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Alfabetização e letramento - Universidade Federal de Pernambuco

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anos já tava na alfabetização. Entrei logo na alfabetização<br />

numa escola pública e minha mãe tinha duas filhas bem mais<br />

velhas, uma <strong>de</strong> 18 e a outra <strong>de</strong> 11, então a vida era cuidar <strong>de</strong><br />

mim. Mas teve a parte tradicional na escola que eu não achava<br />

ruim e em casa era só a leitura dos contos mesmo. A<br />

cartilha eu já sabia, queria ler o difícil: palavras com: PRA,<br />

TRA, tipo Branca <strong>de</strong> Neve, eu queria ler o BRAN.<br />

Outras professoras lembraram, também, <strong>de</strong> outras práticas <strong>de</strong><br />

leitura no ambiente familiar, como a <strong>de</strong> escutar os adultos lerem ou<br />

contarem histórias/contos infantis, como relatou a professora Danielle<br />

Félix, que, conforme <strong>de</strong>poimento apresentado anteriormente, teve<br />

uma experiência traumatizante <strong>de</strong> alfabetização na escola, mas não em<br />

casa, como po<strong>de</strong> ser observado na continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu relato:<br />

E eu gostava muito quando chegava em casa e minha mãe<br />

tinha aquela coleção “Os Clássicos”, por exemplo: o lobo<br />

mau. E eu adorava aquilo. Ela lia pra mim, assim, todo dia.<br />

Pra mim aquilo era fabuloso: ficar todo dia escutando ela ler<br />

aquelas histórias. Eu amava tanto que até hoje eu me lembro<br />

bem que quando eu aprendi a ler, a primeira leitura que eu fiz<br />

foi daqueles contos, né? Eu adorava, amava. Em casa eu passava<br />

a tar<strong>de</strong> lendo aquilo.<br />

A partir da década <strong>de</strong> 1980, o ensino da leitura e da escrita centrado<br />

no <strong>de</strong>senvolvimento das referidas habilida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>senvolvido<br />

com o apoio <strong>de</strong> material pedagógico que priorizava a memorização <strong>de</strong><br />

sílabas e/ou palavras e/ou frases soltas, passou a ser amplamente<br />

criticado. Nesse período, pesquisadores <strong>de</strong> diferentes campos – Psicologia,<br />

História, Sociologia, Pedagogia, etc. – tomaram como temática<br />

e objeto <strong>de</strong> estudo a leitura e seu ensino, buscando re<strong>de</strong>fini-los.<br />

No campo da Psicologia, foram muito importantes as contribuições<br />

dos estudos sobre a psicogênese da língua escrita, <strong>de</strong>senvolvidos<br />

por Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1984). Rompendo com a<br />

concepção <strong>de</strong> língua escrita como código, o qual se apren<strong>de</strong>ria consi<strong>de</strong>rando<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> memorização, as autoras <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram uma<br />

concepção <strong>de</strong> língua escrita como um sistema <strong>de</strong> notação que, no<br />

nosso caso, é alfabético. E, na aprendizagem <strong>de</strong>sse sistema, elas<br />

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