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Alfabetização e letramento - Universidade Federal de Pernambuco

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Alguns estudiosos da história da leitura atribuem essa presença cada<br />

vez maior <strong>de</strong> leitores comuns sendo representados nas artes plásticas<br />

ao aumento do número <strong>de</strong> leitores que se inicia no século XV com<br />

a invenção da imprensa e que se expan<strong>de</strong> ainda mais com o processo<br />

<strong>de</strong> alfabetização efetivado através <strong>de</strong> uma escolarização <strong>de</strong> massa<br />

ocorrido a partir do século XVIII como uma exigência da socieda<strong>de</strong><br />

em pleno processo <strong>de</strong> industrialização.<br />

Entretanto, pesquisadores voltados para discussões sobre o<br />

<strong>letramento</strong> têm questionado essa visão da alfabetização popular como<br />

meramente um produto <strong>de</strong>sse processo <strong>de</strong> escolarização <strong>de</strong> massa<br />

impulsionado pela industrializacão. 1<br />

Nossa proposta neste capítulo é discutir algumas questões relativas<br />

à ligação que se tem estabelecido entre a alfabetização e o processo<br />

<strong>de</strong> escolarização, analisando <strong>de</strong> que forma o caráter assumido<br />

pela escolarização interferiu na construção <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado conceito<br />

<strong>de</strong> alfabetização na socieda<strong>de</strong> oci<strong>de</strong>ntal.<br />

<strong>Alfabetização</strong> sem escolas<br />

Embora a idéia <strong>de</strong> uma escola para todos subsidiada pelo Estado<br />

remonte à Platão na Grécia Antiga, é apenas no século XVIII que se<br />

vai instaurar, na socieda<strong>de</strong> oci<strong>de</strong>ntal, um processo <strong>de</strong> escolarização<br />

em massa mediante uma educação pública.<br />

Assiste-se nesse período ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong><br />

industrial e urbana que vai aos poucos substituindo o antigo<br />

regime baseado numa economia rural e agrária. Com o estabelecimento<br />

<strong>de</strong> uma nova or<strong>de</strong>m econômico-social, a exigência <strong>de</strong> uma instrução<br />

universal torna-se premente. Segundo Manacorda (1989), fábrica<br />

e escolas nascem juntas, uma vez que<br />

este duplo processo, <strong>de</strong> morte da antiga produção artesanal<br />

e do renascimento da nova produção da fábrica, gera o espaço<br />

para o surgimento da mo<strong>de</strong>rna instituição escolar pública<br />

(p. 249)!<br />

1 COOK-GUMPERZ, 1991; GRAFF, 1995.<br />

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