You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Bananicultura irrigada: inovações tecnológicas<br />
45<br />
nutrientes determinada pela marcha de<br />
absorção da cultura (COSTA et al., 1986;<br />
PIERZYNSKI et al., 1994).<br />
Quanto aos problemas apresentados na<br />
fertirrigação, podem-se citar:<br />
a) os fertilizantes mais adequados à<br />
fertirrigação podem ser os mais<br />
caros;<br />
b) há risco de contaminação do ambiente,<br />
se não forem utilizados<br />
os equipamentos e as medidas de<br />
segurança necessários;<br />
c) aumentam os riscos de corrosão das<br />
partes metálicas do sistema;<br />
d) necessidade de pessoal treinado para<br />
lidar com os equipamentos.<br />
Dentre os nutrientes necessários, o<br />
nitrogênio (N) e o potássio (K) são os de<br />
maior consumo pela planta. O N aplicado<br />
no solo é sujeito à imobilização, às perdas<br />
na forma de gás (desnitrificação e volatilização)<br />
e àquelas perdas associadas à movimentação<br />
da água (lixiviação, escoamento<br />
superficial e erosão). Por isso, raramente a<br />
planta aproveita mais de 60% do N usado<br />
na adubação. Para o aproveitamento máximo<br />
desse nutriente pelas plantas, tem sido<br />
proposto o parcelamento da adubação, de<br />
maneira que haja uma sincronia entre o<br />
N disponível no solo e a capacidade de<br />
absorção das plantas. Segundo Vieira et al.<br />
(2001), a fertirrigação é um método fácil e<br />
de baixo custo para fazer o parcelamento da<br />
adubação de modo adequado. A primeira<br />
questão levantada é quando fazer as fertirrigações<br />
ou em qual intervalo de tempo devese<br />
fazer a adubação. Como não há uma<br />
receita para todas as condições, devem-se<br />
considerar as seguintes situações:<br />
a) período chuvoso x período seco;<br />
b) solo arenoso x solo argiloso;<br />
c) doses de fertilizantes altas x baixas.<br />
Em razão de as maiores perdas de N<br />
ocorrerem em período chuvoso, em solo<br />
arenoso e quando se usa dose alta de N, o<br />
intervalo entre fertirrigações deve ser mais<br />
curto nessa situação do que numa situação<br />
de seca, de solo argiloso e de doses baixas.<br />
Outra situação que exige fertirrigações a<br />
intervalos mais curtos é em locais sujeitos<br />
à salinização.<br />
O parcelamento do fertilizante potássico<br />
também é recomendado, pois embora<br />
seja menos móvel no solo que o N, as doses<br />
normalmente usadas na bananeira são muito<br />
altas. Outra razão para o parcelamento<br />
do K é evitar que a salinidade do solo atinja<br />
níveis prejudiciais à cultura.<br />
É muito comum a aplicação conjunta<br />
de fontes de N e de K. A mais comum é a<br />
mistura de uréia com cloreto de potássio.<br />
Outros fertilizantes, contendo outros nutrientes,<br />
podem ser adicionados à solução<br />
contendo N e K. O importante é sempre<br />
observar a compatibilidade, a diluição, o<br />
índice de acidificação e o de corrosão dos<br />
fertilizantes. Em geral, os fertilizantes<br />
contendo nutrientes pouco móveis no solo<br />
são aplicados a intervalos maiores (1 a 3<br />
vezes ao ano).<br />
O intervalo entre aplicações (parcelamento)<br />
e a quantidade aplicada em cada<br />
fertirrigação deve ter como base a curva de<br />
absorção de nutrientes pela bananeira nos<br />
diferentes ciclos de produção. Trabalhos<br />
conduzidos no Norte de Minas, por Costa<br />
et al. (2000ab), e em Cruz das Almas, BA,<br />
por Borges et al. (2001), indicam que o<br />
intervalo de 15 dias entre fertirrigações<br />
com N, ou com N e K, é o mais adequado<br />
para a bananeira. Esse intervalo, quando<br />
comparado com intervalos menores ou<br />
maiores, proporcionou o mesmo rendimento,<br />
ou tendeu a promover maior<br />
produção. Segundo Vieira et al. (2001),<br />
em outro estudo conduzido em Jaboticabal,<br />
SP, não houve diferença no número<br />
de pencas por cacho nos intervalos entre<br />
fertirrigações testados (30, 60 e 90 dias) da<br />
aplicação convencional (3 parcelamentos<br />
do N e K: abril, agosto e dezembro). Todos<br />
esses estudos foram feitos com a bananeira<br />
‘Prata-Anã’ irrigada por microaspersão.<br />
Destes estudos pode-se dizer que, mesmo<br />
se a fertirrigação, comparada à adubação<br />
convencional, não resultar em produtividade<br />
e qualidade melhores, a redução no<br />
custo com a mão-de-obra é uma grande<br />
vantagem.<br />
I n f o r m e A g r o p e c u á r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 2 9 , n . 2 4 5 , p . 3 8 - 4 6 , j u l . / a g o . 2 0 0 8