14.04.2013 Views

Lobsang Rampa

Lobsang Rampa

Lobsang Rampa

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

derrubando-o. O Irmão Arnold ficou algum tempo caído e<br />

estonteado, pensando a que ponto chegara a humanidade,<br />

para que um bruto daqueles agredisse um velho frágil, quase<br />

no fim da vida. Não conseguia entender. Por fim, dolorosa e<br />

lentamente, sentindo as pernas bambas, pôs-se de pé e<br />

cambaleou até uma rocha, onde se sentou para tentar<br />

reconquistar o equilíbrio e a compostura.<br />

Bradando ameaças, Bollywugger pulou a cerca, afastando-se<br />

com um andar que mais fazia pensar num gorila bêbado do<br />

que num exemplar do homo sapiens.<br />

O Irmão Arnold ficou ali sentado, junto ao mar resplandecente,<br />

olhando sem ver, os ouvidos como que tapados, mal se<br />

apercebendo dos gritos e berros que vinham da praia, crianças<br />

brincando e brigando, vozes estridentes, amaldiçoando os<br />

maridos.<br />

O velho monge deu um pulo, ao sentir alguém pousar-lhe a<br />

mão no ombro e uma vez perguntar:<br />

— O que o preocupa, irmão?<br />

Olhou para cima e viu um outro monge, da mesma idade que<br />

ele, contemplando-o com uma expressão de preocupação nos<br />

olhos castanhos.<br />

— Fui insultado por um jornalista, que pulou a cerca e me<br />

bateu no peito — respondeu ele. — Queria que eu lhe dissesse<br />

que éramos todos bichas, homossexuais, neste mosteiro e,<br />

quando eu neguei, com certa indignação, ele me bateu no<br />

peito, atirando-me ao chão! Desde então, não me senti bem e<br />

tive de repousar um pouco. Mas vamos voltar ao mosteiro.<br />

Ergueu-se com dificuldade e, devagar, os dois velhos, irmãos<br />

de ordem havia muitos e muitos anos, subiram pelo atalho que<br />

levava ao prédio do mosteiro.<br />

Nessa noite, após as completas, quando os monges já estavam<br />

nas suas celas, o Irmão Arnold sentiu dores fortes, como se lhe<br />

estivessem atravessando o peito com lanças em brasa.<br />

Utilizando-se de uma sandália, bateu débilmente na parede da<br />

cela. Ouviu-se um arrastar de pés e uma voz perguntou, junto<br />

à sua porta:<br />

— Que é, Irmão? Está se sentindo mal?<br />

— Estou sim, Irmão — respondeu o velho monge, numa voz<br />

fraca. — Poderia pedir ao Irmão Enfermeiro que viesse me ver?<br />

126

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!