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banana economia

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Bananicultura irrigada: inovações tecnológicas<br />

87<br />

que é a falta de produtos registrados,<br />

integrando a grade de agroquímicos, e,<br />

conseqüentemente, em condições de uso.<br />

Quanto aos nematóides, estão presentes os<br />

principais gêneros causadores de perdas<br />

(Radopholus, Rotylenchus, Meloidogyne e<br />

Helicotylenchus), necessitando das ações<br />

de monitoramento populacional para orientações<br />

no controle.<br />

A prática do controle integrado é a<br />

principal ferramenta recomendada pela<br />

PI e, embora os produtores entendam a<br />

sua importância, nem sempre a executam<br />

com a eficiência necessária. A utilização<br />

do controle integrado é um dos pilares<br />

fundamentais para a redução do uso de<br />

agrotóxicos na lavoura. Dessa forma, é<br />

importante e necessário não só trabalhar<br />

pela utilização de metodologias de monitoramento<br />

e de balizamento do controle, mas<br />

acima de tudo fazer com que os produtores<br />

entendam e acreditem no sistema que estão<br />

utilizando. Somente assim o processo será<br />

executado no momento correto e dará o<br />

reflexo necessário na redução do uso de<br />

defensivos.<br />

O monitoramento de sigatoka-amarela<br />

pelo sistema de pré-aviso biológico<br />

(FOURÉ, 1988; GANRY; MEYER, 1972;<br />

MARÍN VARGAS; ROMERO CALDE-<br />

RÓN, 1992) vem sendo praticado há algum<br />

tempo em algumas propriedades, mas<br />

ainda há insegurança na sua aplicação, necessitando,<br />

portanto, de mais treinamentos<br />

para que os usuários do sistema aprendam<br />

a utilizá-lo e a confiar nele. Além desse<br />

aspecto, o controle de pragas carece de<br />

maior agregação de práticas culturais que<br />

propiciem níveis adequados de controle e a<br />

redução no uso de defensivos. Observa-se<br />

que ainda há muitos casos em que a utilização<br />

do controle químico é vista como<br />

uma prática que dispensaria as demais.<br />

É importante, por conseguinte, continuar<br />

mostrando que a integração das diversas<br />

práticas é a única forma para buscar a<br />

redução do uso de agrotóxicos.<br />

A sigatoka-negra, embora ausente na<br />

região, tem sido sempre abordada nos treinamentos,<br />

considerando-se a necessidade<br />

de preparação do corpo técnico que atua<br />

na região, em relação a um problema que<br />

é grave para a cultura e que, certamente,<br />

poderá surgir mais cedo ou mais tarde.<br />

Em relação à infra-estrutura necessária<br />

para o transporte e processamento da fruta<br />

(empacotadoras), os abrigos para agroquímicos<br />

e áreas de manuseio e preparo de<br />

caldas, os sanitários de campo, refeitórios,<br />

etc., na maioria das propriedades, terão que<br />

ser construídos ou passar por ajustes a fim<br />

de atender às normas técnicas específicas<br />

para a PI de Banana. Essa é, sem dúvida<br />

alguma, a parte mais onerosa do processo<br />

de adequação, porque exige investimentos<br />

por parte do produtor, que nem sempre está<br />

em condições de fazê-los.<br />

De outro lado, e não menos importante,<br />

aparecem as questões ambientais que,<br />

em última análise, serão responsáveis<br />

pela sustentabilidade da atividade, onde<br />

o investimento em educação ambiental, o<br />

estabelecimento dos planos de gestão ambiental,<br />

serão fundamentais para garantir<br />

que as ações corretivas e de preservação<br />

sejam colocadas em prática. A parte social<br />

do sistema, que inclui o atendimento às<br />

leis trabalhistas, de modo geral tem sido<br />

atendida a contento pelos produtores, não<br />

obstante, a capacitação sobre o assunto<br />

seja importante para o aperfeiçoamento<br />

das relações patrão e empregado.<br />

Adesão dos produtores<br />

Como princípio básico da PI, a adesão<br />

é voluntária, assim, os trabalhos de implantação<br />

do sistema no Norte de Minas Gerais<br />

teve início em março de 2005, a partir das<br />

palestras de sensibilização, realizadas para<br />

produtores e técnicos que atuam na região.<br />

Os trabalhos iniciaram-se com seis produtores<br />

inscritos, cujas áreas selecionadas<br />

restringiam-se a seis quadras, que juntas<br />

somavam 43,25 ha. Vale destacar que nessa<br />

fase o número de produtores foi limitado<br />

pela coordenação dos trabalhos, para evitar<br />

dificuldades na sua condução.<br />

Como outros produtores haviam manifestado<br />

interesse em participar do sistema,<br />

nos anos subseqüentes (2006 e 2007) novas<br />

adesões ocorreram, formando o grupo atual<br />

com 20 propriedades inscritas, distribuídas<br />

por 11 municípios da região Norte<br />

Mineira (Porteirinha, Nova Porteirinha,<br />

Janaúba, Jaíba, Montes Claros, Claro dos<br />

Poções, Capitão Enéas, Pedras de Maria<br />

da Cruz, São Francisco, Matias Cardoso<br />

e Verdelândia), atingindo uma área total<br />

de 1.027 ha (Quadro 1). Conforme pode<br />

ser observado no Quadro 1, as áreas estão<br />

georreferenciadas e os produtores e<br />

funcionários das propriedades passaram<br />

a ser os clientes principais dos cursos e<br />

treinamentos ministrados.<br />

I n f o r m e A g r o p e c u á r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 2 9 , n . 2 4 5 , p . 8 4 - 9 0 , j u l . / a g o . 2 0 0 8

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