40É o que filósofo Leôncio Basbaum (1977, p. 30), há tanto tempo, ao classificar ojornalista no rol <strong>do</strong>s intelectuais, ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong>s escritores e artistas, dizia que, ao exercer umaprofissão remunerada, ele é um emprega<strong>do</strong> que aluga a sua consciência ao patrão: “Serãolivres, <strong>do</strong>nos de sua consciência e de sua vontade? Se trabalham, a resposta é não. Osjornalistas escrevem o que o patrão lhes manda escrever, pró ou contra”.Para Schopenhauer (2006, p.56-57), “uma grande quantidade de escritores ruinsvivem exclusivamente da obsessão <strong>do</strong> público de não ler nada além <strong>do</strong> que foi impressohoje e escrito por jornalistas. Um nome muito preciso! Traduzin<strong>do</strong> o termo original, eles sechamariam ‘diaristas.” A etimologia da palavra empregada vem <strong>do</strong> latim diurnale que éoriginariamente o salário pago por um dia de trabalho.Nos dias atuais, o jornalista Mino Carta, com a sua experiência de cria<strong>do</strong>r eprimeiro editor das revistas Veja, IstoÉ e CartaCapital também expõe a sua percepçãocrítica <strong>sobre</strong> as empresas jornalísticas e as relações com seus profissionais e a sociedadecomo um to<strong>do</strong>, o que nos leva à constatação de que, muitas vezes, a ideologia pessoal cedevez à ideologia defendida pela empresa jornalística à qual o repórter é vincula<strong>do</strong>, o que ofaz escrever com abordagem que lhe é ditada e agir da forma que lhe é exigida. Ementrevista à revista Caros Amigos, n ° 105, de dezembro de 2005, disse:Acho que a mídia sempre esteve a favor <strong>do</strong> poder porque é um <strong>do</strong>s rostos <strong>do</strong>poder; ela é o poder, sempre trabalhou pelo poder. A única diferença está nofato de que, enquanto o nosso jornalismo regrediu muito em termos dequalidade de texto e coisas desse tipo, avançou em termos técnicos. Então, atelevisão chega longe, os jornais, as revistas estão com um papel bonito. Eleschegam mais facilmente e o poder de manipulação aumenta.Cabe à imprensa, realistamente, promover a investigação jornalística tanto nosenti<strong>do</strong> de apuração <strong>do</strong>s fatos para produção de notícias quanto na realização de pesquisa<strong>sobre</strong> esses fatos, sem que isso signifique que possa percorrer o sereno caminho da
41neutralidade e imparcialidade, utopia e retórica de quem aconselha o inatingível. Suamissão é, portanto, informar, produzir notícias com aprofundamento das questões.O jornalista deve ser um observa<strong>do</strong>r atento e cuida<strong>do</strong>so quan<strong>do</strong> é o produtor denotícias, como também quan<strong>do</strong> muda de papel e passa a ser o receptor de notíciasproduzidas por outrem. Somente assim, poderá ser o agente de uma melhoria na qualidadeda informação jornalística.O jornalista Rubem Mauro Macha<strong>do</strong> (2006), em artigo divulga<strong>do</strong> no site daAssociação Brasileira de Imprensa (ABI) diz: “Nós jornalistas costumamos serextremamente críticos, de tu<strong>do</strong> e de to<strong>do</strong>s. E estamos certos:”Poderíamos ser representa<strong>do</strong>s pela figura de um troglodita arma<strong>do</strong> de tacape,vigian<strong>do</strong> a entrada da caverna, onde se abriga a comunidade. Nada a opor...Nasua tarefa de distribuir bor<strong>do</strong>adas à direita e à esquerda, acabam se achan<strong>do</strong> os<strong>do</strong>nos da verdade e da moralidade pública, ainda que muitas vezes conscientes daprópria hipocrisia. E acabam transpiran<strong>do</strong> um o<strong>do</strong>r mal disfarça<strong>do</strong> de arrogância.E, quan<strong>do</strong> erram, raramente dão o braço a torcer.Seria, então, o momento adequa<strong>do</strong> para substituir essa arrogância peloquestionamento de Descartes: “Como posso estar certo de que não me engano?” Pois éjustamente a ausência de certeza que deveria levar o homem a se debater na dúvida quepermanece até que se chegue à possível evidência.O me<strong>do</strong> de ser engana<strong>do</strong> por aparências falsas e o temor de se deixar enganarpor sua própria mente, levaram Descartes a erigir a dúvida como méto<strong>do</strong> e acerteza indubitável como alvo. O que garante que toda empresa cognitiva nãoseja, também ela, outro engano?( GIANNETTI DA FONSECA, 2005, p.74/75).Nietzsche (2004) encarava a verdade não como algo que o homem descobre <strong>sobre</strong>o mun<strong>do</strong>, mas algo que lhe era oferta<strong>do</strong> por uma vontade de verdade individual, numatentativa de pôr ordem no caos, tarefa <strong>do</strong> super-homem para estabelecer a sua ordem deacor<strong>do</strong> com a força de sua vontade de poder, onde não há espaço para a verdade objetiva,
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