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Bananicultura irrigada: inovações tecnológicas<br />
21<br />
distância entre este e a última penca era<br />
de 15 a 20 cm) do cacho de bananeira<br />
‘Prata-Anã’ em três ciclos de produção, no<br />
Norte de Minas. Observou-se melhoria no<br />
rendimento do cacho (massa total e média<br />
dos frutos), no diâmetro médio dos frutos<br />
no primeiro e terceiro ciclos, redução no<br />
período entre floração e colheita nos dois<br />
primeiros ciclos de produção (SOUTO et<br />
al., 2001).<br />
As Normas da Produção Integrada de<br />
Banana (BRASIL, 2005) tornam obrigatória<br />
a retirada do coração do cacho logo<br />
após a abertura da última penca, quando<br />
houver 10 a 20 cm de ráquis. Além disso,<br />
sugere o enterrio dos corações dentro do<br />
<strong>banana</strong>l ou que sejam picados e distribuídos<br />
sobre o solo. Caso a infestação por<br />
tripes seja muito alta, o enterrio é mais<br />
recomendado.<br />
Poda da última penca<br />
estatística nos dois primeiros ciclos para<br />
massa do cacho; massa média dos frutos<br />
e das pencas; comprimento, diâmetro e<br />
massa do fruto central da segunda penca.<br />
No terceiro ciclo, houve aumento da massa<br />
média dos frutos e das pencas, diâmetro do<br />
fruto central da segunda penca, não alterando<br />
a massa total dos frutos (RODRIGUES<br />
et al., 2002).<br />
Ensacamento do cacho<br />
O ensacamento dos cachos (Fig. 3)<br />
constitui uma barreira física aos danos<br />
mecânicos causados por roçamento de<br />
folhas, deposição de poeira, ação de ventos<br />
e de granizo leve, produtos utilizados nas<br />
pulverizações para o controle fitossanitário,<br />
baixas temperaturas e ataque de pragas<br />
(como traça, tripes, arapuá, lagartas e lepidópteros)<br />
(LICHTEMBERG et al., 1998;<br />
MOREIRA, 1999). Segundo Lichtemberg<br />
et al. (1998), o tripes-da-erupção só é controlado<br />
pelo ensacamento precoce, com<br />
sacos impregnados com inseticidas.<br />
Ao reduzir ferimentos físicos e biológicos<br />
nos frutos, o ensacamento reduz<br />
as aberturas para o patógeno se instalar<br />
(LICHTEMBERG; HINZ, 2003). Os ferimentos<br />
causados pelo tripes-da-erupção<br />
são as principais portas de entrada para o<br />
Colletotrichum musae, causador da antracnose<br />
(VENTURA; HINZ, 2002). Ventura e<br />
Hinz (2002) destacam que frutas produzidas<br />
em cachos ensacados apresentam menor<br />
incidência de antracnose, por estarem<br />
menos sujeitas às contaminações e danos<br />
provocados por insetos e ferimentos. Jeger<br />
et al. (1995) recomendam o ensacamento<br />
com material bem ventilado (sacos plásticos<br />
perfurados), para prevenir a ocorrência<br />
A poda da última penca foi idealizada<br />
pelos técnicos e produtores de <strong>banana</strong>, para<br />
eliminar as pencas inferiores, cujos frutos<br />
não atingem as dimensões exigidas pelo<br />
mercado internacional. Para tanto, fixouse<br />
como norma, a retirada de uma ou duas<br />
pencas, para cachos com nove ou mais<br />
pencas respectivamente, para variedades<br />
do subgrupo Cavendish (SOTO BALLES-<br />
TERO, 2000).<br />
A última penca do cacho é, em geral,<br />
defeituosa, com <strong>banana</strong>s muito curtas e,<br />
por isso, é descartada durante a embalagem<br />
(MOREIRA, 1999). Na eliminação da última<br />
penca, deixa-se apenas um fruto, que<br />
permitirá a circulação de seiva, evitando o<br />
ataque de doenças. Nas variedades do subgrupo<br />
Cavendish, esta operação faz com<br />
que todas as <strong>banana</strong>s das demais pencas<br />
aumentem de tamanho e diâmetro. Além<br />
destes aspectos, há melhoria de qualidade<br />
dos frutos (LICHTEMBERG et al., 1991;<br />
SOTO BALLESTERO, 2000).<br />
A EPAMIG-CTNM realizou um trabalho<br />
no Norte de Minas, que avaliou o efeito<br />
da retirada da última penca de frutos do<br />
cacho da ‘Prata-Anã’, nos três primeiros<br />
ciclos de produção. Não houve diferença<br />
Figura 3 - Ensacamento de um cacho de <strong>banana</strong><br />
Maria Geralda Vilela Rodrigues<br />
I n f o r m e A g r o p e c u á r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 2 9 , n . 2 4 5 , p . 1 4 - 2 4 , j u l . / a g o . 2 0 0 8