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Alfabetização e letramento - Universidade Federal de Pernambuco

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zar essa interação, criando ativida<strong>de</strong>s em que os alunos sejam solicitados<br />

a ler e produzir diferentes textos. Por outro lado, é imprescindível<br />

que os alunos <strong>de</strong>senvolvam autonomia para ler e escrever seus próprios<br />

textos. Assim, a escola <strong>de</strong>ve garantir, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> cedo, que as crianças<br />

se apropriem do sistema <strong>de</strong> escrita alfabético, e essa apropriação<br />

não se dá, pelo menos para a maioria das pessoas, espontaneamente,<br />

valendo-se do contato com textos diversos. É preciso o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> um trabalho sistemático <strong>de</strong> reflexão sobre as características<br />

do nosso sistema <strong>de</strong> escrita alfabético.<br />

A professora Ana Luzia da Silva Pedrosa7 , que leciona há mais<br />

<strong>de</strong> 15 anos na re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> ensino, parece ter se apropriado bem do<br />

discurso da importância <strong>de</strong> se trabalhar a leitura e a produção <strong>de</strong><br />

diferentes gêneros na sala <strong>de</strong> alfabetização e buscava <strong>de</strong>senvolver<br />

uma prática com base na perspectiva do <strong>letramento</strong>. Assim, diariamente<br />

ela realizava com seus alunos uma seqüência <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />

que envolvia as seguintes etapas: leitura <strong>de</strong> um texto feita oralmente<br />

por ela, já que seus alunos não sabiam ainda ler; ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interpretação<br />

oral do texto; ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> texto coletivo tomando-se<br />

por base o texto lido; cópia do texto produzido no quadro<br />

e, por último, realização <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos relacionados ao texto. Nos nossos<br />

encontros <strong>de</strong> formação, ela, no entanto, sempre falava da angústia<br />

que sentia porque seus alunos, mesmo no final do ano, não estavam<br />

alfabetizados e tinham muitas dificulda<strong>de</strong>s para ler e escrever<br />

sozinhos. Durante o curso, a professora percebeu que faltava, na sua<br />

prática, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que levassem os alunos a<br />

refletir sobre o sistema alfabético <strong>de</strong> escrita. Em um dos encontros ela<br />

<strong>de</strong>sabafou:<br />

Agora eu sei por que meus alunos não se alfabetizam! Eu não<br />

faço ativida<strong>de</strong>s no nível da palavra, ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> análise fonológica,<br />

Fico só fazendo leitura e produção <strong>de</strong> texto coletivo,<br />

e pedindo para eles copiarem e <strong>de</strong>senharem. Assim, eles<br />

não po<strong>de</strong>m se alfabetizar. Agora vou fazer diferente!<br />

7 A professora Ana Luzia da Silva Pedrosa ensinava, em 2004, em uma turma <strong>de</strong><br />

2a série na escola Professor Fontainha <strong>de</strong> Abreu, pertencente à Re<strong>de</strong> Estadual<br />

<strong>de</strong> Ensino <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, e na Escola Municipal Engenho do Meio, da Secretaria<br />

<strong>de</strong> Educação da cida<strong>de</strong> do Recife, no 1o ano do 1o ciclo.<br />

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