PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E EDUCACIONAL - Pos.ajes.edu.br ...

Instituto Superior de Educaçaçãodo Vale do Juruena<br />
Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena<br />
Pós-Graduação Lato Sensu em PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL<br />
Prof. MS. ALBERICO CONY CAVALCANTI<br />
• Doenças orgânicas agudas ou crônicas;<br />
• Disfunções do sistema nervoso central.<br />
Várias são as intercorrências clínicas que podem interferir no<br />
desenvolvimento neurológico da criança. Podemos citar as anormalidades que se<br />
manifestam durante a gestação (hemorragias e abortamento iminente) e, ainda,<br />
no período da gravidez destacar as infecções intra-uterinas, as anormalidades<br />
nutricionais (anemia, deficiência protéica e de vitaminas), doenças<br />
cardiopulmonares, entre outras, além do parto prematuro com as suas diversas<br />
implicações e complicações relacionadas ao período do parto ou imediatamente<br />
após, como a hipoxia e as hemorragias intracranianas. Intercorrências que<br />
comprometem diretamente a criança, como o sofrimento fetal no período final da<br />
gestação, durante ou imediatamente após o parto, podem interferir, de modo<br />
marcante, no desenvolvimento motor e mental do lactente; além dessas<br />
anormalidades, devemos lembrar-nos das doenças genéticas, infecciosas,<br />
metabólicas, vasculares e degenerativas, cujas manifestações clínicas poderão se<br />
evidenciar mais tardiamente.<br />
Existem causas clínicas, não-neurológicas, que podem ter uma<br />
interferência importante no processo da aprendizagem escolar. Podemos citar as<br />
alterações relacionadas às deficiências nutricionais, alterações das vias auditivas<br />
e alterações oculares, além dos quadros psiquiátricos, que são diagnosticados<br />
evolutivamente.<br />
Há trabalhos que demonstraram existir comprometimento neurológico<br />
importante nas crianças com carência protéica, pois, no caso, a maturação<br />
neurológica se faz de maneira mais lenta e compromete o seu desempenho<br />
intelectual. Além disso, as crianças portadoras de anemias importantes, bem<br />
como as desnutridas, apresentam aporte energético globalmente reduzido e,<br />
dessa maneira, as crianças mantêm-se em um persistente estado de desânimo,<br />
denotando ser pouco ativas e com capacidade de raciocínio mais lento. Quanto<br />
mais jovem for a criança comprometida pela desnutrição, mais acentuadas serão<br />
as repercussões no desenvolvimento neuropsicológico.<br />
Devemos considerar como fatores causadores da desnutrição,<br />
especialmente na infância, além das doenças, as dificuldades socioeconômicas<br />
como geradoras da desnutrição. A solução, no caso, se fosse no campo médico,<br />
teria um caminho bem mais simples para corrigir essa distorção, mas, como é de<br />
cunho político e social, a resolução torna-se muito mais complicada.<br />
O estado nutricional da mãe, durante a gestação, poderá influir no<br />
futuro desenvolvimento da criança no período escolar. Deve-se dispensar<br />
especial atenção à gestante, pois as deficiências nutricionais exercerão uma<br />
influência sobre o desenvolvimento do feto; essas deficiências, relacionadas à<br />
carência de proteínas e vitaminas, poderão interferir, acentuadamente, no<br />
desenvolvimento cerebral; o comprometimento cerebral interferirá no<br />
desenvolvimento intelectual e, consequentemente, o desempenho escolar será<br />
comprometido.<br />
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