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Lobsang Rampa

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dos tornozelos até ao pescoço, tinha mangas e se enfiava por<br />

uma abertura na frente. Mal tinha acabado de pensar, estava<br />

vestido de macacão. Olhou para baixo e estremeceu, ao ver<br />

que era um macacão ver-velho, tão vermelho quanto a sua<br />

cara. Os dois homens riram de novo e uma mulher que vinha<br />

caminhando por uma álea virou-se para eles e sorriu.<br />

— Quem é ele, Bóris? — perguntou. — Um novato, com medo<br />

da própria pele?<br />

O que se chamava Bóris riu e respondeu:<br />

- É, Maisie, todos os dias chega algum!<br />

Molygruber estremeceu ao olhar para a mulher. Pensou:<br />

— É, ela percebeu logo. Espero não entrar bem, não conheço<br />

nada acerca das mulheres!<br />

Todos riram como loucos. O pobre Molygruber não sabia que,<br />

naquele plano da existência, todo mundo era telepático!<br />

— Olhe em volta, Molygruber — disse a mulher — depois<br />

podemos levá-lo e lhe explicar onde você está e tudo o mais.<br />

Você nos deu muito trabalho, não queria sair da sua nuvem<br />

preta, não importava o que a gente lhe dissesse!<br />

Molygruber murmurou algo para si mesmo, de tal maneira,<br />

que até telepáticamente saiu um murmúrio. Mas olhou em<br />

volta. Estava numa espécie de parque, nunca na sua vida<br />

imaginara um parque tão bonito: a grama era mais verde do<br />

que qualquer outra que ele jamais vira. As flores — pois havia<br />

flores em grande profusão — tinham cores mais vivas do que<br />

ele jamais poderia sequer ter imaginado. O sol batia nele, um<br />

sol agradavelmente quente, e ouvia-se o zumbir de insetos e o<br />

chilrear de passarinhos. Molygruber olhou para cima e viu um<br />

céu azul, intensamente azul, com nuvenzinhas brancas. Mas<br />

logo se sentiu tonto de espanto, as pernas bambas:<br />

— Puxa! — exclamou. — Cadê o sol? Um dos homens sorriu e<br />

disse:<br />

— Nós não estamos na Terra, sabia, Molygruber? Você não<br />

está na Terra, está muito, muito longe, num tempo diferente,<br />

num plano de existência completamente diverso. Tem muito<br />

que aprender ainda, meu amigo!<br />

— Diabos! — disse Molygruber. — Como é possível o sol bater<br />

nas coisas, se ele não existe?

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