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Lobsang Rampa

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Como podia sentir velocidade sem sentir o vento lhe bater no<br />

rosto? Estremeceu de terror. Ele não teria rosto? Estaria num<br />

lugar onde não havia vento? Não sabia dizer.<br />

Molygruber apenas EXISTIA. Não tinha a sensação de tempo,<br />

mal tinha a de existir, apenas EXISTIA. Sua mente continuava<br />

funcionando, mas apenas com pensamentos fugazes, que<br />

atravessavam a tela da sua visão mental. Visualizou de novo o<br />

velho escritor e quase ouviu as palavras que não tinham sido<br />

pronunciadas: "VOCÊ PRECISA ACREDITAR EM ALGO".<br />

Molygruber lembrou-se da sua infância, da pobreza em que<br />

vivera. Lembrou-se de uma gravura da Bíblia e de uma frase:<br />

"O Senhor é meu pastor. Ele me guia." Ele me guia. Aquele<br />

pensamento transformou-se num refrão na mente de<br />

Molygruber, ou na sua consciência, ou fosse lá no que fosse,<br />

fazendo-o pensar: "Gostaria que Ele me guiasse! Gostaria que<br />

alguém me guiasse!" Ao pensar isso, sentiu "algo", que não<br />

saberia dizer o que era, teve a impressão de que havia gente<br />

por perto, lembrando-lhe de quando ele dormia num albergue<br />

e, sempre que outra pessoa entrava no grande dormitório, ele<br />

sentia, não a ponto de acordar, mas a ponto de ficar de<br />

sobreaviso caso alguém tentasse roubar o relógio que ele<br />

guardava debaixo do travesseiro ou a magra carteira que<br />

enfiava no bolso traseiro.<br />

Pensou "Me ajudem! Me ajudem!" e imediatamente pareceu<br />

sentir que tinha pés. Teve uma sensação estranha e — sim —<br />

ele tinha pés, pés descalços e, com uma horrível sensação de<br />

terror, descobriu que os seus pés estavam metidos em algo<br />

pegajoso, talvez piche. Lembrou-se de uma ocasião em que<br />

era garoto e saíra de casa descalço, indo direto para um<br />

trecho da estrada que os operários da Prefeitura tinham<br />

acabado de pichar. Recordou o medo, o terror — ele era muito<br />

pequeno — de ficar preso na estrada sem nunca mais poder<br />

sair. Era assim agora, ele estava preso, preso ao piche. Sentiu<br />

como se o piche lhe estivesse subindo pelo corpo — sim,<br />

porque ele agora sentia que tinha corpo, que tinha braços,<br />

mãos e dedos, mas não podia mexê-los por estarem presos no<br />

piche ou, se não era piche, era outra coisa igualmente<br />

pegajosa, algo que lhe impedia os movimentos e, à sua volta,<br />

ele poderia jurar que havia gente, gente que o estava observando.<br />

Sentiu um acesso de raiva, uma raiva cega, quase

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