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Bananicultura irrigada: inovações tecnológicas<br />
99<br />
Quanto ao tamanho dos tanques, recomendam-se<br />
os de maiores dimensões,<br />
pois permitem o processamento de maior<br />
quantidade de frutas por vez, evitando<br />
choques entre pencas e sua sobreposição.<br />
Num tanque pequeno (2 mil a 5 mil L) é<br />
necessário realizar a troca da água mais<br />
freqüentemente, embora as concentrações<br />
de detergente e de sulfato de alumínio<br />
sejam maiores. Um procedimento a ser<br />
adotado é o de manter o tanque no máximo<br />
com 75% de sua superfície coberta de<br />
frutas, para evitar o choque entre pencas,<br />
quando estas são colocadas na água. Para<br />
garantia de uma boa qualidade, os tanques<br />
devem ter no mínimo 9 m² de superfície<br />
(Fig. 7). Nas regiões frias, o uso de tanques<br />
de grandes dimensões apresenta um<br />
inconveniente: as frutas colhidas no final<br />
do inverno e na primavera, por sua maior<br />
densidade nestas épocas, afundam na<br />
água de lavagem. Assim, torna-se difícil<br />
a retirada das pencas e dos buquês desses<br />
tanques. Neste caso, é recomendável instalar<br />
esguichos no fundo dos tanques, que<br />
garantam a flutuação da fruta.<br />
Os tanques de água corrente são mais<br />
indicados do que aqueles sem renovação<br />
de água, pois permitem o processamento<br />
contínuo de frutas, sem a necessidade<br />
de parar o trabalho para a troca da água.<br />
Neste caso, instalam-se calhas coletoras<br />
de água na saída do tanque, para o escoamento<br />
do excesso. Para evitar o consumo<br />
excessivo, recomendam-se sistemas de<br />
reciclagem de água.<br />
O deslocamento das pencas da entrada<br />
até a saída do tanque é feito por meio de esguichos<br />
de água, obtidos pela colocação, a<br />
cada 3 a 4 m de comprimento dos tanques,<br />
de canos perfurados, cerca de 10 cm acima<br />
do nível da água. O jato desses esguichos<br />
deve ser dirigido ligeiramente para cima.<br />
Em tanques de água corrente, por pressão<br />
natural ou por bombas, a entrada de água<br />
se dá por esses esguichos. Em tanques sem<br />
renovação de água, utilizam-se bombas<br />
submersas. Em sistemas de reciclagem de<br />
água, esta sai para os tanques auxiliares<br />
(de reciclagem) por gravidade e retorna<br />
por bombeamento.<br />
Um cuidado a ser tomado na lavagem<br />
das pencas é o de mantê-las sempre com<br />
a parte cortada da almofada dentro da<br />
água. Para isso, mantém-se o lado de<br />
maior curvatura da fruta para cima, o que<br />
permite a rápida cicatrização dos cortes e<br />
o estancamento da exsudação de “cica”.<br />
Normalmente, o tempo necessário para<br />
a completa paralisação de exsudação de<br />
cica é em torno de 20 min. Dessa forma,<br />
as pencas e os buquês permanecem, no<br />
mínimo, durante este tempo total, entre<br />
os dois tanques. Em casas de embalagem<br />
com apenas um tanque, usado para pencas<br />
e buquês, devem-se manter estes últimos<br />
na água, no mínimo, por 10 min após sua<br />
confecção.<br />
O tanque de lavagem de buquês deve<br />
ter, no mínimo, as mesmas dimensões do<br />
tanque de pencas e tem por objetivo cicatrizar<br />
os cortes mais rapidamente e flocular e<br />
precipitar a “cica” sobrenadante, mantendo<br />
a água limpa. Neste tanque, normalmente é<br />
utilizado apenas o sulfato de alumínio, nas<br />
mesmas concentrações recomendadas para<br />
a lavação de pencas. Em tanques de água<br />
corrente, o sulfato de alumínio colocado<br />
em bolsas de brim é posto na cabeceira do<br />
tanque, próximo à parede onde se encontram<br />
os operários que preparam os buquês.<br />
O deslocamento dos buquês no tanque é<br />
feito por meio de canos perfurados, que<br />
esguicham jatos de água e empurram as<br />
frutas de um extremo a outro.<br />
A água para a lavação das frutas deve<br />
ser potável, caso contrário, pode conter<br />
componentes dissolvidos (compostos<br />
orgânicos, microrganismos acima dos<br />
níveis permitidos), que limitam seu uso.<br />
É fundamental que se use água clorada, o<br />
que pode ser obtido pela adição de cloro<br />
líquido. A forma ativa do cloro (OCl - ) mata<br />
os microrganismos presentes, desnaturando<br />
suas proteínas.<br />
Em alguns casos, no tanque de buquês,<br />
é feito o tratamento antifúngico das<br />
frutas, pela adição de fungicidas à calda,<br />
nas mesmas concentrações recomendadas<br />
para o tratamento por imersão. Esta prática,<br />
porém, é contra-indicada pelo excessivo<br />
gasto de fungicidas e pelos riscos de contaminação<br />
ambiental e intoxicação dos<br />
funcionários.<br />
No tanque de pencas ou no de buquês,<br />
quando há ocorrência de cochonilhas no<br />
cacho, devem-se conduzir as frutas para<br />
as laterais, onde operários fazem a retirada<br />
destes insetos com auxílio de escovas ou<br />
esponjas com detergente.<br />
Figura 7 - Tanques para lavagem dos frutos na casa de embalagem<br />
I n f o r m e A g r o p e c u á r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 2 9 , n . 2 4 5 , p . 9 2 - 1 1 0 , j u l . / a g o . 2 0 0 8<br />
Luiz Alberto Lichtemberg<br />
Classificação da fruta<br />
A classificação da fruta inicia-se na<br />
seleção de cachos e pencas, antes mesmo<br />
de esta entrar no local de embalagem. No<br />
momento da despenca, as pencas de frutos<br />
maiores são colocadas em local diferente<br />
das de frutos menores. Para isto, utilizase<br />
a subdivisão dos tanques de lavagem