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Bananicultura irrigada: inovações tecnológicas<br />
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que é a falta de produtos registrados,<br />
integrando a grade de agroquímicos, e,<br />
conseqüentemente, em condições de uso.<br />
Quanto aos nematóides, estão presentes os<br />
principais gêneros causadores de perdas<br />
(Radopholus, Rotylenchus, Meloidogyne e<br />
Helicotylenchus), necessitando das ações<br />
de monitoramento populacional para orientações<br />
no controle.<br />
A prática do controle integrado é a<br />
principal ferramenta recomendada pela<br />
PI e, embora os produtores entendam a<br />
sua importância, nem sempre a executam<br />
com a eficiência necessária. A utilização<br />
do controle integrado é um dos pilares<br />
fundamentais para a redução do uso de<br />
agrotóxicos na lavoura. Dessa forma, é<br />
importante e necessário não só trabalhar<br />
pela utilização de metodologias de monitoramento<br />
e de balizamento do controle, mas<br />
acima de tudo fazer com que os produtores<br />
entendam e acreditem no sistema que estão<br />
utilizando. Somente assim o processo será<br />
executado no momento correto e dará o<br />
reflexo necessário na redução do uso de<br />
defensivos.<br />
O monitoramento de sigatoka-amarela<br />
pelo sistema de pré-aviso biológico<br />
(FOURÉ, 1988; GANRY; MEYER, 1972;<br />
MARÍN VARGAS; ROMERO CALDE-<br />
RÓN, 1992) vem sendo praticado há algum<br />
tempo em algumas propriedades, mas<br />
ainda há insegurança na sua aplicação, necessitando,<br />
portanto, de mais treinamentos<br />
para que os usuários do sistema aprendam<br />
a utilizá-lo e a confiar nele. Além desse<br />
aspecto, o controle de pragas carece de<br />
maior agregação de práticas culturais que<br />
propiciem níveis adequados de controle e a<br />
redução no uso de defensivos. Observa-se<br />
que ainda há muitos casos em que a utilização<br />
do controle químico é vista como<br />
uma prática que dispensaria as demais.<br />
É importante, por conseguinte, continuar<br />
mostrando que a integração das diversas<br />
práticas é a única forma para buscar a<br />
redução do uso de agrotóxicos.<br />
A sigatoka-negra, embora ausente na<br />
região, tem sido sempre abordada nos treinamentos,<br />
considerando-se a necessidade<br />
de preparação do corpo técnico que atua<br />
na região, em relação a um problema que<br />
é grave para a cultura e que, certamente,<br />
poderá surgir mais cedo ou mais tarde.<br />
Em relação à infra-estrutura necessária<br />
para o transporte e processamento da fruta<br />
(empacotadoras), os abrigos para agroquímicos<br />
e áreas de manuseio e preparo de<br />
caldas, os sanitários de campo, refeitórios,<br />
etc., na maioria das propriedades, terão que<br />
ser construídos ou passar por ajustes a fim<br />
de atender às normas técnicas específicas<br />
para a PI de Banana. Essa é, sem dúvida<br />
alguma, a parte mais onerosa do processo<br />
de adequação, porque exige investimentos<br />
por parte do produtor, que nem sempre está<br />
em condições de fazê-los.<br />
De outro lado, e não menos importante,<br />
aparecem as questões ambientais que,<br />
em última análise, serão responsáveis<br />
pela sustentabilidade da atividade, onde<br />
o investimento em educação ambiental, o<br />
estabelecimento dos planos de gestão ambiental,<br />
serão fundamentais para garantir<br />
que as ações corretivas e de preservação<br />
sejam colocadas em prática. A parte social<br />
do sistema, que inclui o atendimento às<br />
leis trabalhistas, de modo geral tem sido<br />
atendida a contento pelos produtores, não<br />
obstante, a capacitação sobre o assunto<br />
seja importante para o aperfeiçoamento<br />
das relações patrão e empregado.<br />
Adesão dos produtores<br />
Como princípio básico da PI, a adesão<br />
é voluntária, assim, os trabalhos de implantação<br />
do sistema no Norte de Minas Gerais<br />
teve início em março de 2005, a partir das<br />
palestras de sensibilização, realizadas para<br />
produtores e técnicos que atuam na região.<br />
Os trabalhos iniciaram-se com seis produtores<br />
inscritos, cujas áreas selecionadas<br />
restringiam-se a seis quadras, que juntas<br />
somavam 43,25 ha. Vale destacar que nessa<br />
fase o número de produtores foi limitado<br />
pela coordenação dos trabalhos, para evitar<br />
dificuldades na sua condução.<br />
Como outros produtores haviam manifestado<br />
interesse em participar do sistema,<br />
nos anos subseqüentes (2006 e 2007) novas<br />
adesões ocorreram, formando o grupo atual<br />
com 20 propriedades inscritas, distribuídas<br />
por 11 municípios da região Norte<br />
Mineira (Porteirinha, Nova Porteirinha,<br />
Janaúba, Jaíba, Montes Claros, Claro dos<br />
Poções, Capitão Enéas, Pedras de Maria<br />
da Cruz, São Francisco, Matias Cardoso<br />
e Verdelândia), atingindo uma área total<br />
de 1.027 ha (Quadro 1). Conforme pode<br />
ser observado no Quadro 1, as áreas estão<br />
georreferenciadas e os produtores e<br />
funcionários das propriedades passaram<br />
a ser os clientes principais dos cursos e<br />
treinamentos ministrados.<br />
I n f o r m e A g r o p e c u á r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 2 9 , n . 2 4 5 , p . 8 4 - 9 0 , j u l . / a g o . 2 0 0 8