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PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E EDUCACIONAL - Pos.ajes.edu.br ...

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Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação Lato Sensu em <strong>PSICOPEDAGOGIA</strong> E EDUCAÇÃO INFANTIL<<strong>br</strong> />

Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<<strong>br</strong> />

em contextos jurídicos. Em nosso caso, porém, elas não parecem nos ajudar<<strong>br</strong> />

muito na determinação da intenção da pessoa que levou aos lábios o copo com o<<strong>br</strong> />

líquido vermelho. De que maneira poderíamos determinar sua intenção?<<strong>br</strong> />

Deve ser dito claramente que não há maneiras seguras e infalíveis de<<strong>br</strong> />

determinar a intenção de alguém. Intenções não são coisas direta e<<strong>br</strong> />

imediatamente observáveis, como o são movimentos físicos – pelo menos no<<strong>br</strong> />

caso de outras pessoas. (A situação parece bastante diferente quando se trata de<<strong>br</strong> />

nossas próprias intenções: a elas temos acesso direto e imediato, se bem que<<strong>br</strong> />

não através da observação.) Contudo, uma intenção pode, muitas vezes, ser<<strong>br</strong> />

indiretamente determinada através do contexto em que certos movimentos<<strong>br</strong> />

físicos são realizados, com ajuda do nosso conhecimento (mesmo que<<strong>br</strong> />

elementar) acerca do desenvolvimento e comportamento das pessoas. Se, no<<strong>br</strong> />

nosso caso, a pessoa estava levando o copo aos lábios dentro de uma igreja, na<<strong>br</strong> />

presença de um sacerdote, etc., é bastante plausível que sua intenção era<<strong>br</strong> />

comungar – pelo que sabemos do comportamento "normal" das pessoas,<<strong>br</strong> />

dificilmente ela estaria tentando se embebedar ou cometer suicídio ali. Se a<<strong>br</strong> />

pessoa, porém, estava levando o copo aos lábios em um clube noturno, onde<<strong>br</strong> />

esteve a dançar, tem o semblante alegre e descontraído, é bem possível que sua<<strong>br</strong> />

intenção fosse meramente saciar a sede – dificilmente estaria comungando ali,<<strong>br</strong> />

por exemplo. E assim por diante. Quando estamos na posição de observadores,<<strong>br</strong> />

procurando desco<strong>br</strong>ir a intenção de alguém, precisamos analisar o contexto e,<<strong>br</strong> />

com base em nosso conhecimento acerca do comportamento "normal" das<<strong>br</strong> />

pessoas, aventar uma hipótese, que terá maior ou menor probabilidade de ser<<strong>br</strong> />

correta, dependendo das circunstâncias. Em alguns casos pode ser impossível<<strong>br</strong> />

determinar a intenção de alguém. Em outros pode ser até razoavelmente fácil (o<<strong>br</strong> />

que não exclui a possibilidade de erro). No nosso caso, não há dados que<<strong>br</strong> />

permitam determinar qual das hipóteses é mais provável, ou mesmo se alguma<<strong>br</strong> />

delas tem certa possibilidade, pois só oferecemos a descrição de um movimento<<strong>br</strong> />

físico: o de levar aos lábios um copo com líquido vermelho – não descrevemos o<<strong>br</strong> />

contexto. Mas em grande parte dos casos há uma indicação do contexto, da<<strong>br</strong> />

situação, que nos permite inferir qual a intenção do agente ao realizar certos<<strong>br</strong> />

movimentos.<<strong>br</strong> />

Voltemos agora à afirmação que fizemos acima de que se não houver,<<strong>br</strong> />

por parte de quem apresenta um certo conteúdo, a intenção de que alguém<<strong>br</strong> />

aprenda aquilo que está se expondo, então não há ensino. O problema que esta<<strong>br</strong> />

afirmação enfrenta, dissemos, está relacionado com a dificuldade em determinar<<strong>br</strong> />

a intenção de alguém, a partir dos movimentos físicos que realiza. Esta<<strong>br</strong> />

dificuldade, contudo, não é intransponível, como acabamos de ver, e é<<strong>br</strong> />

compartilhada por todas as situações em que atribuímos intenções a outras<<strong>br</strong> />

pessoas, algo que fazemos em grande freqüência. Constantemente atribuímos<<strong>br</strong> />

intenções aos outros e, embora muitas vezes erremos ao fazê-lo, com<<strong>br</strong> />

surpreendente freqüência acertamos.<<strong>br</strong> />

Estamos agora em condições de responder à pergunta que formulamos<<strong>br</strong> />

no primeiro parágrafo desta segunda parte: Qual é realmente a diferença entre a<<strong>br</strong> />

primeira e a segunda situação que imaginamos naquele parágrafo? Por que é que<<strong>br</strong> />

no primeiro caso parece plausível dizer que o professor não estava ensinando, e<<strong>br</strong> />

que no segundo parece bem mais plausível dizer que o professor estava<<strong>br</strong> />

Av. Ga<strong>br</strong>iel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000<<strong>br</strong> />

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Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.<<strong>br</strong> />

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