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banana economia

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Bananicultura irrigada: inovações tecnológicas<br />

103<br />

Ponto de colheita<br />

Após o desenvolvimento fisiológico<br />

do fruto é possível colher o cacho dentro<br />

de algumas semanas, em diferentes graus<br />

de desenvolvimento, o que normalmente é<br />

associado à presença de quinas nos frutos.<br />

Além da avaliação visual, a medida do<br />

diâmetro do fruto é utilizada em algumas<br />

variedades. De acordo com a variedade<br />

e a variação climática do local, a <strong>banana</strong><br />

está apta a ser colhida dentro de um determinado<br />

número de dias após a antese.<br />

No mercado interno, as frutas são colhidas<br />

mais magras para os mercados mais<br />

distantes e mais gordas para o mercado<br />

local. Porém, o grau de maturação é de extrema<br />

importância para a sua conservação<br />

pós-colheita. Frutos colhidos em estádio<br />

de maturação mais avançado são mais<br />

suscetíveis à maturação durante o transporte,<br />

e às doenças, deteriorando-se mais<br />

rapidamente. Assim, as <strong>banana</strong>s Cavendish<br />

colhidas no Equador, quando se destinam<br />

ao mercado externo, são colhidas com 12 a<br />

15 semanas, dependendo da época do ano<br />

e do mercado de destino, descartando-se<br />

as <strong>banana</strong>s com mais idade. Arcila P. et al.<br />

(2002) verificaram em <strong>banana</strong>s Dominico<br />

Harton, colhidas com 12, 14 e 16 semanas,<br />

que quanto menor a idade, maior era o período<br />

de maturação da <strong>banana</strong>. No Sul do<br />

Brasil, a <strong>banana</strong> Cavendish é colhida com<br />

36 a 40 mm de diâmetro para o mercado<br />

interno e com 34 a 36 mm para o Mercosul.<br />

Santos e Chitarra (1998), estudando cachos<br />

de <strong>banana</strong> ‘Prata’ com 90, 105, 120, 135<br />

e 150 dias após a antese, verificaram que,<br />

com exceção dos de 90 dias, todos os demais<br />

apresentaram dimensões e teores de<br />

sólidos solúveis e de açúcares adequados,<br />

quando maduros. Destes, os de 105 dias<br />

apresentaram a maior vida pós-colheita<br />

e os de 150 dias a menor. Martins et al.<br />

(2007) verificaram que <strong>banana</strong>s ‘Prata-<br />

Anã’ armazenadas dentro de sacos de<br />

polietileno de baixa densidade, sob vácuo<br />

parcial, conservaram-se satisfatoriamente<br />

por 35 dias, tanto a 10°C como a 12°C,<br />

quando colhidas com 16 semanas após a<br />

emissão floral. Para frutas de 18 semanas,<br />

somente a temperatura de 10°C foi eficiente,<br />

e para frutas de 20 semanas, nenhuma<br />

das duas temperaturas foi eficiente.<br />

Cuidados no manuseio da<br />

fruta<br />

A <strong>banana</strong> apresenta casca frágil e, assim,<br />

necessita de cuidados especiais para a<br />

manutenção da aparência e da conservação.<br />

Frutos feridos respiram mais intensamente<br />

e entram em processo de maturação,<br />

atingindo o climatério e a senescência em<br />

pouco tempo. Desta forma, o manuseio do<br />

produto deve ser o mínimo necessário, para<br />

evitar injúrias no tecido vegetal. Assim,<br />

todas as recomendações citadas para o<br />

manejo cultural, na colheita, nos traslados<br />

e no processo de embalagem, têm especial<br />

importância na conservação da <strong>banana</strong>.<br />

Pré-resfriamento da fruta<br />

A <strong>banana</strong> apresenta uma taxa de respiração<br />

crescente da colheita até o climatério,<br />

sendo importante para isto, além de outros<br />

fatores, a temperatura. A redução da temperatura<br />

diminui a respiração da fruta, a sua<br />

atividade biológica e, conseqüentemente,<br />

a velocidade da sua maturação. Muitas<br />

vezes a <strong>banana</strong> é colhida em temperaturas<br />

ambientais muito elevadas e quanto mais<br />

cedo reduzir-se a temperatura da polpa,<br />

maior será o tempo de conservação da<br />

fruta. A água de lavagem das frutas, nos<br />

tanques, desempenha um primeiro papel<br />

no resfriamento. Neste caso, a temperatura<br />

da água, o comprimento dos tanques e o<br />

tempo de permanência da fruta na água são<br />

variáveis importantes. Um procedimento<br />

recomendável é fazer a colheita apenas no<br />

período da manhã, quando a temperatura<br />

da polpa é mais baixa.<br />

Quando o transporte é feito em carroceria<br />

ou em contêiner frigorificado,<br />

logo após a embalagem a <strong>banana</strong> deve ser<br />

colocada em câmaras frias para a redução<br />

da temperatura àquela de transporte. Este<br />

pré-resfriamento é importante, porque no<br />

período de resfriamento da polpa o consumo<br />

de energia é muito elevado. Durante<br />

este resfriamento, para cada tonelada de<br />

fruta é necessária uma refrigeração de<br />

cerca de 550 calorias por hora, sendo 150<br />

calorias para compensar o processo de<br />

respiração da fruta e 400 calorias para o<br />

resfriamento da polpa. Após a <strong>banana</strong> atingir<br />

a temperatura de transporte, de cerca<br />

de 13°C, faz-se necessária apenas uma<br />

refrigeração de 45 calorias por hora para<br />

cada tonelada de fruta, para compensar o<br />

processo de respiração.<br />

Quando o transporte da fruta é feito em<br />

carrocerias comuns, sujeito às condições<br />

climáticas, o pré-resfriamento em câmaras<br />

frias é ineficiente e contra-indicado, devido<br />

aos danos dos choques de temperatura.<br />

Refrigeração<br />

A retirada do calor do campo das <strong>banana</strong>s<br />

deve ser uma das primeiras preocupações,<br />

após a colheita, visando à extensão<br />

de sua vida útil. Isto pode ser conseguido<br />

nas operações de lavagem, sanitização e<br />

estancamento do látex dos frutos, depois<br />

da despenca. Entretanto, para se determinar<br />

aos frutos vida pós-colheita superior<br />

a uma semana é importante armazená-los<br />

em câmaras frias, com temperatura regulada.<br />

Quanto mais rapidamente o fruto for<br />

resfriado, maior será o seu potencial de<br />

conservação.<br />

A <strong>banana</strong> é um fruto sensível ao<br />

chilling, desordem fisiológica que acomete,<br />

normalmente, frutos tropicais, quando<br />

estes são submetidos a baixas temperaturas<br />

de armazenamento. O chilling é um reflexo<br />

do binômio tempo x temperatura, sendo<br />

que quanto mais baixa a temperatura e<br />

maior o tempo de exposição a ela, mais<br />

severos são os sintomas. Não obstante,<br />

exposições de frutos tropicais a baixas<br />

temperaturas por tempos curtos podem não<br />

resultar em chilling.<br />

Além do binômio tempo x temperatura,<br />

a sensibilidade ao frio depende também da<br />

cultivar e de fatores pré-colheita. O chilling<br />

manifesta-se em <strong>banana</strong>s por meio do<br />

escurecimento da casca e, em casos muito<br />

severos, escurecimento da polpa. A temperatura<br />

mínima de segurança, abaixo da<br />

qual o chilling se manifesta, varia entre as<br />

diferentes cultivares de <strong>banana</strong> entre 10ºC<br />

e 12°C, podendo, entretanto, <strong>banana</strong>s da<br />

I n f o r m e A g r o p e c u á r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 2 9 , n . 2 4 5 , p . 9 2 - 1 1 0 , j u l . / a g o . 2 0 0 8

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