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banana economia

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22 Bananicultura irrigada: inovações tecnológicas<br />

de Deightoniella torulosa, Trachysphaera<br />

fructigena e Verticiium theobromae.<br />

O ensacamento do cacho também<br />

uniformiza e melhora a coloração das<br />

<strong>banana</strong>s (MOREIRA, 1999), que adquire<br />

uma tonalidade mais clara, aumenta a elasticidade<br />

e espessura da casca, melhorando<br />

o aspecto do fruto (LICHTEMBERG,<br />

1996). Além da melhoria na qualidade dos<br />

frutos, o ensacamento promove melhorias<br />

quantitativas como aumento na massa dos<br />

cachos, no tamanho e diâmetro dos frutos,<br />

redução do período entre a floração e a<br />

colheita, encurtando o ciclo de produção<br />

(LICHTEMBERG, 1996; MOREIRA,<br />

1999).<br />

As mudanças fisiológicas ocorrem em<br />

função das diferenças microclimáticas<br />

no interior do saco, por aumento de temperatura<br />

(SOTO BALLESTERO, 2000;<br />

LICHTEMBERG, 1996). Segundo Soto<br />

Ballestero (2000), existe diferença de<br />

resposta ao ensacamento, de acordo com<br />

o clima e entre diferentes clones.<br />

A EPAMIG-CTNM realizou um trabalho<br />

com ensacamento dos cachos de<br />

‘Prata-Anã’, nos três primeiros ciclos de<br />

produção, no Norte de Minas. O ensacamento<br />

não propiciou redução no período<br />

compreendido entre a floração e a colheita<br />

do primeiro e terceiro ciclos, porém antecipou<br />

em 12 dias a colheita do segundo ciclo,<br />

realizada no período mais frio do ano. Não<br />

foram observadas diferenças estatísticas<br />

para massa do cacho, porém os frutos<br />

ensacados apresentaram melhor aspecto,<br />

com sensível redução na quantidade de<br />

lesões, além de apresentarem coloração<br />

mais clara e uniforme (RODRIGUES et<br />

al., 2001b).<br />

Quanto ao material a ser utilizado, Moreira<br />

(1999) diz que, se o ensacamento não<br />

for feito com a finalidade de evitar o frio,<br />

os sacos deverão ter a espessura de 0,05 a<br />

0,08 mm e ter furos de 5 a 10 mm a cada<br />

80 a 100 mm, em ambas as direções.<br />

Como desvantagens do ensacamento,<br />

Lichtemberg (1996) cita entre outros, o<br />

aumento do custo com aquisição de sacos<br />

plásticos, fitilhos, mão-de-obra, dificuldade<br />

de realizar a prática em bananeiras<br />

de porte alto, aumento na persistência dos<br />

restos florais, dificuldade na visualização<br />

dos frutos, para verificação do ponto de<br />

colheita, produção de frutos com a casca<br />

mais frágil e, portanto, mais sujeitos aos<br />

danos na pós-colheita.<br />

REBAIXAMENTO DO<br />

PSEUDOCAULE<br />

Durante a colheita, os pseudocaules<br />

são cortados para a retirada dos cachos,<br />

sendo rebaixados a uma altura que varia<br />

segundo a tecnologia utilizada pelo produtor.<br />

Belalcázar Carvajal et al. (1991)<br />

dizem que o corte alto do pseudocaule pode<br />

influenciar no melhor desenvolvimento da<br />

planta-filha, pela influência da translocação<br />

da seiva com seus componentes, da plantamãe<br />

para o broto, porém questiona o custo<br />

benefício dessa prática. Segundo Moreira<br />

(1999), resultados de pesquisas determinaram<br />

que a melhor altura do seccionamento<br />

do pseudocaule é deixá-lo no seu maior<br />

comprimento, eliminando todas as folhas.<br />

Já em outros trabalhos como os realizados<br />

por Manica e Gomes (1984) e Gomes et<br />

al. (1984), com a Prata no Espírito Santo,<br />

concluíram que não há diferença de produção,<br />

nos diversos manejos de eliminação<br />

do pseudocaule.<br />

Em função das diferentes recomendações<br />

encontradas na literatura, foi realizado<br />

um experimento em área da EPAMIG-<br />

CTNM, no Norte de Minas, objetivando<br />

avaliar o efeito da altura de corte do pseudocaule<br />

da bananeira ‘Prata-Anã’, após a<br />

colheita do cacho (RODRIGUES et al.,<br />

2006). Os tratamentos foram corte baixo<br />

(realizado a 30 cm do solo, no dia seguinte<br />

à colheita) e corte alto (realizado a 2 m<br />

do solo no dia seguinte à colheita, completado<br />

dois meses após, com corte a 30<br />

cm do solo), com 18 repetições, avaliados<br />

nos primeiros cinco ciclos de produção.<br />

Não houve influência dos tratamentos em<br />

nenhuma das características avaliadas (altura<br />

da planta, número de folhas viáveis,<br />

perímetro do pseudocaule a 30 cm e a 1 m<br />

do solo, dias entre a floração e a colheita,<br />

massa e número de frutos por cacho, massa<br />

média e número de frutos por penca). Esses<br />

resultados podem ter sido favorecidos pela<br />

adubação mensal e irrigação, o que resulta<br />

em condição não limitante para as plantas<br />

conduzidas com corte baixo, quando<br />

comparadas a uma possível vantagem das<br />

plantas conduzidas com corte alto. Algumas<br />

vantagens do corte baixo do pseudocaule<br />

imediatamente após a colheita são a<br />

facilidade de secionar um material ainda<br />

tenro, e a disponibilidade de material para<br />

confecção das iscas tipo queijo, usadas no<br />

controle da broca-do-rizoma.<br />

Com as Normas da Produção Integrada<br />

de Banana (BRASIL, 2005) torna-se obrigatório<br />

secionar e espalhar os pseudocaules<br />

colhidos na área, após sua eliminação.<br />

Sugere a manutenção das bananeiras do<br />

subgrupo Cavendish em pé até dois meses<br />

após a colheita, quando então torna-se<br />

obrigatória sua eliminação.<br />

REFERÊNCIAS<br />

BANANA. Agrianual 2007. Anuário da<br />

Agricultura Brasileira, São Paulo, 2007.<br />

p.194-204.<br />

ALVES, E.J.; OLIVEIRA, M. de A.; DANTAS,<br />

J.L.L.; OLIVEIRA, S.L. de. Exigências climáticas.<br />

In: ALVES, E.J. (Org.). A cultura da<br />

<strong>banana</strong>: aspectos técnicos, socioeconômicos<br />

e agroindustriais. Brasília: EMBRAPA-SPI;<br />

Cruz das Almas: EMBRAPA-CNPMF, 1997.<br />

cap. 2, p.35-46.<br />

BELALCÁZAR CARVAJAL, S.; SALAZAR<br />

M., C.A.; CAYÓN S., G.; LOZADA Z., J.E.;<br />

CASTILLO L.E.; VALENCIA M., J.A. Manejo<br />

de plantaciones. In:_____. El cultivo del plátano<br />

en el tropico. Cali: ICA, 1991. p.149-242.<br />

(ICA. Manual de Assistência Técnica, 50).<br />

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária<br />

e Abastecimento. AGROFIT. Sistema de<br />

Agrotóxicos Fitosanitários. Brasília, [2008].<br />

Disponível em:

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