”, “urubus” e“ladrões.” O estudante Marcelo Valle Silveira Mello, 20 anos, foi denuncia<strong>do</strong> peloMinistério Público <strong>do</strong> Distrito Federal por ter posta<strong>do</strong> mensagens ofensivas e agressivasaos negros. Marcelo estuda letras na Universidade de Brasília (UnB) – uma das primeiras aa<strong>do</strong>tar cotas específicas para negros, sem levar em conta condição social – e foi denuncia<strong>do</strong>ao Ministério Público de São Paulo por uma outra estudante, que viu e copiou asmensagens.Opositores menos radicais advertem <strong>sobre</strong> as dificuldades na adaptação dessesalunos cotistas que, possível e provavelmente, possuem um baixo nível de conhecimento
33em virtude da precariedade da escola pública e que, <strong>sobre</strong>tu<strong>do</strong>, estariam desloca<strong>do</strong>s junto acolegas que têm acesso a bens como computa<strong>do</strong>res, televisão a cabo, livros, carros, com o<strong>do</strong>mínio de outros idiomas, inclusive da própria língua materna nas suas formas falada eescrita. Em contraposição aos cotistas, esses privilegia<strong>do</strong>s conheceriam outros países porter participa<strong>do</strong> de intercâmbio estudantil, além de outras benesses tão comuns àqueles quetradicional e para<strong>do</strong>xalmente ingressam nas nossas universidades públicas. Não podemosesquecer que a maior parte <strong>do</strong>s alunos de baixa renda somente conseguem vagas emfaculdades privadas, o que amplia o contraste no perfil de cada um <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is grupos sociais.Outros protestos são feitos com argumentação bem embasada, com a nítida intençãode evitar o uso de estereótipos e preconceitos. É o caso <strong>do</strong>s intelectuais que foram aBrasília para entregar manifesto contra as cotas aos presidentes <strong>do</strong> Sena<strong>do</strong> e da Câmara. O<strong>do</strong>cumento, "Carta Pública ao Congresso Nacional," com 114 assinaturas, afirma que osistema de cotas ameaça o princípio constitucional da igualdade política e jurídica <strong>do</strong>scidadãos.O clima democrático favorece reações com igual ou maior força de expressão. Umasemana depois, no dia 4 de julho de 2006, manifestantes pró-cotas e Estatuto <strong>do</strong> Negrocriticaram o grupo de intelectuais e artistas que se opõe às propostas. Eles tambémlevaram um <strong>do</strong>cumento a Brasília onde é analisa<strong>do</strong> o quadro de exclusão racial no ensinosuperior no Brasil, "um <strong>do</strong>s mais extremos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>", asseguran<strong>do</strong> que essa desigualdadesó será combatida com ações afirmativas, baseadas na discriminação positiva: "Se osdeputa<strong>do</strong>s e sena<strong>do</strong>res não aprovarem os projetos, os mecanismos de exclusão racialembuti<strong>do</strong>s no suposto universalismo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> republicano provavelmente nos levarão aatravessar to<strong>do</strong> o século XXI como um <strong>do</strong>s sistemas universitários mais segrega<strong>do</strong>s étnica eracialmente."
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