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Lobsang Rampa

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O superior ficou algum tempo em silêncio, pensando* e,<br />

depois, tomando uma súbita decisão, mandou vir o irmão que<br />

lhe servia de secretário, a fim de lhe ditar um documento para<br />

o Irmão Arnold assinar, segundo o qual, se se recusasse a sair<br />

do mosteiro, caberia a ele toda a responsabilidade pelo que<br />

pudesse vir a acontecer-lhe..<br />

O mosteiro parecia ainda mais frio e branco, à luz do luar.<br />

Pequenas nuvens passageiras, ocultando de vez em quando a<br />

face da Lua, emprestavam um ar sinistro ao grande casarão. O<br />

luar, refletindo-se nas muitas janelas, parecia piscar para as<br />

nuvens esvoaçantes. Ao longe, um mocho piou, lúgubre, na<br />

escuridão, enquanto que, perto, o barulho das ondas<br />

lambendo a areia e recuando, mostrando os novos vagalhões,<br />

formava um acompanhamento cadenciado. No mosteiro, tudo<br />

estava em silêncio, como se até o prédio soubesse que a<br />

morte rondava e esperasse ouvir o roçagar das asas dos anjos.<br />

De vez em quando, ouviam-se os barulhinhos peculiares às<br />

construções, muito antigas: o ruído das patinhas apressadas<br />

dos camundongos, correndo pelos soalhos encerados, ou o<br />

guincho assustado de uma ratazana. Mas o prédio em si<br />

estava quieto e silencioso, como só os prédios muito velhos<br />

costumam estar. De repente, o relógio da torre bateu as horas.<br />

As badaladas ressoaram pelos campos, misturando-se ao<br />

ronco de um trem, a distância, varando as trevas rumo à<br />

metrópole.<br />

O Irmão Arnold jazia no seu leito de dor. À luz da vela<br />

bruxuleante, via o Irmão Enfermeiro olhando-o<br />

compassivamente. De repente — num lance tão repentino que<br />

o velho monge chegou a estremecer — o Irmão Enfermeiro<br />

disse:<br />

— Irmão, estamos tão preocupados com a sua pessoa, como<br />

com o seu futuro! As suas crenças são por vezes tão diferentes<br />

das da religião ortodoxa! O irmão parece não se importar com<br />

aquilo em que acredita, bastando-lhe ter fé. Irmão Arnold,<br />

procure arrepender-se. Quer que chame o padre confessor,<br />

irmão?<br />

O ancião olhou em volta e retrucou:<br />

— Irmão Enfermeiro, estou satisfeito com o meu modo de<br />

vida, vou para o que acredito ser o céu, sigo a minha fé, que<br />

não é necessariamente igual a que está nos livros sagrados.<br />

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