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56 Bananicultura irrigada: inovações tecnológicas<br />
Cordeiro et al. (2005) recomendam<br />
para o controle da doença:<br />
a) cobertura do cacho com saco de polietileno<br />
perfurado, antes da abertura<br />
das pencas;<br />
b) limpeza e desinfecção dos tanques<br />
de despencamento e lavagem após<br />
o uso;<br />
c) trocas periódicas da água de lavagem<br />
usada no tanque;<br />
d) imersão ou pulverização dos frutos<br />
com fungicidas à base de tiabendazol.<br />
Figura 9 - Antracnose em <strong>banana</strong><br />
Figura 10 - Podridão-da-coroa em <strong>banana</strong><br />
FONTE: Moreira (1999).<br />
PODRIDÃO-DA-COROA<br />
Atualmente, esta doença apresenta<br />
maior problema em pós-colheita, em conseqüência<br />
da prática de despencamento<br />
dos frutos para comercialização. Após o<br />
despencamento, vários patógenos oportunistas<br />
aproveitam do ferimento resultante<br />
para se instalarem no tecido do hospedeiro<br />
provocando o escurecimento e a necrose da<br />
coroa (Fig.10).<br />
Segundo Cordeiro et al. (2005), os<br />
fungos responsáveis pela prodridão-dacoroa<br />
são Cephalosporium sp., Fusarium<br />
spp., C. musae, Deghtoniella tolurosa<br />
Mário Sérgio Carvalho Dias<br />
e Ceratocystis paradoxa. Estes autores<br />
relatam ainda que estes fungos são parte<br />
da flora de flores e folhas velhas advindas<br />
do campo e que infectam a almofada no<br />
momento do despencamento. As medidas<br />
de controle são as mesmas empregadas<br />
para antracnose.<br />
MOKO<br />
O moko é uma das mais importantes<br />
doenças da bananeira por causa dos danos<br />
causados, do amplo círculo de hospedeiros<br />
e da facilidade de disseminação. Esta<br />
doença, além de causar a morte da planta,<br />
também torna os frutos impróprios para<br />
o consumo, pois estes ficam com a polpa<br />
escurecida e não chegam a amadurecer<br />
normalmente. O agente causal desta doença<br />
é a bactéria Ralstonia solanacearum<br />
(raça 2), que penetra no hospedeiro pelos<br />
ferimentos. Os insetos que visitam as<br />
inflorescências desempenham importante<br />
papel na disseminação da doença dentro<br />
do mesmo <strong>banana</strong>l. Já a longas distâncias<br />
a disseminação ocorre por material propagativo<br />
infectado. As ferramentas utilizadas<br />
nos tratos culturais e também o contato de<br />
raízes de plantas sadias com as de plantas<br />
doentes podem disseminar a doença.<br />
As variedades comerciais são suscetíveis<br />
ao patógeno. Os sintomas nas plantas<br />
jovens caracterizam-se pelo rápido murchamento<br />
seguido de morte. As folhas centrais<br />
dobram em ângulo agudo sem amarelecerem.<br />
Nas plantas adultas, as folhas<br />
mais novas adquirem coloração amarelada<br />
com posterior murcha e morte e, posteriormente,<br />
estes sintomas progridem para<br />
as folhas mais velhas. O desenvolvimento<br />
dos frutos fica paralisado e estes tornam-se<br />
enegrecidos, deformados e enrugados, com<br />
polpa enegrecida e decomposta. No interior<br />
do pseudocaule verifica-se o escurecimento<br />
da região central (Fig.11). Gavilan (2000)<br />
cita que a principal diferença entre os sintomas<br />
do moko e os do mal-do-panamá é<br />
que, neste último, o amarelecimento e a<br />
murcha da folha, assim como a descoloração<br />
vascular, ocorrem primeiramente nas<br />
folhas e nos vasos mais externos, sendo o<br />
oposto no caso do moko.<br />
I n f o r m e A g r o p e c u á r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 2 9 , n . 2 4 5 , p . 4 7 - 5 8 , j u l . / a g o . 2 0 0 8