Alfabetização e letramento - Universidade Federal de Pernambuco
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Portanto, a questão central parece ser como conciliar as especificida<strong>de</strong>s<br />
da escola que tem uma forma <strong>de</strong> conduzir suas ativida<strong>de</strong>s e<br />
gêneros textuais próprios com o trabalho com os gêneros que circulam<br />
na socieda<strong>de</strong>, sem que esses percam suas peculiarida<strong>de</strong>s? Como<br />
possibilitar a construção do sistema alfabético <strong>de</strong> escrita pelos alunos,<br />
possibilitando-lhes o uso dos gêneros textuais que circulam na<br />
socieda<strong>de</strong> e, não apenas na escola?<br />
Talvez a resposta esteja em começar a fazer uma reflexão acerca<br />
dos objetivos e valores que têm sustentado as práticas <strong>de</strong> ensino da<br />
língua escrita na escola. Discutindo a noção <strong>de</strong> método que tem sido<br />
entendido como sinônimo <strong>de</strong> manual, <strong>de</strong> regras a ser seguidas, e<br />
começar a consi<strong>de</strong>rá-lo como soma <strong>de</strong> ações baseadas em conjunto<br />
<strong>de</strong> princípios que respon<strong>de</strong> a objetivos <strong>de</strong>terminados (SOARES, 2004),<br />
consi<strong>de</strong>rando que a alfabetização e a <strong>letramento</strong>, embora fenômenos<br />
diferenciados, são inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e intercomplementares. 6 Dessa<br />
forma, será possível recuperar a noção ampliada <strong>de</strong> alfabetização que<br />
estabelece os usos e as práticas efetivas <strong>de</strong> leitura e escrita vividas<br />
na socieda<strong>de</strong> e que foi, aos poucos, sendo substituída por uma visão<br />
meramente escolar do processo <strong>de</strong> aprendizagem da língua escrita.<br />
Referências<br />
BARRÉ-DE-MINIAC, Christine. Apprentissage et usages <strong>de</strong> l’ecriture: représentation<br />
d’enfantes et <strong>de</strong>s parents d’élèves. Repères. n. 15, 1997.<br />
BATISTA, Antonio Augusto Gomes. Os professores são “não-leitores”?<br />
In: MARINHO, Maril<strong>de</strong>s; SILVA, Ceres Salete Ribas. Leituras do professor.<br />
Campinas: Mercado das Letras, 1998.<br />
CHARTIER, Anne Marie. A escola obrigatória e o ofício <strong>de</strong> ensinar. Palestra<br />
proferida no Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Sociologia. 2002.<br />
CHARTIER, Anne Marie. Réussite et ambivalence <strong>de</strong> I’innovation pédagogique:<br />
le cas <strong>de</strong> l’enseignement <strong>de</strong> la lecture. Recherche et Formation pour<br />
professions <strong>de</strong> l’ éducation. Innovation et réseaux sociaux, INRP, n. 34, p.<br />
41-56, 2000.<br />
6 Este aspecto foi melhor discutido por Eliana Albuquerque no cap. 1º <strong>de</strong>ste livro.<br />
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