48reportagem considerada depreciativa e que feriu a honra <strong>do</strong> autor. A decisão <strong>do</strong> juiz(Consultor Jurídico <strong>do</strong> Estadão, 15/ 7/06) é uma lição de jornalismo:O interesse público à revelação destes fatos e a própria comoção que tomou contada população em face <strong>do</strong> episódio que envolveu a Justiça <strong>do</strong> Trabalho,justificavam a publicação <strong>do</strong> maior número de informações possíveis, cujareferência objetiva não pode ser tida como injuriosa. Mas se a própria ré nãotinha certeza <strong>sobre</strong> estes fatos, não poderia afirmá-los. E se outras pessoasteriam afirma<strong>do</strong> aqueles fatos, deveria nominá-las. ”Giannetti (2005, p.101) faz uma reflexão que bem pode ser aplicada a esse caso emparticular, consideran<strong>do</strong> a possibilidade da pretensão da objetividade que cobra <strong>do</strong> sujeito<strong>do</strong> conhecimento uma disciplina que não é apenas técnica e intelectual, já que a ética éimprescindível: “A boa conduta da mente no esforço cognitivo requer, entre outras coisas,a honestidade de não se dar como sabi<strong>do</strong> o que se ignora, o respeito à evidência e adisposição de não facilitar as coisas para si mesmo”.To<strong>do</strong> o trabalho da imprensa, mesmo empregan<strong>do</strong> os mais sofistica<strong>do</strong>s instrumentoseletrônicos, começa e finda na linguagem, meio de divulgação de verdade(s), através <strong>do</strong>sdiferentes gêneros jornalísticos e veículos de comunicação de massa. Mas a busca daverdade que acompanha a história <strong>do</strong> homem, não se restringe a uma determinada profissãoou somente à dimensão social, mas atinge aspectos éticos e morais no interior da persona.O sujeito a quem a ação é atribuída pelo predica<strong>do</strong> (predicated) é, segun<strong>do</strong> ostermos de Edward Sapir, ‘concebi<strong>do</strong> como o ponto de partida, o agente da ação’por oposição ao ‘ponto final, o objeto da ação’. É o sujeito, único termoindependente da oração, que põe em evidência aquilo a que se aplica àmensagem. Qualquer que seja, com efeito, a posição <strong>do</strong> agente, ele énecessariamente promovi<strong>do</strong> à dignidade de herói da mensagem logo que assumeo papel de sujeito dela. (JACOBSON,2005, p. 106).É esse sujeito, no entanto, que se transmuta, quan<strong>do</strong> assume a sua identidade emum grupo específico onde executa as suas práticas sociais. Van Dijk (2003, p. 46) dá umexemplo desse tipo de ‘herói da mensagem’ quan<strong>do</strong> diz que as ideologias profissionais esociais <strong>do</strong>s jornalistas controlam a quem se investigará, cobrirá, escutará ou entrevistará.
49“Portanto, a infinidade de atividades que definem as notícias de cada dia e a impressão deum jornal diário ou programa se baseia nas ideologias <strong>do</strong>s atores sociais que participamcomo membros de grupos sociais diferentes”. Podemos inferir que a veracidade tem queperpassar todas essas práticas, sen<strong>do</strong> condição sine qua non para o exercício da profissão.Somente a credibilidade garante o sucesso <strong>do</strong>s profissionais e <strong>do</strong>s seus emprega<strong>do</strong>res, osproprietários da empresa jornalística.4- Gêneros jornalísticos e a representação da realidadeQuanto aos gêneros jornalísticos utiliza<strong>do</strong>s na divisão <strong>do</strong> corpus deste trabalho,voltamos a lembrar, em <strong>do</strong>is grupos, faz referência aos critérios a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s na área decomunicação social.Gênero InformativoO gênero informativo é constituí<strong>do</strong> de reportagens e o seu foco está na funçãoreferencial, considerada aquela que é precípua ao jornalismo. As reportagens, com textospequenos ou maiores, únicos ou seria<strong>do</strong>s, na sua busca da objetividade são geralmenteabertos com um lead, semelhante aos elementos <strong>do</strong> esquema proposto por Lasswell: quem(emissor); diz o quê (mensagem); através de que canal (meio); com que efeito? (resposta).O lead visa fornecer ao leitor a informação básica <strong>sobre</strong> o tema, despertar a sua atenção eprender o interesse. Na teoria <strong>do</strong> jornalismo, as perguntas para a elaboração <strong>do</strong> lead são: Oquê? Quem? Quan<strong>do</strong>? Onde? Como? Por quê? Não há a necessidade de que essasperguntas sejam respondidas uma após outra, como se fôra uma questionário, mas devem
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