PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E EDUCACIONAL - Pos.ajes.edu.br ...
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Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />
Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />
Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />
Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />
2. A EDUCAÇÃO E OS CONCEITOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM<<strong>br</strong> />
Comecemos nossa discussão dos conceitos de ensino e aprendizagem<<strong>br</strong> />
fazendo a seguinte pergunta: pode haver ensino sem que haja<<strong>br</strong> />
aprendizagem?<<strong>br</strong> />
Suponhamos uma situação em que um professor universitário<<strong>br</strong> />
apresente, em detalhes, os aspectos mais difíceis e complicados da teoria da<<strong>br</strong> />
relatividade de Einstein a grupo de crianças de sete anos. Suponhamos que o<<strong>br</strong> />
professor em questão seja profundo conhecedor do assunto e faça uma <strong>br</strong>ilhante<<strong>br</strong> />
exposição, utilizando meios audiovisuais ou quaisquer outros recursos que a<<strong>br</strong> />
didática moderna possa recomendar. Apesar de tudo isso, as crianças nada<<strong>br</strong> />
aprendem daquilo que ele apresentou. Podemos dizer que, embora as crianças<<strong>br</strong> />
nada tenham aprendido acerca da teoria da relatividade de Einstein, o professor<<strong>br</strong> />
esteve ensinando durante sua apresentação? A resposta afirmativa, neste caso<<strong>br</strong> />
claramente extremo e exagerado, parece pouco plausível. Mas suponhamos –<<strong>br</strong> />
uma suposição, agora, não tão absurda – que a audiência desse professor fosse<<strong>br</strong> />
composta, não de crianças de sete anos, mas de universitários no último ano do<<strong>br</strong> />
curso de física, e que o resultado fosse o mesmo: os alunos nada aprenderam<<strong>br</strong> />
acerca da teoria da relatividade de Einstein através da exposição. Podemos dizer<<strong>br</strong> />
que, embora o professor tivesse estado a ensinar a teoria da relatividade, os<<strong>br</strong> />
alunos não a aprenderam? A resposta afirmativa, aqui, parece bem mais<<strong>br</strong> />
plausível. Mas qual é, realmente, a diferença entre a primeira e a segunda<<strong>br</strong> />
situação? Vamos colocar esta questão, por enquanto, entre parênteses, para<<strong>br</strong> />
analisar algumas respostas que têm sido dadas à pergunta com que iniciamos<<strong>br</strong> />
este parágrafo: pode haver ensino sem que haja aprendizagem?<<strong>br</strong> />
Muitas pessoas dão uma resposta negativa a esta pergunta, afirmando<<strong>br</strong> />
que não há ensino sem aprendizagem. Este é um dos slogans que<<strong>br</strong> />
freqüentemente aparecem na literatura <strong>edu</strong>cacional. Correndo o risco de<<strong>br</strong> />
caracterizar algumas posições altamente complexas de uma maneira um pouco<<strong>br</strong> />
simplista, poderíamos dizer que, em relação às duas situações que imaginamos<<strong>br</strong> />
no parágrafo anterior, os que afirmam que não há ensino sem aprendizagem<<strong>br</strong> />
podem se dividir em dois grupos: de um lado estariam os que afirmam que<<strong>br</strong> />
naquelas situações não houve ensino, visto não ter havido aprendizagem. Do<<strong>br</strong> />
outro lado, porém, estariam aqueles que, quando confrontados com situações<<strong>br</strong> />
desse tipo, levantam a seguinte questão: Será que não houve mesmo<<strong>br</strong> />
aprendizagem? Ainda supondo que os alunos, tanto em um como no outro caso,<<strong>br</strong> />
nada tenham aprendido acerca da teoria da relatividade de Einstein,<<strong>br</strong> />
argumentam, será que eles não aprenderam alguma coisa através da exposição<<strong>br</strong> />
do professor? Eles poderão ter aprendido, por exemplo, no caso das crianças de<<strong>br</strong> />
sete anos, que, embora o professor estivesse falando o tempo todo, ninguém<<strong>br</strong> />
estava entendendo nada, que as aulas com a professora regular são muito mais<<strong>br</strong> />
divertidas, que o retro-projetor utilizado pelo professor é um "negócio bacana",<<strong>br</strong> />
etc.. No caso dos universitários, eles poderão ter aprendido que o professor<<strong>br</strong> />
devia desconhecer o nível da classe para dar uma aula dessas, que o curso que<<strong>br</strong> />
eles fizeram não deve ter sido muito bom, se não os capacitou a entender uma<<strong>br</strong> />
apresentação so<strong>br</strong>e a teoria da relatividade de Einstein, etc. Em poucas palavras:<<strong>br</strong> />
Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />
www.<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong> – <strong>ajes</strong>@<strong>ajes</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />
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De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.<<strong>br</strong> />
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