Dissertação versao final abril de 2011 - Biblioteca Digital de Teses e ...
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por Paulo Freire: a esperança é uma necessida<strong>de</strong> ontológica e um imperativo excepcional e<br />
histórico; mas há que ser uma esperança crítica (JORGE apud FREIRE, 1992).<br />
1.1.1 - Os sujeitos da Educação <strong>de</strong> Jovens e Adultos<br />
A Educação <strong>de</strong> Jovens e Adultos aten<strong>de</strong> a um público constituído, em sua<br />
maioria, por jovens e adultos trabalhadores, pobres, negros, marginalizados, oprimidos,<br />
subempregados. O conhecimento sobre as condições <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>sse público são <strong>de</strong><br />
fundamental importância para as experiências <strong>de</strong> educação. A EJA aten<strong>de</strong> a pessoas<br />
excluídas, que são analfabetas <strong>de</strong>vido a questões sociais como pobreza, exclusão e<br />
preconceito.<br />
Conforme dissemos na introdução <strong>de</strong>ste trabalho, no Brasil, há um gran<strong>de</strong> número<br />
<strong>de</strong> pessoas que tiveram pouca ou nenhuma passagem pela escola, que fazem parte das<br />
estatísticas sobre o analfabetismo neste país e que hoje somam cerca <strong>de</strong> 14 milhões <strong>de</strong><br />
analfabetos com 15 anos ou mais, <strong>de</strong> acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra <strong>de</strong><br />
Domicílio (PNAD). As razões que explicam essa situação passam pela entrada precoce no<br />
mundo do trabalho ou pela falta <strong>de</strong> condições para frequentar a escola ou nela permanecer.<br />
De acordo com Jorge (2009), anteriormente a EJA não era assumida como um direito, “ela<br />
sempre teve à frente pessoas que não tinham formação a<strong>de</strong>quada como voluntários e<br />
educadores que usavam com adultos a mesma metodologia que era usada na educação <strong>de</strong><br />
crianças, o que não era a<strong>de</strong>quado” (p.17). Por isso, o Parecer nº 11/2000 da Câmara <strong>de</strong><br />
Educação Básica do Conselho Nacional <strong>de</strong> Educação, ao regulamentar essa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
ensino, insistiu em que o perfil diferenciado dos alunos <strong>de</strong>vesse ser respeitado.<br />
A EJA surge, então, como a alternativa encontrada para aten<strong>de</strong>r a pessoas que<br />
buscam tardiamente a escola. A EJA, modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino que é atualmente <strong>de</strong>stinada a<br />
jovens e adultos que não tiveram acesso à escolarização na ida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rada certa, se<br />
constitui como um valioso recomeço da educação escolar que Cury (2008) chama <strong>de</strong><br />
importante instrumento <strong>de</strong> cidadania. Para ele, a ausência da educação escolar é uma lacuna<br />
para as pessoas e uma gran<strong>de</strong> perda para a cidadania. Entendida como um direito, a EJA tem<br />
como objetivo reparar essa situação inadmissível do ponto <strong>de</strong> vista da cidadania.<br />
A visão que temos, hoje, do aluno da EJA, a partir <strong>de</strong> estudos sobre letramento e<br />
numeramento 12 , é que são alunos ativos e capazes <strong>de</strong> participar <strong>de</strong> eventos que impliquem o<br />
12 Numeramento é aqui entendido como um fenômeno recente que compreen<strong>de</strong> o domínio <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s<br />
fundamentais tanto da matemática como do letramento. (TOLEDO, 2004)<br />
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